Consequências da mentira escrita por ChattBug


Capítulo 7
Capítulo 7 - Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como prometido, aqui está o sétimo capítulo. Espero que gostem!



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A azulada olhava para a janela durante a viagem, observando a paisagem parisiense naquela tarde chuvosa. As lágrimas teimavam em cair, mesmo com todo seu esforço para que isso não acontecesse. Ela gostaria de perdoar Adrien, sabia que, se estivesse no lugar dele, também não ia querer magoar a pessoa que se declarou, mas ser enganada era uma das coisas que ela simplesmente não suportava. A menina viu o vidro ser molhado pelas gotas de chuva e, novamente, lembrou do dia em que Adrien emprestou seu guarda-chuva preto, o dia em que ela o conheceu, o dia em que tudo começou, o dia em que se apaixonou por ele. Maldito dia. Se não tivesse se apaixonado, não estaria sofrendo. Ela suspirou, não poderia ficar assim, e se fosse akumatizada? Sem a Ladybug, quem iria capturar o akuma e fazer tudo voltar ao normal? Marinette desceu do metrô e andou até sua casa. Quando chegou foi direto para o quarto, sem cumprimentar seus pais, que estavam trabalhando, e jogou-se na cama, deixando mais lágrimas caírem.
O loiro ainda estava deitado, quando ouviu batidas na porta.
— Adrien, está aí? — Era a voz de Nathalie. O modelo levantou-se rapidamente e virou-se de costas para a porta, assim ela não veria como seus olhos estavam inchados.
— Estou sim, pode entrar. — Disse, ligando a televisão para que não desconfiasse. A mulher com os cabelos negros abriu a porta do quarto.
— Eu vim avisar que sua sessão de fotos que seria amanhã foi adiada para semana que vem. — Ela estranhou o fato de que Adrien não a encarou.
— Ah, é claro, obrigado. — Nathalie percebeu que a voz do menino estava diferente, como se ele estivesse chorando.
— De nada. — Ela virou-se e saiu do local, mesmo querendo ficar ali e perguntar ao modelo o que estava acontecendo. Adrien se levantou e fechou a porta.
— Por que você não falou com a Nathalie? Ela poderia te ajudar. Não confia nela? — Perguntou o kwami.
— Não quero preocupá-la com meus problemas e, além disso, eu tenho você para desabafar. — Plagg sorriu.
— Que fofo! Estou feliz por sua consideração, mas acho que não vou te ajudar muito.
— Por que não?
— Da última vez que te dei um conselho não deu muito certo. Se não fosse por mim, você não teria aceitado os sentimentos dela e…
— Não se culpe. Você estava certo, eu que não consegui seguir seu conselho direito. Eu magoei a Marinette, eu menti, a culpa é minha.
— A culpa também não é sua, você não escolheu se apaixonar pela Ladybug.
— O amor é muito complicado.
— Verdade, por isso prefiro queijo. — Disse o kwami que, logo em seguida, engoliu um enorme pedaço de camembert.
— Você não muda nunca. — Disse o modelo, rindo.
A kwami olhou para a menina, que ainda chorava. Precisava fazer alguma coisa, não aguentava ver a azulada daquele jeito.
— Marinette. — A chamou — Você… não quer conversar?
— Conversar sobre o que, Tikki? Eu fui enganada, iludida, não há nada que possa fazer para mudar isso.
— Chorar também não vai mudar mudar muita coisa. — A menina se levantou da cama, olhou seu travesseiro, que estava um pouco molhado por conta das lágrimas, e suspirou.
— Você tem razão. — Ouviram batidas na porta e a kwami se escondeu.
— Filha? — Era a voz de Sabine.
— Oi, mãe, pode entrar. — A mais velha encarou a filha e viu que seus olhos estavam vermelhos. Por um momento, a azulada tinha até esquecido que seu rosto entregava as horas que tinha derramado tantas lágrimas.
— O que aconteceu, estava chorando?
— Sim.
— Por quê? — Marinette suspirou, pensou que depois de ouvir o que Tikki disse, não iria mais chorar por conta de Adrien, mas ela estava errada, pois mais um rastro úmido percorreu sua bochecha.
— Eu e o Adrien… nós… terminamos. — Ela passou a mão pelo rosto, com a finalidade de secar mais uma lágrima que insistia em cair.
— Ah, filha. — Sabine a abraçou e deixou o choro da menina quebrar o silêncio do local durante alguns minutos. — Por quê? Vocês não estavam bem?
— Eu te disse, desde o início, que sentia algo estranho, como se ele não me amasse. Eu estava certa, ele gosta de outra pessoa. — A azulada suspirou.
— Lembra do que eu te disse ontem? Não vale a pena investir em um relacionamento onde há amor apenas de uma pessoa.
— Eu sei, mas… eu o amava, pensei que finalmente tinha encontrado alguém que me amasse também.
— Você ainda é jovem, com certeza vai encontrar uma pessoa que te ame de verdade, não fique triste por ele, não vale a pena. — A menina desfez o abraço e encarou a mãe.
— Tem razão, não vale a pena sofrer por alguém que me fez de tonta. Eu preciso esquecê-lo.
— Acho que o primeiro passo será tirar todas aquelas fotos dele da sua parede. — As duas riram.
— Verdade, vou fazer isso agora. Obrigada, mãe.
— De nada. — Assim que Sabine saiu do local, a azulada encarou a parede e suspirou. Precisava fazer isso, não conseguiria olhar para aquelas fotos e não se lembrar do loiro confirmando que gosta de outra pessoa. Ela andou até a parede e foi tirando as fotos, uma a uma, as amassou e jogou na lixeira.
Na manhã seguinte, Marinette acordou atrasada, teve uma péssima noite de sono, foi atormentada por pesadelos. Depois de se arrumar, desceu as escadas, cumprimentou os pais e tomou seu café da manhã calmamente, sabia que já tinha perdido o primeiro tempo de aula. A menina andou até o colégio, ainda sonolenta. Quando chegou na sala de aula, seus olhos se encontraram com os de Adrien, mas ela desviou o olhar e sentou-se ao lado de Alya.
— Bom dia. — Disse a azulada.
— Bom dia. — As duas ficaram em silêncio durante alguns minutos, mas a morena não resistiu. Assim que o modelo saiu da sala para beber água, ela aproveitou a oportunidade. — Desculpa, mas eu não consegui resistir, o que aconteceu entre vocês? Ontem eu te mandei um monte de mensagens e você não me respondeu, o Nino me disse que com Adrien foi a mesma coisa. Vocês brigaram?
— Nós terminamos. — Respondeu rapidamente.
— Terminaram? Mas… por quê?
— Ele não me ama. — Alya permaneceu em silêncio durante alguns segundos, ainda assimilando as palavras da amiga.
— E… você está bem?
— Melhor do que nunca.
— Sério?
— Sim. Como minha disse, não vale a pena investir em um relacionamento onde há amor apenas de uma pessoa.
— Nossa! Sua mãe devia escrever um livro. — As duas riram e não voltaram a falar desse assunto.
Quando o sinal anunciou o fim das aulas, a azulada andou até a porta da escola e percebeu que estava chovendo. Ela esqueceu o guarda-chuva em casa e Alya já tinha ido embora. Resolveu esperar um pouco, mas a chuva só ficou mais forte. O carro do loiro chegou e o modelo se aproximou dela, segurando um guarda-chuva preto. Seus olhos se encontraram e os dois lembraram do dia em que se conheceram, quando tudo começou. A menina virou o rosto, ainda estava com raiva por ele ter mentido. O modelo queria ajudá-la, não queria que ela pegasse chuva e ficasse resfriada, mas sabia que, se oferecesse seu guarda-chuva, ela não aceitaria e, também, ele não teria coragem de falar com ela depois de tudo o que fez. Adrien desceu as escadas e entrou no carro, sem encará-la. A azulada olhou para o local em que o modelo estava e surpreendeu-se com o que encontrou no chão. Ele deixou o guarda-chuva. Marinette pegou o objeto e fechou os olhos, a lembrança do dia em que se conheceram voltou a atormentá-la. A menina abriu os olhos, fechou o guarda-chuva e o jogou até onde sua raiva permitiu.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será publicado na segunda-feira. Obrigada por ler!