O Outro Lado do Espelho escrita por Machene


Capítulo 2
Dúvidas, Angústias e Inquietações




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Cap. 2

Dúvidas, Angústias e Inquietações

 

No dia seguinte, os Bladebreakers são acordados de súbito por Hilary, batendo em uma frigideira com uma colher de madeira ao invadir os quartos. Tyson é o primeiro a reclamar até o grupo se deparar com Hiro na cozinha, já tomando seu café. Ele deu carta branca para ela fazer o que bem quer. De fato, isso já acontece há um tempo. A moça conquistou toda a família do rapaz num instante, o que ao ver dele não é nada agradável.

Graças a isso, sua rotina preguiçosa está sendo constantemente perturbada. Claro, a morena já vê esse seu comportamento nos intervalos entre as batalhas para defender sua reputação como uma total perda de tempo precioso, então se mantem mais do que disposta a dar fim a isso. Com a benção da família dele, da sua própria e a dos amigos, é possível viajar pra qualquer país como auxiliar da equipe.

O melhor é nem precisar se preocupar com as despesas mais importantes, como alojamento e comida! Apenas o campeão mundial parece não gostar muito... Pensando nisso, Hilary planeja um programa diferente hoje. Excerto por Hiro, todos irão para um parque não muito longe, ver apresentações de artistas que estão divulgando seu trabalho durante a semana antes do Campeonato Mundial de Beyblade.

A seu convite, também os acompanharão a linda Salima e o resto do time Evening Sun. As garotas têm se dado bem desde o reencontro, todas elas, todavia esta dupla em especial. Quando todos chegam ao parque não há tanta gente, e mesmo sendo possível presenciar de perto eles ficam longe, para não atrapalhar os artistas ao atenderem os fãs. De repente Hilary vê um vulto loiro passar por uma macieira perto deles e avisa Salima.

Olhando mais atentamente, ela vê que é Melissa. A garota sai correndo logo que Max também a avista e aponta na sua direção. O grupo a segue por iniciativa das jovens e se perde em um bairro pobre, uma região abandonada. Subitamente, um grito ecoa.

Salima – O grito veio daquela direção! – eles correm até um armazém velho atrás das grades de um beco, por entre duas casas – Devemos ir até lá?

Tyson – Eu já tô cansado de ver essa garota fugindo do nada! Dá uma ajuda aqui Kai! – os dois jogam as beyblades e arrebentam a barreira, correndo na frente dos outros e parando em seguida ao verem a moça protegendo uma dupla de garotas às suas costas de duas feras bit, uma branca e outra negra – Mas... O que está acontecendo?

A interrupção faz as feras tipo puma se recolherem e as beyblades somem entre as sombras. De coração acelerado, as adolescentes atrás de Melissa se ajoelham no chão, soltando o fôlego preso. A mais velha reprime um grito rangendo os dentes e bate o pé direito, cruzando os braços. No pulso direito brilha a pulseira com pingente de tartaruga.

Melissa – Mais que droga, eles fugiram! Perdemos nossa melhor chance!... O que vocês fazem aqui? Por que me seguiram?

Daichi – Belo jeito de agradecer por espantarmos...! – Max tapa a boca dele e ri.

Max – Não tínhamos a intenção de espionar você, só queríamos... É...

Melissa – Tudo bem, não me importa. – ela suspira – Obrigada de qualquer jeito.

Salima – Então essa é a garota de quem estavam falando? – a ruiva sussurra.

Hilary – É sim, mas não sei quem são as outras garotas. – a morena responde.

A mais nova da dupla desconhecida se levanta. É uma loira cujos cabelos lisos são mais rebeldes embaixo do laço preto no topo central da sua cabeça, formando espécies de orelhinhas abaixadas, e se estendem até o bumbum. Ela vasculha o chão com os seus olhos vermelhos e mostra os afiados dentes num sorriso ao achar uma fivela dourada, de imediato a prendendo do lado esquerdo da franja para só então ajudar a erguer a amiga.

Esta também tem pele branca e seios pequenos, mas não possui suas pernas fortes e a mesma personalidade travessa. Tratando-se de uma comparação de altura, enquanto Daichi alcançaria a boca da primeira, Kenny só chegaria ao queixo da segunda. A dita garota de cabelo negro e liso, extenso ao pescoço, retira a franja de cima dos óculos e os ajusta na altura dos orbes escuros. A seguir, pega a mochila vermelha nas costas e abre.

— Graças a Deus, nada quebrado! – ela suspira sorrindo ao puxar dali de dentro um computador da mesma cor e abrir, finalmente se dando conta dos que estão em frente – Minha nossa! Eles são quem penso que são? Os Bladebreakers?! Ah, e os ex Psykick!

Melissa – Calma. Antes de você surtar, eu vou apresentar as duas. Gente, esta aqui é a Keilhany, também chamada de Thalía. É um trocadilho artístico, porque ela tem um vozeirão parecido com o da cantora latina.

Keilhany – Ah Meli, por favor. Você é uma exagerada. – o trio ri do seu rubor.

Melissa – Bom, mesmo sendo uma ótima cantora, como blader ela é ainda melhor. Thalía é a nerd do nosso grupo, craque em computação que dá gosto. A outra é a Diva.

Diva – Posso saber por que em apresentações sempre sou reduzida a termos como “a outra”? Eu posso não ser tão boa no beyblade, mas tenho meu papel na equipe!

Melissa – Eu não disse que não tinha... Então, apresentações feitas. Podem ir.

Goki – Peraí! Não vão nos explicar nada sobre o que aconteceu aqui?

Melissa – Acho que não adianta pedir pra esquecerem... Mas aguentam a verdade?

Ray – De que “verdade” você está falando? Quem atacou vocês?

Diva – Melhor eles não saberem de mais nada. – diz em sussurro pra Melissa, com a mão direita na frente da boca – Se lembra do que a Hana disse?

Kai – Podem explicar o que está acontecendo ou não? – a líder da equipe o encara e ri, pondo uma mão na cintura e apoiando o peso na perna do mesmo lado.

Melissa – Ora, eu pensei que você não falasse frases longas na frente dos outros.

Kai – E você parece saber mais sobre nós do que aparentou naquele dia.

Keilhany – Ah, a Meli nos contou o que aconteceu. Esqueçam o que ela disse! É claro que nós conhecemos muito sobre vocês! Eu tenho vários dados.

Kenny – Tem? – ele se surpreende, já abrindo devagar seu laptop.

Diva – Tem. E acredite: não são poucos. Ela não para de falar de vocês, até enche!

Keilhany – Eu gosto de como eles lutam. – a menina cora e faz uma careta, logo suavizando a expressão – Por exemplo: o Tyson é muito poderoso no ataque, embora, se fosse menos impulsivo, melhoraria suas técnicas. O Ray tem um ótimo estilo ofensivo...

— “O Kai é bom estrategista e o Max defensivo”. – suas amigas repetem revirando os olhos, provocando um grunhido dela.

Daichi – E por um acaso você tem dados sobre mim? – animado, ele aponta pra si.

Keilhany – Sim. Daichi, que lutou contra Tyson. Os dois fizeram uma parceria no último campeonato mundial, quando você se tornou membro oficial dos Bladebreakers.

Daichi – É isso aí! Eu acabo com qualquer um que me desafiar e luto em qualquer tipo de terreno, faça chuva ou faça sol!

— Não seja tão convencido! – Tyson e Hilary batem na sua cabeça.

Keilhany – E os Psykick... – ela digita no computador, segurando com um braço – Ah, aqui está. Esse era o mesmo nome duma organização criminosa na responsabilidade do cientista Zagart, ex parceiro de Stanley Dickenson, o presidente da BBA. Claro que não é novidade pra ninguém desde a destruição daquela torre dois anos atrás, noticiada em todos os jornais. Foram espertos em abandonar aquele nome. Ele ainda é usado pela nova equipe de bladers liderada pelo filho de Zagart, Zeo.

Diva – Confesso que estou curiosa para saber se e como os integrantes pretendem limpar esse nome da má reputação. Vão precisar fazer bonito no campeonato.

Keilhany – É verdade. O importante é que a chegada do Evening Sun no aeroporto do Rio de Janeiro foi anunciada pelos paparazzis rapidamente, já que serviu para fechar o grupo composto pelas equipes mais famosas de lutadores de beyblade.

Jim – Uau! Você realmente é uma boa pesquisadora.

Keilhany – Obrigada. Obviamente eu adoraria que me ajudassem a coletar alguns dados a mais, para análises futuras, e...! Oh, desculpem a minha curiosidade, mas vocês pretendem lutar no campeonato com as beyblades assim? – ela aponta para os peões de Tyson e Kai e o grupo se entreolha – Claro que eu não pretendo ofender o seu design de peças Kenny, mas eu acho que se o estilo da estrutura tivesse uma forma mais...

Melissa – Ah Thalía, agora não! Quando você começa não tem quem te pare!

Kai – Essa conversa parece uma artimanha para desviarem do assunto anterior.

Melissa – Quem te viu quem te vê! O todo poderoso Kai está tão comunicativo! – os outros o encaram com certo receio da sua careta, então Tyson tosse e sorri amarelo.

Tyson – O Kai pode parecer chato às vezes, mas ele é legal! Certo Kai? – o amigo lhe fita tão sério que ele não tem coragem de tocar seu ombro, então abaixa a mão.

Diva – É o que sempre digo da Kailane. Claro, ela quase nunca está presente nos treinos, raras vezes nos ensaios, e isso irrita a avó dela, então sobra pra gente, mas... – Keilhany bate o cotovelo em seu braço – Ai! Sabia que eu preciso dos braços pra tocar?

Melissa – Acho que é hora de irmos. – é sua vez de sorrir sem graça ao empurrar as amigas até a saída, então um alarme soa do computador de Thalía e ela o abre rápido.

Keilhany – Eu achei o rastro dela! – Melissa tapa sua boca e retoma o passo.

Melissa – Bom, obrigada de novo! Até mais! – Max corre e se põe na frente delas.

Max – Espera! Não podem nos dizer qual é o seu problema? Só queremos ajudar.

Diva – Ah, nós não temos nenhum problema! E mesmo que tivéssemos... – a líder lhe belisca, fazendo-a resmungar com raiva.

Melissa – Desculpem tomar o tempo de vocês, mas esse desafio é nosso.

Kane – E é uma coisa tão séria assim que nós não podemos saber?

Keilhany – Mais do que queríamos. – o bipe no monitor continua e a moça aponta o PC para a esquerda – O sinal está fraco... Mas acho que consegui!

Diva – Ela está naquela direção? – a pergunta escapa e ao notar isso a loira menor põe a mão na boca, temerosa pela careta da amiga mais velha.

Salima – Olha só, se estiverem procurando algo ou alguém, nós podemos ajudar. – elas não respondem, e então Kai dá alguns passos à frente.

Kai – É melhor não nos envolvermos. Se elas não querem nos contar, não adianta.

Diva – Mas vocês poderiam prometer nos ajudar se contássemos?

Melissa – Ei Diva, você mesma fez questão de me lembrar do aviso da Hana e vai andar pra trás agora? Não podemos envolver os outros nos nossos problemas!

Diva – Mas Melissa, eles querem ajudar! Melhor ainda, eles podem ajudar! Nós já tentamos de tudo. Precisamos de mais alguém agora.

Keilhany – Ela tem razão Melissa. E nós ainda nem sabemos se podemos resgatá-la sozinha. – a loira maior bufa e sacode as mãos em desistência.

Melissa – Certo! Então eu conto o que está acontecendo. Se depois de tudo vocês não quiserem nos ajudar, peço que, pelo menos, não contem para ninguém. – ela puxa o ar e solta lentamente – Por onde eu começo?... Não sei se sabem das nossas famílias.

Hilary – Nós temos umas informações sobre vocês também. O senhor Dickenson conhece sua tutora. Ele disse que ela cancelou a participação de vocês no campeonato.

Melissa – Sim. Bem... Partindo do princípio. A empresa Beyfly foi fundada pela família Yamari, portanto, a dona é a avó da nossa amiga Kailane, Zilda. Contudo, o meu pai e os pais da Keilhany, Sandro e Greice Valem, são sócios. Papai adotou a Diva e nós quatro viramos melhores amigas em pouquíssimo tempo.

Diva – Mais do que isso! Somos irmãs, unha e carne! – a baixinha agarra o braço da loira maior, fazendo os demais sorrirem um pouco.

Melissa – Não tardamos a formar um time para viver as nossas maiores paixões: cantar e lutar beyblade. Nessa época, a Kailane herdou uma fera bit rara, repassada por gerações da sua família, e eu também recebi uma, me confiada pelos avós dela. O meu pai é um homem rigoroso e precavido, então contratou a Hana para ser nossa mentora e servir de babá. Com ela por perto, nós não podemos ir a lugar algum sozinhas.

Keilhany – É uma ironia vinda de você, já que está sempre fugindo quando pode.

Melissa – Desculpe se eu não nasci para viver confinada entre quatro paredes!

Hilary – Mas por que vocês não têm permissão nem de participar do campeonato?

Melissa – Porque, anos atrás, uma cientista que trabalhava na área tecnológica da empresa Beyfly foi demitida por ser pega roubando as pesquisas secretas do laboratório, e agora a louca jurou se vingar de qualquer jeito! Ela quer as feras bit, por isso as nossas famílias decidiram nos trancar a sete chaves e colocar a Hana como cão de guarda. Mas participar do Campeonato Mundial de Beyblade é nosso sonho; eu precisava tentar nos inscrever! Fiz isso antes de nós pegarmos um voo para o Rio de Janeiro escondidas das nossas famílias, mas Hana nos descobriu.

Diva – A sorte é que quando ela entrou no avião ele já estava decolando. Não foi possível pedir ao piloto para parar, porque isso causaria tumulto e não podíamos atrair atenção. Depois a Hana tentou conseguir um voo particular para nós voltarmos pra casa discretamente quando a Melissa saiu escondida afim de ver a cidade.

Keilhany – E se não tivesse feito isso, a Lane nunca teria saído para tentar te achar antes da Hana voltar para o apartamento, então nunca seria sequestrada pela Lauana!

Melissa – Eu não ia adivinhar que isso aconteceria! Saiu tudo errado! Nem chance de participar do campeonato vamos ter graças aquele linguarudo do Angus, que podia ter ficado de boca fechada quando viu o nome da nossa equipe na lista de participantes!

Jim – Quer dizer que vocês estavam agora mesmo procurando a sua amiga?

Melissa – Sim. Nós saímos hoje justamente pra procura-la e nos separamos com a meta de cobrir um terreno maior, porém as meninas foram atacadas pelas feras pumas.

Diva – E você ficou com raiva por não termos sido pegas!

Melissa – Mas aquelas pessoas poderiam nos levar até a Lane!

Keilhany – Não temos certeza que seria assim. Além disso, mesmo usando as suas feras bit seria uma tarefa difícil fugir de um covil cercado por capangas com as próprias feras do mal. Ou você ganhou superpoderes, heroína? – Melissa faz um bico e cruza os braços de novo, fitando um ponto longe.

Kane – Imagino que a tutora de vocês também não saiba da fuga de hoje.

Diva – Já deve ter descoberto... Se nos ajudarem, talvez possamos achar a Lane e voltar antes dela decidir chamar o exército para nos procurar.

Daichi – Ela pode fazer isso? – o trio feminino se entreolha com sorrisos de canto.

Melissa – Nunca subestime a babá. Mas vocês não são obrigados a nos ajudar.

Kenny – Realmente não, mas já passamos por confusões parecidas e entendemos o que estão sofrendo. – ele se vira aos amigos – Podíamos ajudar a achar a amiga delas.

Hilary – Eu não vejo problema nisso. Quem mais está dentro?

Max – Eu topo. – o Evening Sun se entreolha e todos concordam.

Tyson – O que acha Kai? – o líder da equipe encara as moças de braços cruzados.

Kai – Eu não pretendo interferir nos problemas dos outros, mas a mulher da qual falaram me parece uma ameaça não só a elas como para o beyblade em si.

Ray – Bom, se o Kai disse tá dito. E ele não costuma ser assim tão bondoso.

Melissa – Eu imagino. – ela dá de ombros e vira o rosto novamente.

Daichi – Ah claro, e só porque o Kai falou que tudo bem nós vamos entrar nessa?

Tyson – Ele é o capitão da equipe afinal. Embora eu ainda ache uma má ideia.

Hilary – Tyson! Como você pode ser tão insensível?!

Tyson – Se é que você não esqueceu, uma delas me insultou!

Hilary – Mas ela só falou a verdade; você é exibido sim! – quase todos riem – Se você não as ajudar, Tyson, eu vou te acordar todas as manhãs gritando no seu ouvido. – a ameaça é o suficiente para provocar uma careta nele, fazendo-a rir.

Tyson – Certo. Mas como esperam encontrar essa garota? Tem um telefone?

Keilhany – Melhor do que isso! Temos o meu rastreador. – ela vira o computador – Diga olá, Lucent. – a sua tela ganha um fundo branco e de repente uma pequena água-viva cibernética aparece, alternando a coloração enquanto flutua.

Lucent – Como vão? – o grupo toma um choque, o que faz o trio de jovens rir.

Kenny – Oh meu Deus... QUE INCRÍVEL! – a euforia logo se apossa de Chief – Eu não acredito que você também tem uma fera bit no seu computador!

Keilhany – Na verdade, Lucent não é uma fera bit.

Lucent – Eu sou um software de Inteligência Artificial. Fui desenvolvido pelo pai da senhorita Keilhany com propósito inicial de ampliar conhecimentos sobre tecnologia e ciência numa escala mundial. Meu programa opera na central da empresa Beyfly, mas pode ser transferido para qualquer máquina capaz de variar tratamentos automáticos de informações ou processar dados. Minha forma possui variação, à escolha do operador, e pelo gosto da senhorita Keilhany eu sou seu ajudante virtual sobre informações relativas ao beyblade na figura de uma medusa-da-lua. Podem me chamar de Luce. Muito prazer.

Goki – Que louco... Ele pode mesmo nos ajudar a encontrar a amiga de vocês?

Keilhany – Certamente! Luce pode achar qualquer fera bit num raio de 200 metros tranquilamente. Além disso, a lente da câmera permite uma visão noturna e periférica de 360 graus. A probabilidade de alguma coisa nos escapar é de...

Diva – Cala a boca Thalía! Todo mundo já entendeu! – alguns riem da vergonha da garota e neste meio tempo Kenny vira seu laptop para frente.

Kenny – Eu adoraria trocar alguns dados com você depois. O que acha Dizzi?

Dizzara – Fabuloso! Eu nunca conheci um software tão inteligente. Como vai?

Lucent – Muito bem, obrigado. Devo dizer que também fiquei surpreso ao coletar informações a seu respeito. Uma fera bit esperta e com senso de humor é um caso raro.

Daichi – Eles estão mesmo se paquerando? – o garoto sussurra achando estranho e faz os amigos mais próximos rirem.

Keilhany – Luce está certo. Há muito tempo eu queria conhecer a Dizzara!

Kenny – Não sabia que a Dizzi era tão famosa assim. Como soube dela?

Keilhany – Comentários posteriores de batalhas. Talvez não saibam que existem lutadores da sua cidade natal que interagiram com vocês e deram depoimentos a jornais sobre isso quando os Bladebreakers venceram o campeonato mundial pela primeira vez. Tenho quase certeza que alguns deles fizeram parte de uma equipe onde Kai era capitão.

Dizzara – Ah sim! Foram os selvagens de mãos frias que me raptaram uma vez.

Kenny – Não precisa dar detalhes Dizzi. – ele ri sem jeito, olhando Kai de lado.

Keilhany – Eu entendo pelo que deve ter passado Kenny. Luce é maravilhoso, eu não viveria sem ele de forma alguma! – ela acaricia a parte de cima do monitor.

Dizzi – Viu só Kenny? É desse jeito que você devia me tratar! – ele bufa e alguns dos outros gargalham – Então o que estamos esperando gente? Vamos ao resgate!

Sem mais delongas, os três times começam a caçada atrás de Kailane. O sinal do rastreador os leva até uma reserva ambiental ali perto. Felizmente não há problema para enfrentar às câmeras e a grade de ferro, já que podem passar por uma abertura secreta. O bipe fica mais forte ao se aproximarem de um rio. Kai é o primeiro a escutar um gemido entre os arbustos e quando os afasta enxerga uma jovem desmaiada do outro lado.

Ele alerta os outros, escorregando pelo declive e passando pela trilha de pedras na água. A pele branca da carnuda moça de lisos cabelos negros, pendendo ao quadril, está molhada pela grama úmida, e os seios fartos se comprimem contra o chão. Tomando um leve cuidado para não derrubar a fivela rosa do lado direito da franja dela, ou o grande laço vermelho atrás da cabeça, o rapaz afasta os fios e vê um machucado na testa.

Melissa – Meu Deus! – a loira chega correndo com o grupo logo atrás e se curva para vê-la – O ferimento é grave? – antes de responder, Kai nota a beyblade em tons de azul e pervinca de Kailane na mão próxima ao rosto e espreme os olhos, tentando ver o brasão escondido debaixo do seu polegar, todavia Diva a recolhe depressa.

Kai – Não é grave, mas temos que levá-la ao hospital agora.

Após, sem hesitar, o rapaz erguer a garota nos braços, surpreendendo a todos, ele sai andando na frente para fora da reserva. Chegando ao hospital mais próximo, Thalía liga para Hana enquanto a amiga é atendida e então volta ao quarto, onde as Beautiful Girls esperam vê-la despertar. Enquanto isso, os acompanhantes aguardam na sala de espera à chegada de Hiro, o que não demora considerando o desespero lhe acometido.

Pelo telefone, Tyson teve a impressão de ouvir o coração de seu irmão paralisar.

Hiro – Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Por que não quiseram dizer nada pelo telefone? E por que estamos no hospital? Quem está machucado?

Max – Nós estamos bem, a ferida é a Kailane.

Hiro – Eu continuo na mesma. Quem é essa?

Ray – Nós nos encontramos de novo com aquela garota de quem falamos ontem, Melissa. Ela estava com outras duas amigas e nos contou que sua equipe está fugindo de uma mulher chamada Lauana, que foi despedida por tentar roubar tecnologia secreta da empresa Beyfly e por isso quer vingança.

Tyson – Daí ela sequestrou a amiga delas, Kailane, e nós a achamos numa reserva ambiental aqui perto. Quer dizer, o Kai achou. – vira-se ao quieto capitão sentado numa das cadeiras vermelhas, de braços cruzados e uma perna por cima da outra.

Hiro – Agora é informação demais. – ele massageia as têmporas – Seja como for, essas são as tais lutadoras que também cantam numa banda, certo?! Onde está a tutora?

De imediato, todos ouvem um resmungo alto vindo da recepção vazia. A enfezada Hana, com roupas de frio, olha de um lado para o outro. Hilary toma a frente e a chama.

 

Continua...


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