Querido São João escrita por Paloma Machado


Capítulo 5
O massacre dos estalinhos - Alexy


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui é a Misali ^^
Quando a ideia surge tenho que escrever, é assim mesmo rsrs.
Boa leitura.



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No momento, tudo o que eu mais desejo na vida é que as malditas biribinhas estourem.

Acho que enchi tanto o saco do Armin para me emprestar dinheiro pra comprar os estalinhos que ele rogou uma praga e agora eles não querem funcionar. Já foi quase meia caixinha e nem uma faísquinha se quer. De repente alguém esbarra com força no meu ombro, eu deixo a caixa cair e tudo se esparrama pelo chão.

— Que coisa infantil Alexy – diz a loira azeda que acaba de me empurrar.

— Porque fazer o que você fez é de grande maturidade – rebato.

— Ela está te fazendo um favor – late a cadelinha de estimação, Li.

Eu me agacho para ajuntar as bombinhas.

— Você não tem vergonha? – Charlotte pergunta, com seu nariz empinado.

— Vergonha deveriam ter vocês por não terem um objetivo de vida melhor do que atazanar os outros. – Me levanto e bato a poeira da calça – acho que isso não passa de inveja.

Charlotte dá uma risada desdenhosa. Li pestaneja.

— Inveja? – Ambre se queima. – Meu pai é um empresário muito bem sucedido, minha mãe foi uma modelo fabulosa, meu irmão além de ser o melhor aluno também é presidente do grêmio estudantil. O que mais posso querer? São os outros que sentem inveja de mim e não o contrário.

— Mas e você? – eu a encaro no fundo dos olhos. – O que você é?

Ela parece perdida por alguns segundos.

— Sou a garota mais linda e popular desse colégio – ela joga o cabelo seboso para o lado e sorri convencida de sua genuinidade.

— Tenho pena de você. – Respiro profundamente. – São conquistas realmente fúteis.

Ambre se retrai instantaneamente. Posso ver em sua expressão o quanto minhas palavras a abalam. Numa reação inesperada, ela pega as biribinhas de minhas mãos e joga em meu rosto. Nada acontece. Elas simplesmente caem no chão sem provocar um ruído se quer.

— Sinto muito, são inofensivas – pego uma e taco no cabelo dela, a bombinha dá um estalido, um pequeno flash ilumina o ponto e começa a pegar fogo.

— Ai meus deus! O seu cabelo! – Li se desespera, começa a abanar freneticamente, mas só aumenta a chama.

Charlotte, num reflexo rápido, pega a bolsa e bate na cabeça de Ambre, apagando o pequenino incêndio.

A loira passa as mãos pelo cabelo e tira alguns fios queimados.

— Você me paga! – ela rosna.

Não fico ali pra saber o resultado, do no pé o mais rápido que posso.

— Me dá seus estalinhos Li – Ambre ordena.

— Mas... – Li fica desorientada.

— Eu sei que você comprou, sua idiota! – Ambre dá um tapa na mão da colega, fazendo-a derrubar seu inseparável estojo de maquiagem. Li cata uma caixinha do bolso e entrega à megera.

Me escondo atrás de uma barraca. Ambre passa correndo por mim, eu taco algumas bombinhas no chão e elas estouram como pipocas. Ela dá um grito agudo, se vira e começa a me perseguir. Não acredito que estou fazendo isso, voltei a ser uma criança. Mas tenho que admitir, isso é divertido a beça.

A corrida continua ininterruptamente, estalos vêm de todos os lados, acho que Li e Charlotte se renderam e acabaram se juntando. Percebo que várias crianças entram na brincadeira, tudo se torna um grande alvoroço, uma competição pra ver quem acerta mais pés.

Minhas biribinhas acabam, as três garotas me encurralam, avidas pela vingança.

— Agora é o seu fim – Ambre ergue a mão cheia e se prepara para me bombardear, mas então se vê cercada pelas crianças.

— Ao massacre! – um menininho grita, liderando o grupo.

Uma chuva de estouros luminosos começa, as três patetas gritam desesperadas e tentam afugentar a cambada, mas os pirralhos são ágeis e desviam dos ataques mal direcionados. A cena é hilária, rio tanto que minha barriga começa a doer. O tiroteio sessa e as patricinhas caem derrotadas ao chão. Recupero o ar e vou embora contente.

Uma coisa é certa na festa de São João: implique com uma criança e será infernizado por seu arsenal de estalinhos.


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Notas finais do capítulo

Se tem alguém que não merece a benção de São João, é a Ambre.
Beijos :*



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