Um Anjo Protegido escrita por Moolinha


Capítulo 5
Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Algumas horas atrasada, mas estou aqui :p Espero que gostem desse capítulo!



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Voltamos para Nova York no dia seguinte.
Era o fim das férias e com o passar das semanas, tudo voltou aos eixos. Jack continuou a conversar comigo, toda noite, enquanto Jimmy apenas ouvia, ao meu lado. Agora, com uma opinião verdadeiramente diferente, acredito que eu e Jack não somos os únicos a sermos vigiados no mundo. Era sábado de manhã e como de costume, eu estava dormindo. O sol ofuscante bateu no meu rosto ao mesmo tempo que a campainha soou, interrompendo meu sonho e acordando-me.

Não havia ninguém em casa e com os pés descalços, caminhei até a porta. Quando a abri, uma mulher negra de estatura baixa, maçãs do rosto bem chamativos e um sorriso tímido olhou para mim e gesticulou, perguntando por Jack.

— Ele está para a faculdade. — Respondi, sonolenta.

Ela olhou para mim e para o pequeno pijama que eu vestia e fez uma careta engraçada.

— Te acordei? — Perguntou, bem-humorada.

— Hoje é sábado... Costumo dormir até mais tarde. — Eu ri, abrindo a porta. — Quer entrar?

—Claro. — Sorriu, pendurando sua jaqueta militar num dos cabides.

Por um segundo, ela me lembrou a Sheron Menezes, uma atriz brasileira, por causa da aparência. O cabelo num castanho médio na altura dos ombros, olhos escuros cheios de ternura que revelavam que ela parecia ser bem legal.

Olhei para seu jeans rasgado, suas botas de motoqueiro e sua camiseta branca por baixo de uma jaqueta jeans. Por curiosidade, perguntei:

— Você é da faculdade? Porque ele está lá agora e bem... Quem estuda odontologia tem que estar, obrigatoriamente, de roupas brancas. — Fiz minha voz parecer responsável e informada.

Ela caminhou até a sacada e riu.

— Eu sou uma amiga dele. Não nos vemos há muito tempo. — Ela se encostou na porta de vidro. — Você é prima dele, certo?

— Como você sabe? — Pisquei. Eu nunca tinha visto ela. — É, prazer, meu nome é Belatriz. E o seu?

Ela me olhou sombriamente e lentamente lançou-me um sorriso medonho, parecido com o sorriso que os assassinos dão antes de matar suas vítimas.

— Meu nome é Bridget.

Pensei na “Bridget do Jack” e ri, achando pura coincidência. Mas na verdade, eu queria quebrar o clima assustador que havia naquele sorriso dela.

— Seu nome é Bridget? — Perguntei, só para ter certeza.

— Exatamente. — Afirmou, com bastante certeza do que dizia.

— Há quanto tempo vocês são amigos?

O salto de sua bota estalou no assoalho e ela se sentou no banco do piano, de frente para mim.

— Há um bom tempo...

— Quanto tempo? — Fazer perguntas estava se tornando minha necessidade.

Bridget conseguia ser simpática e misteriosa ao mesmo tempo, e suas palavras mantinham um toque enigmático, que me mantinha atenta a tudo, para descobrir quem era ela e porque ela era tão... Diferente.

— Tempo bastante para você saber quem sou eu.

Joguei meu cabelo bagunçado para trás da orelha e pensei. Coloquei meus neurônios para trabalhar, obrigando-me a acreditar que aquilo era verdade.

O som da porta se abrindo puxou nossa atenção diretamente para a Jack, que largou sua maleta ao chão e com um olhar maravilhado e um sorriso bobo no rosto, foi até encontro de Bridget, que o esperava de braços abertos. Calada, observei o abraço carinhoso que eles trocaram e a ternura de como travam um ao outro.

— Vejo que se conheceram! —Disse Jack, numa felicidade repentina.

— Gostei dela. — Completou Bridget, olhando para mim.

Confusa, dei um sorriso fraco e inexpressivo e concordei, sentindo-me como um rato no meio de milhões de gatos. Jack e Bridget se beijaram e seguiram para a cozinha, como se eu não estivesse bem ali, na frente deles.

— É um mundo estrado. — Eu disse para mim mesma, cheia de dúvidas, repetindo uma das últimas frases do meu livro preferido. ”A Hospedeira”.

 

X X X

Eu não estava sonhando. Ver Bridget bem na minha frente, cheia de mistério e ainda por cima beijando Jack não era nenhuma ilusão. Não era nenhum sonho, e disso eu estava ciente.

O dia todo, me perguntei que delírio era esse. Perguntei-me o que estava acontecendo, porque aquela não poderia ser a “Bridget do Jack, poderia”? Ela estava morta.

Ao anoitecer, depois que cheguei da casa de Louise, fiquei assustada ao ouvir vozes vindo do quarto de Jack, porque Bridget ainda estava lá. Corri logo para meu quarto, com a intenção de encontrar Jimmy. Gritei seu nome algumas vezes mas ele não apareceu.

Quando me dei conta, Ana estava parada diante da porta, olha do para mim com um ar desconfiado.

— Oi, Ana. — Eu a peguei no colo e dei-lhe um beijo na bochecha. — Onde está papai?

Ela me lançou um sorrisinho angelical.

— Está dormindo... — Sua voz era fanhosa.

Coloquei-a no chão e ela saiu correndo, na direção da sala. Dei uma última vasculhada no quarto e nada adiantou, por isso, minha única opção foi dormir.

Presa em um sono profundo, despertei lentamente com mãos familiares percorrendo meu pescoço.

— Ei, Bells. — Sussurrou Jimmy, encostando seus lábios numa região abaixo da minha orelha.

Soltei um gemido baixo e me contorci na cama.

— Ah, qual é? Não se faça de difícil. — Era tão inacreditavelmente bom ouvir a voz dele em tom de diversão.

— Onde você esteve, Jim? Andei te procurando. — Abri meus olhos e olhei para o rosto dele. Ele parecia feliz.

— Ah, eu estava por aí... Não queria ficar no quarto de Louise ouvindo vocês falarem sobre maquiagem. — Ele fez uma careta, que por sua vez me fez rir.

— Certo. — Murmurei, sentando-me na cama. — Uma coisa muito estranha aconteceu hoje.

— O quê? — Seus olhos adquiriram curiosidade. — É sobre quem?

— Bridget. Se for a Bridget do Jack, bem, acho que ela não está exatamente morta.

— Você viu Bridget? Onde?

— Ela veio aqui em casa. — Imaginei a expressão enigmática dela. — Disse que eu a conhecia e que era uma amiga de Jack. — Eu fiz aspas com os dedos em “Velha amiga”.

— E aí?

— E aí Jack apareceu, eles se beijaram e... Foram para o quarto dele.
Jimmy deu uma gargalhada e disse: qual é? Não dá pra acreditar nisso!

— O que foi? Não está acreditando na minha palavra? — Senti um pouco de raiva.

Ele se aproximou e passou seus braços por volta do meu pescoço.

— Bells, você acha que ela vai estar viva? Jack não disse que ela está morta? Cara, isso é impossível.

Entrelacei meus dedos nos dele.

— Eles se beijaram. Estão naquele quarto há horas, Jim. Não sei se Jack está mentindo ou o mundo está virando de cabeça para baixo.

— Acho melhor eu tirar minhas próprias conclusões.

— O quê?

Rapidamente, Jimmy deslizou suas mãos por todas minhas costas e colou seus lábios aos meus por poucos segundos. O beijo era lento, intenso e coberto de uma mistura de sentimentos e puro desejo. O que fez meu sangue parecer quente, muito quente.

— Me espere aqui. — Sussurrou, se separando de mim e sumindo.

Aguardei alguns minutos — ansiosa demais — e fui obrigada a ligar a TV para assistir a um desses programas de auditório com perguntas e respostas. Jimmy demorou quase um século e os minutos se transformaram em horas, e aí, lentamente arrastei-me para a cama até fechar os olhos e dormir.

Numa fração de segundos, senti um corpo se juntar ao meu e uma respiração quente próxima ao meu ouvido.

— Você tinha razão. Algo muito estranho aconteceu. 


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