O loiro chegou em casa, depois de uma sessão de fotos, e jogou-se em sua cama. As lembranças de seu namoro o atormentavam, ele pensou que, depois de terminar com Marinette, iria se declarar para sua lady e seus problemas iriam acabar, mas as coisas não aconteceram do jeito que imaginava. Adrien pegou seu celular e, vendo que a memória estava cheia, abriu a galeria para excluir algumas coisas, foi quando encontrou a foto no Place des Vosges. Ele estava ao lado de Marinette, que o abraçava, a fonte do parque aparecia atrás deles e ambos sorriam. Sem perceber, deixou cair uma lágrima, não de tristeza, mas de saudade. Ele percebeu que sentia falta dela, sentia falta de seu abraço, seu olhar, seus encontros, suas conversas e seus beijos.

— O que foi, Adrien? — Perguntou o kwami, quando viu o loiro deitado na cama, olhando para o teto, pensativo.

— É a Marinette. Sinto falta dela.

— Mas… não foi você que terminou com ela porque gosta de outra? — O menino ficou em silêncio durante alguns segundos e suspirou.

— Acho que a Ladybug não é o amor da minha vida.

— Garoto, você precisa ser estudado. — O comentário de Plagg foi ignorado pelo modelo.

— O que eu faço?

— Acho que o primeiro passo é se tratar, porque você é muito maluco. — Novamente, a provocação do kwami foi ignorada pelo menino.

— A Marinette deixou mais do que claro que não gosta de ser enganada, ela ainda está com raiva de mim. Não posso simplesmente chegar nela e falar "então… eu achei que gostava de outra, mas acho que agora gosto de você." — suspirou — Estou tão confuso, porque tudo tem que ser tão complicado?

— Para que você possa descomplicar. Você me perguntou o que fazer, vou tentar te ajudar, tentar! Primeiro, decide de quem você gosta, porque, se nem você sabe, como é que eu vou saber?

— Bom, eu amava a Ladybug, mas teve essa coisa toda com a Marinette que me deixou confuso, então terminei com ela, pensando que ia conseguir algo com a Ladybug, mas não consigo esquecer a Marinette e… — Ele foi interrompido.

— Te pedi para falar de quem você gosta e não para contar a história da sua vida amorosa decepcionante e fracassada.

— Está bem, eu acho…

— Nessa altura do campeonato você ainda "acha"? Adrien, decide logo quem você quer, Ladybug ou Marinette? — Ele suspirou.

— Marinette.

A azulada subiu as escadas e entrou em seu quarto, encarando a parede que antes ficavam as fotos de Adrien. Lembrou-se da última vez que tinha feito isso, foi logo depois de uma batalha, naquela noite deixou uma lágrima cair e sentiu muita raiva por conta disso. Fazia três meses que tinham terminado o namoro, três meses sem abracá-lo, três meses sem beijá-lo, três meses sem ter uma conversa decente com ele, três meses sem suas mãos se tocarem, três meses sem seus olhos se encontrarem. Ela lembrou-se do primeiro encontro, no Jardin des Tuileries e deixou uma lágrima cair. Quando percebeu o rastro úmido em sua bochecha, esfregou as mãos bruscamente pelo rosto, prometeu para si mesma que não iria mais chorar por conta de Adrien. "Ele não te ama, Marinette, esquece isso", repetia em sua mente. Ela sentia-se culpada por não perdoá-lo, sabia que ele tinha mentido porque não queria machucá-la. De repente, o sentimento de culpa aumentou, todo esse tempo tinha ignorado o modelo, sentiu tanto ódio dele, lembrou-se de quando jogou o guarda-chuva longe. Queria perdoá-lo, pelo menos voltar a ser amiga dele, como era antes. A menina ouviu um barulho vindo de seu celular. Depois de tanto tempo, uma mensagem de Adrien.

Eu sei que ainda está com raiva de mim, mas, por favor, preciso falar com você. Me encontre na porta do colégio em uma hora.

— Acha que vai dar certo? — O loiro perguntou.

— Como é que eu vou saber? Não tenho bola de cristal.

— Até agora você não me disse o que eu falo com ela.

— Eu não posso fazer tudo por você, a vida amorosa não é minha. Apenas… diga que a ama.

— Não é tão simples quanto parece.

— "Marinette, eu te amo." É… parece que é muito simples.

— De qualquer jeito, obrigado, Plagg.

— "Obrigado" nada! Eu quero queijo extra essa semana. — O loiro riu.

O modelo tentava escrever o que falaria para a menina e olhava para o relógio a cada cinco minutos. Quando chegou a hora, se arrumou e avisou para Nathalie que iria fazer um trabalho escolar, mesmo sabendo que ele estava mentindo, a mulher o deixou sair. Adrien andou até o Colégio Françoise Dupont, sentou-se em um degrau da escada e esperou a menina. Suas mãos tremiam, estava muito nervoso, pois ainda não sabia o que falar, nada que tinha imaginado parecia bom, teria que improvisar. O loiro viu a azulada se aproximando do local e sorriu.

— Oi. — Disse ela.

— Oi. — Respondeu.

— Então… o que queria falar comigo?

— Bom, eu vou ser bem direto. — Suspirou — Sinto sua falta. Aonde quer que eu vá, eu sinto que você está ali, não consigo mais dormir e… o tempo todo eu lembro de você, dos momentos que passamos juntos, da sua voz, seu sorriso, nossas conversas. Eu sei que te magoei, menti para você e… que terminei porque gostava de outra pessoa, mas você não sai da minha cabeça, acho que… me apaixonei por você, Marinette. — Ela o encarava em silêncio, não conseguia esconder o quanto estava atônita por conta das palavras do loiro. — Sei que é pedir demais, principalmente depois de tudo o que fiz, mas… poderia me dar uma segunda chance?

— Desculpa, Adrien. Olha, eu pensei que você tinha me chamado aqui para pedir perdão e eu realmente aceito suas desculpas, mas… voltar? Isso eu não esperava.

— Eu sei que ainda está com raiva de mim, mas estou arrependido.

— Eu te entendo, sei que mentiu para não me machucar, mas você ainda está confuso, precisa de mais tempo para pensar em seus sentimentos.

— Então… não vamos ficar juntos?

— O que acha de voltarmos a ser amigos? Como éramos antes?

— Vai ser muito difícil.

— Por quê?

— Eu te amo, Marinette. Quero estar ao seu lado, te abraçar, te beijar e dizer o quanto é importante para mim. — Ele se aproximou e selou seus lábios com um beijo. — Não quero te perder de novo.

— Você nunca me perdeu. — O silêncio permaneceu no local durante alguns segundos, ele ainda a abraçava pela cintura, estavam muito próximos, conseguiam ouvir suas respirações. O loiro tentou aproximar seus lábios novamente. — Desculpa, eu não posso. — Ela se afastou dele, vendo uma expressão confusa no rosto do modelo.

— O quê?

— Não posso simplesmente fingir que nada aconteceu. Querendo ou não, você ainda está um pouco confuso e… eu sei que tem outra pessoa na história, não é fácil esquecer alguém. — Suspirou — Podemos voltar a ser amigos?

— Só amigos? — Ele a abraçou pela cintura, aproximando seus corpos e a azulada sorriu.

— É, só amigos. — A menina se afastou dele e os dois riram.

— Tudo bem. Então, "amiga", vamos ao parque?

— Vamos. — A menina riu e os dois foram até o Jardin des Tuileries de metrô. Quando chegaram, sentaram-se em um dos bancos.

— Olha, eu preciso te perguntar uma coisa, e… se você quiser, não precisa responder. — Ele assentiu — E a garota que você gostava? O que aconteceu entre vocês? — Ela perguntou.

— Bom, eu… percebi que não é ela quem eu amo. — A azulada sorriu.

— Poderia me dizer quem era a garota?

— Por que quer saber?

— Curiosidade.

— Está bem, eu falo. Promete que não vai rir?

— Depende, se for a Chloé eu não vou aguentar.

— Ficou maluca? Claro que não é a Chloé. — Os dois riram.

— Então quem era? — O loiro suspirou.

— Ladybug.