Capítulo 23: Eu não queria te machucar

         Killian on

            Desde de quando eu soube que Emma tinha sofrido o acidente, eu havia ficado atordoado. Tudo estava acontecendo seguidamente e eu não tinha tempo para assimilar tanta informação. Dr.Sherpherd havia me dito que Emma escapou por pouco e que se não houvesse sequelas de imediato sem sombra de dúvida teria futuramente o que me deixou preocupado. Tentei ser forte por Emma e por mim, mas estava difícil. Para piorar a situação me ligaram do orfanato me informando que outro casal estava brigando pela guarda de Nina.         

            Estava saindo do escritório e indo ver Emma mas minha “”””mãe”””” apareceu com ódio no olhar.

            -Soube que a imunda sofreu um acidente, ela está viva?- Ela fala o que já me faz ficar mais estressado.

            -Você lave a boca pra falar da Emma, e graças a Deus ela está viva sim. E mais uma vez você tentou destruir minha felicidade e a minha família. Não importa o que você faz, eu nunca irei desistir da Emma. – Falo seco e olhando em seus olhos e ela apenas rir.

            -Deixa eu avisar uma coisinha, se você não magoar aquela garota de alguma forma, e ligar para o orfanato e desistir da adoção daquele louco, pode ficar ciente que eu mato as duas!- Ela havia ameaçado Emma? Nina? Eu estava perplexo sobre o que ela havia falado. Fiquei perdido e ela apenas sorriu e foi embora me deixando sem reação.   

            Fui para o hospital mais atordoado do que o normal, eu arriscaria a vida da minha esposa? Eu iria machucar ela para não correr o risco de matarem ela e Nina? Nina não podia sofrer nenhuma consequência da droga da minha vida. E se não conseguíssemos adotar ela? E se algo acontecesse?

            Chego ao hospital e o que acontece depois me deixa atordoado. Eu havia gritado com Emma, falei coisas que nem eu mesmo acreditei ter falado.

            “TUDO ISSO ACONTECEU POR SUA CULPA! VOCÊ QUE NÃO PEDIU AJUDA! VOCÊ PEDIU POR ISSO! VOCÊ MERECEU!”

            Eu não conseguia acreditar que eu havia falado isso, eu sabia que tudo que eu havia dito era mentira. Vou para o lugar na praia onde ficava eu e o meu pai, sento na areia olhando mar e deixo algumas lágrimas finalmente caírem. Eu ainda não tinha chorado a morte do meu pai, porque na verdade, a ficha ainda não havia caído. Eu não havia tido tempo de digerir o fato de que eu vivi uma mentira, não tinha tido tempo para me recuperar do susto que foi quase perder Emma. Não tive tempo para me recompor porque tudo veio muito repentinamente, muito rápido e isso eu não consegui aguenta a carga.

            Fico sozinho sentindo o vento em meu rosto e ouvindo o som das ondas, as lágrimas ainda caiam. Eu queria meu pai aqui, ele saberia exatamente o que me falar, saberia exatamente o que fazer, ele iria me ajudar e aconselhar do jeito único dele. Eu me sentia sozinho, por mais que eu soubesse que tinha Emma, eu havia a machucado, e muito, eu me odiava a cada minuto que lembrava as palavras que saíram da minha boca, a reação dela, eu pude ver em seus olhos o quanto doeu.

            Já estava ficando tarde e me levantei para ir embora. Já estava no meio da estrada quando decidi ir ver Nina, eu precisava ficar um pouco perto dela, ela era tão doce e tão divertida que talvez ela conseguisse me animar. Mudo minha rota e vou para o orfanato. Com muita dificuldade eu consigo autorização para ver Nina, vou até o parquinho enquanto vão chamar a mesma lá dentro. Fico olhando para o playground e depois quando me viro vejo uma figura correndo em minha direção e  pulando em meu colo. Giro ela no ar e depois beijo sua bochecha com a mesma ainda em meus braços.

            -Você veio, como havia prometido- Ela fala sorrindo com a “janelinha”, eu nunca fui tão apegado a crianças, mas Nina era diferente.

            -Claro que sim, eu não iria quebrar nossa promessa e desonrar minha palavra- Falo sorrindo sentando em uma mesa que tinha com ela em meu colo.

            -Cadê a Emma?-Ela fala olhando para os lados.

            -Ela estava um pouco cansada e acabou ficando em casa dormindo, mas ela virá, pode acreditar- Falo e ela afirma com a cabeça. – Nina.... você deve saber que estamos tentando adotá-la certo?- Ela apenas confirma com a cabeça e fica me olhando- Então... na verdade, agora apareceu outro casal querendo te adotar também

            -Eu sei... é o casal da família da Alex, eles vieram aqui passar o dia comigo- Ela fala e apenas confirmo com a cabeça- Mas eu não sei se quero ir com eles, eles foram super legais comigo e tudo mais... mas... não sei se quero ir com eles. Eu sou obrigada a ir?

            -Não, não, você não será obrigada a nada. Mas talvez você tenha que escolher com quem você quer ficar, e Nina... independente de quem você escolher não pense que ficaremos com raiva, escolha quem você quiser e quem você se sentir mais confiante e confortável que serão pais melhores okay? – Falo e a auxiliar aparece avisando que está na hora dela dormir- Boa noite pequeno anjo, nos vemos em breve- Falo e beijo sua testa e ela beija a minha bochecha e a entrego para a auxiliar e vou embora assim que vejo ela indo embora.

            Vou para casa e encontro Ava deitada no sofá, ela corre em minha direção ao perceber minha presença.

            -Olá bola de pelos, ta com fome? – Falo e ela late parecendo que havia entendido. – Okay, vamos colocar a sua ração- Falo e vou com ela até o pote que estava vazio e coloco a poção certa de ração e logo ela começa a comer.

            Deixo Ava comendo e subo para tomar um banho relaxante, saio, visto uma calça e uma blusa de moletom por conta do tempo frio em Seattle. Estava saindo do quarto e vejo um porta retrato com uma foto minha e de Emma. Não havia passado nem um dia e eu já sentia uma imensa falta dela, eu sabia que a havia machucado e bastante, por mais que nesse momento a minha maior vontade era de ir pra lá e tentar explicar tudo que aconteceu eu sabia que iria piorar a situação. Nina e ela estavam bem, mas eu... eu queria estar perto delas.

                Desço e não como nada por conta da ausência da fome e fico deitado no sofá com Ava, a mesma dorme em cima do tapete mas eu   não consigo pregar o olho só pensando em Emma e Nina. Amanhece o dia eu ainda estava acordado, meu telefone toca e logo trato de atende-lo

Killian: —-Alô?—

XXX: —-Olá irmãozinho, tá em casa?—

Killian: --Oi Liam, tô sim—

Liam: --Posso passar ai? Tô próximo a tua casa—

Killian: --Claro que pode—

                Em poucos minutos Liam chega e começa até mesmo a brincar com Ava

                -E ai? Como o irmãozinho está diante de tudo que aconteceu? – Ele fala olhando pra mim e começo a lembrar de todos os problemas que vieram a aparecer.

                -Mais ou menos, foi um grande impacto pra mim ainda mais saber que eu não era filha da Marta.

                -Realmente deve ter sido um grande choque pra ti, mas pele menos não somos filhos de uma mulher tão egoísta- Agora eu havia ficado confuso, nós?

                -Pera, você não é filho dela? – Falo e ele apenas confirma com a cabeça.

                -Não, não sou e nunca fui. – Espera, Liam sabia desde do começo?

                -Você sabia?

                -Sabia o quê?- Ele fala parando de brincar com Ava e me olhando

                -Você sabia! Você sabia desde do começo e escondeu isso desde do começo- Falo entendendo tudo, ele também sabia de toda a verdade.

                -Killian...- Liam fala suspirando tentando se pronunciar

                -Eu quero uma boa explicação Liam! VOCÊ ME ENGANOU ASSIM COMO ELA POR TODOS ESSES ANOS? EU SOU ADOTADO? QUEM SÃO OS MEUS PAIS? – Falo já cheio de tanto mistério.

                -Eu vou te explicar desde do começo.... Na época era apenas eu, você, o papai e a mamãe. Eu tinha cinco anos e você um ano de idade, quando a mamãe nos abandonou e foi viver com outro cara. Um tal de Yan Cassidy, ela abandonou nós três. Papai cuidou da gente até os seus três anos sozinhos, mas ai ele encontrou a Marta e se casaram. Você não lembrava da nossa mãe e começou a chamar Marta de mãe assim como eu tive que fazer, mas eu lembro perfeitamente da nossa mão biológica. Ela se arrependeu e tentou ter contato com a gente, ela conseguiu na verdade, mas apenas comigo. Ela havia se casado e tinha tido um filho.. alguma coisa Cassidy que estava até namorando uma grande modelo. Mas... há alguns anos atrás ela e o marido vieram a falecer. – Liam fala e simplesmente entro em choque. Cassidy?

                -Liam.. você está me dizendo que o homem que abusou da minha esposa, o homem que tentou me matar.... Você está me dizendo que Neal Cassidy é o meu irmão?