Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 22
Amor


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu estou emocionada! Eu havia dito que a historia estava acabando, e esse é o último capítulo! Eu resolvi juntar o penúltimo a esse, achei que ficaria melhor dessa forma. O epílogo vai se postado daqui a pouco, e espero muito que vocês gostem e aprovem.
Eu quero agradecer a todos vocês que acompanharam, favoritaram e recomendaram essa história. Agradeço aos meus leitores fantasmas que eu não conheço, mas amo muito. Vocês são responsáveis por fazer a história acontecer. Até a próxima! A tia Moon ama muito vocês!
Um beijo, um brigadeiro!



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Percy sentiu o coração falhar uma batida, foi como se seu mundo tivesse parado de girar por alguns segundos. E antes que pudesse pensar, suas pernas se moveram sozinhas até a grande janela estilhaçada. Atrás de si podia ouvir os gritos desesperados de Atena que eram abafados por um abraço apertado de Sally, que também chorava baixo. A cabeça do moreno latejava fortemente e o coração parecia ter entrado em choque dentro do peito. Ao olhar para o chão, ele teve o vislumbre de um vestido negro. Que mais tarde notaria com clareza que do que se tratava. Mas no instante que seus olhos alcançaram os cinzentos de Annabeth, seu coração voltou a bater. A loira num último momento havia se agarrado ao parapeito da janela, Percy rapidamente a puxou pelos braços. Ela tinha os olhos arregalados e vermelhos, e sua respiração estava ofegante, mas tudo isso deu lugar a um choro alto e repleto de soluços.

Percy abraçava a esposa fortemente, como se a qualquer momento ela pudesse desaparecer. E ele não permitiria isso. Antes que pudesse perceber, lágrimas de felicidade rolaram de seus olhos verdes. Ele quase não sentiu quando uma Atena desesperada se juntara ao abraço.

—Obrigado... Obrigado. -agradeceu aos céus, beijou o topo da cabeleira loira e encaracolada da esposa. - Você está aqui... Obrigado.

Annabeth ainda tremia, mas o calor dos braços do marido a confortava. Por isso quase reclamou quando ele a soltou, mas Atena a cobrira de beijos preocupados. O coração daquela mãe que alguns momentos atrás parecia ser feito de chumbo, agora se acalmara instantaneamente. O restante das pessoas correu rapidamente para o lado de fora, para conferir o estado da outra mulher.

—Minha filha... -ela espalhava beijos pela face da garota. - Minha garotinha está viva, nunca mais faça isso com sua mãe. Meu coração não aguentaria. - segurou o rosto da filha entre as mãos. - Vai ficar tudo bem agora, eu prometo.

—Vovó... -a garota sussurrou para mãe. -Ela morreu?

—Vai ficar tudo bem!-Atena consolou, a verdade é que ela não sabia, e também teve medo ao reparar nos desejos sombrios do seu coração.

“O que você fez Hera?”-pensou, enquanto acariciava os cabelos loiros da filha que não demorou a adormecer, devido a tanto desgaste emocional.

***

—Sua esposa ficará bem. -assegurou o médico. - Ela ainda não acordou, pois a situação foi muito chocante para ela. Ela teve alguns cortes levianos nos membros superiores, por causa do vidro. Também tem um ferimento superficial na linha abaixo do pescoço, possivelmente feito pela adaga. Mas não deixará nenhuma cicatriz.

Percy pode enfim suspirar aliviado, desde que encontrara uma Annabeth desacordada nos braços de Atena, sua preocupação o atingiu rapidamente. Mas agora estava tudo bem.

—Você ficará bem, eu juro. - assegurou, enquanto arrumava os fios loiros que insistiam em ficar grudados na face da mulher.

***

—Poseidon, me desculpe... -Atena murmurou, sentada naquele quarto de hospital, ela pensava em como as coisas chegaram até esse ponto. -Se eu soubesse o que ela fazia... Eu... Poderia ter feito alguma coisa.

—Eu sei que faria. -tranquilizou a mulher.

Ambos estavam sozinhos, Sally fora para casa e Frederick estava em uma de suas muitas viagens. Mas não havia um clima romântico entre os dois, era difícil de explicar, mas naquele momento o passado de ambos havia se conectado de uma forma letal e extremamente dolorosa. Se outras pessoas tivessem livre acesso, julgariam a cena como no mínimo comovente.

Trocaram o vestido negro de Hera, por a roupa hospitalar padrão. A mulher tinha cortes nos braços e pernas, alguns profundos e outros superficiais. Mas o mais preocupante, sem sombra de duvidas era o grande ferimento no crânio feminino. O médico havia alertado que ela devia ter caído de cabeça, e parecia surpreso pelo fato da mulher ter sobrevivido a uma queda dessa altura, embora o estado em que estivesse fosse ainda mais preocupante que a morte. Hera ainda não havia despertado no período de tempo em que estava internada, e já fazia mais de três horas. O rosto estava enfaixado devido aos diversos cortes na região facial, somente olhos, nariz e boca estavam visíveis. O barulho irritante das máquinas que mantinham a mulher viva era o único som que predominava no quarto.

Atena sentia calafrios no momento em que encarava o corpo desfalecido da mãe. Era assustador, e ela não sabia o que sentir. Encará-la naquele momento era como dormir por muitos anos e acordar em uma realidade que não era sua. A morena de olhos cinzentos não via aquela mulher como sua mãe, e era doloroso admitir que talvez nunca mais a visse dessa forma, por que mesmo que a mulher acordasse nada seria como antes. Sempre achou as atitudes de Hera estranhas, mas jamais acreditaria que ela fora capaz de matar pessoas... Capaz de ameaçar sua própria neta.

—É difícil de acreditar. -começou Poseidon. - Passei anos me perguntando o que de fato tinha acontecido e agora que sei de toda a verdade, tudo que mais desejo é retornar ao conforto que a ignorância me proporcionava.

—Você não precisa ficar aqui. Sabe disso. Deve ser doloroso olhar para ela... Ela matou...

—Sinto que devo estar aqui, por que nesse momento, eu sou a única pessoa que pode entender a sua dor, Atena. -falou ele encarando os olhos opacos da mulher, a tristeza preenchia o seu coração.

—Obrigada. -agradeceu. - Eu não sei o que devo sentir agora, por que tudo que eu mais desejo é que ela pague por tudo que fez... Mas ela ainda é minha mãe! Eu me sinto um monstro por desejar coisas tão ruins assim.

—Você é uma boa mulher Atena. Uma boa mãe, uma boa amiga, mas às vezes se esquece de que também é humana e que às vezes é impossível ser bom o tempo todo.

—Você é mais inteligente do que eu pensei que fosse. -fungou um tanto agradecida.

Poseidon riu seco, não era o seu melhor sorriso, mas conseguira a proeza de acalmar as batidas descompassadas do seu coração.

—O que vamos fazer quando ela acordar?- Atena perguntou insegura.

Poseidon permaneceu calado e fitou de esguelha o corpo pálido de Hera. Não tinha tanta certeza de que a mulher acordaria e percebendo o olhar incrédulo do homem, Atena tratou de se pronunciar:

—Ela vai acordar. - Atena afirmou, preferia lidar com uma Hera consciente dos seus atos do que com a mulher pálida e desfalecida que ocupava uma das inúmeras macas do hospital.

Mas ela não acordou. Hera não voltou a abrir os olhos, sempre se achara parecida com uma boneca de pano. Sem alegria, sem amor, desprovida de qualquer sentimento benigno, foi preenchida com ódio e rancor durante anos de sua vida, e agora como uma boneca de panos, desprovida de tudo que fazia de um ser humano, um ser humano, Hera agora também era desprovida de vida. E seus olhos ficariam fechados para sempre.

***

—Percy... -Annabeth chorava. - Eu a matei... Eu matei uma pessoa, eu sou um monstro.

—Calma... -ele abraçava a esposa contra o peito, sentia o corpo feminino tremer em seus braços. - Você vai ficar bem, nós vamos ficar bem, foi uma promessa.

O caixão de Hera descia para a sepultura. O enterro não foi grandioso, apenas os familiares compareceram, Atena tinha uma olhar firme, embora os olhos avermelhados denunciassem que ela havia chorado.

O sol iluminava todas as lápides, fazia um lindo dia de sol. Tão iluminado quanto o sorriso da pequena Hera, que por desconhecer o amor, acabou odiando o resto do mundo.

***

Semanas depois

 

Itália, Residência D’Ângelo.  

—Força querida!-a parteira incentivava Thalia a empurrar.

A morena estava na cozinha conversando trivialidades com Nico e sua sogra, quando de repente sua bolsa estourara. E as contrações não demoraram a aparecer, Thalia já arfava de dor quando Nico enfim conseguiu trazer a parteira.

Thalia sentia seu interior se rasgar, era uma dor profunda, não era tão fácil quanto ela imaginava. Maria, sua sogra, enxugava o suor da sua testa da morena, respirar estava cada vez mais difícil. E gritos rompiam de sua garganta sem permissão, gritos esses que deixavam Nico completamente atordoado e preocupado do lado de fora do quarto.

—Já está quase lá!- a parteira avisava, mas Thalia não tinha muita fé nas palavras da mulher, já que ela falara isso desde o começo. -Força querida! Empurre um pouco mais, só mais uma vez! Vamos um, dois...

Um grito interrompeu a contagem da mulher, que se concentrou em pegar a criança que chegara ao mundo gritando em plenos pulmões.

—Um menino...

—Meu filho, é o meu filho. -os olhos da morena brilhavam com as lágrimas de felicidade represadas nos cantos dos olhos. -Eu amo você meu pequeno.

Acariciou os fios ralos de cabelo, aquele era seu filho.

***

—Annabeth!- Percy reclamou, a esposa acabara de lhe dar um susto.

A loira gargalhava com gosto.

—Não faça essa cara. - ela zombou do bico chateado que o marido fizera. - Vamos, pare de ser chato!

—Meu coração poderia ter parado, sabia?- fez drama.

—Não exagere. -ela abriu um grande sorriso.

E Percy a admirou, aprendeu a valorizar mais os sorrisos dela. Por que desde o falecimento de Hera, Annabeth não sorria. Sentia-se culpada pela morte da avó, e demorou dias para que finalmente entendesse que não tinha culpa alguma, ela defendera a própria vida, e principalmente, defendera a vida de sua família. Se não fosse por ela, nenhum deles estaria vivo neste momento.

—Não estou exagerando.

—Está sim!-acusou a loira.

—Talvez um pouco. -admitiu levantando ambas as mãos em sinal de rendição. -Mas, ainda assim, eu vou querer ser recompensado.

Annabeth revirou os olhos e se aproximou zombeteira.

—E como poderia recompensá-lo meu caro marido?-perguntou se aninhando nos braços do moreno.

—Sorrindo mais vezes. -disse simples. -Eu amo seus sorrisos! Na verdade eu te amo por inteiro!

—E eu amo você com todo meu coração, amo você, até mesmo quando se faz de burro!- sorriu.

Percy selou os lábios, finalmente estavam bem, juntos e felizes como deviam estar a muito tempo.

—O bêbe da Thalia nasceu. É um menino, recebi a carta nesta manhã. Eles vão voltar para Nova York! -anunciou animada e quebrando o silêncio.

—É uma maravilhosa notícia! Aproveitando a deixa, você não acha que está na hora de encomendarmos o nosso filho?- Percy indagou zombeteiro, mas parou quando sentiu o corpo da loira enrijecer em seus braços, e ela se afastou.

—Você não quer?-perguntou ele receoso.

Annabeth balançou a cabeça.

—Eu quero muito, mas... Não podemos encomendar um bebê, quando ele já está aqui. -levou uma das mãos do marido até o seu ventre liso. -Você vai ser papai.

Percy petrificou no lugar, os olhos verdes fixos no ventre da sua esposa. Os olhos fixos no ventre da mãe do seu filho.

—Eu vou ser pai?-perguntou mais para si mesmo, ele quase não conseguia acreditar, estava feliz e assustado. Tudo ao mesmo tempo.

—E eu vou ser mãe!-murmurou chorosa, mas o choro era de alegria.

E logo Percy estava segurando a esposa no colo e a rodopiando pela biblioteca.

Depois de dias, a tempestade finalmente partira e eles podiam visualizar o arco íris colorindo o horizonte. Por que Annabeth e Percy aprenderam a se amar. Descobriram o amor plantado em seus corações esperando pacientemente até surgir. Por que eles se amaram como amigos, se amaram como marido e mulher e agora se amavam como futuros pais de uma criança. O amor tem poder de mudar as pessoas, o amor tem poder de mudar o mundo. E eles finalmente... Aprenderam A Amar.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Acho que já disse muito nas notas lá em cima, mas nem todos os “obrigadas” seriam suficientes para descrever o quão agradecida eu sou por terem dado uma chance a história. Por terem me dado uma chance!
Até a próxima!



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