Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 56
Até mais vê


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:

Bom dia amoras da Tia Stelfs! -q.
Como vão vocês? :3
Bem, o que dizer, não é mesmo? Acho que, antes de mais nada, agradecer a vocês por todo esse tempo conosco, pelos comentários, pelos favoritos e por lerem nossa fic. Agradeço por cada conversa que tive a oportunidade de ter com vocês via comentários, pelas respostas das MP's que mandei e por ter conhecido vocês melhor! Foi muito bom todo esse tempo. Grazie, donne :}
Maaaaas, antes que vocês me perguntem se esse capítulo é o final da fic, digo: NÃÃÃÃOOO! Ainda teremos o epílogo! (AEEEEEEEEEEEEEEE) e que será bem grandinho ♥ Porém, teoricamente, a fic terminaria aqui, entonces, me dei o trabalho de já agradecer a todas (os)!
Só uma explicaçãozinha: esse capítulo se passa todo em flashback do domingo à noite e da segunda de manhã, quando Castiel (cara de pastel -n) foi embora.

Bom, vou deixar de enrolar e deixar vocês lerem.
Espero que gostem :3


Bia:

Oooi gente! Lá vamos nós com mais um capítulo do casal que logo irão ficar longe um do outro ;-;
Masss ainda vamos dar umas risadas com eles!
Boa leitura!


Ester:
Hello hello peps! Feliz ano novo, adeus ano velho nanana ~le musiquinha chata. Primeiro cap do ano, minha gente, Uhulll *solta fogos * Primeiro do ano, mas, oficialmente, último da fic. Lógico, teremos epílogos, então a fic ainda não acabou kkk
Preparem os lenços e os hearts, que esse cap tá de acabar com qualquer um D:
Um oferecimento de Gol, companhia aérea, Decolar.com, com os melhores preços para sua viagem e Aerosmith, com a maravilhosa I Don't Want to Miss a Thing, conclui que devo deixar de enrolar e vamos ao cap de hoje o/
Boa leitura ;)



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— Boa noite — desejei a Castiel, vendo ele passar pela porta e a fechar logo depois, não sem antes me olhar com seu sorriso treteiro.

Fiquei alguns segundos encarando aquela porta. E suspirei, dando meia volta e entrando no apê. Fechei a porta atrás de mim e ainda fiquei algum tempo encostada nela, repassando aquele pequeno momento na minha cabeça. Até que resolvi ir tomar banho e me forçar a dormir.

Deitei, me tapando até o nariz e senti meu corpo relaxar. Mas meu cérebro não.

Era como se tudo que eu não tinha me permitido pensar nesses últimos dias com Castiel, viesse à tona nesse momento:

“Será que era mesmo uma boa ideia tentar um namoro à distância? E se ele nem entrasse em contato comigo quando chegasse lá? E se ele se interessasse por outra pessoa? E se ele não fosse fiel? E se ele se deparasse com tantas oportunidades de relacionamento? E se ele ficasse com duas pessoas ao mesmo tempo? E se, se, se...”

Meu cérebro não queria parar.

Me virei na cama, tentando fazer aqueles pensamentos irem embora. Soltei mais um suspiro e peguei meu celular. Já que dormir eu não ia, pelo menos a internet ia me salvar.

Abri o whats pra ver se a Nívea tava online. Mas o que eu vi foi muito melhor.

Abri um sorriso inconsciente e digitei:

“O mocinho aí não deveria estar dormindo? ”

Vi que a mensagem foi visualizada em segundos e a resposta foi imediata:

“A garotinha também não deveria? ”

Dei um riso divertido.

Já era de se esperar, né, não?

“kkkkkkk, eu não consigo dormir.” — Respondi com sinceridade.

Pude imaginar a gargalhada de Castiel ao ler minha resposta.

“Já tá sentindo minha falta? ”

Mordi os lábios de baixo com uma alegria imensa de estarmos naquela conversa.

“Só porque você quer. ” — Digitei de volta, rindo da minha própria resposta digna de Castiel.

“Quer que eu vá aí dá um jeito nessa insônia? ” — A mensagem subiu na tela e fiz um bico entediado.

O que é Castiel nessa vida, não é mesmo?

Balancei a cabeça, abrindo um sorriso daquela petulância toda e respondi:

“Sossega seu facho e dá um jeito de dormir. ”

Mas minha mensagem não foi visualizada.

Ah, não. Só me faltava...

“Abre a porta aí. ” — Vi aquela mensagem e fiquei alguns segundos encarando a tela do meu celular. Não acredito que ele iria... — “Anda, garota, tá frio aqui fora. ”

Ao ler aquilo, me levantei em um pulo da cama, indo até a sala.

Droga, Castiel.

Acendi a luz e fui até a porta. Girei a chave nela com cuidado pra não fazer tanto barulho e a abri, colocando parte do rosto pra fora e encontrando Castiel parado no hall com o celular na mão e seu sorriso de lado. Terminei de abrir a porta e encarei ele com os braços cruzados.

— O que você tá fazendo aqui, criatura? — sussurrei em um tom indignado e ele abriu ainda mais seu sorriso sem vergonha.

— Vim te ajudar a dormir, você não tá com problema? — perguntou sarcástico, se escorando com o ombro no batente da porta.

Soltei um suspiro.

— Okay, agora que você já me deu sua grande ajuda, pode voltar pra casa — disse, voltando a segurar a porta do apê pra fechá-la. — Boa noite, Castiel.

— Vai fazer desfeita da minha visita? — Continuou sendo irônico.

Revirei os olhos.

— Às duas e meia da manhã? — rebati. — Vou. — O encarei, me preparando pra fechar a porta. — Boa noite, Castiel — repeti dando ênfase.

Mas antes que eu pudesse fechar a porta, ele me tomou no colo, me fazendo soltar um início de grito, que foi abafado pelas minhas mãos na mesma hora. Castiel deu uma risada baixa, me carregando pela sala. Tirei a mão da boca, falando com ele:

— Seu doido, me solta! — Agora passado o susto, eu “gritava” baixo. — Castiel, a porta ficou aberta! — falava desesperadamente, enquanto ele me levava pelo corredor. — Me põe no chão, Castiel! — Balançava as pernas no ar, tentando fazer ele parar com aquilo. — Castieeeeeeeel, por favor, paaraaaaa. — Fazia manha.

Quanto mais algazarra eu fazia, mais ele ria.

— Agora você vai aprender a não me ignorar mais — ele me respondeu, entrando no meu quarto comigo no colo.

— O que é que você...

E nem precisei perguntar. Castiel me jogou na cama com tudo, me fazendo segurar um grito. Senti meu corpo quicar algumas vezes e tombar logo depois. Ele começou a rir feito um retardado daquela cena, enquanto eu me recompunha. Me sentei na cama, me sentindo um pouco tonta e o encarei:

— Eu te odeio — declarei, ainda me recuperando daquela “queda livre. ”

Ele riu à revelia e me olhou daquele jeito dele.

— Eu sei que isso é mentira. — Colocou o joelho sobre a cama e se aproximou de mim, tentando me beijar, quando o parei.

— Nem vem. — O repeli. — Você perdeu seu crédito comigo —disse, o arredando com a mão e saindo da cama. — Eu vou trancar a porta — completei, caminhando pelo quarto.

— Ah, é? — Ele me devolveu essa, me acompanhando andar com o olhar.

— Ah, é — falei, ainda estressada com aquela cena, quando senti ele me segurando pelo pulso e me parando.

Eu me virei pra ele.

— Vem, cá. — Senti Castiel se aproximar de mim. — Não precisa ficar arisca assim. — Usou suas palavras comuns, mas seu tom de voz era ameno.

Meu rosto chocou contra seu peito e suspirei.

— Idiota — o xinguei de novo, dando um soco fraco no ombro dele, sentindo ele me abraçar pelos ombros.

Devolvi aquele abraço e fiquei alguns segundos ali, sentindo o cheiro de amaciante que a roupa de Castiel tinha. E respirei fundo, deixando que a minha raiva momentânea passasse. Ele afrouxou seus braços em torno de mim e eu também fui soltando ele, levantando minha cabeça e encontrando seus olhos cinzas sobre os meus. E ficamos nos olhando em um silêncio estranho, como naquela noite do show. A pouca luz que vinha da sala me deixava ver parcialmente o rosto de Castiel, me fazendo lembrar do nosso primeiro beijo.

E ri besta. Tomando a dianteira e o beijando.

Nos separamos um tempinho depois, nos encarando feito dois idiotas e desviei meu olhar do dele, rindo ainda mais. Ele passeou a mão pela minha nuca e inclinei a cabeça pra trás com um fechar de olhos.

— Eu preciso fechar a porta — falei meio baixo, sentindo aquele carinho me tranquilizar.

— Vai lá. — Castiel me impulsionou, me soltando e dando uns tapinhas na minha cintura.

Eu abri os olhos e dei um sorrisinho, saindo do quarto. Fui até lá e tranquei a porta, aproveitando pra apagar também a luz da sala e entrei pelo corredor, aproveitando a luz dos postes que vinham lá de fora. Cheguei no meu quarto, parando na porta quando encontrei Castiel deitado de bruços na minha cama.

Mas que... diacho é isso?

Então percebi que ele tava com meu celular na mão. Ah, não...

— Que você tá fazendo com meu celular? — perguntei, já me aproximando dele. — Não tá me trollando no meu face não, né? — falei engraçada, chegando bem pertinho dele e Castiel se virou, me entregando o aparelho.

Olhei a tela. E percebi que ele estava adicionando um contato no meu whats. Vi que era seu novo número, o de Los Angeles. Entretanto, ele estava com um nome um tanto...

— Amorzinho “coração”? — perguntei, começando a rir daquela palhaçada. — Por que esse nome? — Virei o celular pro lado dele, que começou a rir. —Você nem é dessas firulagens.

Ele escorou o rosto com a mão e o cotovelo na cama.

— Caso algum engraçadinho queira adicionar o número dele na sua lista, vai saber que você tem dono. — Abriu seu sorriso sem vergonha, me olhando divertido.

Balancei a cabeça, revirando os olhos.

— Você não tem jeito, sabia? — Terminei de salvar o contato com o nome e tudo e coloquei o celular em cima do criado mudo.

Me sentei na beirada da cama e olhei pro Castiel, penteando os cabelos dele com os dedos.

— Que tal assistirmos série enquanto o sono não vem? — perguntei, enquanto brincava com os cabelos dele e fazia um cafuné.

Castiel deu de ombros.

— Eu não vim aqui pra dormir. — Me lançou essa com o sorriso de lado e eu o encarei com uma sobrancelha levantada.

— Bem, outras coisas também não porque nem sou dessas — soltei a real, parando de mexer nos cabelos dele e Castiel soltou uma gargalhada, me segurando pelo antebraço e me puxando pra mais perto dele.

— Eu tô ligado — falou com seu jeitão de sempre e selou meus lábios rapidinho, me soltando logo depois. — O que você quer assistir? — Soltou meu braço e me ergui, pegando meu celular do criado.

— A oitava maravilha desse mundo: — Comecei a procurar os episódios no meu celular. — Supernatural — falei toda animada e Castiel me encarou confuso.

— Vai querer ver isso no meio da noite? — Me mandou essa, reabrindo seu sorriso debochado. — Depois não reclama de ter pesadelos mais tarde do jeito que é medrosa — zuou.

— Ah... — disse em um bico. — Mas você tá aqui — falei toda meiga, desviando meus olhos dele e ficando com um pouco de vergonha.

Castiel riu e arredou um pouco na cama, abrindo espaço.

— Então, vem. — Bateu no colchão, me indicando um lugar do seu lado.

Fiquei encarando aquela cena por alguns segundos.

Sabe quando todos os conselhos da sua mãe passam pela sua cabeça?

Então, fui eu nesse momento.

— Que foi, garota? — Castiel percebeu meu desespero interior.

— Ah, não é nada... — Tentei parecer normal.

— Você e seu famoso pudor. — Ele soltou essa entre risadas. — Anda, vem logo, eu não vou te morder. — Completou com seu típico sorriso. — A não ser, claro, que você queira. — Mandou essa e revirei os olhos em um suspiro.

— Tô querendo nada, ultimamente — respondi com essa, fazendo ele rir ainda mais.

E me deitei na cama, sentindo que a vergonha tomava conta de mim. Me virei de lado com cuidado, colocando o celular apoiado no abajur e desci um pouco, abrindo o campo de visão pro Castiel.

— Dá pra você ver daí? — perguntei, olhando pra cima e ele concordou com a cabeça. — Então vou dar play — afirmei, tocando a tela do celular, fazendo a série começar.

Puxei um dos travesseiros, me deitando nele e me ajeitei. Senti Castiel puxar o outro travesseiro e trazer pra ele, enfiando um dos braços debaixo dele e se aproximou mais de mim, quase me fazendo ter um troço. Fiquei tensa por alguns segundos, pensando se ele ousaria fazer algo de mais, mas ele não se moveu mais. Encaixou sua mão na minha cintura, me fazendo carinhos por ali. Respirei depois desse momento de tensão interior, conseguindo relaxar e finalmente prestei atenção na série.

O episódio nem tinha começando direito, quando escutei o ressonar de Castiel. Soltei um sorriso divertida e me movi com todo o cuidado, olhando pra cima e encontrando ele dormindo na maior cara dura. Ri baixo, balançando a cabeça e não acreditando nisso.

Como pode, gente?

Desliguei o celular com calma e tirei com cuidado sua mão de mim, fazendo ele se mexer um pouco. Fiz uma cara de “Vish, deu ruim”, mas ele nem acordou. E me virei devagar, tentando não balançar muito a cama, olhando pra ele dormir. Nos tampei e cheguei mais perto dele, abrindo um sorriso.

— Por que você não disse logo que não conseguia dormir por minha causa? — sussurrei essa pergunta, começando um pequeno carinho em seu rosto e dei um selinho nele. — Boa noite, Castiel — desejei, me aproximando ainda mais dele e fechei os olhos, sentindo seu cheiro.

 

...

Acordei com o barulho do meu despertador me avisando que eu tinha vida hoje. Estiquei meu braço até o criado mudo e peguei o celular, desligando ele logo.

Foi então que me dei conta.

Abri os olhos, esperando encontrar Castiel por ali, mas eu estava sozinha.

As cobertas, um tanto desarrumadas da minha cama, denunciava que ele havia saído mais cedo.

Sem se despedir de mim.

Aquilo me fez murchar um pouco, mas respirei fundo, pensando que talvez ele só não gostasse de despedidas. Sai meio cambaleando da cama, sentindo a cabeça querer doer pelo sono e fui me arrumar pra ir pra aula.

Cheguei na faculdade mais pra lá que pra cá e me sentei na última cadeira da sala, like a vampira, a fim de tirar um cochilo. Ledo engano. Assim que Carol chegou e me viu, veio andando na minha direção com uma cara que só Jesus.

— Que que você tá fazendo aqui? — Me lançou um olhar intrigado e franzi as sobrancelhas, olhando pra ela.

— Até onde eu saiba, eu estudo aqui — brinquei, fazendo graça.

Ela me deu um “pedala” levinho e começou a rir.

— Eu sei, dã. — Jogou a mochila dela em cima da carteira na minha frente. — Mas o Castiel não ia viajar hoje?

— Ia não, ele vai — respondi, escorando meus cotovelos na mesa. — Aliás, ele deve tá no aeroporto agora. — Cliquei na tela do meu celular, vendo as horas.

— O quê?! — Me olhou com cara de mãe. – E o que você tá fazendo aqui ainda, menina? Vai lá se despedir dele, pessoa! — disse autoritária, colocando as mãos na cintura.

Fiz um bico.

— Eu acho que ele não tá muito a fim de despedidas, Carol... — Escorei meu queixo com a mão e a olhei. — Hoje de manhã quando eu acordei, ele já tinha ido embora — falei desligada, nem me dando conta do que tinha dito.

Carol olhou na mesma hora na minha direção, tampando a boca com as mãos e fazendo uma cara de alegria/surpresa/euforia. Então, minha ficha caiu.

— Ei, não é n-

— Sua, sua... — Ela me interrompeu e parou no meio do caminho com a boca entre aberta. — Danada! — Se sentou na cadeira toda agitada, me olhando com um brilho esquisito no olhar. — Pode me contar tudo! — falou emocionada. — Eu não acredito!

Eu franzi a sobrancelha, olhando pra ela com cara de: “Minha filha, sossega.”

— Ah, finalmente! Eu nem acredito! — Ela continuou surtando lá, enquanto eu lançava todo tipo de cara esquisita pra ela.

— Sai pra lá, criatura. — Dei um empurrão de leve no ombro dela. — Não aconteceu nada, sua palhaça. — Joguei água fria. E claro, estava com meu rosto queimando.

Ela abriu a boca de novo, me olhando.

— Para de mentir pra mim! — falou chateada.

— Eu não tô mentindo, bestona. — Comecei a rir. — Você que tá pensando coisas. O que aconteceu é que Castiel não conseguia dormir, foi lá pra casa, a gente ficou assistindo série e acabamos dormindo — contei por cima, enquanto via ela murchar. — Só isso — emendei. — Na graça de Deus.

Carol me olhou decepcionada.

— Nossa, que chato.

— Ridícula — xinguei, olhando pra ela com uma cara engraçada e ela começou a rir. — Você sabe que não tenho planos de fazer isso tão cedo — comentei, vendo que a professora entrava na sala.

— Sério que você não vai lá se despedir dele? — ela sussurrou, continuando de lado na cadeira, enquanto a professora montava o data show pra aula.

— Não sei, Carol, queria muito, mas... — comecei a falar.

— Eu já sei que ele não quer se despedir de você e blá blá blá — cortou, fazendo cara de “me poupe”. — Mas acho que uma surpresa pro seu gatão não faria nada mal — comentou com um sorriso alegre. — E aí? Que me diz? — Ficou olhando pra mim à espera da resposta.

Fiquei naquela tensão interior por segundos, ponderando todos os prós e contras daquela situação, até que a luzinha da vida louquice acendesse dentro de mim.

— Okay.

— Yes! — Carol comemorou.

— Mas preciso correr. — Olhei na tela do celular mais uma vez. — Ele entra no embarque daqui a 30 min.

Ela abriu um sorriso treteiro pro meu lado e tirou um molho de chaves do bolso.

— Meu pai liberou o carro, baby. — Balançou o chaveiro pro meu lado. — Vamos, eu te levo lá — disse, de uma hora pra outra, se levantando da cadeira e pegando sua mochila.

Cara, o que fazer quando você tem amigos como ela?

Saímos de fininho da sala, fingindo que íamos apenas ali e rapamos fora. O carro da Carol (lê-se: do pai dela) estava no estacionamento da facul, então, nem demoramos muito pra entrar nele e darmos partida na “viagem”. Eu olhava de segundos em segundos pro relógio do painel do carro, pensando se realmente ia dar tempo pra chegar. Carol corria mais que o Airton Senna, o que me preocupou um pouco e rezei pra não morrer ali.

Porque, né? Da última vez que peguei carona nessa vida, já sabemos o rolo que foi.

Chegamos lá faltando 10 minutos pras 9. Ai meu corrassaum.

Carol parou rapidinho no portão de entrada do aeroporto e me olhou apreensiva:

— É melhor você ir logo, enquanto eu procuro uma vaga pro carro — falou, tirando meu cinto e me fazer olhar pra ela com uma cara assustada.

— Você tá me expulsando? — brinquei.

— Anda, pessoa, vai! — Ela empurrou meu ombro com pressa, me fazendo rir horrores daquilo.

E sai do carro, quase indo embora, quando me lembrei.

— Embarque 4, viu, madame? — disse e ela concordou rápido com a cabeça, dando partida no carro e me fazendo entrar no aeroporto.

Aquele lugar era imenso. Comecei a ler as placas de sinalização, caminhando apressada em direção ao “Embarque”. Tirei o celular do bolso e olhei as horas. 7 minutos. Não, tempo, colabora. Deslizei a tela do celular, e disquei o número do Castiel, colocando o telefone no ouvido e escutando chamar. Enquanto isso, começava a correr por aquele corredor cheio de gente e cadeiras, me guiando pela bendita placa.

Nada.

“Droga, Droga, Droga...” — Pensava quando Castiel não me atendeu.

5 minutos... É, acho que não daria certo.

Então, abri um sorriso ao ver alguém conhecido. Valérie me reconheceu e sorriu à medida que eu me aproximava dela, de Jean e Lysandre. Fiquei apreensiva quando os vi ali. Isso queria dizer que...

— Ele já foi? — Atropelei todo mundo com essa minha pergunta, arfando como uma doida.

Valérie e todos os outros abriram um sorriso confortante. Então me dei conta de que eu havia sido sem educação com aquela pressa.

— Desculpa, eu... — Tentei me recompor, quando Valérie me interrompeu.

— Ele não foi ainda. Mas tá na fila do embarque — me explicou. — Se você correr, pode alcançá-lo — disse com um sorriso e concordei rápido com a cabeça, abrindo outro sorriso e recomeçando a correr, tirando fôlego não sei de onde.

— Obrigada! — gritei em resposta, vendo eles sumirem do meu campo de visão.

A placa que dizia “embarque 4” (e outros embarques que não cabe narrar aqui) me fazia virar à direita e assim o fiz, vendo, ao longe um grupo imenso de pessoas aglomeradas em uma quase fila em vários portões pra passar pelo detector de metais. Vasculhei com meus olhos se encontrava um cabelo vermelho entre elas, mas... foi em vão.

Olhei no relógio: eram 9 horas.

Continuei ali, parada e escorei meus joelhos com as mãos, arfando, enquanto, tentava, ainda, ver se Castiel estava no meio daquelas pessoas. Ele não estava.

Suspirei, resignada, me levantando de novo e me dando por vencida.

É, eu tinha perdido a chance.

Mas sabe quando seu coração não quer desistir? Assim estava eu...

Continuei ali, parada e ainda olhando a movimentação das pessoas indo pros seus embarques, naquela esperança de vê-lo por ali, quando senti alguém segurar meu braço de repente.

— Que a mocinha anda fazendo perdida por aqui? — Me virei em um susto, mas já com um sorriso nos lábios ao escutar a voz dele perto de mim.

Não consegui rebater àquela ironia misturada com sarcasmo tão característica dele. Só o abracei de uma vez, mas dessa vez ele não cambaleou, me sustentou em seus braços. Agarrei a cintura de Castiel com força, ainda respirando forte e tentando passar meus sentimentos através daquele gesto. Ele também me abraçou e deu uma risada de lado com tanto gosto que consegui ouvi-la.

Eu finalmente relaxei.

Respirei fundo e o soltei, vendo que ele me olhava de maneira intrigada e estranha. E sorri tão feliz por ter conseguido encontrar com ele.

— Vim só te desejar boa viagem. — Era pra isso soar como algo simples, mas eu pareci uma menininha meiga e fofa quando disse essa frase. — Já que você me abandonou no meu leito nessa manhã — falei divertida e Castiel gargalhou horrores.

— Não consegue mais viver sem mim, não é, garota? — Fez graça.

Eu comecei a rir dessa frase, tão a cara dele e balancei a cabeça, voltando ao meu normal alguns segundos depois.

— Olha, — Recomecei a conversa, fazendo ele me olhar um tanto sério. — Eu acho que eu acabei não falando as coisas direito com você, mas... — Ele fez uma expressão de confusão. — Só queria que você soubesse, Castiel, que... — Meu estômago parecia querer sair pela minha boca pelo tanto que contorcia. Eu estava com vergonha, na verdade. — Eu gosto muito de você. Tipo, pra caramba mesmo — completei, abaixando meu rosto e encarando meus próprios pés.

Dei um suspiro e houve um silêncio entre nós, até que senti Castiel erguer meu queixo e me encarar com uma expressão que eu nunca havia visto ele fazer antes. Não era irônico, não era debochado ou aquele sorriso charmoso dele. Era... algo... novo.

— Sabe, — Eu vi que ele não iria falar nada e resolvi continuar. — Quando paro pra pensar como que tudo isso começou, eu... Fico rindo sozinha porque, cara, nunca imaginaria que eu poderia me apaixonar por você. — Eu desatei a falar, sentindo minhas bochechas queimarem com aquele momento. Tentei abaixar novamente a cabeça, mas Castiel me impediu. — Tipo, eu sei. Todo mundo te acha a pessoa grossa, irônica, egoísta, mas... — Balancei a cabeça, tentando me expressar. — Isso é porque não veem o cara legal que você é. — Encerrei aquela frase, tentando olhar nos olhos dele e percebi que Castiel me olhava com espanto.

Eu abri um riso leve, vendo que aquilo tinha impactado ele mais que eu imaginei.

— Eu sei que você vai me zuar muito disso que eu to falando — disse engraçada e Castiel abriu um riso engraçado e desconcertado, corando as bochechas e abaixando o rosto pra escondê-las. — Mas eu precisava me expressar, sério. Eu precisava dizer que você é muito mais que o vizinho barulhento que tocava guitarra alta no meu prédio e se achava o máximo na sua Harley. — Eu comecei a pontuar. — Ou o guitarrista bonitão daquela banda que eu comecei a achar maravilhosa por sua causa. Ou o garotão que fica tentando me sensualizar e me levar pro mal caminho. — Castiel me olhou com cara de: “mas que você tá dizendo?” e eu ri. — A verdade, querido, — Impliquei e dessa vez foi ele que riu. — É que você se tornou muito importante pra mim.

Encerrei aquele discurso, nem me importando mais com o estado da minha vergonha. Eu já tinha consciência de que estava sendo ridícula. E encarei aqueles olhos cinzas que ainda me olhavam meio chocados com aquela pilha de informação.

— Desculpa, só precisava que você soubesse disso. — Tentei amenizar aquela fala com essa, mas Castiel estava claramente desconcertado.

E não me escondia isso.

Esperei que ele risse, que ele debochasse, que ele até me beijasse, mas ele...

— Você também é importante pra mim, mocinha — disse isso.

E senti como se alguém tivesse me dado um soco na boca do estômago, deixando meu coração sambando dentro de mim.

Eu não esperava por isso.

— Aqui. — Vi ele vasculhar o bolso da jaqueta e tirar algo de dentro dela. — Fica com isso. — Estendeu a mão e abri a minha embaixo, vendo a palheta de metal que ele tanto gostava com o autógrafo do guitarrista favorito dele cair na palma da minha mão.

Eu fiquei chocada.

— Como assim?! — Devolvi a minha indignação em forma de pergunta. — É sua palheta de estimação! Você praticamente morre de ciúmes dela! — Olhei pra ele, quase desesperada.

Ele riu da minha reação estranha e se aproximou de mim, me segurando pela cintura.

— Pra quando você sentir minha falta. — Seu sussurro estava bem próximo do meu rosto.

Então ele me beijou, me fazendo fechar a mão e as entrelaçar em seu pescoço.

Ai, meu Deus, esse beijo... Eu ia... Sentir falta dele.

Então nos largamos minutos depois e sorri sem graça pra Castiel, que riu daquela forma dele. Vi que ele olhou pra algo além de mim e me virei, vendo que o fluxo de pessoas no embarque 4 havia diminuído bastante. Voltei a olhá-lo e ele tirou os olhos de lá e os colocou em mim, ficando sério mais uma vez.

— Se cuida mocinha — ele disse pra mim, tomando meus lábios de novo em um selinho.

E começou a se afastar de mim, andando em direção ao seu portão, enquanto me olhava.

— Pode deixar, capitão — falei engraçada, fazendo ele estampar seu sorriso maroto mais uma vez naquela boca.

E eu também ri, vendo ele virar o rosto e caminhar com rapidez até lá antes que ficasse pra trás. Abri novamente a mão, encarando aquela palheta e o fitei de novo.

“Se cuida também, Castiel.” — Pensei, olhando as costas vestidas naquela jaqueta vermelha entrar pelo portão.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Stelfs:

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH gente. Ele se foi T.T ~derramarioseencheaCantareira.
E aqui se encerra mais um arco da nossa Laços e também a nossa fic. BUT, não se entristeça antes da hora PORQUE ainda teremos epílogo e a surpresinha que eu disse para vocês ~UHHHHHH. Para aqueles que disseram que é uma segunda temporada, erraram :x Mas, ainda aceitamos teorias, se quiserem. Bom, amores, é isso.

Se vocês quiserem reviver alguns momentos Stelfs/Castiel, podem acessar aqui: https://open.spotify.com/playlist/4KRN5D9lGTUorJQzfcKQA8 ou aqui: https://www.youtube.com/playlist?list=PLtd2o93Ew-C1Mo7aqalRjHwj4YRj8-l2b e escutarem a playlist que eu preparei com as músicas usadas nos capítulos e as que eu usei para fazer algumas cenas :}
Fiquem à vontade, viu, meninas? Podem me mandar MP se quiserem, conversar, interagir, vou ADORAAAAAR.

Agora, nos vemos na seixxxxta. Até mais o/

Bia:

Ai :')
E assim termina o último capítulo. MAS CALMA! Ainda teremos uns epílogo :3
Nos vemos lá o/

Ester:

Sim, Castiel foi embora, o fatídico momento chegou. Podem chorar nos comentários com a gente, estamos aqui pra isso -q
Bemmm, o ano acabou, Laços também está quase acabando e muita coisa se passou. Enton, nos criamos essa maravilhosa premiação, chamada Laços Awards! Contamos com vossas participações nessa enquete. Garanto que é rapidinho ;) Vamos deixar a enquete aberta por uma semana e divulgamos o resultado em breve.
Link da enquete: https://docs.google.com/forms/d/1L3lXorCJ-H74GvW3pBBkwltmYJrL29mN4HkVErTTXC0/edit?usp=drivesdk
É isso, minha gente! Muito obrigada por nos acompanharem até aqui. Nos vemos na sexta, na primeira parte do epilogo. Até sexta o/



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