Um Anjo Protegido escrita por Moolinha


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!!!!!! Mais um capítulo gostosinho!
curtam a page da fic!
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Ele realmente estava estranho, mas se uma coisa que eu não iria desistir era daquilo. Entender essas atitudes suicidas era o meu principal foco, e não iria desistir por causa das esquisitices de Jack.

— Nunca é tarde demais. — Eu disse rapidamente, jogando meu cabelo para trás.

Ele arqueou suas duas sobrancelhas e esperou, para que eu falasse.

— Eu preciso que você me diga a verdade. Só preciso disso. — Eu me levantei e abaixei minha camisola até os meus joelhos.

— Você está bêbada?

— Ah, qual é, Jack? Eu te conheço. Só preciso saber da verdade. Não sou tão burra, sou? — Pausei, selecionando minhas palavras. — Nunca escondi nada de você. Você não precisa fazer isso... Precisa?

Havia apenas uma coisa que eu tinha escondido de Jack e de todo o resto do mundo. Mas é claro, tenho meus motivos e eu estava altamente certa. Não poderia sair por aí dizendo para qualquer um que eu não corria perigo porque tinha um anjo da guarda.

— Como assim? — Ele fez uma cara de desentendido.

— O acidente do quinto andar, Jack. Você não é feito de ferro e muito menos de borracha. O que aconteceu? Como você não se machucou e nem nada?

Ele mordeu seu lábio inferior e massageou sua nuca — assim como Jimmy faz — parecendo um tanto confuso.

— Você queria que eu estivesse morto? Sério, isso poderia ter acontecido com qualquer um.

— Eu sei, mas eram cinco andares. E a pedra? Você bateu na pedra com força total, você poderia ter morrido. Incrédulo, ele olhou para a janela e pensou bastante, deixando um silêncio entre nós.

— Porque você insiste tanto em saber sobre meus problemas?

— Porque eu me importo com você. — Respondi, dando ênfase e emoção nas minhas palavras.

Ele se levantou e franziu o cenho, olhando fixamente para mim.

— Você não vai desistir nunca, não é?

— Eu não desisto de certas coisas tão facilmente. — Dei um sorriso torto para ele.

Ele me lançou um sorriso inexpressivo e voltou a se sentar na cama, colocando a cabeça entre os joelhos. Ele parecia confuso, como se tivesse cometido um grande crime. Esperei ele falar, mas não falou. Por isso, apoiei meu cotovelo na parede e suspirei.

— Você sempre me contou tudo, sempre foi melhor amigo, melhor companheiro e melhor conselheiro. Você está estranho. Deixe-me te ajudar, Jack. — Meu tom de voz beirava a ternura. — Sou eu, Belatriz.

Depois de um tempo, ele tossiu e continuou cabisbaixo.

— Você acredita em mim?

— Mas é claro. — Dei uma resposta óbvia.

— Acredita mesmo?

— Já disse que sim, Jack.

Ele se levantou da cama e ficou de frente para a janela de vidro, fitando a floresta enegrecida.

— Eu sempre te disse que não esconderia nada de você, porque você é de confiança, mas há dois anos acontecem coisas comigo que são difíceis de contar e acreditar.

— Como assim? — Fiquei próxima dele, olhando para os olhos frios dele. — Aonde você quer chegar?

— Eu já corri perigo demais durante esses anos. E como você sabe, eu poderia estar morto.

Eu sabia! Eu sabia que ele também poderia passar pela mesma situação que eu. Era como se eu tivesse levado uma pedrada na cabeça , acordado e juntado todos os pedaços de um quebra-cabeça enigmático de duas mil peças.

— Só existe uma pessoa no meio disso tudo. — Ele olhou para a parede atrás de nós, mantendo uma certa paz em seus olhos.

— Bridget? — Eu disse, pensando na garota em que ele sempre falou, mas nunca me apresentou.

— É ela.

— O quê? Ela te salvou? Ela é a Mulher- Maravilha? Ela te salvou do quinto andar, da pedra?

— Coisa parecida.

— Ela pode voar? Ter superpoderes e andar por aí em um avião?

— Coisa parecida. — Respondeu outra vez.

— Ela é normal ou metade humana e metade heroína?

— Coisa parecida.

— Ela é personagem de ...

Ao me interromper, ele se rendeu.

— Ela está morta. — Respondeu ele, sombriamente.

— Isto é impossível. — Eu disse, mantendo a voz estável.

Claro que não era impossível. Eu sabia do que ele estava tentando me explicar. Eu sabia como era complicado para ele, porém eu tinha provas e experiências de que tudo era concreto e que eu acreditava em casa palavra dele.

— Não é. — Respondeu, calmamente. — Me diga uma coisa.

— O quê?

— Olhe para aquela parede. — Ele gesticulou para a parede azul-marinho, que ficava de frente pra janela. —Você consegue ver alguma pessoa ali?

— Não. — Olhei para ele.

Seus olhos percorreram todo o quarto.

— Eu consigo. — Sussurrou, sorrindo de um jeito sublime.

Eu estava certa. Completa e absolutamente certa. Ele tinha um anjo da guarda. Sim, bom, se ele não estivesse com um anjo, provavelmente seria um mediador para estar vendo fantasmas.

— Quem você está vendo?

— Bridget. — Seus olhos ainda estavam fixos na parede.

Franzi o cenho.

— Ela está olhando para mim? — Olhei para a parede azul, com um pouco de medo.

— Ela está sorrindo para você. — Ele continuou sorrindo, como se a idolatrasse.

— O que aconteceu com Bridget? Está morta?

Ele balançou a cabeça positivamente.

— Ela morreu há dois anos, em um atropelamento.

Nosso assunto estava ficando sombrio, mas do mesmo jeito, muito interessante.

— Como você consegue vê-la?

— Você ainda não entendeu?

Calei-me.

Ele andou descalço até perto da parede e murmurou algumas palavras discretamente.

— Você pode não acreditar, mas eu tenho um anjo da guarda.

Pensei muito bem antes de falar.

— Eu entendi. — Sorri, compreensiva. — Eu acredito em você.

Um anjo da guarda, ou seria uma “anja”? Bem, no caso dele, se ele tivesse um anjo masculino em seu quarto toda hora, seria um tanto desconfortável.

— Quer que eu conte tudo? — Meus olhos brilharam. Qual é, não é todo dia em que encontra uma pessoa com uma experiência igual a minha. A curiosidade me dominava.

Joguei-me na cama, muito interessada e fiz sinal para Jack se sentar ao meu lado.

— Vem aqui. Me conte. — Sorri para a parede.

Eu jamais pensei que, no mundo, coisas desse tipo fossem acontecer. Em todos os livros que eu li, ou informações que tive, é que o ciclo da vida é nascer, morrer viver. E não nascer, viver, morrer e depois voltar para proteger pessoas. É incrível saber disso, mesmo ainda que algumas pessoas não acreditem nesse tipo de coisa, mas é um mundo estranho, que pode nos surpreender de uma forma extremamente avassaladora.

— Aconteceu há dois anos... Nesse mesmo quarto. Eu estava estudando.

— Ele sorriu para mim, com admiração.

— No começo, eu neguei a acreditar em tudo. Só que os dias foram passando e Bridget me provou realmente o que estava acontecendo conosco.

Exatamente o que aconteceu comigo.

— Ela já te salvou muitas vezes? — Coloquei o travesseiro dele no meu colo.

—Algumas. Não muitas. Mas na primeira vez eu já passei a acreditar e confiar nela.

Jack olhava para a parede onde ela estava com tanta admiração e orgulho que logo eu soube também, que não havia somente a amizade e parceria entre eles. Eles tinham se apaixonado, assim como eu e Jimmy. Porque logo no começo, quando ele chegou em Nova York, lembro-me dele ter citado que o nome de sua namorada era Bridget.

Direta e reta, fiz a pergunta que estava formulada na minha cabeça.

— Vocês tem alguma relação... A mais?

Ele deu um risinho, meio sem-graça.

— Você disse que sua namorada se chamava Bridget, lembra? — Arqueei minhas sobrancelhas, esperando a resposta.

— É, você sacou. Como? Que eu saiba você não é muito inteligente. — Ele sorriu, brincando.

— Joguei o travesseiro na direção dele.

Fiquei ainda mais curiosa quando ele afirmou. Por isso, eu quis saber mais coisas.

— Como é? Me conte! Quero saber tudo.

— Foi muito, muito complicado no começo. Mas eu a amo, e nossa relação é ótima.

No decorrer da noite, Jack me contou tudo, tudo sobre a “nova” vida com uma “anja” da guarda. Os perigos que enfrentou, suas teorias e todo o resto de sua trajetória. Pediu para eu manter sigilo absoluto e eu prometi a ele que guardaria segredo.

Eu queria também ter feito a mesma coisa que ele fez: ter contado a minha verdade.


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