Keep Fighting escrita por swanjonesouat


Capítulo 29
Não posso perder todos que amo




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Capítulo 29: Não posso perder todos que amo

         Killian on

            Estava no quarto com Nina quando acordo com uma mútua movimentação que estava ocorrendo no corredor. Percebi que Emma não estava no quarto, ela devia ter ido comer algo ou ir tomar ar fresco. Saio do quarto e ando em direção ao centro daquela movimentação. Não podia ser. Emma estava desmaiada no chão e já estavam usando o desfibrilador nela por não apresentar nenhum batimento. Entro em choque e mesmo com vários médicos e enfermeiros me mandando sair dali eu simplesmente havia parado no tempo. Já era a quarta tentativa de reanima-la e depois seria a última antes de declarem e meus olhos já estavam borrados com as lágrimas que eu não permitia cair. Na última tentativa uma médica gritou que havia batimentos fracos e a mandar as enfermeiras pegarem kit para intubação e decido me afastar um pouco por conta que sabia que o processo exigia concentração.

                Minutos se passaram e ele já haviam levado Emma, percebo que havia um suco natural de laranja no chão e provavelmente ela havia tomado, Emma amava esse sabor de suco. Não me arrisquei a tomar um gole do mesmo, mas sim levei para o laboratório do hospital onde eu tinha um amigo de confiança que poderia analisar esse suco e me dar uma resposta se havia algo no mesmo.

                Chego no laboratório e entrego o suco para Ferdinand e volto para o quarto e em poucos minutos Nina começa a acordar.

                -Está muito frio- Ela fala se encolhendo e me aproximo da mesma percebendo que a mesma estava mais que quente. Chamo uma enfermeira e a mesma vai chamar a médica responsável. Me deito ao lado de Nina a abraçando com a esperança que ela se sentisse mais aquecida e a mesma esconde o rosto em meu peito mas logo olha para mim novamente.     

                -Onde está Emma? – Ela fala olhando em volta percebendo a ausência da mesma.

                -Ela teve que dar uma saidinha pra resolver algumas coisas do trabalho, depois ela volta okay?- Falo mas eu mesmo não estava seguro disso, estava mais que assustado. Em minutos a médica chega e aplica o remédio na sonda que Nina tinha ligada a ela e a mesma me chama para fora.

                -Volto já- Falo beijando a testa de Nina que abraça um bichinho de estimação e vou falar com a médica do lado de fora do quarto. – Descobriu o que Emma tem? – Falo já preocupado até porque a cara da médica não era nem um pouco boa.

                -Na biópsia, tivemos o diagnóstico de envenenamento. O veneno era forte e letal, com muita sorte Emma conseguiu sobreviver. – Ela fala mas me deixa ainda mais preocupado.

                -E o bebê? – Falo e ela me olha ainda com uma cara nada boa.

                -Emma teve alguns sangramentos e encontramos batimentos.. mas não queremos dar esperança por ser muito fraco. O que eu quero dizer é que... o bebê foi muito afetado e está muito fraco e Emma se encontra em estado de coma indeterminado. – Eu não estava conseguindo processar tanta informação, era demais pra um dia, era demais pra mim, demais pra digerir.

                -Posso vê-la? – Falo e a médica apenas confirma com a cabeça logo me deixando no quarto e se retirando nos deixando a sós.

                Me aproximo de Emma que agora tinha inúmeros fios, máquinas e cabo ao seu redor e ligados à ela. Pego em sua mão que estava gelada como o gelo.

                -Hey, eu prometi a muito tempo atrás que iria te proteger e me desculpe, eu falhei mais uma vez. Eu não queria te ver assim, talvez a culpa seja minha de te envolver com a família desorganizada e apenas de fachada que eu tinha. Eu já perdi tantas pessoas que eu amo, eu achava que eu tinha uma mãe... na verdade era tudo mentira, meu pai foi embora... para sempre, Liam me traiu. Por favor, não deixe que eu perca você também, eu não posso perder vocês, eu não posso suportar isso- Falo e lágrimas começam a rolar enquanto segurava sua mão que continuava gelada- Eu esperarei junto a outra parte da nossa família por você- Falo beijando sua testa e me retirando do quarto sabendo que Nina me aguardava.

                Caminho pelos corredores pensando se contava ou não para Nina, e se ela ficasse assustada? O medo de perder Emma me corria por dentro e me deixava agoniado por não poder fazer nada, eu era um total inútil ali. Chego ao quarto de Nina que parecia estar melhor e nesse momento a mesma brincava com alguns bichos de pelúcia e sorrir ao perceber minha presença. Logo chega uma enfermeira me avisando que Nina podia ir pra casa mas que seria preciso tomar alguns remédios e depois de uma semana teríamos que voltar apenas para tirar os pontos. Assino toda a papelada e vou ajudar a mesma a se trocar para podermos sair.

                Estávamos a caminho de casa mas decido fazer algo diferente e levar Nina para um lugar onde me acalmava e eu queria que ela conhecesse. Mudo a rota e dirijo com destino a praia, no lugar onde eu e me pai ficávamos. Chegamos em alguns longos minutos e desço do carro abrindo a porta para a mesma.

                -O que estamos fazendo aqui?- Ela fala olhando todo o lugar ao seu redor.

                -Eu queria te mostrar esse lugar, eu sempre venho aqui quando estou nervoso ou precisando de um tempo para pensar- Falo olhando para as ondas e sentindo o cheiro da maresia.

                -E você está nervoso?  - Ela fala me olhando, ela era tão pequena que tinha que levantar totalmente a cabeça para poder me ver.

                -Não, não estou pequeno anjo- Falo a pegando no colo e andando até o lugar onde meu pai e eu ficávamos. Me sento e coloco ela ao meu lado.- Quando eu tinha a sua idade eu era uma criança digamos que bem teimosa, eu e a minha mãe nunca nos dávamos tão bem então com frequência nós brigávamos. Meu pai sempre percebia o quão nervoso e estressado eu ficava, ele me protegia, sempre, e toda vez que eu estava assim  ele me trazia pra cá, ficávamos horas e horas observando o mar até que eu ficava cansado e ele me levava pra casa. – Falo relembrando todos os momentos ao lado da pessoa que mais me ajudou na vida e sorrio sozinho ao pensar na sorte que eu tive.

                -Ele parecia ser um pai legal, e você também é pra mim... não sei se posso te chamar assim mas pra mim eu posso me sentir segura com você, posso confiar e acreditar novamente que eu posso ter uma família e pessoas que me ama- Nina fala até mesmo me deixando surpreso como uma criança de 5 anos quase 6 falava de uma forma tão bem. Não tenho palavras para responder a apenas a abraço e a mesma retribui.

                -Nós te amamos Nina, e saber que você realmente nos considera a sua família faz com que tudo fique mais completo ainda, você nunca precisará se preocupar em dizer o que pensa, o que tem medo ou se sentir excluída, porque sempre estaremos aqui, ao seu lado, te apoiando e te ajudando a levantar quando você precisar- Falo beijando o topo da sua cabeça e a mesma me olha sorrindo com aquele sorriso de criança que ainda tinha uma janelinha.

                -Eu também te amo- Nina fala beijando minha bochecha e dessa vez eu que abro um sorriso igual a uma criança ganhando doce- Podemos ir molhar o pé na areia? – Ela fala com uma cara mais que fofa e que era impossível de recusar.

                -Claro que podemos- Falo e logo nós dois tiramos nossos sapatos e vamos andando até a beira da praia sentindo a areia entre nossos dedos. Nina gargalhava toda vida que a onda fraca tocava em seus pés os molhando, uma gargalhada e um sorriso tão inocente, o tempo que passei ali com ela me fez esquecer por alguns minutos todos os problemas e medos que eu tinha, Nina era capaz de fazer qualquer pessoa sorrir.     

                Já estávamos voltando para pegar nossos sapatos e ir para casa quando uma presença indesejada aparece fazendo com que rapidamente eu pegue Nina em meu colo.

                -O que você quer? – Falo frio e com seco e Nina mesmo não entendo nada do que estava acontecendo me abraçava forte e escondia o rosto em meu pescoço.

                -Ora ora, eu cuidei de uma parte da família feliz e desestruturada agora vim cuidar da outra parte, no caso, outro – Ela fala me fazendo sentir além de nojo por aquela mulher.

                -Você não vai tocar na Nina- Falo já nervoso e a mesma me olha sorrindo e tira uma arma de dentro da bolsa.

                -Acho melhor não me desafiar garoto, ande, solte a garota antes que os dois vão juntos, você quer mesmo acabar com tudo por puro egoísmo? Que pena- Ela fala já carregando aquele revolver e aponta-lo para mim e Nina. – Solte a garota Killian – Nina a essa altura já chorava e me segurava com toda força do mundo com certeza com medo do que iria acontecer. Continuou com a mesma nos braços e apenas a abraço mais forte antes de fechar os olhos e ouvir o barulho da arma disparando.


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