Old Habits escrita por kelly pimentel


Capítulo 12
Felizes para sempre? Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. Esse é o penúltimo capítulo. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/737232/chapter/12

—Tem certeza de que quer mesmo entrar? Podemos dar meia volta e fazer qualquer outra coisa. -MB afirma. Tiro uma das mãos do volante e coloco-a na sua perna, acariciando-a, e então passo do grande portal da chácara. - Sabe, você sempre quis me convencer a ir naquele mercado brechó, ou sei lá o que da Liberdade, podemos ir.

—Maurício, por favor, não seja ridículo.  – Digo sorrindo e olhando-o de lado. Respiro fundo e noto a beleza do local escolhido por Clara, ou talvez pela mãe dela, não tenho certeza. Malu tem um jeito de conseguir tudo que deseja, sempre. Inclusive, conseguiu fazer com que Clara seguisse em frente e se casasse com alguém que ela queria, alguém que coubesse nos seus padrões, alguém que não fosse Fil, nem muito menos Felipe. Mas eu não estava ali por Malu, estava ali por Clara, pela minha irmã, mesmo que achasse que ela estava cometendo o terrível erro de casar por conveniência, eu estava decidida a não causar mais nenhum tipo de transtorno, tudo que podia fazer já havia feito nos dias anteriores, primeiro quando tive uma conversa franca com minha irmã sobre seus sentimentos pelo noivo, depois em minha última tentativa com outra parte evidentemente interessada.  

—Depois de tudo que o Edgar fez com você, você acha mesmo que eu estou sendo ridículo? Lica, eu não quero que você fique triste ou irritada sem necessidade. Isso não é bom para o bebê, nem para você... e encontrar seu pai é sempre um gatilho e não são só algumas horinhas, é um final de semana inteiro.

Lembro das vezes nas quais entrei em atrito com meu pai e no modo defensivo como MB ficou em todas essas situações, mesmo quando o nosso relacionamento não ia bem, MB sempre esteve do meu lado, sempre me apoiou, eu adoraria não ter levado tanto tempo para perceber isso.

—Eu tenho certeza. – Respondo. – É o casamento da minha irmã. O Edgar não vai me roubar esse momento. Além disso, você tem noção de como foi difícil achar um vestido elegante com essa barriga enorme?

 -Você está linda!

Você sabe que eu não estou usando o meu vestido ainda, certo? Deveria deixar para tentar me fazer melhor quando eu estiver dentro dele, amanhã, na hora do casamento. E, só para constar, você realmente deveria me elogiar bastante, foi terrível provar roupas com essa barriga. Levou décadas.

—Foi isso que você estava fazendo ontem á noite? Procurando um vestido? – Ele pergunta me encarando com certa curiosidade. Não era, eu estava em outro lugar, fazendo outra coisa, mas eu sabia que MB não gostaria de saber aonde eu tinha ido, e tudo que não precisávamos agora, justamente agora que estamos tão bem, era brigar, então eu não pretendia contar.

—Foi. A Keyla disse que eu a fiz pagar por todos os seus pecados. – Digo tentando focar em algo que é verdade, eu de fato arrastei Keyla e Tina para me ajudarem com o vestido, mas havia sido um dia antes. Fiz uma nota mental sobre acertar as pontas soltas dessa mentira com minhas amigas, mas as conhecia bem o suficiente para saber que elas sempre me cobririam, mesmo que instintivamente.

—Todo o pessoal só vem amanhã?

—É! Hoje só as madrinhas, padrinhos e parentes mais próximos estão aqui hoje, somos as pessoas importantes para o ensaio, mas não vai durar muito e vamos poder passar o resto do dia aproveitando o ar do campo. – Digo fazendo graça com a última parte.

A primeira pessoa que vemos assim que estaciono o carro é justamente Clara, ela parece cansada, mas vem nos receber com um grande sorriso. Seu noivo também está com ela, e, ao vê-lo, eu quase me sinto mal por tudo que disse a minha irmã, ele parece feliz ao lado dela, parece realmente gostar de Clara, mas uma pequena parte de mim ainda está perguntando, “Mas e ela? Ela gosta dele?”

—Meu Deus, essa barriga não para de crescer. – Clara diz me dando um abraço e voltando sua atenção para meu estomago. -Eu estou ansiosa para conhecer meu sobrinho ou sobrinha.

—Sobrinha. – MB conta. Eu olho para ele imediatamente. Havíamos descoberto o sexo do bebê havia apenas alguns dias, eu nem mesmo tinha contado a minha mãe, apenas Tina sabia.

—Ah meu Deus! -Ela comemora. -Eu sabia! – Clara realmente tinha dito que seria uma menina. Para mim não fazia diferença nenhuma, eu queria criar meu bebê sem definições de gênero, e por isso meu olhar de repreensão para MB, no minuto que as pessoas escutam “menino” ou “menina” elas começam a criar milhões de rótulos e caixas nas quais alguém precisa caber para atender ao padrão.

—Apenas me prometa que não vai comprar nada exageradamente rosa para essa criança. – Digo sorrindo.

—Não posso prometer nada. – Ela retruca abraçando MB. -Venham, vou mostrar o quarto de vocês.

Quando Clara nos deixa no quarto eu encaro MB novamente, e ele imediatamente sabe o que vou dizer.

—Eu sei, sinto muito, eu me empolguei. Além disso, que tipo de nome você pretendia colocar na nossa filha para que ninguém determinasse o gênero? – Ele questiona deitando na cama.

—Não sei. – Confesso deitando ao seu lado. – Mas deveríamos ter conversado sobre isso, não deveríamos? Na verdade, nossa filha nasce em três meses e não temos quase nada pronto. Nem mesmo conseguimos concordar em onde iremos morar ou como vamos cuidar dela.

—Que tal o seguinte: - MB diz se aproximando e me abraçando. – Agora, vamos descansar, namorar um pouco, participar do ensaio e do casamento da Clarinha. Na segunda-feira, nós vamos decidir tudo. Vamos fazer isso de uma forma adulta, eu vou apostar com você numa partida de bilhar. – Ele brinca. O que me faz sorrir. – Viu só, bem melhor assim, com esse sorriso lindo.

Coloco minha boca na sua e minha língua pede passagem, o que a dele rapidamente permite. É um beijo longo, que mescla amor e um desejo enorme. Eu fecho meus olhos e penso em como nunca fui tão feliz antes, penso no modo como essa fase de nossas vidas, por mais conturbada que possa estar sendo, parece certa, simplesmente certa, como se tudo se encaixasse. Meu momento perfeito de felicidade é interrompido pelo toque do telefone de MB.

—É o meu pai. – Ele afirma ignorando a chamada. – Ele realmente precisa me deixar em paz, se alguém que me falar de exportação por mais um minuto hoje eu vou cometer um crime.

—Você deveria pedir demissão. E fazer algo de que goste. - MB levanta a corpo e me encara com curiosidade.

—E quem vai me pagar para passar o dia inteiro deitado na cama ao seu lado?

—Estou falando sério. Você deveria voltar a produzir. Você tem contatos, é bom no que faz, o Anderson vive falando que...

—Lica... não é tão simples assim. Você sabe. Meu pai sempre foi um escroto sem comparação, mas quando eu causei aquele acidente, quando aquele homem quase morreu por minha culpa, ele me ajudou... ele esteve lá por mim.

—E por isso você vai abrir mão dos seus sonhos? Assumir a vida dele? Por quanto tempo você vai continuar se punindo? Não trabalhar na área que você gosta, na qual você é bom, não é sobre o seu pai meu amor, é sobre o modo como você nunca se perdoou por ter batido naquele homem.

—Talvez você tenha razão. – Ele afirma encarando o teto. – Mas isso não torna as coisas mais simples.

—Eu sei. – Afirmo segurando em sua mão.

Mudamos de assunto e passamos o resto do dia juntos, deitados na cama, conversando sobre tudo e sobre nada, os cabelos dourados de MB refletindo a luz que entrava pela janela no final da tarde, o ar fresco do campo, tudo era perfeição. Mas o mundo lá fora continuava existindo e uma hora cobrou nossa presença. Nos arrumamos e seguimos para o jantar de ensaio, e toda a calmaria das últimas horas se transformou em um furação quando meu pai se materializou na minha frente.

—Heloísa. – Ele disse sorrindo. Eu não conseguia lembrar quando havia sido a última vez que nos vimos. Nossa relação nunca mais foi a mesma, eu não havia conseguido passar de tudo que ele fez comigo, com minha mãe, com Clara. Anos e anos de mentira. E por mais que eu tenha sido uma adolescente rebelde e tenha, muitas vezes, passado dos limites no que dizia respeito aos modos de tentar devolver ao meu pai um pouco do sofrimento que ele havia infligido em nossas vidas, eu não conseguia perdoar aquele tapa. A mão de MB rapidamente encontrou a minha e eu a aceitei de bom grado, apertando-a firmemente. – Você está linda. Sua mãe me contou da gravidez, mas eu não... você.. você está muito bonita, parabéns pelo bebê.

—Obrigada. -Digo. E isso é tudo que consigo dizer. Assisto enquanto meu pai e MB se cumprimentam friamente e então MB nos guia para nossos lugares.

—Você está bem? – MB pergunta no meu ouvido assim que nos sentamos.

—Não me deixei sozinha. – Respondo.

—Eu não vou. Não se preocupe.

No dia seguinte, quando os primeiros convidados chegam para a cerimônia, eu finalmente consigo me sentir mais à vontade depois do encontro com Edgar. Minha mãe chega com Luiz, que irá levar a noiva até o altar e eu abraço. Naquele momento, sentindo a minha filha se mover dentro de mim, eu sei o que minha mãe sentiu todos esses anos, eu tenho a dimensão de como ela me ama.

—Aconteceu alguma coisa? -Ela pergunta me encarando.

—Não. Não aconteceu nada. Eu só queria dizer obrigada, por tudo.

—Seu pai falou alguma coisa não foi? – Dona Marta questiona alarmada.

—Não mãe, está tudo bem. Ele na verdade foi bastante amável. -Afirmo.

Tina chega em seguida e cumprimenta minha mãe com um carinhoso abraço. Anderson, que está ao lado dela, me dá um beijo no rosto e pergunta se pode tocar na minha barriga. Algo um pouco raro, mas que realmente aprecio. Mais pessoas deveriam ter a mesma consciência em vez de simplesmente tocar no estômago de uma pessoa grávida como se fosse uma arara de uma loja de roupas qualquer.

—Onde está o MB? – Anderson questiona em seguida. Conto que ainda está se arrumando e Anderson segue para passar o som. Apesar de sua fama internacional, ele ainda estava disponível para os velhos amigos, e Clara adora a música de Anderson.

—Quando estavámos saindo do quarto o telefone dele tocou. Era o pai, isso já faz uns vinte minutos e até agora ele não apareceu. Talvez eu devesse ir até lá...

—Não. Pode deixar, eu vou lá. Preciso falar com ele sobre um material de trabalho. – Anderson diz. Ele beija a noiva rapidamente no rosto e Tina sorri, mas rapidamente seu sorriso se desfaz.

—Aquela é a Samantha? – Tina pergunta.

Sigo seu olhar e facilmente a identifico na multidão de convidados. Samantha não parece ter envelhecido um dia. Embora agora não tenha mais mechas coloridas e seu cabelo esteja um pouco mais longo.

—Eu não sabia que ela mantinha contato com a Clara. – Digo meio desnorteada.

Samantha parece notar nossos olhos nela porque começa a andar em nossa direção. Nesse exato momento o telefone de Tina toca e ela avisa que precisa atender. Ficamos então apenas nós duas, eu e Samantha, cara a cara.

—Lica, que bom te ver. - Ela afirma sorrindo. Me pergunto se ela é sempre cínica ou se esse jeito descontraído é realmente determinante em sua personalidade. – Você está muito bonita. A gravidez combina com você, parece feliz.

—Eu estou. Nós estamos. – Respondo. Parte de mim está me recriminando por ser hostil, mas saber que MB esteve com ela enquanto estava no Rio me deixa irritada, mais do que havia previsto. Talvez eu pudesse adicionar “ciúme descontrolado” na minha lista de efeitos dos hormônios da gravidez.

—E onde está o papai do ano? – Ela pergunta olhando ao redor. – Ainda não tive o prazer de colocar meus olhos nele. Precisamos conversar antes, algumas coisas a gente perde a prática se não...

— Posso saber que assunto vocês podem ter? – Questiono. Tenho certeza que a minha raiva é transparente.

—Sabe Lica, eu tenho que confessar que não esperava esse tipo de atitude vindo de você. – Ela afirma sorrindo. – Se bem que, bom, isso me lembra um pouco o ensino médio, mas me deixa esclarecer uma coisa.

—Não. Você não precisa me esclarecer nada. – Afirmo me sentido culpada e ao mesmo tempo ainda mais irritada.

—Lica, acho que está havendo alguma confusão aqui, eu achei que o MB tivesse dito, mas a Clara pediu para que fizéssemos uma apresentação hoje, eu, ele, e o Guto, pelos velhos tempos. Claro que não é exatamente Lagostines sem o Felipe, mas acho que vamos ter que nos contentar.

—Eu não sabia. – Confesso. Queria matar MB naquele momento.

—Sabe, quando o MB me contou que você estava grávida, e que ele queria lutar para ficar com você, eu realmente fiquei feliz. Eu gosto do MB, ele é uma ótima companhia, mas eu nunca ficaria no meio da história dos outros, eu nunca briguei com outra mulher por um homem, e não pretendo começar agora. Além disso, que tipo de idiota eu teria que ser para lutar por um cara que fala o nome de outra mulher enquanto dorme ao meu lado? Eu não sou um prêmio de consolação, nunca ficaria com alguém que não queira estar comigo. Agora, se você me der licença, eu vou falar com o Guto. – Ela fala se afastando. Acompanho-a com os olhos e vejo quando Guto e Benê se aproximam de seus lugares, vejo também MB se caminhando na direção contrária a de Samantha, eles se cumprimentam brevemente e ele vem até mim.

—Você tá bem? – MB pergunta se aproximando, ele passa os braços ao redor de mim de forma protetiva. – Aconteceu alguma coisa?

—Você deveria ter me contado que ela estaria aqui.

—Eu só fiquei sabendo ontem. Além disso, Clara queria que a apresentação fosse uma surpresa. Sam disse alguma coisa que te incomodou?

—Ela disse que você me ama. – Conto abraçando-o.

—Eu venho dizendo isso tem um tempo. – Ele retruca sorrindo.

—Lica! – Tina me chama se aproximando com Keyla. Acho que tem um problema aqui, um problema que você criou.

—O que aconteceu? – MB pergunta.

—Felipe está aqui. – Tina conta. MB me olha ficando rapidamente vermelho e parece bastante confuso.

—O que você fez? – O pai da minha filha pergunta. Coloco a mão no seu rosto rapidamente e peço para que ele não cause uma cena porque aquilo não é sobre ele, é sobre Clara.

—Você pensou no que isso vai fazer com a Clara?

—Eu só sei que ela não parecia feliz, eu tinha que tentar. Mas eu não queria que ele aparecesse aqui para fazer uma cena. Na sexta, quando falei com ele, disse que tentasse conversar com ela uma última vez, que contasse tudo que sentia.

—Sexta? Quando você mentiu e disse.... ok, sabe do que mais? Tudo bem. Vamos brigar depois, eu não vou esquecer disso, mas agora vamos resolver essa bagunça.

—O que você vai fazer? – Tina pergunta tirando as palavras da minha boca.

—Vocês duas vão pegar o Felipe e colocar ele no Chalé, tá aqui a chave. – MB diz. – Eu vou dar um jeito de levar Clara até lá. Eles conversam sem um auê público. Vai ser melhor assim.

.............................x............................

Conseguir arrastar Clarinha para o chalé foi a parte fácil, mesmo que ela já estivesse em seu belíssimo vestido de noiva. Minha irmã ficou visivelmente chocada quando encontrou Felipe lá dentro, e apesar de ter hesitado por alguns segundos, ela aceitou falar com ele. Eu, MB e Tina deixamos eles conversarem, ficamos do lado de fora. E foi essa a parte difícil, MB parecia prestes a explodir e Tina, me deixou sozinha com ele, embora, minha amiga não tivesse feito isso exatamente de propósito, alguém tinha que garantir que não procurassem por Clara.

—Sério Lica? – MB perguntou assim que Tina se afastou. Descolei da porta, estava engajada na tentativa de ouvir algo da conversa. A curiosidade estava me matando. -Você poderia ter me contado.

—E por que eu faria isso? Você teria se oposto, não teria? Ia tentar me dissuadir dizendo que eu estava sendo intrometida demais e que tentar resolver os problemas alheios como quando eu era adolescente não é algo que eu deveria continuar fazendo.

—Eu não ai...

—Não? – Interrompo sorrindo. -Até parece.

—Ok, você tem razão. Eu provavelmente não iria gostar, mas eu amo você Lica, e isso significa que eu amo tudo, amo as suas tempestades, amo o modo como você tenta ajudar os outros. Só tem um pequeno erro de cálculo aqui, algo que você talvez não tenha previsto: o que acontece se ela quiser mesmo se casar com esse cara? Se ela, ao contrário do que você pensa, de fato gostar dele?

—Então ao menos ele vai ter tentado. -Respondo. -No fim, saber que alguém te ama é sempre bom. Se fosse comigo, se eu estivesse casando com outra pessoa, você não tentaria impedir? – Pergunto me aproximando e colocando minhas mãos no terno de MB.

—É diferente. – Ele responde.

—Por que? – Quero saber.

—Porque você sempre soube o quanto eu te amo. A Clara não tem a mesma certeza quanto ao Felipe. Eu entendo, eu já estive no mesmo lugar que ela. É difícil ser o lado que ama mais.

—Eu te amo, você sabe disso. Você sempre soube. 

—Não. E você sempre fez questão de fazer com que fosse difícil saber. -Ele afirma. Sinto um aperto culposo no peito, ele tinha razão, eu nem sempre estive disponível emocionalmente, eu nem sempre considerei os sentimentos de MB, em muitos momentos, a certeza de que ele estaria ali, disponível, me deu espaço para agir como bem entendesse, para ir embora e voltar a bel prazer. 

—Eu sinto muito. – Digo enterrando minha cabeça em seu peito. -Eu não sabia que você se sentia assim. Eu sinto muito, de verdade. Se eu pudesse voltar atrás...

—Ei, eu acredito... está tudo bem. Tudo que aconteceu nos trouxe até aqui, e é isso que importa. -MB coloca as mãos no meu rosto me fazendo encará-lo. Sinto o verde dos seus olhos nos meus e sei que ele não há nada além de amor me encarando. É um sentimento puro e naquele momento eu finalmente percebi que ele tinha razão, que todos os meus amigos estavam certos, nós fomos feitos um para o outro. Colo meus lábios nos dele e estou em casa, sempre vou estar em casa quando estiver com ele.

Nosso beijo é interrompido pela abertura da porta do chalé. Clara sai parecendo em choque e sinto novamente o aperto no peito com gosto de culpa.

—Você tá bem? – pergunto. Minha irmã balança a cabeça positivamente e me dá um sorriso. É um sorriso estranho, como se ela estivesse em uma espécie de transe.

—Eu tenho que ir. -Ela afirma. -É o meu casamento, não pode começar sem mim.

—Clara... – Felipe começa a dizer. -Você não pode fazer isso.

—Claro que posso. O que eu não posso fazer é sair correndo daqui e deixar tudo para atrás pelo fato de que você acha que me ama. Isso não é justo, não é justo comigo, nem com o meu noivo, nem com todo mundo que veio até aqui. – Ela afirma. -É bem-vindo para ficar Felipe, Os Lagostines vão tocar, não seria o mesmo sem você. – Clara falando caminhando de volta para o local no qual estava se arrumando.

—Eu vou atrás dela. – MB diz se afastando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Old Habits" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.