Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 53
Aguenta Coração - Part. II


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:

BOAAAA NOITEEEE, GALERAAAA! ♥
antes de mais nada, peço perdão pra vocês por não postarmos o capítulo antes, mas estávamos esperando a Biazinha para estarmos aqui juntinhas. Entãããão, agora que ela chegou, vamos que vamos, não é mesmo? :3
"Hoje vai ter uma festaaa! Bolo, guaraná, muito doce pra vocêêêêêê!!!!"
Bora, meu povo, que hoje é festa no apê do Castiel ♥
Boa leitura

Bia:

Heeei pessoas! Podem atirar pedras em mim porque o capítulo atrasou DE NOVO porque eu ~sumi Já deixei avisado que nos próximos, se eu sumir de novo, as meninas postam sem as minhas notas, mas aí depois eu apareço xD
Bora lá para a party hard do Castieeelll ~yay
Boa leitura!


Ester:

Hello hello peps! Como vão vocês? Preparados pras festas de fim de ano? Na Laços ainda não é natal, mas hoje é dia de festa no apê! Latino já chegou e está aqui esperando vocês pra essa festança. 'Bora lá!
Boa leitura ;)



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Passei o pano em cima da última mesa que eu tinha que limpar.

Já tinha avisado o Caio e a Nívea da festa de Castiel e pedi a ela que chamasse também Armin. Estava esperando o momento oportuno para falar com a Dinnie e os rapazes.

Sinceramente, eu estava ansiosa. Queria só ver como que ele ia reagir com isso.

A sineta anunciou a chegada de clientes. E me virei, vendo um casal entrar de braços dados e ficar olhando a cafeteria com muita curiosidade. Eles caminharam até uma mesa e se sentaram. Então guardei o pano no bolso do meu avental e fui atendê-los:

— Boa noite — cumprimentei, abrindo meu sorriso like a garçonete.

E eles me olharam.

— Boa noite — disseram ao mesmo tempo.

— Gostariam de olhar o cardápio? — ofereci, como de praxe, pra eles.

— Sim, por favor. — O homem se adiantou e respondeu, enquanto a mulher ficava observando o lugar com muita curiosidade.

— Vou buscar pra vocês, só um instante — disse toda simpática, indo até o balcão pra pegar o dito cujo.

Era estranho como tive a impressão de que conhecia aqueles dois.

Voltei com o cardápio em mãos e os entreguei, aproveitando pra olhá-los melhor. Fiquei um bom tempo encarando eles, enquanto fingia esperar o pedido e tentando pensar de onde eu poderia conhecê-los. Porque aquelas feições não me eram estranhas...

— Vou querer um café expresso simples e puro, por favor — ele pediu e concordei com a cabeça.

— Me dê uma Coca-cola bem gelada, com gelo e limão, pode ser? — A mulher fez o pedido e eu a olhei quase em um impulso.

Se controla, Stefany. É só... um pedido como outro qualquer.

— Está certo — falei com meu sorriso de sempre. — Daqui alguns minutos, volto com o pedido de vocês — assinalei e eles concordaram com a cabeça, me entregando o cardápio.

Vim outra vez pro balcão, ainda encucada com tudo que tinha acontecido e passei os pedidos pra balconista de hoje.

De onde eu conheço esse povo?

Senti meu celular vibrar dentro do meu bolso e o tirei, vendo que era uma mensagem da Ester:

“Steeeelfs, eu e o Lys já tamo indo pra aí =)

A festa já tava bem adiantada quando eu saí.

Lys tbm disse que os pais do Castiel vão pra lá depois :O”

Eu encarei aquela mensagem com uma cara.

Espera aí... Co - mo ASSIM os pais de Castiel vão pra essa bendita festa?!

Devo ter ficado uns 5 segundos com cara de Avenida Brasil, ainda sentindo o baque daquela notícia. Quer dizer que eu...Vou conhecer meus futuros sogros?!

— Pedido da mesa 5, Stelfs. — A menina do balcão me indicou, colocando a xícara em cima da bancada junto com a Coca e o copo com gelo e limão e eu sai daquele momento Avenida Brasil.

Peguei tudo e coloquei na minha bandeja, indo pra eles, enquanto ainda pensava nos pais de Castiel. Foi quando escutei a conversa deles (eu sei, gente. Eu não fiz de propósito, juro.):

— Não era para o Castiel estar aqui? — o homem perguntou após olhar no seu relógio de pulso.

Meu cérebro deu um leve bug. Eles conhecem o Castiel?

— Ele deve estar chegando, Jean — a mulher respondeu em uma ansiedade bem evidente. E depois olhou para o homem ao seu lado. — Estou com tanta saudade do Cassy.

Quê?! Cassy? Mas o que tá acontecendo aqui?

Então, foi como se meu cérebro desse uma parada no mesmo instante.

Não, não pode ser.

— Não só você — o tal Jean disse, olhando para a esposa (?) com um sorriso e acariciando os cabelos dela.

— Estou louca para conhecer a namorada dele — ela comentou logo depois e quase tropecei no meio do meu trajeto com aquela frase.

Então... Eles são mesmo os pais do Castiel?! Meu. Deus.

Escutei a risada do tal Jean e era como se claramente escutasse Castiel rindo. Gente. Estou perplexa.

— Calma, querida, provavelmente ela estará aqui hoje — ele encerrou aquela conversa com essa e eu me aproximei deles, fingindo não ter escutado nada.

— Aqui estão, senhores — falei com simpatia, abrindo um sorriso ainda mais simpático, enquanto colocava os pedidos na mesa.

— Obrigada — a mãe do Castiel me respondeu, sorrindo de volta e o tal Jean também sorriu, me agradecendo com um aceno de cabeça.

Então, a sineta anunciou mais alguém que chegava. Olhamos todos ao mesmo tempo.

E sim, era ele.

O próprio Castiel em pessoa junto com a Ester e Lys. Assim que ele nos viu ali, os olhos dele se arregalaram e suas expressões se tornaram de espanto. Ele mudou o olhar de mim pros dois e veio na direção deles um tanto apressado.

— Mas o que vocês estão fazendo...?

— Cassy! — A mulher se levantou e o abraçou de repente, fazendo ele ficar um tempo imóvel e depois abrir uma carranca, devolvendo o abraço dela.

Jean também se levantou, abrindo um sorriso, enquanto ela ainda estava lá, abraçada com ele.

— Mãe, já tá bom, né? — falou meio insensível, enquanto ela o soltava, toda feliz.

Então o homem deu um abraço rápido nele, com direito àqueles tapinhas encorajadores.

— E sua namorada, cadê? — Ela lançou logo essa pra cima dele. Eita, agora sabemos onde ele aprendeu isso, não é mesmo?

Ele olhou diretamente pra mim, que estava à frente deles na mesa. E ergui as duas sobrancelhas como resposta. Ela percebeu esse olhar significativo e me encarou também, já entendendo tudo. E eu arregalei os olhos de susto. Ah, meu Deus.

— Então, é ela? — ela perguntou extremamente animada e começando a rir. Eu abri um sorriso amarelo, levantando meus ombros. — Ah, minha nossa! — falou, dando a volta na mesa e me surpreendendo com um abraço.

— Me chamo Valérie — ela se apresentou e me soltou, dando espaço pro Jean, pai do Castiel, que vinha me cumprimentar com um aperto de mão.

— E Jean — o pai dele também disse.

— Stefany — falei toda sem graça, mexendo nas bordas da minha bandeja pra passar o nervosismo.

— Ela é bonita, Cassy — Valérie comentou com Castiel, cutucando ele com o cotovelo.

Abri aqueles sorrisos de estreitar os olhos e com certeza minhas bochechas estavam vermelhas.

— Obrigada — agradeci, ainda com vergonha.

Ahhhh, alguém me salva disso.

— Okay, já deu de apresentações. — Castiel acabou com aquele momento. — Eu tenho um show pra fazer — disse meio carrancudo, mas vi claramente que era porque a mãe dele tinha me elogiado.

Acabei rindo.

Ele passou por nós, dando seu sorriso meia boca:

— Não se anima, não — falou debochado e Valérie o olhou com as expressões fechadas do jeitinho que o Castiel faz quando ele tá com raiva.

Eu comecei a rir.

— Preocupa não, — Eu balancei a mão pro lado dela. — Eu já estou acostumada — falei engraçada e ela me olhou, começando a rir.

— Ai, Castiel... — disse em um suspiro e eu ri ainda mais.

— Falando nisso, ficamos sabendo que vocês estão organizando uma festa de despedida para o Castiel. — Jean entrou na minha “conversa” com a Valérie.

— Ah, é mesmo! — Ela pareceu animada de repente.

Eu os olhei e concordei com a cabeça, abrindo um sorriso.

— Estamos — respondi.

— Então eu e Valérie queremos participar — Jean respondeu. — Vocês precisam de ajuda em quê? — Eu os encarei, um tanto atordoada.

— Vocês querem conversar com a minha tia? — ofereci sem nem pensar duas vezes. — Ela que está mais à frente das coisas da festa, — expliquei pra eles, que concordaram com a cabeça. — E pode responder essa perguntar melhor pra vocês — falei com um sorriso e tirei o celular do bolso, procurando o contato dela. — Anota aí o número dela — falei quando encontrei.

...

O elevador parou, fazendo eu, Ester, Lys e Castiel nos realocarmos na porta dele.

— Não sei porque essa palhaçada de programa de “casal” — ele reclamou assim que a porta metálica se abriu.

Pra convencer o Castiel de ir lá pro nosso apê sem que ele desconfiasse de nada, disse que iríamos assistir filme com a Ester e o Lysandre.

— Pense que é uma nova experiência para você. — Lys se prontificou em responder e eu sorri.

— Hum. — Ele cruzou os braços, fechando a cara.

Saímos do elevador e chegamos no nosso hall. Eu me adiantei, tirando as chaves do bolso, trazendo Castiel comigo, que estava me abraçando pelo ombro. E a enfiei na porta, destrancando ela e a abrindo com tudo, quando uma multidão de vozes cortou o lugar:

— SURPRESA! — O povo gritou ao mesmo tempo.

— Mas que diabos tá acontecendo aqui?! — Foi a primeira reação dele.

Eu abri um sorriso todo feliz e o empurrei pela cintura pra dentro do apartamento.

— Anda, querido, a festa é sua — brinquei com ele, enquanto me olhava meio assustado com aquele tanto de gente.

— Castieeeel. — Tia Simone puxou o bonde, vindo ao encontro dele.

E o puxou pra um abraço, começando aquele momento. Eu só soube rir com aquilo e entrei no apartamento, sendo seguida pela Ester e o Lysandre. Vi a Bia na cozinha, terminando de organizar as coisas e me aproximei dela, enquanto uma pilha de gente ia cumprimentar o Castiel.

— E aí, como estão as coisas por aí? — perguntei, olhando ela organizar alguns pedaços de pizza na bandeja. — Precisa de ajuda?

— Não, aqui tá tranquilo — ela respondeu.

— Suave na nave? — perguntei brincando e ela riu.

E olhou pro Castiel sendo atropelado por todo mundo com uma cara de poucos amores.

— Olha, como ele tá se divertindo — disse irônica e eu o encarei, dando uma gargalhada.

— Mas tu é ruim, hein? — disse em um tom engraçado e ela riu ainda mais.

— Pelo menos dessa vez ele vai poder comer até não poder mais... — Ester se aproximou da gente. — Afinal, a festa é dele.

— Meu Deus, gente — comentei, engraçada, abaixando a cabeça e rindo. — Mas vocês estão destruidoras hoje — brinquei, levantando o rosto e voltando a olhar pro Castiel, quando eu a vi.

Cindy deu um abraço caloroso em Castiel e parou, começando a conversar com ele.

MAS É O QUÊ?!

— Quem convidou essa menina? — perguntei na mesma hora.

Ester me olhou.

— Que foi?

— É a Cindy, gente — falei meio transtornada e baixo, encarando as meninas.

— A loira oferecida do dia do show? — Bia rebateu, meio chocada, meio rindo. — Vai lá dá na cara dela, Stelfs, aproveita! — soltou essa e eu só soube rir.

— Joga ela pela janela. — Ester apoiou a ideia.

— Desconta toda a sua raiva daquele dia, vai lá. — Ela continuou, enquanto eu pensava no que fazer.

— Eu vou dar um jeito nisso — comentei decidida, caminhando até os dois.

Castiel continuava conversando com ela, enquanto Cindy balançava a cabeça e concordava com os braços cruzados. Tinha seu batom vermelho escarlate na boca e aquela bota de salto fino e cano alto.

Ai, que nojo.

Estava chegando perto dos dois, quando eles me olharam ao mesmo tempo.

— Olha ela aí — Cindy soltou essa, abrindo o sorriso que me parecia cheio de escárnio.

Quase revirei os olhos e embrulhei meu estômago, mas okay.

— Oi, Cindy — falei em meio termo, tentando nem ser falsa, nem mostrar meus ciúmes. Me voltei pro Castiel. — Ah, querido, será que... eu poderia conversar com você um instante, a sós? — soltei aquela indireta, mas nem olhei pra Cindy.

— Tá assim, agora, ruivo? “Querido”? — Cindy me saiu com essa, soltando uma risada e eu me contive, segurando meu bufado.

Castiel abriu um riso feito o dela.

— Deixa ela brincar, Cindy — falou meio na defensiva.

Me segurei pra não dá na cara desses dois.

— Então, podemos ou não conversar? — Tentei ser o mais natural possível, mas era visível que eu estava nervosa.

Castiel me olhou e abriu um sorriso de lado.

— Vamos lá — disse pra mim, dando uns tapinhas na minha cintura. — A gente se fala depois. — Olhou pra Cindy, que abriu um sorrisinho.

A gente foi até o corredor do apê e eu parei, cruzando os braços e ficando sem ter o que falar. Castiel parou na minha frente e me imitou, esperando alguma coisa de mim. E agora, o que eu falo? Ele abriu aquele sorriso de canto de boca dele que diz: “Sou bonzão”.

— Que é que você tá arisca desse jeito? — Lançou essa direto na minha cara.

E agora, José?

Olhei pro lado, virando o rosto e sentindo minha raiva subir ainda mais, quando lembrava dos dois. Mas não disse nada. Escutei uma risada de escárnio de Castiel.

— Tá com ciúmes da Cindy? — perguntou quase em um deboche e sustentei minha cara fechada.

Droga, droga, droga, droga. Admite ou pula fora?

Nem tive tempo de pensar porque Castiel desatou a rir feito um condenado, me fazendo voltar a olhar pra ele de novo.

— Do que você tá rindo, seu idiota? — Okay, eu não segurei minha raiva.

Ele olhou pra mim com resquícios de diversão na cara. Mas que imbecil.

— Garota, é mais fácil a Cindy se apaixonar por você do que por mim — soltou essa e minha cara foi de raivosa a Nazaré Tedesco em segundos.

— Quê? — rebati na hora.

Castiel retomou as gargalhadas de antes e me abraçou pelo pescoço, ficando de frente pro corredor como eu.

— Ela namora a Dinnie, “querida”. — Lançou essa bomba, junto com esse apelidinho provocativo, enquanto eu via as duas encostadas na bancada, abraçadas e cheias de chamego.

Não tive mais palavras. Como diria a Maísa naquela música dela: “Meu mundo caiu...”

— Você tá me dizendo que... — Eu sei, nem precisava dessa frase, mas eu realmente estava sem chão e precisava me certificar.

Castiel só sabia rir. Infeliz.

— Ela é minha brother — respondeu com um riso canto de boca e eu o encarei.

— Meu Deus... — Ainda estava em choque. — Eu preciso enfiar minha cara em algum lugar agora — disse dramática, tentando sair do braço dele.

— Volta aqui. — Ele me puxou, me colando nele.

E enfiei a cara no peito dele, enquanto Castiel se acabava de rir.

— Que saco — xinguei, pensando no papelão que eu fiz.

— Ciumenta — ele me provocou.

— Idiota — rebati, com a voz abafada pela roupa dele.

— Desculpa quebrar o climinha de vocês. — Carlos parou na entrada do corredor e eu tirei meu rosto de Castiel, olhando pra ele. — Mas a gente vai ter que roubar o Castiel de você uns minutinhos. — Me olhou engraçado e eu ri.

— Pode levar — brinquei, soltando Castiel e empurrando ele pro Carlos.

Castiel riu de lado, me olhando por cima do ombro, enquanto saía com o baterista. Aproveitei e fui cumprimentar o restante dos convidados, vendo que Caio e Armin montavam um karaokê ali na sala. Eita nós.

Escutei o interfone no meio daquela confusão de pessoas conversando e me prontifique a atender, quando vi que a Bia tinha feito isso. Fui pra cozinha pra ver como tava o andamento da comida ali e Bia me interrompeu, colocando o braço na minha frente e me olhando. Mirei aquele gesto e depois ela, que tirou o interfone do ouvido pra me perguntar:

— O Castiel conhece algum Júlio?

Parei alguns minutos pra pensar e me lembrei.

— Conhece sim, pode deixar ele subir — respondi e ela concordou com a cabeça, voltando a falar com Jonh.

Fui até a cozinha, juntando as pilhas de caixas de papelão espalhadas por ali, averiguando quais tinham comida e quais não. Bia ia falar alguma coisa pra mim, quando a voz alta do Armin no karaokê não deixou eu escutar. Nós duas olhamos pra aquele desastre da natureza e rimos. Bia se aproximou:

— Vou lá recepcionar o rapaz.

Concordei com a cabeça. E ela saiu. Fiquei ali olhando a animação de Armin e Caio na escolha das músicas e ri. Espero que pelo menos tenha alguma playlist interessante. Continuei a “limpeza” indireta da cozinha, quando escutei em meio às vozes desafinadas de Armin e Caio em um dueto de “Poker Face”, da Lady Gaga. Comecei a rir daquela cena, indo atender o interfone que começava a tocar. Era Bia:

— Pode descer com o dinheiro? As pizzas chegaram.

— Tá, já tô indo.

Pus o interfone no lugar dele e vasculhei os bolsos, certificando que o dinheiro que havíamos recolhido do povo estava nele. Saí do apartamento e apertei o botão do elevador e ele veio logo, me fazendo entrar e descer. Tão logo ele abriu a porta e eu empurrei a próxima, saindo parcialmente dele, Nathaniel passou por mim rápido, quase me jogando no chão e bufando de raiva.

Ao louco. Furacão Nath. Poderiam usar o nome dele no próximo aí.

Ele entrou no elevador, sem nem se dar conta da minha presença e o negócio fechou a porta, nem me dando chance de saber o que tava acontecendo. Fiz um bico e dei de ombros, balançando a cabeça pra tentar esquecer isso. E fui pro hall, encontrando o possível motivo pra tanto ódio no coração: Bia conversando alegremente com Júlio na recepção.

Hummmmmm.

— Prontinho, galeres — falei animada, pensando se eu poderia tentar dá um jeito de fazer os dois se aproximarem. Afinal, Júlio é maior bonitinho.

Modo cupido em ação.

Paguei o motoboy, pegamos as coisas e subimos, entrando no elevador. Mal saímos no hall e a voz da Tia Simone e uma outra feminina já podiam ser escutadas de longe:

— E nessa loucura de dizer que não te quero, vou negando as aparências, disfarçando as evidências...

Eu franzi o cenho.

— Mas o que é isso, Jesus? — indaguei indignada, fazendo Bia e Júlio rirem de mim.

E entramos no apê, vendo minha tia e a mãe do Castiel fazendo a festa e animando o pessoal.

Gente, mas, mas, mas... o que é isso?

Assim que me viu, Castiel veio na minha direção.

— Faz elas pararem, agora — falou em um tom quase desesperado e eu olhei sua cara, colocando as pizzas na bancada e rindo engraçada.

— Calma, querido, vai passar — zuei e ele cruzou os braços, fechando a cara.

Foi aí que a campainha tocou.

Mas que festa animada, gente!

E muitos de nós olhamos pra porta, naquela expectativa de: “quem será?”. Ester foi atender. Ela abriu a porta, mostrando o síndico de pijama.

Ferrou. Abortar a missão, marujos.

Ele não parecia muito feliz, não. Vi eles conversando de longe rapidinho e depois ela fechou a porta, vindo até eu e a Bia.

Nós duas já esperávamos ela com cara de “Deu ruim, quer ver?”.

— Gente, o síndico pediu pra abaixar o som porque ligaram pra reclamar — nos comunicou e eu Bia nos olhamos.

Castiel gargalhou.

— Dessa vez não é comigo — disse debochado.

— Mas a festa é sua — Ester rebateu divertida.

— E eu com isso? — ele retornou com seu jeito carinhoso de ser.

Ester falou mais uma vez e os dois ficaram trocando “elogios”, enquanto eu revirava os olhos e Bia ria daquela palhaçada. Aproveitei e comuniquei os meninos pra abaixarem o som. Assim fizemos, mas ainda assim o síndico veio mais uma vez dizendo que a pessoa havia ligado de novo pra ele pedindo pra encerrar a festa, que isso não era hora, etc. Bem, acatamos.

E acabamos a festa.

Nos despedimos dos convidados, levando eles até a porta, até que só restou eu, as meninas, e Castiel. Nos olhamos sem saber muito ao certo o que fazer, quando a Bia tomou a dianteira e abraçou Castiel pela cintura, parecendo uma criança:

— Bom, Castiel, nossa história foi longa e cheia de multas, mas até que eu vou sentir falta dos seus barulhos.

Ele abriu os braços, encarando a Bia abraçada nele, sem saber o que fazer e fez uma cara de tacho e esquisita.

— Achei que você me odiasse — falou logo depois com uma risada incrédula e a abraçou também.

— Eu odiava, mas transformei o ódio em zoeira — soltou essa e eu comecei a rir da frase, balançando a cabeça. — É brincadeira. Eu só não gostava porque não te conhecia direito. Você não é tão ruim assim — complementou, soltando Castiel e o olhando.

E geral começou a rir daquilo. Até Castiel, que se rendeu à essa palhaçada.

—Tá bom — respondeu, cruzando os braços em sua pose imponente.

Ester soltou um sorriso triste e também o abraçou.

— Mas que tá acontecendo com vocês, hoje? — perguntou na sua posse de “durão”, mas abraçou ela também.

— Boa sorte, Castiel, vou sentir sua falta — ela disse, fazendo com que ele a olhasse com a mesma cara da Bia. Ela o soltou. — Apesar de você implicar comigo, eu gosto de você — complementou engraçada e ele riu meio engraçado, meio de lado. — E cuidado com a arrogância doa americanos, hein? – finalizou com essa.

Castiel fez uma cara debochada e respondeu:

— É melhor eles terem cuidado comigo, nerd — zuou e nós reviramos os olhos, balançando a cabeça.

Ai. Castiel sendo ele mesmo, né, não?

— Vamos, Ester — Bia começou do nada depois desse momento maior amor. — Vamos deixar o casalzinho dar uns beijos — falou divertida e eu olhei pra ela em um susto.

Castiel caiu na gargalhada.

As meninas entraram e eu acompanhei elas com o olhar, até que encostassem a porta. E me virei de novo pro Castiel.

— Então, o q-

Mas ele não me deixou terminar a frase, me beijando com tanta intensidade, que recuei alguns passos pra trás, me amparando no batente da porta. Senti as mãos de Castiel segurarem minha cintura e tirei minhas mãos da madeira, levando elas pro seu pescoço. Segurei a gola da sua camisa, brincando com o tecido dela, enquanto acompanhava os movimentos dele. Fui puxada por Castiel pra mais perto dele e estreitei meus braços, dobrando-os e acariciando seus cabelos. Ele escorregou as mãos pela minha cintura, me atando em um abraço forte, quase me tirando do chão.

E deixou meus lábios, abaixando a cabeça e a encostando em meu ombro. Castiel respirou fundo, soltando ar em um suspiro e selou meu ombro com um beijo. Também respirei, tentando entender aquele gesto. E ele continuou ali, em silêncio. Comecei a acariciar seus cabelos, sentindo a textura daqueles fios cheirosos que eu gostava tanto. Eu queria dizer alguma coisa, mas sabia, que, de alguma forma, esse momento silencioso entre nós era importante. Castiel continuou ali, abraçado comigo e abri um sorriso nos lábios, fechando os olhos e vivendo essa hora estranhamente boa.

Foi um silêncio que disse muitas coisas. Que me fizera recordar tudo que havíamos vivido até ali. E que eu ia guardar na memória.

Então ele me soltou, sem ao menos olhar pra mim e me deu as costas.

— Boa noite, mocinha — disse, andando de volta pro apê e ergueu a mão em uma despedida.

Eu vi as suas costas se afastarem e corri até ele.

— Ei, ei, ei — disse, segurando seu braço e fazendo com que ele se virasse e olhasse pra mim.

Ficamos nos olhando por alguns segundos indeterminados, até que eu voltei:

— Boa viagem — desejei, abrindo um sorriso motivador.

Não, esse momento não poderia terminar assim.

Castiel abriu um sorriso surpreso e espontâneo, colocando a mão na minha cabeça e bagunçando meus cabelos. E eu ri. Ainda nos olhamos. Eu vi aqueles olhos cinzas me encararem e meu coração acelerou quando Castiel disse a seguinte frase:

— Eu gosto muito de você, garota.

E segurou minhas bochechas com os dedos, puxando meu rosto e chocando meus lábios contra os seus em um selinho. Eu continuei ali, chocada e paralisada. Tendo todos os tipos de sentimentos que você puder imaginar. Meu cérebro não conseguia processar tudo aquilo. E Castiel riu da minha cara de surpresa/espanto/susto/satisfação.

— Agora, boa noite — falou mais uma vez, me dando as costas mais uma vez e segurou a maçaneta, abrindo a porta.

Eu senti meu estômago apertar e meu coração bater ainda mais rápido. Eu não podia deixar isso terminar assim, eu precisava.... Precisava...

— Eu também gosto de você, seu doido — respondi em uma voz parcialmente alta e quase desesperada.

Ele virou o rosto, dando uma risada gostosa e aberta.

— Eu sei. — Me lançou uma resposta típica dele e eu balancei a cabeça, começando a rir.

E senti meus olhos marejarem junto com aquele riso.

Esse seria sempre Castiel.

— Boa noite — desejei, vendo ele passar pela a porta do apartamento e a fechar.

E continuei encarando aquela porta. Na certeza de que não mais o veria passar por ela.


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Notas finais do capítulo

Stelfs:

"Vou chorar, desculpe, mas eu vou chorar...." :'(
Meu heart está no chão, minha gente... Castiel está indoooooooooo #chorusaeternos
Agora, que me dizem da Cindy, hein, meninas? D: D: D: SURPRISEEEEE! o/
E quanto aos pais do Castiel fazendo participação especial, hãn? :3
Quero comentários, surtos e gritaria -q.
Por hoje é só, pessoal!

FELIZ NATAAAAAALLLL MENINAS * - *

Bia:


Ai :')
Olha as meninas todas tristonhas porque o Castiel vai embora. Quem diria, hein?
Sentiremos falta das multas -q
Momento fofinho da Stelfs e dele é viciante, queremos sempre mais hsyasgash
Até quarta o/

Ester:

Se conheceram no corredor do prédio e se despediram no corredor do prédio. Esse corredor vai ficar marcado :')
E aí, gostaram de todas essas revelações e das cantorias? Tivemos momentos de pegar os lencinhos, mas por hoje terminamos aqui e deixemos emoções maiores pra próxima :D

Um feliz natal pra vocês e caiam de boca na comida (q?)!
Até quarta o/

E pra vocês que sentiram falta dos "produtos da Ester", aqui está mais uma paródia fresquinha pra alegrar essa noite de vocês (a música em questão é essa "Festa no Apê", do Latino: https://www.youtube.com/watch?v=sb-2_VSsefQ)


Hoje é festa lá no meu apê
Pode aparecer
Só cuidado pro síndico não se envolver
Hoje é festa lá no meu apê
Tem tia Simone
Até amanhecer

Chega aí
Pode entrar
Quem tá aqui tá em casa (2x)

Olá, prazer!
A noite (hum) é festa
Bia, por favor, venha aqui
E sirva bem a visita

Tá bom
Tá é bom
Aqui ninguém fica quieto
Entra aí e canta no karaokê
Porque a noite é uma criança

(Refrão)

Ciúmes, sedução, Castiel, tá no ar
No meu apê tem Cindy, fazendo...

Tá bom
Tá é bom
Tudo é festa
Vamos zoar
Vou zoar o Castiel
E a chapa vai esquentar



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