Capítulo 2: Vida conturbada

            Killian on

Mais um caso entre tantos outros tinha sido resolvido. Nesse exato momento me encontro dentro do meu carro já no estacionamento de casa apenas esperando a coragem para sair e entrar em casa. Me chamo Killian Jones e tenho como profissão advogado, aliás estou entre os melhores do país, esse título me custou caro, muito caro para ser mais exato.

            Acabo decidindo sair logo daquele carro que já estava ficando quente e entro em casa a encontrando do mesmo jeito que a deixei pela manhã. Moro sozinho então se algo estivesse diferente seria preocupante, não tenho nem mesmo animais até porque não teria tempo para cuidar. Jogo minha pasta no sofá e vou para cozinha preparar um chá de hortelã pra mim mas logo meu celular começa a tocar, era Sean um grande amigo meu e um ótimo fotográfo.

—Alô- Falo enganchando o celular entre o ouvido e o ombro enquanto usava as mãos para continuar o chá

—-Oi Killian, ta ocupado?- Sean fala como se fosse algo importante

—-Tô podendo falar, manda – Falo terminando o chá e me jogando no sofá enquanto o chá esfriava um pouco

—-Amanhã pode ir a uma convenção que vai ter? –

—-Onde? E que horas? – Eu não estava tão animado mas talvez fosse bom esquecer um pouco a vida de tribunal

—-No teatro principal as 08h, pode? – Sean realmente parecia querer que eu fosse, como não tinha nada a fazer nem iria custar nada resolvo ir.

—-Posso sim—Falo já pensando no meu dia e meus compromissos do próximo dia

—-Vá apresentável, terá pessoas de todos os cargos possíveis lá de jornalistas há médicos. Boa noite—Sean fala e desliga, ótimo, o que diabos teria nisso amanhã? Jornalistas? Médicos? ...

Acabo saindo dos meus devaneios e vou tomar meu chá assistindo TV, começo a cochilar mas acabo sendo mais forte que o sono e antes que durma subo para o meu quarto e me jogo na cama e por incrível que pareça o sono some. 

Começo a pensar na minha história de vida, meus pais eram pessoas boa apesar de não falar com eles há mais de três anos, quando eu disse que iria ser advogado eles desaprovaram na hora e disseram que eu não teria uma vida promissora caso escolhesse esse cargo. Eles eram médicos e meu irmão Liam tinha escolhido ser biólogo deixando eles mortos de felizes, agora eu que havia escolhido direito era como se fosse a decepção da família, brigamos e até hoje não falo mais com nenhum deles.         

Em relação ao amor prefiro nem prefiro nem gastar meu tempo relembrando os acontecimentos que me levaram a parar de querer achar alguém que prestasse para amar.     Hoje em dia preferia apenas ir para balada em momentos livres e pegar algumas e depois pela manhã continuar como se nada tivesse acontecido e assim seguir minha vida como ela deveria permanecer.

Não lembro quando mas acabo pegando no sono e dormindo. Não sei quanto tempo se passou mas acordo com o som do meu despertador tocando, era 06:30 da manhã. Como tenho costume de acordar cedo apenas me levanto e começo a fazer minha rotina matinal e logo após termina-la vou fazer eu café da manhã, torradas com suco. Assisto TV enquanto como para não ficar um silêncio geral e ao terminar subo e visto minha roupa de costume, calça social, blusa social e um blaser. Penteio o cabelo e desço já pegando minha pasta e dirigindo até o teatro no qual tinha o evento que Sean havia me convidado.

            Chegando lá me perguntei se estava em uma feira, tinha várias pessoas, para ser mais preciso tinha inúmeros fotógrafos em cima de um carro, quem quer que estivesse ali dentro com certeza era muito importante. Sigo direto e em meio a tantos corredores esbarro com Sean

—Finalmente te achei cara- Falo já cansado de está perdido diante daquele lugar enorme

—Eu que digo, mas agora preciso ir fotografar uma das pessoas mais importantes daqui – Ele fala olhando ao redor como se estivesse procurando alguém

—Quem? O Barack Obama? Papa? Madonna? – Falo também olhando em volta mesmo sem saber quem procurava

—Não idiota, Emma Swan uma das melhores modelos do país, ela tem prêmios internacionais- Sean fala e logo reviro os olhos. Sério isso?

—Ah.. era só isso? – Falo sem um pingo de interesse

—Só? Você realmente não sabe como é a vida de um fotografo- Sean ia continuar falando mas para bruscamente olhando para algo atrás de mim, decido me virar também e vejo uma mulher loira chegando e passando pela porta principal, ela era... linda. Pera quê? Ta, eu não podia negar o quão era ela linda e tinha inúmeros jornalistas em cima dela quem será essa.

—Sean quem é aquela? – Pergunto a ele e o mesmo me olha com uma cara como se algo fosse óbvio

—Sério que você não sabe? Essa é Emma Swan – Sean fala e me deixa plantado ali enquanto vai na direção da própria fotografa-la e eu fico apenas o olhando fazer seu trabalho e depois vou para os bastidores.

            Já devia fazer uns trinta minutos que eu estava aqui e isso estava muito tedioso e decido sair e ir andar pelos corredores para pelo menos esticar as pernas. Estava andando concentrado nos meus pensamentos e na música que tocava quando esbarro em alguém não notando que tinha alguém na minha frente

—Me desculpe, eu não tinha a visto- Falo a moça na qual eu havia esbarrado e quando ela levanta o rosto a reconheço, Emma Swan. Ela era ainda mais linda de perto, tinha os olhos verdes como uma floresta, a pele branca feito a neve, sem dúvida ela era uma mulher que merecia seu titulo.

—Não tem problema algum, eu também estava um pouco distraída- Ela fala com um sorriso sincero e meio tímido e me estende a  mão – Prazer, Emma Swan

—Killian Jones- Falo apertando a mão da própria e sorrindo também em resposta e rapidamente como em um passe de mágica chega um homem com uma cara fechada nada boa, ele parecia que iria matar alguém. Ele puxa Emma pela cintura de uma vez parecendo assustá-la

—O que você pensa que está fazendo? – O homem fala com uma cara de que estava prestes a fazer um escândalo olhando para Emma que o olhava com... medo? Não sei o que estava acontecendo

—Esse é o Sr.Jones. – Ela fala com a voz meio tremula me deixando um pouco confuso e apenas aceno com a cabeça quando ela fala meu nome- Sr.Jones, esse é meu namorado Neal Cassidy – Ela fala e o homem que a segurava pela cintura a aperta mais, que estranho.

—Prazer, Sr.Cassidy- Falo estendendo a mão mas ele apenas vira a cara e me deixa em um grande vácuo deixando Emma meio desconcertada

—Emma, precisamos ir tenho que falar com você- Neal fala olhando pra ela com um olhar fuzilador e parecia mais uma ordem do que uma afirmação e ela apenas assente e sorri para mim acenando com um tchau e sai com ele entrando em outra sala junto a ele.

Eu ainda estava plantado no corredor relembrando aquele par de olhos verdes que com a chegada do namorado tomaram um ar assustado? Deve ser coisa da minha cabeça. Já estava de saída quando passo pela porta na qual eles estavam e escuto coisas quebrando. Deveria intervir? Será que pode ser um barulho de outro lugar? Resolvo não fazer nada e saio andando em direção ao grande pátio.

            Minutos haviam se passado e avisto Emma vindo em minha direção com um olhar totalmente aparentando desesperado, ela tinha um sorriso no rosto mas não sei como talvez pelo o que já passei consegui reconhecer seu olhar desesperado através daquele sorriso.

—Me desculpe pela grosseria que Neal o tratou, ele está um pouco estressado- Ela fala com um sorriso doce mas apenas consigo prestar atenção em seus olhar que não parecia nada doce ou calmo

—Não precisa se desculpar, entendo a situação. Você está bem? -Pergunto me sentindo invasivo, eu nem a conhecia a 1h e estava curioso nisso mas a curiosidade foi maior.

—Estou sim, obrigada- Ela fala nem ela mesma parecendo está convencida disso e apenas sorrir mais uma vez e quando ela iria virar para ir embora virando o rosto posso notar que sua bochecha esta um pouco mais avermelhada que o normal e seus braços um pouco acima do cotovelo estavam com um tom roxo, eu era muito observador e por mais que tivesse a manga de renda branca por cima conseguir visualizar. Tinha algo errado

—Como machucou o braço? – Falo a assustando já que ela se vira de uma vez

—O quê? – Ela fala na expectativa de como se eu deixasse para lá

—Seu braço, está roxo e sua bochecha esquerda está avermelhada. O que houve? -Falo sendo mais claro e realmente curioso

—Eu sou uma pessoa meio desastrada e acabo caindo com facilidade e por isso os braços machucados e meu rosto é porque hoje tive que retocar eu mesma a maquiagem no carro e não tinha espelho então não tinha noção de blush- Ela fala rápido e olhando para os lados como se esperasse um trem

—Bom, sei que tem algo errado mas também sei que não quer me contar. Sou advogado e qualquer coisa que precisar, tem meu cartão- Falo a entregando meu cartão, ela estava escondendo algo e tenho certeza que não era nada bom. Sei que não podia tirar conclusões precipitadas mas eu sabia que podia confiar no meu instinto

—O quê? Eu estou bem- Ela fala parecendo desconfortável com a minha desconfiança

—Sei que está, apenas tenha para alguma emergência – Falo como se não quisesse nada parecendo a tranquilizar.

            Antes que ela pudesse responder Neal chega novamente a puxando pelo braço a colando mais a ele, isso já estava me deixando mais desconfiado do que eu já estava por si só.

—Já acabou?- Neal fala em um tom rude com ela a fazendo apenas acenar a cabeça- Ótimo, obrigado Jones mas precisamos ir, estamos com pressa- Neal fala e sai antes mesmo de deixar Emma falar algo a mais, ele a empurra segurando pelo braço aparentando está sendo delicado mas quem prestasse atenção dava pra ver a força que estava entre a mão dele e o braço dela.

            Resolvi sair dali e ir para o meu escritório onde passei o resto do meu dia resolvendo burocracias de caso e logo vou para casa já que estava ficando tarde. Minha rotina se repete como a do dia anterior mas quando já estava indo deitar meu celular toca, era um número desconhecido e a essa hora da noite? Resolvo atender mesmo assim e reconheço a voz da pessoa assim que ela fala

—-Sr.Jones? – Era ela, Emma

—-Alô? Sra.Swan? Tem algo errado? – Falo estranhando o fato de ser 23;31 e ela está me ligando

—-Preciso que me ajude, por favor- Ela parecia está implorando, o que tinha acontecido?

—-O que houve?- Pergunto já pensando em mil possibilidades

—-Quero abrir um processo contra meu namorado-Ela fala com a voz baixa, parecia que estava sussurrando, o que ela havia me dito me deixou surpreso mas não tanto

—-O acusando de quê? – Falo curioso, ele teria mesmo feito o que eu estou pensando que fez?

—-Violência doméstica- Ela fala como um suspiro parecendo que sua voz estava travada ou voz de choro. Paro por um minuto, eu não estava errado pela manhã quando desconfiei que ele a batia.

—-Tem certeza disso?- Falo apenas para confirmar que ela queria começar com isso independente dele ser seu namorado ou não

—--Sim, quando posso encontra-lo e ajustar tudo?- Ela parecia está desesperada, havia muita coisa para se entender

—-Pode ir amanhã ao meu escritório? Passarei o dia inteiro lá – Falo pensando novamente se tinha algum compromisso

—-Irei de manhã cedo, preciso ir- Ela fala rápido quando algum barulho relativamente alto ocorre do outro lado da ligação me deixando até mesmo preocupado

—-Boa noite- Falo e ela desliga sem mesmo responder.

            Eu tinha razão, ele batia nela desde de quando eu o vi não tive boas impressões dele. Decido ir me deitar mas não consigo dormir apenas pensando no que ele poderia ter feito com ela e por quanto tempo. Penso tanto até que chega uma hora que o sono me pega mais uma vez e adormeço sem lembrar ou olhar que horas era.