Last Hunt - A Última Caçada escrita por Bakurei


Capítulo 3
Stewart


Notas iniciais do capítulo

"...it's the perfect place to hide. The end of the universe."



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Nancy não se lembrava muito de sua infância. Quando uma pessoa crescia trancada em uma república miserável visando apenas a sobrevivência, era fácil a mente escolher esquecer. Ela era filha do oficial Rickard Stewart, um dos fundadores do Projeto Fantasia. Basicamente o projeto consistia em buscar sinais no espaço, sinais que poderiam salvar a raça humana da extinção. O mesmo projeto que depois se chamaria Projeto Utopia depois da chegada de Professor Yana.

Nancy tinha apenas quatro anos quando chegara em Malcassairo. Seu planeta natal definhava e apenas os líderes do governo escaparam, para um lugar onde nem Rickard, nem o resto do mundo conhecia. A única saída para os que ficaram era juntar todo o material restante e fugir para o último planeta ainda com vida da galáxia sem sol de Silversk: Malcassairo.

Rickard e os outros humanos construíram um Silo para continuar o Projeto Fantasia, mas eram atacados constantemente por uma das únicas raças nativas do planeta, os Futurekind. Eles e os humanos tinham grande ligação, todos filhos do, já há muito tempo destruído, Planeta Terra, mas foram criados em ambientes tão diferentes que não havia a mínima chance de um convívio pacífico.

Tudo mudou quando a nave dourada chegou. Nancy desenhava nas paredes com uma lâmina enferrujada e seu pai sentava-se, selecionando baterias para manter o radar funcionando. Um oficial chegou segundos depois do barulho que ensurdecera a todos.

O homem abriu a porta sem bater e pôs o braço esquerdo sobre o peito direito. Uma saudação que apenas Rickard exigia, para manter o mínimo de civilidade em meio àquele mundo. Nancy deixou a lâmina cair, correu para a cama e se afastou. Tinha sete anos.

—É uma cápsula! -O homem disse variando seu tom de voz, em urgência. -Não é humana, nem Futurekind, nenhuma que conseguimos registrar! Aguardamos ordens.

Rickard encarou os olhos do oficial por alguns segundos, olhou para Nancy com pesar e voltou-se para dar sua ordem final:

—Não quero ninguém em volta do objeto. Eu, e apenas eu tenho autorização para tocá-lo. Entendido?

—Sim, senhor. -O homem fez novamente o gesto para o pai de Nancy e saiu.

Nancy sentiu que algo estava errado, correu para o pai e o abraçou. Rickard hesitou por um momento, até ver que ninguém o observava e respondeu ao abraço da filha. Nancy se lembrou de sentir lágrimas sobre seu rosto, mas não tinha mais certeza depois de tantos anos. O pai pôs seu uniforme completo e saiu do Silo em encontro à cápsula.

O Doutor acordou cercado por humanos. Típico, ele pensou. Eram cinco no total, três mulheres e dois homens, todos com armaduras leves, as mesmas que a de Nancy. Alguns aparentavam ter por volta de trinta anos de idade, mas a maioria parecia não ter chegado aos vinte. Ele encarou cada rosto, olhou para cada par de olhos e percebeu que não estavam com raiva. Isso era estranho, normalmente o Doutor incitava raiva a todo ser humano que o capturava.

—Ele acordou -Conseguiu ouvir alguém sussurrar.

—Mais do que vocês imaginam. -Disse o Doutor, levantando-se sobre um joelho. Sua cabeça ainda parecia rodar. -Que lugar é este?

Duas meninas se entreolharam e o resto desviou os olhares. Eles não sabem se podem contar, percebeu o Senhor do Tempo em imediato. Antes mesmo de que qualquer um dissesse algo, um movimento atrás dos jovens revelou o rosto marcado de Nancy Stewart. Ela, por outro lado, parecia bastante irritada.

—Diga seu nome e planeta de origem. -Exigiu Nancy.

O Doutor percebeu que ela sabia o que estava perguntando. Precisa provar algo para eles, ela sabe meu nome. Poderia ser honesto, mas não sabia ao certo em que tempo estava e não queria arriscar encontrar a si mesmo ou pior… Encontrar Yana ali.

—Eu sou O Doutor. -Ele disse. -Sou apenas um viajante.

A maioria deles se entreolharam, não pareciam saber o que pensar. Nancy mantinha o olhar fixo no Senhor do Tempo. Ela não engoliu a resposta.

—Apenas um viajante, você diz. -Nancy chegou um passo mais perto e apalpou algo no interior de sua armadura. -Mas mesmo assim usa um codinome e protege uma cabine telefônica momentos depois de transmitirmos isso.

Nancy tirou um disco de sua armadura. O disco era grande, do tamanho da palma da oficial, prateado e com escrituras coloridas cercando toda sua superfície. O Doutor não reconheceu de imediato o objeto, mas imaginava o que poderia ser.

—Foram vocês que enviaram o sinal para a Tardis. -Disse o Doutor. -Mas como conseguiram..?

—Não importa. -DIsse Nancy, ríspida, interrompendo um dos guerreiros que fazia menção a falar. -Levante-se! Vamos!

O Doutor ficou de pé e encarou-os cara a cara momentos antes de ser empurrado por um dos jovens.

—Ela disse “vamos”.

O Doutor quase caiu, ainda meio tonto. Olhou para os lados e viu que estava em algum tipo de acampamento, cercado por barracas e fogueiras. A noite em Malcassairo era eterna, mas sentia que acordara exatamente na hora do jantar. Alguns tipos de legumes eram assados, amarrados em folhas roxas que o Doutor nunca havia visto.

—Para onde estão me levando? -O Senhor perguntou quando os jovens começaram a se dispersar.

—Soubemos que o Silo 16 recebeu visita. -Uma mulher que se afastava disse.

—E eu devo recepcioná-los agora?

—Os três já receberam as boas vindas. -Disse um homem que se voltava à fogueira. -Um deles inclusive tem um nome bem peculiar.

Não, isso não é bom, o Senhor do Tempo pensou.

—Doutor. -Disse Nancy. -Um deles se chama Doutor.


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Notas finais do capítulo

Yeeeey mais um capítuloo!!
Mil desculpas pega demora, espero que tenham gostado :)
Gostou? Sim? Não? Deixe um comentário!
Até a próxima! :)



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