Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 41
Tomou chá de sumiço


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:
Boa tarde, galerinha linda! Dia hoje tá um aperto, mas a gente consegue dar uma passadinha aqui pra não perder o costume
Capítulo de hoje é bem instigante e acho que vocês vão gostar. Quero aqui o meu MUITO OBRIGADA pra todas vocês que acompanham e favoritam nossa fic. Thanks thanks. Bom, é isso. Uma boa leitura.
Bia:
Oeee gente! Hoje teremos um capítulo que, na minha opinião, é bem amorzinho. As três tendo altos papos e risadas :3
Boa leitura!
Ester:
Hello hello peps! Como vão vocês? Ansiosos pra saber o que tá acontecendo com a Ester? Maasss, vão ter que esperar mais um pouco, porque hoje teremos mais um pouco dessa menina que todos nós gostamos e o Castiel principalmente. Are you ready for it?
Boa leitura
PS: A Bia fez uma imagem das meninas em um app e resolvemos colocar aqui, pra vocês verem nossas “carinhas”. Começando pela Stelfs.



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Mais uma terça-feira havia chegado. E com ela, a Semiótica da Depressão. Se não é a matéria que te deprime, é a sua nota que faz isso.

Pois é, tá fácil pra ninguém.

Ainda bem que era a última aula.

Estava sentada na minha habitual cadeira canto de sala do lado da janela, tentando, inutilmente, devo acrescentar, prestar atenção nos seminários dos coleguinhas. Suspirei entediada e olhei lá pra fora pra tentar distrair meu cérebro.

Resultado?

Lembrei do Castiel.

Na verdade, me lembrei mesmo da terça-feira passada...

 

— Vai ficar bem sem mim aí? — Castiel me perguntou se achando, parado no hall do apartamento.

Revirei os olhos, fazendo uma expressão de “ai, meu Deus, Castiel”.

E ele gargalhou, me dando um último beijo.

— Se cuida, viu, mocinha? — soltou essa com seu sorriso galanteador e foi embora.

Balancei a cabeça, rindo feito uma idiota e fechei a porta, pensando na rapidez que eu usaria pra ir pro quarto sem ser notada, quando a Ester chegou na sala indo até a cozinha. Ela passou me encarando e depois foi até o filtro tomar água. Já pensava em ignorá-la e deixar aquilo tudo pra lá quando a Bia saiu do quarto com um risinho na boca.

Ai, caramba.

— Tem nada pra contar não? — Ela mandou essa pra mim.

Eu sabia.

Ester olhou pra Bia, terminando de beber sua água.

— Vai deixar ela com vergonha desse jeito, Bia.

— Vou sim — ela respondeu divertida, colocando as mãos na cintura. — Porque ela já veio me perguntar se o Nath beijava bem.

Ester quase engasgou com a água que ia beber e me olhou com surpresa. Dei de ombros, fazendo uma expressão de “ops”.

Eu confesso, cavei minha própria sepultura.

— Quero nem saber. — Me olhou de novo. — Manda bala.

Comecei a rir, sem saber se era porque tinha achado a frase engraçada ou de nervoso mesmo.

— E o que vocês querem saber? — rebati, olhando de uma pra outra.

Bia me olhou divertida e apontou o dedo pra mim, começando a rir.

— Não vem querer enrolar pra cima da gente não.

— Mas eu não tô enrolando — eu falei, levantando as mãos com cara de “ué”.

— Senta aqui, Stelfs, vamos conversar. — Ester começou a fazer graça e rir, me indicando a cadeira da bancada.

Soltei uma gargalhada.

— Vocês, hein? — Olhei pras duas com uma cara sapeca. — Tô bem achando que vocês querem saber como que o Castiel beija — brinquei com elas e as meninas me olharam engraçadas.

— Olha, você pode até contar, mas só depois de falar desde quando vocês estão nessas gracinhas — Bia soltou essa e nós rimos.

— Eu vou ali estourar uma pipoca pra acompanhar essa conversa ou vamos começar logo? — Ester me alfinetou, cruzando os braços e erguendo as sobrancelhas.

Eitcha. É Agora ou Nunca.

— Tá bom. — Me rendi, soltando um suspiro. — Mas se preparem pras altas emoções! — falei com um tom de mistério e as meninas começaram a rir.

— Deixa eu me sentar aqui porque tô vendo que vai ser babado. — Bia arrastou uma cadeira da mesa e colocou ela no meio da cozinha, se sentando.

Ester fez o mesmo, mas com a cadeira da bancada e eu sentei no chão mesmo porque sou dessas.

— Então, vocês lembram do dia do show? Até que teve a Cindy e tudo o mais?

— Leeeembro! — Bia se manifestou. — Aquela que você ficou com ciúmes porque era atirada?

— Affe.. — Olhei pra Bia, que já tava rindo de mim há tempos — Mas não posso nem mentir, naquele dia...

E comecei a contar daquela noite de novo, dessa vez, com todos os detalhes. Desde do quanto o Castiel estava bonito e cheiroso, meus ciúmes pela Cindy, a gente ter brigado, o momento que eu percebi que estava gostando e com ciúmes dele, eu na chuva, ele vindo atrás de mim, enfim... o derradeiro beijo, os desdobramentos e até da blusa manchada de gesso contei também. A Bia só me olhava com cara de quem dizia: “Sabia que aí tinha” e aquele sorrisinho dela. E a Ester me olhou indignada.

— Então a srtª está de caso com ele desde aquela noite? Hummm, e fazendo eu tomar suas dores, né?

— Perdão... Mas eu não estava pronta pra contar pra vocês, meninas... — falei com um bico.

— Muito que bem! — Ela cruzou as pernas com classe e me olhou like Marília Gabriela. — Conte-nos mais — falou com palhaçada.

E todas nós começamos a rir de novo.

Nem preciso dizer que ficamos o restante daquela tarde rindo dos “quase” flagras e das histórias engraçadas minha e do Castiel, né? Foi bem assim.

Abri um riso engraçado, lembrando disso tudo e dei um suspiro, dessa vez, pensando mesmo nele.

Ai, esse querido...

Meu celular se acendeu na mesma hora e voltei a olhar o whats ansiosa, achando que era ele, mas vi que era uma mensagem da Carol.

Espera, por que ela tá me mandando mensagem?

Abri, me deparando com isso:

“ Que foi que você tá com esse risinho no rosto? ”

Olhei pra carteira do lado e ela sorriu.

Cara, só a Carol mesmo.

Comecei a rir, claro, disfarçada, pra professora não ver e digitei a resposta:

“Então, lembra do Castiel? ”

Mandei e olhei pra ela, pra ver a reação. Ela me olhou no mesmo instante que leu e eu levantei e abaixei as sobrancelhas várias vezes com um sorriso engraçado no rosto. Carol abriu a boca em um espanto por quase meia hora pra só depois me responder:

“ AI.MEU.DEUS! ”

Eu comecei a rir de novo. Chegou outra logo depois:

“Vocês ficaram? ”

Abri um sorriso largo depois e respondi:

“Depois da aula eu te conto a história direito”

Mandei e olhei de novo pra carteira dela. Ela virou o rosto, balançando as mãos com euforia e rindo feito uma maluca. Caramba, isso ia render, viu?

Não demorou muito e a aula finalmente acabou. Eu e Carol voltamos juntas da faculdade e eu contei pra ela da história toda. Primeiro, ela me bateu por ter feito papel de trouxa aquele dia das fotos que ela ficou toda sem jeito pra me pedir que ele pegasse no meu pescoço e depois me abraçou falando do quanto ele era lindo, maravilhoso, sei lá mais o quê.

No fim de tudo, rimos bastante.

Cheguei no apê antes das meninas (na graça de Deus), deixei minhas coisas no quarto, vesti uma roupa de casa e fui adiantar o almoço, enquanto escutava uma música nos meus fones de ouvido. Depois a Bia chegou, fez o mesmo processo e foi me ajudar. Ficamos conversando enquanto terminávamos o almoço. Escutamos o barulho de chave girando na porta e olhamos pra lá, mesmo sabendo que era a Ester chegando.

Ela entrou, colocou as coisas no sofá e veio até a entrada da cozinha, cruzando os braços e nos encarando.

— E então?

Perguntou e ficamos com cara de “Quê?!”

— Vão me contar como esconderam o aniversário de mim?

Ela parou ainda olhando pra gente e eu e Bia nos olhamos, sem saber ao certo o que falar, quando...

— Ah, mas vem cá vocês. — Correu e nos puxou pra um abraço.

— Oh, olha a pessoa aí toda bipolar — falei com graça, a abraçando de volta.

Ester nos soltou.

— Aaaaaaaa, bipolar nada — falou com um sorrisão no rosto. — Só queria que vocês experimentassem um pouco de surpresa também — me respondeu engraçadinha.

E abrimos um sorriso, nos olhando.

O almoço ficou pronto e colocamos nossos pratos, nos sentando na mesa.

— Mas me contem essa história toda — Ester insistiu e enfiou o garfo na boca, olhando pra gente com ele ainda nela.

Eu comecei a rir daquela cena junto com a Bia.

— Bem, primeiro, fizemos um complô com o Lys — contei, abrindo um sorriso engraçado e divertido.

E ela tirou o garfo da boca.

— Eu bem que suspeitei. — Mexeu o objeto do ar. — Vou falar com ele sobre isso depois.

— Nããããããããããão. — Eu fingi um choramingo e as meninas me olharam. — Não briga com ele, ele não tem culpa de nada. — Fiz um bico sentido falso e Ester riu.

— Eu sei, mas eu vou conversar com ele depois. — Ela me encarou. — Não se preocupem não, vai ser maior amor — falou e eu abri um sorriso, fazendo coraçãozinho com a mão.

— Tá bom.

— Logo depois disso, — Bia entrou na conversa e deixou o garfo no prato. — Eu deixei o Nath de refém pra gente trabalhar na casa dele — soltou essa. — E ele aceitou de bom grado.

Eu quase cuspi minha comida pra rir e Ester olhou pra ela com uma cara fingidamente assustada, rindo também.

— E ele não pode provar nada? — rebateu e Bia negou com a cabeça, fazendo uma cara de gente severa. Quem vê, até acredita... — Tadinho... — Ester respondeu na brincadeira.

Eu só sabia rir dessa conversa atravessada.

— Mas ele teve recompensa depois? — Ester continuou a brincadeira.

Bia ficou vermelha na mesma hora.

— Ih, rapaz, se denunciou — eu disse engraçada, colocando a mão na boca e começamos a rir.

O almoço seguiu assim: entre histórias da “Operação Na surdina” e Ester com a fofura dela e do Lysandre na loja do Leigh.

Esses dois, vou dizer, aguento não.

Arrumamos a cozinha toda, falando de como foi difícil chamar todo mundo, da ornamentação, do Castiel querendo comer os docinhos antes da festa...

— Menina, — Ester começou a comentar. — Me lembrei de você falando que parece que ele tem solitária nas tripas — ela falou, rindo tanto que eu achei que a garota ia passar mal.

A Bia olhou pra nós duas.

— Quê? — Caiu na gargalhada também.

Revirei os olhos, dando uma risadona logo depois.

— Ué, tá doido, a pessoa parece que nunca viu comida na vida — soltei divertida, juntando os pratos secos e guardando no armário. — Já falei com ele que se ele continuar comendo assim, vai ficar parecendo um boizinho — isse meio “mãe”, meio palhaça.

E mais uma rodada de risadas foram soltas entre nós.

Depois de tudo limpo, fui pro meu quarto tentar estudar (só se for no sonho, né?). Me joguei na cama e me enfiei debaixo das cobertas, pegando meu celular pra colocar um despertador pra eu não me atrasar pro trabalho e vasculhei meu whats. Nada de interessante. Foi então que abri o ícone da conversa com o Castiel.

Abri um sorriso e digitei:

“O Belo Adormecido não acordou até agora? ”

Provoquei, na verdade, só pra chamar a atenção.

Estava com saudades dele. É. É isso mesmo que vocês leram.

Soltei um suspiro, deixando meu celular do lado do meu travesseiro e me aconcheguei, esperando a resposta de Castiel. Mas acabei dormindo.

Acordei malucamente com o som do celular. E fui ainda mais louca tomar um banho e me arrumar. Me despedi das meninas e saí de casa, não sem antes dar uma olhada pra porta dos meninos.

É, ele não havia aparecido. Se tivesse, provavelmente eu não teria dormido até essa hora.

Soltei um suspiro, apertando o botão do elevador e quando entrei, aproveitei pra dar uma checada no whats. Mas não tinha nenhuma mensagem do Castiel. Na verdade, ele não tinha nem visualizado. Isso sim era estranho.

Fiquei incomodada com aquilo, mas resolvi pensar que ele esteve o dia todo ocupado. Pronto, essa era uma bela desculpa.

Cheguei no café e empurrei a porta, olhando logo pro caixa e o balcão, abrindo um sorriso escandaloso pra Nívea e o Caio. Como ontem eu ia ficar por conta da festinha da Ester, pedi ao Rodrigo que me desse uma folga adicional, já que eu trabalhei em um feriado desses. E ele me atendeu. Então parecia que tinha uma vida que não via aqueles dois.

Mas uma figura adicional chamou minha atenção.

Fiquei olhando aquele ser sentado em um dos bancos, enquanto ria divertida, vindo na direção dos três.

— Ué, neguinho não estuda mais não? — Coloquei a mão no ombro do Armin, que comia seu hambúrguer distraído. — Oi, gente. — E olhei pra Nívea e pro Caio, dando um “tchauzinho” como cumprimento.

— Hum? — Ele se virou pra mim ainda comendo e engoliu. — Ah, oi, Stelfs.

— Tem aula hoje não? — Perguntei, colocando minha bolsa em cima do balcão e me escorando nele.

— Não — respondeu, abrindo um sorriso maior que tudo. — Meu professor foi apresentar um trabalho em um Congresso aí e cancelou as aulas de hoje — contou com toda satisfação.

— Nossa, que sortudo — falei com um ar chateado e um bico. — Queria que os meus fizessem isso também — soltei meio nostálgica e ele começou a rir.

— Sortudo, nada! — Me devolveu meio irritado e eu soltei uma risada com a reação dele. — Ele deixou uma pilha de exercícios chatos pra resolver... — contou, ainda segurando o hambúrguer com as duas mãos. — Mas eu vou fazer eles mais tarde, depois que eu matar aquele chefão no LOL — respondeu, dando mais uma mordida no hambúrguer.

— Hum Hum, tá. — Fiz de maneira debochada, cruzando os braços — Até parece, né, Armin? — Sai de perto dele e dei a volta no balcão. — Você é gente como a gente, só estuda na última hora — falei engraçada, tirando minha bolsa de cima do balcão.

Armin deu de ombros e Nívea riu do namorado.

— Ainda mais agora que a Stelfs tá com o Castiel. — Caio entrou na conversa de repente.

— Hum — Nívea murmurou com descaso.

Ela simplesmente odeia o Castiel. Bom, quem não, né? Já deveria me acostumar.

— Não deve nem estudar mais pra ficar perto do “querido” dela. — Continuou me alfinetando, dando uma gargalhada gostosa e eu olhei na direção dele, estreitando os olhos.

— Não é assim também não, viu? — soltei, fingindo estar nervosa, mas queria mesmo rir. — Sai fora.

Ele riu, eu ri e assim começamos a noite.

Esse final de dia passou bem calmo e tranquilo. Claro. Fora as interrupções da minha imaginação louca, tentando explicar porque Castiel ainda não havia dado notícia de vida. Ainda mais depois que vi que ele AINDA não tinha visualizado minha mensagem. Resolvi ignorá-las, uma por uma, chegando à conclusão de que amanhã eu iria tentar ir atrás dele.

Só espero não passar pela garota possessiva obsessiva. Affe. Mas Okay.

Assim eu fiz.

Depois do almoço e de arrumarmos a cozinha, fui até o apartamento do lado. Bati na porta, sendo recepcionada pelo Lysandre.

— Boa tarde, Stelfs — me cumprimentou, já abrindo espaço na porta e me fazendo entrar.

— Oi, Lys — cumprimentei de volta, andando até o meio da sala e parando pra olhá-lo. Percebi que a casa estava silenciosa e achei isso esquisito. — O Castiel tá aí?

— Você também está procurando por ele? — ele me perguntou, depois de fechar a porta e se virar pra mim.

Mas que história é essa?

— Como assim, “também”? — Encarei Lysandre, já sentindo que não ia vir coisa boa disso.

Lys fez uma expressão intrigada e confusa.

— Quando voltei da faculdade ontem, ele não estava mais em casa — me contou, indicando o sofá pra eu me sentar e foi pro outro. — Achei que talvez ele deveria ter ido resolver alguma coisa na cidade. — Lysandre se escorou, passando braço por cima do encosto e cruzou as pernas. Cheio de classe, essa pessoa. — Mas o dia passou e ele não voltou.

Fiz um bico com uma cara preocupada.

— Eu tenho tentado ligar pra ele, mas o telefone só dá fora de área ou desligado — continuou falando e eu senti um desespero bater.

— Será que não fizeram nada com ele, Lys? — perguntei imediatamente, me desencostando do sofá. — Sequestraram ou algo assim? — Minha imaginação mandou um beijo.

Ele suspirou e negou com a cabeça.

— Provavelmente alguma situação o está preocupando — me respondeu, ficando pensativo por alguns segundos. — É um comportamento típico do Castiel se isolar quando está emocionalmente afetado — explicou e eu suspirei também, pensando naquilo. — Na última vez que ele fez isso, foi em uma discussão com a ex dele.

— Que droga, hein... E ele sai assim e não avisa pra ninguém?

Lysandre apenas balançou a cabeça.

Será que eu fiz alguma coisa?

— Mas que namorado difícil esse que eu fui ter, né, não? — ironizei, abrindo um sorriso meio fraco e me levantei do sofá de uma vez.

— Talvez, — Lys também se levantou, enquanto eu caminhava pra porta. — Se você tentasse ligar para ele, ele atenda — me incentivou e eu cruzei os braços concordando com a cabeça. — De toda forma, continuarei também entrando em contato. — Abriu a porta pra mim quando viu que tava parada perto dela.

— Tá bem — respondi meio contrariada com aquilo. — Quem conseguir falar com ele primeiro, avisa o outro, pode ser? — brinquei, tentando dissipar aquele climão fúnebre entre nós e estendi a mão pro lado dele.

Lys riu com aquela gracinha.

— Fechado, senhorita — me cumprimentou divertido e sai do apartamento deles, sorrindo de volta pro Lys.

Passei a quarta-feira toda tentando ligar pro Castiel. Mas, da mesma forma que ele fez com o Lys, fez comigo. Com uma sutil diferença: o telefone chamava. Fiquei pensando se ele havia perdido aquele celular ou se estava me ignorando mesmo.

Confesso que a segunda opção me machucava mais.

— Que idiota você é, Castiel — falei comigo mesma, jogando meu celular em cima da cama, quando, pela milésima vez, tentava falar com ele. — Como sempre agindo feito um menino de cinco anos. — E soltei um suspiro.

Por mais que eu tentasse respeitar o espaço dele, eu não conseguia entender porque ele simplesmente sumiu sem deixar rastros. Por que pelo menos não disse que precisava parar pra pensar no problema ou algo assim? Por que precisava me matar do coração desse jeito? Que imbecil, cara.

A não ser... Não. Será que o problema era comigo? Mas não faria sentido ele não atender o Lysandre.

A quinta-feira chegou sem mais delongas. E com ela, nada de notícias do Castiel.

O almoço naquele dia foi meio estranho. Eu tentava rir com as meninas, mas estava totalmente preocupada com essa situação. A Ester também parecia não estar muito bem porque não falou muito e nem fez tantas piadinhas como de costume. Ai, Jesus, uma preocupação a mais pra minha cabeça.

De tarde eu resolvi tentar estudar, mas quem disse? Fiquei a tarde toda deitada na cama. Não quis nem ir lá perguntar alguma coisa pro Lys. Mandei um whats pra ele. Mas, nem eu e nem ele, havíamos conseguido nada.

Até que a noite chegou e eu resolvi mudar aquela situação. Não aguentava mais.

Levantei da cama e saí do quarto. Bati no quarto da Bia.

— Pode entrar. — Escutei ela responder e abri a porta, entrando e encontrando ela sentada na escrivaninha.

— Oi — falei engraçadinha e com cara de sapeca e ela me olhou desconfiada.

— O que você tá planejando dessa vez? — Já me veio com essa pra cima e eu comecei a rir.

Já tem um tempo que tinha reparado que a Ester estava estranha. Cheguei a perguntar se ela tava bem, mas ela disse que sim e dei o assunto por encerrado. Mas, sei lá. Alguma coisa tava errada, isso eu sabia. Na verdade, tudo parecia tá errado. Qual o problema, sociedade?

Eu e a Bia fomos pra cozinha e pegamos alguns salgadinhos e uns pacotes de bala que compramos pro aniversário, mas acabou que nem usamos. Catei o note do meu quarto e fomos pro quarto dela sorrateiramente como quem não queria nada.

Bia bateu na porta.

— Pode entrar. — Escutamos Ester gritar lá de dentro e olhamos uma pra outra, começando a rir.

No próximo segundo, foi um furdunço total. Entramos gritando e dançando no quarto dela com as coisas na mão, enquanto quase nos engasgávamos com nossos próprios risos. Doidas? Nem um pouco. Ela só olhou pra gente com uma cara de “Ué”.

— A gente veio fazer um Carnaval aqui — brinquei com ela, deixando o notebook em cima da cama e ela continuou me olhando com cara de “Mas é o quê?”.

Comecei a rir.

— O Carnaval já passou, Stelfs, volte em fevereiro — mandou essa, mas ria feito uma condenada.

— A gente queria mesmo era ver um filme com você e trouxemos comidas! — Bia balançou os sacos na mão e eu ri até não poder mais.

— Que filme vocês querem ver? — Ester perguntou, olhando eu ligar o notebook e ir ajeitando as coisas.

— Dez coisas que eu odeio em você! — Bia respondeu e juro que quase pude ver estrelinhas saltarem dos olhos del.a — É um dos meus filmes preferidos.

Ester a olhou com cara de “Hã?”.

— Nunca vi.

— E ela ainda disse que o personagem é a cara do Castiel — disse com um bico. — Se for assim, fico com a vida real mesmo — comentei divertida, enquanto abria o Media Player com o filme. — Ou não, né? — mandei essa indireta e as duas olharam pra mim.

— Por quê? — Ester perguntou.

Soltei um suspiro nervoso e cansado.

— O idiota sumiu faz três dias e não deu notícias até hoje — soltei como se não fosse nada.

— Hummm... Por isso que tá tudo calmo esses dias — Ester me zuou.

Foi inevitável rir.

— Mas ele tá bem? — Quê? A Bia perguntando isso?

É, a vida tá estranha.

— Vai saber, né, Bia... — soltei essa e me recompus de novo. — Mas, deixemos Castiel pra lá e vamos ao que interessa — disse pra elas com uma cara divertida e as meninas resolveram não tocar mais no assunto.

Eu coloquei o notebook nos pés da cama e aproveitamos pra buscar umas bacias pra colocar os salgadinhos e cobertas pra nos enrolarmos. Abrimos as balas também, nos ajeitamos na cama da Ester e dei play no filme.

Já estava em mais da metade e a gente rindo horrores daquela palhaçada toda, quando escutei um barulho do outro lado da parede. Franzi as sobrancelhas e me sentei na cama, indo até o note e dando pause.

— Que foi? — As duas quase me perguntaram ao mesmo.

— Pera — falei sussurrado e parei, olhando pra algum ponto no além. — Escuta.

Ester ficou quieta, como se manjasse dos paranauês, e Bia seguiu a minha onda, ficando tão parada que parecia que nem respirava. Então a voz do Lys cortou aquele momento tensão:

— Just a small town girl... Livin' in a lonely world...

Eu olhei pra Ester no mesmo instante, erguendo as sobrancelhas e abrindo um riso like a Castiel.

— Olha que chique — sussurrei, pra não acabar com aquele momento pop star do Lys. — Você tem show particular — disse com um riso nos lábios.

Ela corou na mesma hora. Cosplay de Pimentão mandou um abraço.

 — É... o Lys costuma cantar do outro lado — falou na maior vergonha e eu ri.

Enquanto isso...

— She took the midnight train going anywhere... Just a city boy — soltava aquela voz vitoriana e maravilhosa dele.

E eu não pude deixar de ser eu.

— Tá lindo, Lys, continua! — gritei do lado de cá e as meninas deram um salto na cama com meu berro.

O silêncio reinou do outro lado. Epa, matei o menino de vergonha.

Na mesma hora, o celular da Ester cantou uma daquelas músicas da bad do Anathema e ela pegou ele do criado mudo. Leu a mensagem e deu uma risada.

— Ele tá perguntando se vocês estão no meu quarto. — Começou a rir de verdade e se preparou pra responder. — Vou falar que estamos vendo filme e comendo gordices — brincou, começando a digitar.

— Coitado, ele deve tá com vergonha — falei, me sentindo meio péssima por isso, mas ao mesmo tempo, querendo rir horrores. Confesso, o Lys não merece.

— Aposto que ele tá coradinho — Bia comentou logo depois.

— Pronto — Ester completou. — Aproveitei e perguntei se você não matou ele do coração — brincou, rindo até não poder mais.

— Isso é importante — disse séria, mas comecei a rir logo depois, fazendo as meninas rirem também.

Mais uma mensagem foi anunciada. Ester leu e levantou uma sobrancelha.

— Ele disse que queria conversar com você agora, se fosse possível. — Ela me encarou e olhei com cara de quem não tinha entendido nada.

— Ihhhhhh, vai receber sermão do Lysandre — Bia brincou comigo e eu comecei a rir.

Será mesmo?

— Ele disse que conseguiu falar com o Castiel — Ester comentou logo depois e levantou o rosto pra mim.

— Ai, caramba. — Eu sai das cobertas em um atropelo, saindo correndo pela cama e pulando no chão, abrindo a porta em um atropelo. — Se eu demorar, podem continuar assistindo — Falei, saindo do quarto.

Em questão de segundos estava na porta dos garotos.

Desesperada? Nem um pouco.

Lysandre abriu da mesma forma que ele sempre faz e me encarou meio envergonhado ainda, meio sério. E eu atropelei ele logo:

— Onde aquele desnaturado está?

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Stelfs:
Jesus Amado! Onde será que esse menino se meteu, hein? :o Quero palpites, COM CERTEZA e várias teorias. E aí, que vocês acham que aconteceu com o Castiel?
Bia:
Esse Castiel tomou chá de sumiço! Por onde será que ele andou? Tadinha da Stelfs, se faz de “tô nem aí” mas no fundo tá super preocuapada/brava Xd
Veremos onde ele se enfiou nos próximos capítulos.
Até quarta o/
Ester:
Eis que lhes venho com a pergunta: por que Castiel sumiu?
A) Ele tem outra
B) Debrah está voltando
C) Ele vai se mudar
D) Quer meter o pé e não sabe como
E) Só queria dar uns pegas bonitos e agora tá caindo fora
F) Todas as anteriores
Marquem a alternativa no cartão resposta a caneta -q Queremos seus palpites kkkk Até quarta o/



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