O Outro Lado do Espelho escrita por Machene


Capítulo 9
O Começo do Fim




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Cap. 9

O Começo do Fim

 

Hilary – Gente, agora é melhor procurarmos um jeito de nos defender da Lauana.

Salima – É verdade. Ela tem o controle de todos os animais selvagens desta ilha e as pessoas que a servem nos vigiam a todo instante. Como evitaremos que nos ataquem?

Melissa – Na verdade, eu digo agora, como digo sempre, que nosso melhor ataque é uma boa defesa. – ouvindo isso, Max redobra a atenção para ela.

Kevin – Tá, e o que você quer dizer com isso? Devemos nos proteger ou não?

Melissa – Não. Vejam: nossa meta é recuperar as feras bit. Não sabemos onde fica o covil da Lauana, então devemos deixar a cobra nos mostrar o caminho. As beyblades estarão lá, e aí só será preciso dar um jeito de pegá-las sem ninguém perceber.

Mariel – Mas se ela nos capturar vai ficar com as joias. – lembra entre dentes.

Melissa – Quanto a isso eu dou um jeito. Thalía, me empresta a mochila. – mesmo receosa, a garota faz o que ela pediu e Melissa retira a caixa com os acessórios de dentro dela – July, por acaso entre essas bijuterias que você coleciona tem uma esfera cor rosa e outra vermelha redonda, contigo aí agora? – a garota remexe no bolso direito da calça do primo e entrega duas pedras à ela, que pega sorrindo de forma confiante – Beleza. Ei Márcio, ajuda aqui com o alicate! – o jovem se aproxima para usar o objeto pontiagudo, o suficiente para formar uma barreira que impede os demais de verem o ato, e depois de alguns minutos se afasta – Problema resolvido. Agora só precisamos esperar.

Joseph – Calma aí! O que você fez? – a loira mostra os enfeites para todos verem.

Melissa – Uma pequena arte para a nossa anfitriã dos infernos. – diz guardando as joias nos sapatos – Vamos manter isso em segredo. Pra todos os efeitos, eu não fiz nada.

Diva – Essa é sua defesa para se safar de tudo e ninguém mais acredita nisso. – a amiga faz uma careta que acaba descontraindo o clima.

Maltês – Bem, se tivermos que passar a noite aqui, devemos achar algo para nos aquecer. Algumas folhas de bananeira devem servir para armar tendas.

Diná – Sim, e precisaremos de mais madeira. As garotas pegam isso e os rapazes cuidam das próximas refeições. – anuncia se levantando, e muitas das moças a copiam.

Dunga – Vem cá, por que nós é que ficamos com o serviço pesado?

Mariam – Oh, se vocês preferirem, podem ir procurar o que precisamos dentro da floresta. Mas não se esqueçam que ela está cheia de animais selvagens.

Emily – Não é?! Só estamos pensando em vocês. Vão poder ficar aqui, pescando.

Salima – Também tem frutas maduras nas árvores aqui perto.

Hilary – Estão vendo? Não há motivo para reclamação.

Tyson – Que bonito, as garotas se protegem. Quero ver se forem atacadas mesmo.

Hilary – Aí corremos pra cá e oferecemos vocês para os carnívoros. – alguns dos jovens se aborrecem enquanto a maioria das garotas se afasta rindo.

Com os preparativos feitos, o acampamento de bladers recomeça com histórias de lutas travadas entre os próprios lutadores e contra outros desafiantes. Depois, a pedido das garotas do time Diabolik, as Beautiful Girls começam a cantar. Seus amigos ajudam no coro, e muitos se mostram talentosos. Pela noite, as moças já estão terminando de amarrar as folhas de bananeira a alguns cipós coletados, moldando na forma de cone.

Os parceiros cravam na areia as estacas de madeira, afiadas por canivetes, fazendo um círculo fechado. Posteriormente todos se revezam e usam um cipó mais grosso para levantar o cone de folhas e colocá-lo sobre o círculo de madeira, montando uma grande casa improvisada. A entrada é vedada por arbustos espinhosos, que podem ser movidos por uma espécie de gangorra criada com um tronco apoiado numa pedra.

Quando o trabalho está finalizado, o grupo vai dormir sobre folhas extras. Pouco antes de amanhecer, Carola surge com uma alcateia de lobos bravos. Os bichos acordam os bladers cavando ao redor da casa e mordendo as estacas, logo abrindo caminho.

Carola – Olá ratinhos. – ela os recepciona após estarem do lado de fora.

Diva – Fala sério! Precisava de tudo isso? Tivemos trabalho pra construir a casa!

Carola – Oh, me perdoem. Eu deveria ter batido, mas não tinha uma porta. Então, acharam o tesouro? Bom, mesmo que digam “não”, devem ter encontrado para demorar tanto a voltar. Pensaram que estaria tudo bem se ficassem longe das câmeras?

Keilhany – Sabemos que não adiantaria fazer isso, já que estão nos rastreando.

Melissa – O problema é que se esqueceu de nos dar o mapa até o covil de cobras.

Carola – Oh sei. Então vou facilitar as coisas pra vocês. – ela estende a mão – Vão passando as joias. E não adianta tentarem me enganar, por que se fizerem alguma coisa, só sobrarão ossos neste lugar. – os animais rosnam e, mesmo relutante, Thalía joga sua mochila aos pés dela, permitindo que pegue a caixa e abra-a – Oh, até que enfim! Titia ficará feliz em saber que eu recuperei as joias.

— TIA? – a maioria questiona em uníssono e ela gargalha, guardando as peças.

Carola – Exato. Agradeço por terem feito seu trabalho. Agora, minha tia quer que vocês vejam o grand finale. – ela pega um controle remoto e aperta um botão, então as pulseiras eletrônicas dos bladers se unem, formando algemas, e os lobos os cercam.

Obrigados a segui-la, chegam à mesma montanha do dia anterior. Uma caverna do outro lado, camuflada por portas de metal da cor das rochas, é a entrada do laboratório secreto de Lauana. Alguns se aborrecem por terem estado tão perto de descobrir isso e não terem conseguido suspeitar de nada. No interior do laboratório há um computador central operando todas as câmeras de vigilância suspensas nas árvores mais altas.

O monitoramento é feito por capangas da cientista. Todas as beyblades roubadas estão expostas num painel, encaixadas em espaços próprios entre o laptop de Kenny e o PC de Keilhany. Quando vê os bladers, Lauana levanta de sua cadeira e anda até eles. A mirrada mulher usa roupas curtas e justas, uma maquiagem tão pesada quanto à da cruel sobrinha e os seus dourados cílios postiços estão endurecidos para cima.

As unhas grandes e vermelhas passam de segundo em segundo pelo cabelo curto, acinzentado como o de Carola, mas os olhos escuros permanecem fixos em Melissa, que é arrastada um pouco mais para frente. Seus olhos percorrem as beyblades rapidamente.

Lauana – Ora, até que enfim chegaram! Carola, onde está meu tesouro? – a garota tira a caixa da mochila, jogando-a no chão, e abre para mostrar os enfeites – Ah... Estou muito satisfeita. – anuncia passando os dedos nos acessórios – Achei que por ter tirado suas feras bit, depois de usá-las para descobrir a localização destas preciosidades, vocês não conseguiriam coletá-las. Ainda bem que não foi assim. Obrigada por colaborarem.

Kailane – Você não pode controlar o poder que pretende liberar, Lauana!

Lauana – Não precisa se preocupar com isso, minha querida. Vejam: já que vocês me serviram tão bem, eu vou mostrar um segredinho a todos. – ela caminha até o maior computador e abre uma maleta próxima aos peões, segurando entre dois dedos um chip— Contemplem a minha magnífica obra prima. Este microchip é o responsável por todo o sucesso das minhas longas pesquisas, o objetivo que me motivou a roubar as valiosas informações tecnológicas dos Valem. – Keilhany range os dentes.

Keilhany – Então por isso você enganou meus pais?! Um chip de computador?!

Lauana – Sim, mas ele não é qualquer chip. Observem. – com um sinal de mão, a doutora manda sua sobrinha afastar os pelos do pescoço de um lobo, revelando um chip— Graças a este aparelhinho, eu posso forçar qualquer criatura a se curvar perante mim.

Diná – Manipulação mental por neurotransmissores sintéticos. Criativo.

Melissa – Diná, o que eu falei sobre elogiar inimigos? – a amiga revira os olhos.

Lauana – Ora, eu não me importo de receber elogios, afinal, eu sei que esta é uma invenção fabulosa. E sinto muito orgulho de tê-la criado. Agora, pensem: um mundo em que eu serei soberana, no qual animais, humanos e até espíritos são meus servos!

Wyatt – Espera aí. Você disse “humanos” e “espíritos”, então esses homens...?

Carola – Isso mesmo. Neste instante, eles estão mais pra zumbis do que humanos.

Liliane – E estavam usando isso para controlar nossas feras bit também?

Carola – Como presumiu? – indaga sarcasticamente, irritando os prisioneiros – As feras bit podem não ter corpo físico, mas por terem se fixado em suas beyblades podem ser afetadas pelo efeito do microchip. Já estamos fazendo um grande progresso com as mais comuns, e agora que temos as oito feras sagradas seremos invencíveis!

Mariah – Que “oito feras sagradas”? – Lauana e Carola olham diretamente para as Beautiful Girls, também atraindo a atenção dos outros, e riem.

Carola – Ainda não contaram para os seus amiguinhos? Bom, então eu posso fazer as honras. Quatro dos Bladebreakers têm feras bit sagradas. Kailane e Melissa têm duas igualmente raras, e ainda existem mais duas que elas tentaram manter em segredo esse tempo todo: as que estão dentro destas joias. – anuncia tirando o anel e o colar da caixa.

Rick – Como é que é?! Então era por isso que essas duas queriam as pedras?

Steven – Por que não contaram logo a verdade pra gente?

Kailane – A culpa é minha. Este era um segredo de família e eu pedi que todos os meus amigos, sabendo da verdade, escondessem a existência dessas feras bit.

Ozuma – Dá para entender, mas seria melhor terem dito isso antes.

Edna – Não podíamos falar nada sem ter certeza que eram confiáveis.

Eddy – Então ainda desconfiam da gente? – de repente Lauana bate palmas.

Lauana – Certo, certo. Embora eu aprecie histórias de drama, guardem isso pra si. – ela ri, estala os dedos e os lobos rosnam, recuando o grupo para um túnel no interior da montanha, então os capangas empurram uma grande rocha e trancam todos.

Joseph – Típico. Tem que ter risada do mal. – bufa aborrecido, sendo o primeiro a ter o rosto iluminado quando Maltês acende seu isqueiro.

Michael – Maravilha! Agora nós estamos numa tremenda roubada!

Diva – Foi pensando nisso que não queríamos contar nada a nenhum de vocês.

Kevin – Que diferença faria? Nós nos envolvemos nesta furada de qualquer jeito!

Kalil – Mas até aí não foi nossa culpa, porque mantivemos o segredo. Essas duas malucas que resolveram raptar vocês, mesmo não sendo nossos amigos.

Gary – Então, por que nós viemos parar aqui afinal de contas? – Kailane suspira e relata a eles tudo que já contara à Kai – Bom... Com certeza isso explica muita coisa.

Alessandra – Mesmo procurando donos de feras bit poderosas, eles foram atrás de times bastante populares. Mais precisamente, que possuem um vínculo entre si.

Zene – Quando nos encontramos no aeroporto, podem ter achado que Alessandra, Whitney e eu éramos amigas de vocês, então resolveram nos sequestrar para atrai-los.

Célia – Não seria surpreendente. Fizeram o mesmo conosco para trazer as garotas.

Salima – Também devem ter pensado que apenas por sermos amigos todos tinham feras bit. Somos os únicos aqui sem feras. – diz fitando Kane, Goki e Jim.

Mariel – Que irônico. Os capturados ao acaso têm feras e os de propósito não.

Keilhany – Gente, desculpem termos causado tanta confusão. Agora só podemos rezar para o nosso resgate chegar antes de sermos devorados por feras selvagens.

Rosa – Fazer o quê... Seria bom se pudéssemos trazer o Lucent até aqui.

Filipe – Ah, que falta faz a Helena nessas horas! Ela é uma típica texana. Por certo usaria nossos cintos, faria uma corda improvisada e usaria para laçar o computador.

Steven – Isso parece incrível. E quem é Helena? Outra amiga de vocês?

July – Helena é da equipe da Belina, Soul Cycle. Bel puxa as orelhas da Meli e a Lena o nariz. – enquanto alguns riem, a loira puxa as bochechas da menor e ela geme, mas a brincadeira cessa quando um conjunto de pedras cai atrás de Melissa.

Melissa – O quê que...?! – ela toma um susto vendo dois olhos azuis se mostrarem pela abertura – Kawane? – todos se aproximam do buraco – É você Kawane?

Kawane – Sim! Ah, graças a Deus encontramos vocês! Nós viemos o mais rápido possível depois que Belina deu um alerta. Tamara avisou que foram sequestrados.

Diva – Sabíamos que isso daria certo! – todos a encaram de sobrancelhas erguidas – O quê? Só porque eu achei difícil acontecer, não quer dizer que era impossível!

Kailane – Quem você trouxe junto? – outras sombras se projetam atrás da moça.

— O melhor resgate de todos! – responde uma voz feminina.

Hilary – Não brinca! Mathilda, é você? – a jovem confirma – Então quer dizer...

— É isso aí, o Barthez Battalion tá na área! – diz Aaron – E tem mais reforços.

— Também viemos! – declara outra voz feminina – Guardians Golden!

Melissa – Milena! Que bom ouvir sua doce voz! Escutem, vocês precisam tomar cuidado com...! – antes que a loira termine, a rocha da caverna se abre e Lauana surge.

Lauana – Ora, ora, ora. Vocês se acham muito espertinhos, não é?! – a maior parte do grupo prende a respiração, em ansiedade – Como conseguiram chamar um resgate?

Ohana – Não sabemos do que está falando. Nós não chamamos ninguém.

Lauana – Ah não? Então suponho que não sabem onde estão as feras bit.

Melissa – Quem sabe algum dos seus bichos de estimação tenha comido.

Sua provocação é suficiente para distrair a cientista, que manda um dos capangas pegá-la. Seus amigos lutam para libertá-la como podem, devido às algemas, mas ficam incapacitados quando um dos homens ameaça cortar o pescoço da loira com uma faca.

Kailane – Solte-a Lauana! Ela não tem o que você quer!

Lauana – É o que veremos. Revistem-na! – ordena a dois dos servos.

Melissa – Ei, olha a mão boba! Eu vou mandar vocês pra cadeia por assédio! – os esperneios dela cessam quando é erguida na horizontal e outro homem tira seus sapatos.

— Aqui doutora. – ele entrega as joias com os brasões de dragão fêmea e tigresa.

Lauana – Ahá. Crianças gostam de pregar peças em adultos, não é?! Mas comigo seus truques não funcionam. – declara jogando o anel e o colar das feras no chão – Foi inteligente substituir as joias verdadeiras por essas pedras falsas. Pedir ajuda já era algo previsível, porém superaram as expectativas com um avião e um helicóptero pousando descaradamente nesta montanha! Meus parabéns!

Melissa – Obrigada. E se te enganamos, vencemos o jogo. Boa sorte na próxima.

Lauana – É o que pensa. Quando eu dominar o mundo, esse seu sorriso vai sumir.

Hilary – Viu Tyson? Elas querem dominar o mundo. Depois não diga que eu não avisei. Estou sempre certa. – ele revira os olhos e suspira, ignorando-a.

Tyson – Olha só, sabia que tem remédio para loucura? Deviam tentar se tratar.

Lauana – Agora já chega! Entreguem esses pirralhos para os animais!

Antes da ordem ser executada, parte da montanha é explodida repentinamente e a caverna ganha uma saída dos fundos. As três equipes de bladers começam a operação de resgate e invadem o laboratório, lutando contra os capangas de Lauana. Eles disparam suas beyblades e várias feras saem delas, causando uma confusão grande o bastante para destruir os equipamentos e derrubar os peões, outrora no painel central, no chão.

Hiro – Alguém chamou a cavalaria? – ele surge de repente, frente a um grupo de policiais que logo invadem o local e prendem os inimigos.

Tyson – Irmão, até que enfim! Estávamos começando a pensar que os animais da ilha iam fazer churrasquinho da gente! – Hiro dá uma risada e bagunça os cabelos dele.

Hiro – Quer saber, eu pensei que a maior dificuldade que vocês teriam durante o campeonato seria enfrentar seus antigos rivais, mas estou começando a considerar uma mudança bem drástica no plano de ataque da nossa equipe. Essa galera é show!

Hana – Ah garotas! – Hana chega neste momento, correndo para as suas pupilas e abraçando todas de uma vez – Graças a Deus e ao senhor Dickenson! Vocês estão bem?

Melissa – Sim, mas nossos pulmões explodirão se continuar nos apertando assim! – a tutora as libera e segura Kailane pelos ombros, afagando sua cabeça.

Hana – Vimos uma embarcação dos Yamari na praia. Você está bem, querida?

Kailane – Sim. Eles não conseguiram dominar todas as feras bit.

Hana – Ainda bem que não! – suspira aliviada – Onde elas estão?

— Aqui. – responde uma jovem com olhos de tom lima, entregando as beyblades de Kailane e Melissa – Dione e Dayse estão bem. Ah, e eu também recuperei os brasões da Drena e da Drisa, junto do colar e do anel. Estão danificados, mas talvez haja conserto.

Kailane – Obrigada Alice. Onde estão Belina e os outros?

Alice – O Soul Cycle não estava no Rio quando nos unimos para resgatar vocês, mas quando voltarmos eles certamente estarão lá. – diz convicta, atando com firmeza o laço vermelho no final da trança, do lado direito, em seu cabelo laranja.

Hilary – Então, esses são seus outros amigos. Vocês são bem relacionadas.

Keilhany – Sim. – confirma rindo – Kawane, Glória e Jeyne são a equipe Morning Moon. Os outros são o time Guardians Golden: Milena, Martônio, Calisto e Alice.

Alice sorri e movimenta a cabeça para o lado, fazendo a franja dos fios ondulados, estendendo-se ao pescoço, cair mais para a esquerda. A pele rosada, os seios pequenos e os olhos grandes lhe dão uma aparência delicada. O vestido azul rendado, decorado com flores carmesim, tem botões na área da gola e uma fitinha solta, ambos também da cor vermelha. Ela poderia ser confundida com uma boneca do tamanho de Aaron.

Vigiando Lauana e Carola com os brilhantes olhos rosa, uma garota de cabelo liso da mesma cor, batendo no bumbum, sobe mais a longa camisa tom lavanda, que cobre o short jeans e indefine as curvas exatas de seu corpo branco e dos seios modestos. Ao seu lado, Claude acha graça do cenho franzido abaixo da franja, então afaga a cabeça dela. Pega de surpresa, a jovem faz um bico, enrubescendo pelo gesto.

Diva – A Calisto tenta se fazer de séria como a Mariel, mas não conseguiu copiar ela em nenhuma tentativa desde que eram crianças. – relata dentro do círculo de garotas formado durante a bagunça, da qual os rapazes participam.

Melissa – Calil na verdade adora coisas fofas, como nosso Filipe. Ela aprendeu a desenhar com ele e ainda guarda um coelho de pelúcia que eu dei no aniversário. O Lipe costurou uma capa preta de mágico, juntou com um bottom de banana e deu de presente.

Mathilda – Pensando nisso realmente dá vontade de rir. Especialmente porque ela fica sem jeito perto do Claude, já que só chega até a boca dele! – o pequeno grupo ri.

Kailane – Isto me lembra do coelho de estimação que Milena e Martônio criam.

Melissa – O bichinho era branco, até a Mili jogar tinta rosa permanente nele por acidente. Hoje o coitadinho é mesclado. – as moças riem novamente, fitando os irmãos.

Perto do painel do computador central, a dupla devolve as beyblades aos lutadores por ordem de chamada, identificando os nomes das feras bit escritos lá. Ambos possuem olhos e cabelos azuis, mas os fios da moça são ondulados, e aparentemente chegariam ao meio da cintura se não estivessem presos em marias-chiquinhas altas, enquanto os do rapaz são lisos e vão até a nuca. O olhar dela é luminoso e a franja menor que a dele.

Já Martônio é mais pálido e magro que a irmã. Ele tem o peito liso escondido por duas blusas, a primeira preta e a segunda azul claro. O interior do casaco é rosa, como dentro das orelhas de gato no capuz, cercado por uma listra azulada. No exterior preto há um bolso de zíper lilás na esquerda e em seus pulsos estão munhequeiras xadrez nos tons das blusas. No pescoço, um fone de ouvido com cores iguais, somadas ao verde.

Mathilda fita-o discretamente. Ela sabe que, em comparação a irmã, chegaria ao queixo dele, pois Milena atinge o pescoço de Miguel. A garota vê a baixa estatura dela como a vantagem que a torna adorável, e sexy pelos seios medianos chamarem atenção dentro da blusa preta de alças, mesclada de turquesa claro com purpurina nas laterais acima e na barra de babados, o mesmo tom das listras do seu short branco.

As meias 3/8 rosadas facilitam a imagem, então a integrante do Barthez Battalion suspira. Subitamente, os pensamentos de todos são cortados quando, na nova entrada da caverna, agora destruída, a alcateia que outrora foi afugentada para fora do local retorna acompanhada de alguns macacos e felinos bem temperamentais. Calisto encara Lauana e vê os dedos de sua mão movendo um pequeno aparelho, que controla os microchips.

Ela toma da cientista e joga no chão, destruindo com o salto do sapato.

Calisto – Prontinho. Não sei o que foi, mas problema resolvido. Ninguém vai virar jantar hoje. – a jovem revista Carola e encontra o controle das pulseiras eletrônicas, que no apertar do botão faz as algemas dos prisioneiros se abrirem na mesma hora e caírem no chão – De nada, e como cortesia... Diná! – a moça pega a sacola das Swords Real e tira uma fita adesiva, jogando na direção da amiga, então ela corta dois pedaços e coloca sobre as bocas das vilãs – Essas cobras vão parar de sibilar agora.

Diva – Já disse o quanto eu adoro você, Calil? – a mais velha dá uma risadinha.

Calisto – Não recentemente, mas teremos tempo para isso mais tarde.

Jeyne – Mas ninguém mais quer brincar comigo? – todos ouvem-na perguntar na debandada dos animais, em seguida recuperando a beyblade que jogou para afugentar as feras – Que decepção. Espero um candidato!

Jim – Você pode jogar comigo no campeonato. – sugere estendendo a mão.

Jeyne – Se tivermos sorte. – ela ri e o cumprimenta – Então, vamos dar o fora?

— Não tão rápido! – uma voz grossa atrai os olhares de todos para a entrada.

Melissa – Papai?! – diz assustada, recuando quando o homem estreita os olhos.

 

Continua...


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