Consequências da mentira escrita por ChattBug


Capítulo 6
Capítulo 6 - Chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o sexto capítulo, espero que gostem e boa leitura!



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Aquele domingo amanheceu um pouco sombrio, o céu estava cinza e as primeiras gotas de chuva começavam a cair. Ela estava preocupada, a mensagem que Adrien mandara na noite anterior atormentou seu sono. A menina levantou-se da cama, se arrumou, olhou para a kwami, que ainda estava dormindo, e desceu as escadas para tomar seu café da manhã, seus pais estavam trabalhando na padaria, então ela estava sozinha na mesa. Depois de terminar, foi para seu quarto e andou até a janela, observando a paisagem daquela manhã chuvosa, vendo o vidro ser molhado pelas gotas e lembrando-se do dia em que Adrien emprestou seu guarda-chuva preto. A azulada fechou os olhos.
Na casa do loiro, as coisas não eram muito diferentes. Ele também fizera sua primeira refeição daquele domingo sozinho. Assim que terminou, subiu as escadas e foi para seu quarto, encontrando Plagg dormindo sobre sua mesa de cabeceira. O modelo andou até a grande janela que tinha no local e observou aquela manhã chuvosa, lembrando-se do dia em que emprestou seu guarda-chuva para Marinette. Adrien fechou os olhos para conseguir se concentrar naquela cena. A menina estava parada na porta do colégio, esperando a chuva passar, pois tinha esquecido seu guarda-chuva em casa. Quando o loiro chegou, ela virou o rosto, ainda estava com raiva por conta do incidente com o chiclete de Chloé. Ele a observou por cima do ombro e disse a verdade, confessando que era a primeira vez que estava em uma escola e que não tinha amigos. A azulada ficou atônita com a confissão repentina do menino, que, logo em seguida, ofereceu seu guarda-chuva. Ela ainda estava assimilando as palavras do modelo, quando ouviu um trovão, que a despertou de seu transe. Esticou a mão para aceitar o objeto e seus dedos se encostaram nos do modelo, tentou outra vez e pegou o guarda-chuva, mas acabou esquecendo do botão de fechar o objeto, que acabou se fechando em sua cabeça, fazendo o menino rir, seguida por ela. Logo depois, ele entrou no carro e foi embora. O loiro abriu os olhos e suspirou, teria que encontrá-la e dizer toda a verdade. Marinette não merecia ser iludida, não merecia suas mentiras, ela merecia alguém que a amasse de verdade, alguém que a fizesse feliz. Ele jogou-se na cama, pensando nas palavras que diria para a menina.
A azulada abriu os olhos e deixou cair uma lágrima. Quando Adrien aceitou seu pedido de namoro, sentiu que finalmente conseguira encontrar alguém que a amasse de verdade, pensou que o loiro era o amor de vida, conseguia até imaginar seu futuro com ele, mas esse sentimento acabou. Quando recebeu aquela mensagem, confirmou o que já imaginava.
— Bom dia, Marinette. — Disse a kwami.
— Bom dia, Tikki. — Falou a menina, ainda observando as gotas de chuva molharem sua janela.
— Está tudo bem?
— Sim, está… tudo ótimo. — Disse, ainda distraída. Ela desceu as escadas e ajudou seus pais na padaria, mas a hora parecia não passar. A cada cinco minutos, a azulada olhava para o relógio.
— O que foi, filha? Parece preocupada. — Falou Sabine.
— Não é nada, eu só… tenho que ir na casa da Alya mais tarde para… fazer o trabalho de história. — Mentiu, pois não queria preocupar sua mãe com uma coisa que não tinha certeza. Quando chegou a hora, ela se arrumou e foi até o local combinado por Adrien: o Jardin des Tuileries. No caminho, ela lembrava de seu primeiro encontro com o menino, que foi nesse mesmo local. Por que ele tinha que escolher justo esse lugar? Paris tinha tantos lugares, a torre Eiffel, o Place des Vosges, a Pont des Arts… Por que ele escolheu justo o local em que se encontraram oficialmente pela primeira vez? A chuva tinha parado, mas o céu continuava cinza. Quando chegou ao local, percebeu que o modelo já estava lá, ele parecia nervoso.
— Oi. — Disse a menina, sentando-se no banco ao lado dele, que, por ficar debaixo de uma árvore, não estava muito molhado.
— Oi. — Respondeu o loiro e, logo em seguida, suspirou. — Eu… te chamei aqui porque preciso muito falar com você. — Marinette permaneceu em silêncio — É que… — Suspirou novamente — eu… não sei como dizer isso.
— Você gosta de outra pessoa, não é? Sente que está traindo-a quando está comigo. Quando me declarei, você não sabia o que fazer, e acabou aceitando meus sentimentos, mas agora percebeu que não consegue mais mentir para mim e nem para si mesmo.
— Como você…
— Está praticamente escrito na sua testa. — Disse a menina.
— Eu… sinto muito. Você é incrível, linda, simpática, mas… — Suspirou, não conseguiria dizer aquelas palavras para Marinette. Não conseguia dizer que gostava de outra pessoa, não conseguia dizer que estava mentindo aquele tempo todo.
— Tudo bem, eu… acho que te entendo.
— Mesmo? — A menina pensou em Chat Noir, sabia que ele gostava dela, mas o que faria se o gato resolvesse se declarar? Não gostaria de magoá-lo. Também lembrou das palavras de Tikki quando se declarou para o modelo. "Imagine se o Nathanaël se declarasse, dissesse que te ama, o que você faria?"
— Acho que sim.
— Eu… queria te pedir desculpas, sei que o que fiz foi errado. Eu deveria ter dito a verdade desde o começo, pensei que, mentindo para você, estava te poupando da dor, mas… eu estava errado. Se eu pudesse voltar no tempo…
— Mas não pode. Você não pode mudar o passado, o que pode fazer é boas escolhas no presente, para que isso não se repita no futuro.
— Você tem razão. — O silêncio voltou a permanecer no local durante alguns segundos. — Marinette? — Ela o encarou — Você… está brava comigo?
— Não estou brava, estou decepcionada. Nunca imaginei que você seria capaz disso, Adrien.
— Eu sinto muito, não queria te magoar.
— Eu sei.
— Nós podemos continuar sendo…
— Não termine essa frase. Você me iludiu, me fez de tonta, brincou com meus sentimentos, me fez acreditar que finalmente eu tinha encontrado a pessoa certa. Não vai ser fácil te perdoar e fingir que nada aconteceu. Eu sei que você não queria me machucar, mas… é muito difícil saber que seus sentimentos não são correspondidos e fingir que está tudo bem.
— Eu realmente não queria que as coisas fossem assim
— Eu sei, mas elas são. Bom, então… eu estou indo. Tchau, Adrien. — O loiro observou a azulada desaparecer pelas ruas da cidade. Assim que a perdeu de vista, pegou uma pedra do chão e a jogou longe, com toda sua raiva. Ele percebeu que algumas pessoas o encaravam, então resolveu ir para casa. Quando chegou, subiu as escadas, foi para o seu quarto e jogou-se na cama. Sem perceber, deixou uma lágrima cair.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado no sábado. Obrigada por ler!