Last Hunt - A Última Caçada escrita por Bakurei
Notas iniciais do capítulo
"We call them the Futurekind, which is a myth in itself, but it's feared they are what we will become, unless we reach Utopia."
Os humanos evoluíram para monstros. Não só os humanos, obviamente, mas eles conseguiram uma bestialidade excepcional que só Malcassairo poderia guardar. O conceito de humanidade acabou quando a espécie se espalhou. Se misturou. Não existia mais uma visão do que era humanamente aceitável e do que não era. Eles evoluíam da sua própria forma, tornando a variação gritante a cada planeta diferente que chegava.
Os Futurekind são a evolução humana em Malcassairo. Criaturas que largaram a civilidade para retroceder para a selvageria do sistema de tribos. Eram a única espécie de Malcassairo, depois que a Aglomeração Malmooth foi extinta. Bestas que se alimentavam de qualquer outra criatura viva, principalmente refugiados e viajantes.
Um tempo depois chegaram outro tipo de humanos, em sua forma evoluída mais básica, uma bênção para a raça caçadora que vivia ali. Esses humanos construíram um grande Silo em busca de chegar à um lugar melhor. Uma esperança em meio à destruição. A viagem arquitetada por Professor Yana à Utopia.
...
Primeiro o Doutor reconheceu as três criaturas que corriam, caçando sua presa. Eram Futurekind. Roupas desajeitadas, marcas por todo o corpo e dentes tão pontudos que até se estivessem à dez metros seriam reconhecidos.
Alguns segundos passaram até ele perceber que a presa já quase desistia. O Doutor precisava agir. Quando o ser humano que corria à frente estava à cerca de três metros de distância, o Senhor do Tempo emitiu uma onda sônica de sua chave de fenda.
—Aaargh! -Gemeu a humana, segurando a cabeça pelos ouvidos, momentos antes de cair sobre a terra escura.
O Doutor interrompeu a emissão sônica para não ferí-la. As criaturas vieram por trás dela e investiram contra seu corpo caído. O Doutor mirou novamente e religou a chave de fenda.
—Sem jantar pra vocês.
Os Futurekind caíram com grande impacto no chão. O Doutor abaixou, virou a mulher para si e viu seu rosto. Ela era branca, tinha cabelos escuros muito sujos e cacheados, uma cicatriz que atravessava sua bochecha até os lábios, tornando metade de seu rosto deformado. Ela usava roupas escuras e duras, uma armadura flexível e uma numeração do lado direito do peito. Por que eu só atraio militares?; pensou o Doutor.
Quando a mulher acordou, os Futurekind já não estavam mais lá. O Senhor do Tempo fizera questão de carregá-los o mais longe possível da Tardis, pois não queria arranhões na nova tintura azul. A primeira coisa que ela viu ao se levantar foi ele, de costas, polindo a superfície de sua máquina do tempo. A mulher não pensou duas vezes antes de levantar e apontar um revólver em sua direção.
—Parado! Mostre seus dentes! -Gritou a mulher.
O Doutor não parou. Continuou limpando e polindo a cabine telefônica, como se não tivesse ouvido nada e ignorasse a presença da arma ali.
—Eu disse parado! -Ela gritou novamente.
O Doutor novamente a ignorou. A mulher deu um passo para frente e tocou a ponta do revólver nas costas do Senhor do Tempo.
—Eu não vou repetir. Mostre seus dentes.
—Seu revólver não está carregado. -Disse o Doutor, agora parado. -Se estivesse, teria dado cabo dos Futurekind sem ajuda. Talvez até atiraria em mim antes de verificar minha estrutura dentária.
O Doutor virou e sorriu para ela. Ela não sorriu de volta para ele. A mulher abaixou o revólver quando observou a ausência de dentes pontudos.
—Você é uma oficial do projeto Utopia. -O Doutor disse. Não era uma pergunta.
—Sua roupa… -A mulher o encarou de cima à baixo. -Você não parece um civil.
O Doutor ignorou o olhar dela e caminhou de volta à máquina do tempo, rodeando-a como se procurasse algo.
—Eu não pareço muitas coisas e mesmo assim todos me confundem com algo. Se você ainda está aqui, então o foguete ainda não está no ar… Me ajude com isso, por favor.
A mulher virou, acompanhando o movimento do Senhor do Tempo e viu-o tirar um tecido de dentro do blazer.
—Espere, você conhece o Silo 16, mas não é um civil da aliança humana? -Ela perguntou, levando o revólver à um compartimento na cintura. -Quem é você?
—Eu sou o Doutor, e você é?
—Oficial Stewart. Nancy Stewart. -Ela disse, tocando novamente na cintura.
O Doutor já conhecera uma família de oficiais que compartilhavam do nome Stewart. Brigadeiro Lethbridge-Stewart fora um dos seus mais importantes companheiros, mas isso havia sido há muito tempo e era impossível que Nancy tivesse qualquer tipo de parentesco com ele ou sua família. Preferiu não comentar isso com ela.
—Ajude-me, Nancy, preciso que cubra toda a cabine. -O Senhor do Tempo jogou o tecido para ela e virou-se novamente para limpar uma mancha na superfície da Tardis.
—Lamento, “Doutor”, mas tenho ordens estritas para levá-lo. -Disse Nancy Stewart.
O Doutor virou, mas antes mesmo de reagir, tudo ficou preto.
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Mais um capítulooo!
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