Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 21
Finalmente aprendi


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Estive ausente por motivos de saúde. Gente espero que gostem do capítulo e não me matem.
Um beijo, um brigadeiro!



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Annabeth sentia o coração bater fortemente dentro do peito, a adaga ficara cravada na parede a poucos centímetros do seu rosto. A sua respiração estava entrecortada, por pouco a lâmina não acertara seu rosto em cheio, olhou para avó perplexa. Foi ela quem assassinou Cronos, tinha sido ela o tempo todo, em cada detalhe ela estava ali. Annabeth se perguntou até que ponto aquela mulher sabia.

—Respire querida! Profundamente. -Hera comandou feliz. -Inspire esse ar.

Annabeth não entendia nada do que ela estava falando, fitou aquela mulher, sempre zombou e brincou dizendo que sua avó era louca. Mas agora enquanto suas pernas tremiam de medo e mais gritos estavam presos em sua garganta, ela conseguiu ver a verdade por trás de suas brincadeiras. Aquela mulher estava totalmente desequilibrada.

—Vovó, por quê? - questionou em baixo tom, sua voz não conseguia sair. -Por que está fazendo isso, está tentando me machucar?

—Por que não? Essa é a pergunta que devia fazer. -esclareceu, se aproximou da neta e arrancou à faca da parede, Annabeth estava prestes a gritar novamente, mas Hera levou um dos dedos aos lábios em um pedido de silêncio. E como garantia de que teria seu pedido atendido, imobilizou a neta colocando a adaga rente ao seu pescoço.

***

Do lado de fora do quarto, Percy corria desesperadamente, havia subido as escadas com uma velocidade sobre-humana. Seu coração rugia furiosamente, aquele grito não fora algo sem motivo, ele sentia. Enquanto abria cada porta do imenso corredor e gritava por Annabeth, ele sabia que sua esposa corria perigo, sua mente estava nublada de preocupação. E quando finalmente alcançou seu destino seu corpo paralisou. Ele via Annabeth sendo imobilizada pela própria avó, seus instintos mandavam que ele corresse para tirar aquela mulher de cima da sua esposa. Mas sabia que não podia fazer isso, antes que pudesse sequer tocar na mulher, ela mataria sua esposa sem dó. Ele sabia disso.

Hera apertou os olhos.

—Você é esperto Jackson! Mas muito lento. -zombou. - Agora se afaste da porta, ou sua querida esposa morre. Vamos venha lentamente, qualquer gracinha e eu corto fora a cabeça dela.

Percy sentia todos os músculos tensos, mas quando seus olhos se fixaram com os trêmulos de Annabeth ele sentiu a impotência se alastrar por seu corpo. Não podia fazer nada, a não ser obedecer. Afastou-se da porta.

—Vai ficar tudo bem, Annie. - tentou tranquilizar a loira. -Eu vou te salvar.

Hera riu, aquela situação estava incrivelmente divertida.

—Calma querida! Você ouviu! Seu marido vai salvar você. -zombou sarcástica. - Agora vamos descer, preciso mostrar aos outros, você entende não é Jackson? Não é tão egoísta a ponto de não querer dividir o espetáculo com o resto da família.

Percy cerrou os punhos, tudo que queria era arrancar a cabeça daquela mulher. Não entendia o que estava acontecendo.

Annabeth arfou, as lágrimas já escapavam por seu rosto.

—Eu vou descer as escadas agora! E se eu ao menos imaginar que está me seguindo antes que eu mesma o chame, eu vou machucar minha querida netinha. -ameaçou.

—Vai ficar tudo bem. - ele murmurou mais para si mesmo, Annabeth tinha os olhos banhados com lágrimas, ele observou parado enquanto a via se afastar.

***

—Poseidon me larga agora!-Atena vociferava. - É a minha filha!

A morena tentava se soltar a todo custo do aperto que Poseidon lhe submetera desde que haviam escutado o grito de Annabeth. Sally também estava sendo segurada pelo detetive, ambas as mulheres tentavam se livrar da prisão.

—Você não tem o direito. -se debateu ainda mais nos braços do homem. - Eu preciso saber o que aconteceu com a minha filha.

—Percy já está lá. Fique calma, está tudo bem. -tentou acalmar a mulher.

—Se está tudo bem, porque não me deixa subir. -gritou, sentia um aperto no coração, sua filha não estava bem, ela sabia.

—Ora solte minha filha, Poseidon!-gritou Hera do topo da escada, os olhares do grupo embaixo foram de total surpresa. - Ela precisa ficar atenta ao espetáculo.

Atena sentia os olhos se encherem de lágrimas, sua filha estava sendo imobilizada e ameaçada.

—Vocês todos! Se alguém ousar tentar chegar perto de mim, eu farei picadinho da loirinha.

—O que está fazendo?- Sally quase não conseguiu se pronunciar. -Largue-a.

—Cale-se! Você quase estragou tudo! Estrangeira maldita!- ordenou se posicionando no intervalo que a escada fazia, estava em um ponto de equilíbrio entre os dois andares do bordel, de costas para uma enorme janela de vidro ela olhou com desdém para todos que estavam embaixo. -Percy! Venha, e sem gracinhas.

O moreno apareceu quase que instantaneamente.

—Junte-se a eles. -Percy hesitou. - Vamos logo com isso!

Annabeth choramingava baixo, estava com tanto medo, tão confusa.

—Percy... -murmurou baixinho, estava fazendo suas preces silenciosas, a lâmina gelada contra sua garganta.

—Pare de chorar, querida. - ordenou Hera. - Vamos contar uma historinha agora.

Annabeth tentou suprimir as lágrimas e buscou o olhar de Percy. Aquela era a única coisa que a mantinha sã, os olhos dele eram a promessa de que tudo ficaria bem.

—Sabem, há muito tempo atrás eu morei aqui nesse lugar. - anunciou causando o espanto de todos. - Minha mãe, minha irmã e eu. Imaginam como foi crescer aqui? Com certeza não. E todas as noites eu tinha que ficar ouvindo o que acontecia aqui dentro! Mas eu não podia fraquejar, isso não. Eu tinha uma irmã mais nova para proteger, já que minha mãe não ligava para nenhuma de nós.

Atena soluçava.

—Então a dona deste lugar decidiu que eu já estava na idade de trabalhar, parar de gerar dívidas. Minha mãe devia isso a ela. Então eu tive que fazer, não sabe a humilhação que foi me vestir como aquelas mulheres. Prostitutas que vendiam seus corpos por alguns centavos. Mas então eu conheci alguém. Ele me salvou do abismo, para logo depois me jogar de volta. Foi seu pai Poseidon. - mostrou os dentes em um sorriso sofrido e desgastado pelo tempo. - Eu o amei, mas do que amei qualquer pessoa. Ele prometeu que me tiraria daqui, me alimentou com falsas esperanças! E me abandonou a própria sorte depois que conseguiu tudo que desejava.

Poseidon cerrou os punhos.

—Mentira!- rugiu. - Meu pai era um bom homem.

—Você não o conhecia!- Hera gritou. - Eu sim. Nenhum de vocês jamais viu como Cronos realmente era! Um porco, um miserável!

—Ele me deixou aqui. Depois de tantas promessas. Foi ai que eu conheci o traste do seu pai. -lançou um olhar para Atena, que olhava para a própria filha, como ela queria abraçar sua filha. -Seu querido papai era a pior escória do mundo! Um lixo de homem, ele abusou de mim, e me deixou você como presente. Foi fácil convencer aquele idiota, eu queria uma nova vida e a consegui. Eu reencontrei Cronos, e o maldito riu na minha cara. Então eu bolei um plano perfeito, eu só precisava juntar Atena e Poseidon e me vingar de Cronos, e no meio do caminho eu finalmente pude me livrar do seu pai, Atena. Ver aquele traste morrer foi um dos ápices da minha existência.

Atena arfou, as lágrimas se derramavam descontroladas.

—Minha filha, me dá minha filha. -implorava Atena, Sally apertava o filho em um abraço, ele também estava desesperado. Seus olhos estavam vidrados na esposa.

—Mas a estrangeira apareceu para estragar tudo. -Hera vociferou. - Você não imagina o quanto eu te odeio! Você quase pôs tudo a perder! Eu até tentei consertar tudo, mas Cronos foi um traste, recusou-se a me ajudar, então eu me livrei dele.

Dessa vez, Beckendorf precisou segurar Poseidon.

—Sua maldita! -rugiu furioso.

—Para trás ou a garotinha morre!-ameaçou, Poseidon tentou se controlar.

Annabeth chorava baixinho.

Percy sentia o coração doer, mas não podia se aproximar, sabia que não seria rápido o suficiente.

—Parem de interromper. - brigou. - Não estavam tão curiosos para saber o porquê de tudo isso. Então se calem.

—Onde eu estava? Ahh claro, então eu tive que matá-lo, ele me irritou tanto naquela noite, eu fui precipitada demais. Antes eu só desejava que ele visse a preciosa família misturada com alguém que ele considerava tão suja. Eu faria Atena ser minha corrente direta para destruí-lo, mas então tudo desandou de uma forma incontrolável. Eu o matei e admito que não raciocinei corretamente. Mas isso me deu uma nova perspectiva para minha vingança, Cronos pode não estar aqui para ver, mas ele vai sentir de onde estiver quando eu extinguir tudo que ainda lhe resta da face da terra. E eu comecei há muitos anos atrás, com sua mamãe Poseidon. Aquela maldita realmente pensou que pudéssemos ser amigas! Ela me tirou o homem que amei.

Poseidon sentiu os olhos queimarem. Aquele com certeza era o pior momento da vida de todos eles. Era desesperador, Annabeth sendo ameaçada e verdades sendo reveladas. Isso era doloroso demais.

—Solte a minha esposa!- Percy rosna. - Nós não temos nada haver com que meu avô fez ou deixou de fazer.

—Você fala bem! Mas não fala a verdade, eu testei você, Perseu, anos atrás. Você não hesitou não é? Não acha meu sobrenome familiar? Hera. Dare...

—Rachel... -murmurou.

—Minha sobrinha miserável! Ela se divertiu tanto ao brincar com você, se importa mesmo com sua esposa? Deixe que ela morra. Você é como ele, já lhe disse isso há algum tempo. Corra para os braços dela!

—Você é louca!-Percy sentia as mãos tremerem.

—Completamente. -concordou Hera. - Mas eu fiz tudo isso por um motivo, esperei todos esses anos por isso. Depois que Atena rompeu o noivado com Poseidon, o plano mudou. Primeiro nasceu você, Percy, uma criança mimada; e quando minha neta nasceu tudo ficou mais claro do que água. Eu só precisava me aproximar novamente, mas nem precisei me esforçar. Vocês duas estavam ansiosas para unirem as famílias, então eu esperei ainda mais até que o casamento acontecesse, mas os dois idiotas queriam se mudar para Londres. Iam se afastar de mim, o plano não iria funcionar com vocês longe, então eu tive que trazer a Rachel de volta, aquela garota é uma chatice. Se não fosse por minha irmã, ela estaria aqui com vocês hoje. Depois que tudo se acalmou, misteriosamente o casal maravilha começou a revirar as informações sobre o assassinato de Cronos. Então a hora chegou. Duas gerações de idiotas vão morrer. Eu realmente esperei minha vida toda por isso!

Ela lambeu os próprios lábios.

—Que tal começarmos por você, querida?-perguntou para Annabeth.

A garota balançava a cabeça debilmente, ela queria gritar um não, mas tudo que conseguiu pronunciar foi:

—Amo vocês. -choramingou, Annabeth observou a janela de vidro pelo canto dos olhos, uma ideia lhe ocorreu.

—Annie!- Percy gritou.

—Olha que fofa, ela está se despedindo!-Hera zombou. - Vamos querida! A vovó não é tão cruel assim, pode se despedir.

—Mamãe, você foi maravilhosa, a melhor mãe que alguém poderia ter. Amo você. -engoliu a própria saliva. -Sally, você é uma mãe maravilhosa e me deu o maior presente que eu poderia ganhar, cuide do Percy por mim. Eu amo você sogrinha. Poseidon eu sinto muito, desculpe, os seus pais... Obrigada por me deixar ser parte da família Jackson, eu amo você. Beckendorf desculpe te envolver nisso.

—Falta só um! Querida! - Hera zombou- Não entendo por que fala como se todos fossem sobreviver.

—Percy, amo você, cabeça- de- algas! Eu finalmente aprendi... Desculpe-me por isso...

Atrás de si, Annabeth conseguiu visualizar novamente a enorme janela de vidro, e com toda força que possuía empurrou o corpo da avó para trás com seu próprio peso. E como estava presa por os braços dela, acabou caindo também, a janela de vidro se estilhaçou e as duas despencaram do segundo andar.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam e até a próxima!