Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 40
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Ester:

Hello, Hello, peps! Prontos pra party hard? Só não esqueçam de trazerem seus presentes, porque amoo kkkkkkk 'Bora pra um pouco de fofura com Esterzinha e Lysandrão?
Boa leitura ;)

Bia:

Oeeeeeee pessoas! Tranquilo?
Vamos lá para o dia tão especial da Ester!
Boa leitura!

Stelfs:

Bom dia, meu povo :}
Como vocês estão nessa manhã de quarta-feira Lindcha e Maravilhosa? Espero que bem porque eu tô só a preguiça, HAHAHAHA.
Enfim, capítulo lindão patrocinado pela loja do Leigh (lindeza) -n.
Um boa leitura pro cêis tudo!



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Terminei de me vestir e fui até o espelho, penteando os cabelos. Era o meu aniversário e adivinhe o que estava acontecendo? Estava na maior festança, comemorando com todo mundo, recebendo presentes enquanto enchia a cara de doces e refrigerante?

Bem.... Não. Estava esperando dar uma e meia para ir com Lysandre até a loja do irmão dele, do outro lado da cidade. Não vou negar que estava curiosíssima pra ir.

Sabe se lá porque ele resolveu me convidar pra ir até lá justo naquela tarde. Maasss.... Não ia perder a oportunidade, né não?

Suspirei e terminei com o meu cabelo. Deixei o pente em cima da cômoda e me olhei no espelho de corpo todo, na parede à direita da cama.

Escolhi jeans e uma blusa preta de mangas compridas, com rendas na manga, e sapatilhas. Simples, elegante e divônica (q?). Fiz uma careta pro espelho e ri. Peguei meu celular e vi que tinha mensagem do Lysandre. Fui correndo até a porta da frente para atendê-lo.

Stelfs e Bia estavam com cara de tédio no sofá da sala, o que era estranho pra uma segunda feira. Dei tchau pra elas, que se despediram com sorrisos no rosto, com aquelas carinhas de sempre.

Abri a porta e dei de cara com Lysandre, parado com as mãos atrás das costas, com aquele sorriso maravilhoso e que fazia meu coração quase parar. Com as roupas elegantes de sempre, é claro, lindo.

— Feliz aniversário — me desejou com um beijo. Aproveitei e fiquei na ponta dos pés, enlaçando o pescoço dele, demorando um pouco mais o beijo.

Nos separamos e eu olhei pra ele com um sorriso bobo e ri. 

— Você já me deu os parabéns hoje de manhã — disse com um bico e fechei a porta atrás de mim. — Mas não tem problema. Obrigada, de novo. — Saímos rindo e pegamos o elevador.

Ele apertou o botão do térreo, enquanto eu o abraçava pelas costas, afundando o rosto no casaco dele. Será que era a TPM chegando, pra eu estar tão carente assim?

Vi o sorrir, pelo reflexo da porta do elevador. Elas se abriram e passamos, chegando até o saguão do prédio.

John, o porteiro, cumprimentou a nós dois. Sai cantando Twist and Shout dos Beatles, só de brincadeira. Ele e Lysandre riram da minha gracinha.

— Está animada hoje? — Lysandre perguntou, conforme pisamos na rua. Segurou minha mão e assim fomos caminhando.

— E eu vou ficar desanimada justo hoje? Pelo menos eu tenho que comemorar de algum jeito, né?

Atravessamos a rua e chegamos no ponto de ônibus. Sentamos no banco pra esperar.

— Tem planos para mais tarde? — perguntou e eu parei pra pensar.

— Hum.... Não. Mas acho que talvez a Bia faça algum bolinho. Daí eu te chamo lá, tá bom? — Vi ele assentir e virei pro lado, pra ver se já vinha ônibus. — Você já chegou a provar os bolinhos da Bia, Lys? — E o olhei de canto de olho.

Lysandre fez uma cara pensativa, tentando lembrar.

— Uma vez. Quando ela e Stelfs foram lá, alguns dias após o acidente. — O ônibus virou a esquina e ficamos de pé.

— Ahh, eu acho que lembro disso. Queria ter visto a cara do Castiel. — E comecei a rir, imaginando a cena. — Ele comeu?

Demos sinal. O veículo parou. Lysandre deixou que eu subisse primeiro, indo logo em seguida. Pagamos a passagem, passamos pela catraca e fomos nos sentar no banco alto.

— Com desconfiança, mas comeu — respondeu com um sorriso divertido.

Eu ri, enquanto pegava meu celular. Não tinha espaço pros fones no bolso...

­— Você trouxe fones, Lys? — Ele simplesmente tirou um do bolso do casaco. — Ué, fica andando com fones pra cima e pra baixo? — Pluguei no celular, entreguei um lado pra ele e fui procurar alguma playlist legal.

— Na verdade, devo ter esquecido esses no bolso... — comentou pensativo. Tinha que ser.

Escondi o riso e achei uma música legal, dando play. Era minha “playlist de viagem”, já que demoraríamos pra chegar. A loja era do outro lado da cidade. Então, ainda teríamos que andar mais um pouco, ao descer do ônibus no ponto final.

Um violão começou, junto da voz da Tarja, em Living End. Encostei a cabeça no braço do Lys. Olhava a paisagem passar na janela, conforme aquele piano tocava.

Vi meu reflexo no vidro e percebi Lysandre me observando. Procurei a mão dele e comecei a fazer carinho nela. Fechei os olhos, cantando.

— It’s the song that’s forever in the flame within. — Tarja cantava lindamente, como sempre, enquanto eu assassinava a música.

Senti meu namorado depositar um beijo sobre meus cabelos, enquanto eu ainda cantarolava. Suspirei, guardando o momento na memória.

...

Depois de uma viagem de quarenta minutos, muitas músicas e momentos fofos daquele jeito, o ônibus chegou no ponto final e descemos.

Parei na calçada, esticando as costas. Lysandre parou do meu lado e começamos a caminhar de braços dados.

— É muito longe? — perguntei e atravessamos a rua.

O bairro parecia calmo. Muitas árvores, casas daquelas com arquitetura bem clássica, poucas pessoas andando na rua, talvez por ser o meio da tarde de segunda.

— Quinze minutos de distância — Lysandre afirmou e foi pontuando alguns pontos daquele bairro que ele conhecia tão bem.

Alguns minutos depois, passamos por uma pracinha bonita, com várias árvores, bancos e uma igrejinha. Atravessamos e ele disse que estávamos chegando.

Olhei para o outro lado da rua e avistei uma padaria na esquina. Próximo, uma loja branca, com uma vitrine e a placa em cima. Simples e bonita.

Esperamos o sinal fechar e chegamos até o outro lado.

Entramos. A loja não era muito grande, porém, aconchegante. Havia várias araras com roupas do lado esquerdo, alguns manequins expostos na vitrine, e à direita provavelmente eram os provadores. Mais pro fundo, ficava o caixa da loja, com uma porta de acesso à parte de trás. Leigh e Rosalya estavam lá. O rapaz trabalhava em alguma coisa, enquanto ela estava em frente à caixa registradora, olhando alguma coisa no computador.

Nossa entrada chamou a atenção dos dois. Fomos até onde eles estavam e os cumprimentamos.

O casal ficou muito feliz de nos ver lá e começamos a papear como uma família feliz. Dessa vez, pelo menos estava sem o clima de nervosismo daquele almoço.

Perto das três da tarde, Lysandre inventou de ir na padaria ao lado, comprar pão para o café da tarde. Rosa (acabei começando a chamá-la assim) se ofereceu pra me mostrar a loja.

Fiquei alguns minutos olhando as roupas nas araras, enquanto ela falava empolgadamente sobre moda e que tipos de roupas/cores iam cair bem em mim. Acabei passando a mão por uma textura interessante e peguei. Era um vestido preto/acinzentando, com saia rodada e as mangas compridas, além de um lacinho fofo na cintura e as mangas e a barra num tom mais escuro que o restante.

— Ah, esse vestido é lindo. Vai ficar super bem em você — Rosa comentou com aquele tom alegre dela.

— É tão bonitinho. — E ia colocando-o de volta, depois de observar um pouco, quando ela colocou a mão no meu ombro.

— Por que você não experimenta? Os provadores são ali do lado. — E indicou-os com um movimento de cabeça.

— Mas eu não vou poder comprar hoje, não tenho dinheiro pra pagar — reclamei com um bico. Era lindo, porém estava fora de cogitação gastos desnecessários.

— Ah, vai, Ester, só prova, outro dia você leva.

E ela insistiu e insistiu e acabei indo provar, até porque não custava nada também.

Terminei de vesti-lo e coloquei minhas roupas com cuidado num cantinho. Olhei o resultado no espelho que tinha lá e gostei do que vi. Uma pena que não ia poder levar...

Puxei a cortina do provador e sai. Rosa soltou exclamações de “que lindo! ” e seus derivados. Com a mão, pediu que eu desse uma voltinha.

Foi nessa hora, que Lysandre passou pela porta com um saco de pão nas mãos.

— Olha, Lys, esse vestido não ficou lindo nela? — pediu a opinião dele, que parou no mesmo lugar e passou a olhar pra mim, com um sorriso no rosto.

Me senti um pouco sem jeito com o olhar dos dois em mim.

— Rosa tem razão — ela ergueu uma sobrancelha com essa fala dele. — Esse vestido ficou deslumbrante em você.

Devo ter corado e dei um jeito de disfarçar meu desconcerto. Os dois continuavam sorrindo para mim e Rosa com as mãos unidas, em um gesto de “que fofo! ”.

Fui até um outro espelho, que tinha perto dos provadores e fiquei admirando como o vestido caia em mim. Vi Lysandre pelo reflexo, ainda com o saco de pão e um sorriso, esse mais discreto.

— Vai querer levá-lo? Quem sabe você não encontra uma ocasião para usá-lo? — Parei, mordendo o lábio.

— Não vou poder — disse com um bico, chateada. — Não trouxe dinheiro hoje. A gente volta outro dia e eu levo.

Tirei os olhos do espelho, voltando-me para eles. Lys colocou a mão livre no queixo, pensativo. Rosa estava com um bico.

— Eu deixo o vestido guardado, pra ninguém comprar. — Ela parou com as mãos na cintura, ao lado de Lysandre.

— Tá bom. Vou lá trocar de roupa e já que te devolvo.  — Entrei de volta no provador, enquanto os dois ficaram conversando.

Voltei para as roupas que estava usando e dobrei o vestido. Puxei a cortina e sai do provador. Rosa estava com um sorriso de dar inveja ao gato de Chesire e Lysandre continuava com o pão na mão.

— Desse jeito o João vai vir buscar o pão, Lys — comentei engraçada, enquanto entregava o vestido pra Rosa. Os dois me olharam sem entender nada. — Ué, você não foi na casa do João roubar pão? Daqui a pouco ele aparece aí. Fica com ele aí pra todo mundo ver...

Eles caíram na risada e eu também, porque sempre ria das minhas piadas. Pelo menos alguém tem que achar graça, né não?

Deixamos Rosa guardando o vestido, enquanto eu e ele seguíamos pros fundos.

— Pelo visto você não perdeu o bom humor — ele comentou com um olhar de canto de olho.

— Quem disse? Eu não seria eu sem as piadas infames. — E soltei um riso divertido. Eu era muito besta, isso sim.

— Você estava muito calada nos últimos dias... — Lá vem de novo.

Suspirei, sabendo que íamos entrar de novo no mesmo assunto. Porém, chegamos na parte que era a cozinha, atrás da loja. Leigh estava tirando o café da cafeteira e eu consegui mudar de assunto.

Tomamos café os quatro juntos, naquele clima bem alegre e divertido. Depois que terminamos de comer, ficamos sentados à mesa, conversando.

— Acho que é melhor irmos embora — Lysandre comentou, enquanto olhava no relógio de pulso.

— Que horas são? — perguntei e ele respondeu que era quatro e quinze. — Ué, ainda é cedo, nós não temos nenhum compromisso pra hoje. Ou você tem?

— Na verdade... — Ele pareceu considerar um pouco antes de responder. — Eu tenho algumas atividades da faculdade para terminar. Acabei de me lembrar agora. — Eu levantei uma sobrancelha. Aí tinha.

— Ahhh, que pena. Tava tão bom o papo — Rosa comentou com um bico. Prometemos que iríamos voltar outro dia.

Oferecemos para ajudar com a louça, porém Lys trocou olhares com a cunhada. Ela disse que ia dar uma olhada na frente da loja, pra ver se não tinha chegado clientes. Ele também foi junto, disse que ia fazer algo, porém eu não entendi o que ele falou.

Fiquei ajudando Leigh a lavar louça, pra ser uma boa pessoa e não deixar o pobre coitado lavar tudo sozinho.

Depois de alguns minutos, terminamos e voltamos para a loja. Rosa estava mexendo no computador, porém não parecia muito concentrada. Lysandre, de costas, observando a rua pela vitrine.

Eles perceberam nossa presença e se viraram. Lysandre trocou olhares cúmplices (de novo) com os dois e o casal ficou ali, perto da caixa registradora. Ele me puxou mais pra longe, pra perto da vitrine.

— Tenho algo que gostaria de te dar. — Tirou um embrulho, que estava perto do pé de um dos manequins. — Feliz aniversário. — Me desejou com um beijo de leve. Eu sorri com o gesto.

­— Obrigada, Lys, não precisava. — Mentira, tava extremamente feliz com o presente, mesmo não sabendo o que era. A frase deve ter saído no automático mesmo, porque é o que a gente costuma dizer quando ganha alguma coisa.

Comecei a rasgar o papel de presente, com um sorriso no rosto feito criança que ganha doce. Foi então que senti minhas mãos tocarem um tecido...

— Eu não acredito! — exclamei boquiaberta. Era o mesmo vestido que eu tinha experimentado mais cedo. — Lys, eu não acredito que você me deu o vestido. — Estava com o sorriso quase na orelha, enquanto colocava a roupa em frente ao corpo.

— Você pareceu ter adorado o vestido. E hoje é seu aniversário... — Não deixei ele terminar a frase e o puxei para baixo, em um beijo de agradecimento.

— Vou colocar, já volto — disse ao me separar do beijo. Ele tinha um sorriso acolhedor e as bochechas coradas. Não é a coisa mais linda esse rapaz?

Fui saltitando de volta ao provador e puxei a cortina. Troquei de roupa e sai. Puxei a cortina e os três, que estavam perto do caixa, voltaram os olhos pra mim.

— E então? — perguntei meio sem jeito, abrindo os braços e fui caminhando até eles.

Uma rodada de elogios e eu completamente desconcertada, de novo. Mas não reclamei dessa vez, tava alegre demais pra isso.

Rosa me deu uma sacola para colocar as roupas que eu estava usando. O casal me desejou feliz aniversário também.

Nos despedimos deles alegremente, falando em planejar algum outro almoço qualquer dia desses. Sai da loja, saltitante, ao lado de Lysandre.

— Vejo que gostou do presente — comentou com aquele costumeiro sorriso gentil. É pra acabar com o coração de qualquer uma, não é mesmo?

­— Ai, Lys, sério, obrigada. Eu amei. — E segurei o braço dele, que abaixou, permitindo que eu desse um beijo na bochecha. — Agora vamos pra casa? — perguntei, mas só recebi um sorriso de lado como resposta.

...

 Depois de uma viagem de volta num ônibus lotado, chegamos no prédio. Continuava animada, enquanto conversava com ele.

— Tava pensando em chamar as meninas pra fazer alguma coisa diferente pra janta, quer participar também? — Ele apertou o botão pra chamar o elevador, que chegou rapidamente. Entramos e começamos a subir pro nosso andar.

Lysandre pareceu considerar o que responder.

— Ah, vai, Lys, não custa nada. — O abracei pelas costelas, fazendo um bico. As portas se abriram e entramos no corredor.

Ele acabou concordando com a minha ideia. Fui até a porta do apartamento e ele colocou a mão em meu ombro.

Abri a porta e estava tudo em silêncio e as luzes apagadas, já começava a escurecer. Ué, será que as meninas saíram? Qual não foi a minha surpresa, quando...

— Surpresa! — berrou tudo mundo junto, surgindo de todos os lugares da casa. Eu não acredito...

— Feliz aniversário! — Bia e Stelfs vieram me desejar, na frente de todo mundo. As duas me abraçaram.

A única coisa que consegui foi ficar parada com cara de tacho. Passei os olhos pela casa e vi doces e salgados sobre a mesa da cozinha, além de Tamires, Lorraine, Castiel, Nathaniel, tia Simone (!) e alguns colegas do meu curso. Eu era o centro das atenções. Ah, não... Senti Lysandre pôr a mão no meu ombro, como consolo, mas não adiantou muito. Tava todo mundo olhando pra mim. Socorro, Senhor! Onde eu ponho a cara?

— Ela tá meio chocada com a surpresa, gente. Mas vai voltar ao normal dentro de alguns instantes — Stelfs anunciou pra turma e todos riram.

— Stelfs! — protestei, causando novos risos.

— Voltamos a programação normal, gente! — Dessa vez foi Bia quem quebrou o climão.

Por mais que eu reclamasse, eu gostava tanto daquelas duas.

— Pode parar tudo aí, que eu quero comer logo. — Castiel veio em minha direção e me empurrou pro meio do povo.

— Castiel, seu ridículo! — Stelfs brigou com ele, mas ouvi as risadas deles logo depois. Esses dois...

Eu fui parabenizada e abraçada por todos que estavam lá. Desde abraços amigáveis, constrangedores (olá, tia Simone, que quase mata a pessoa sufocada), até emocionantes e que te tiram do chão (ninguém mandou ser alta, Tamires), e românticos (sim, é você mesmo, Lys).

Também abri alguns presentes que me deram. Incluíam blusinhas, um livro, um CD, chocolates e uma toalha de banho (obrigada, tia Simone) .

A festa foi aquela que a gente já tá acostumado mesmo. Com boca livre, grupinhos conversando, gente vendo TV, jogado no sofá da sala, risada e música.

Estava sentada no banco da bancada, conversando com as meninas apoiadas do outro lado e conversando comigo. Tamires, encostada na lateral, e Lysandre do meu lado.

— Gente, eu não acredito que vocês fizeram uma festa. — Coloquei a mão na boca, pra mostrar espanto e esconder o sorriso. — Como vocês conseguiram?

— Ah, a gente deu nossos jeitos, não é, Stelfs? — Bia comentou com ela, dando uma cotovelada de leve como “cumprimento”. Eu apenas ri.

— De quem que foi a ideia de colocar forró pra tocar na festa? ­— Castiel apareceu do nada, com um copo de refrigerante na mão e a outra com uns salgadinhos, interrompendo a conversa. Estava tocando uma música do Turisas no fundo.

— Isso é folk metal! — exclamei, olhando pra ele. — E foram as meninas que escolheram as músicas que tão tocando. — Apontei elas com a cabeça.

— A gente pegou o que tava no seu note, Ester — Stelfs soltou essa, como se não fosse nada. Ahh, agora entendi porque foram pedir meu note emprestado... — E para de implicar com a festa, querido. — Stelfs fez bico pro Castiel, que aproveitou e roubou um beijo rápido.

— Mas e aí, não vão cortar esse bolo, não? Senão vou lá cutucar um pedaço — o ruivo reclamou. Será que o estômago desse cara era um saco sem fundo? Porque, como come...

— Credo, Castiel, tem solitária nas tripas? — Stelfs veio com essa resposta, fazendo todos rirem.

— Desse jeito vai acabar indo à falência. — Bia finalizou de vez o diálogo, não dando tempo pro Castiel retrucar.

Acabamos atendendo ao pedido “super gentil” do Castiel pelo bolo de aniversário.

Chamamos o povo e apagamos as luzes. Todos se reuniram perto da mesa e o coro de parabéns começou. Eu fiz o que todo mundo faz nessa hora: fiquei encarando o bolo, sem saber o que fazer, já que era o centro das atenções, de novo.

Começaram a cantar o meu nome e soprei a vela, sem fazer pedido, porque não acreditava nessas coisas. Cortei o bolo, só que, ao em vez de dar o primeiro pedaço, fiquei com ele pra mim, porque sou dessas (mas que?). Tia Simone acabou assumindo o “papel” de cortar o bolo e distribuir pros convidados.

Fui comer, enquanto conversava com meus colegas da sala. O bolo, à proposito, era maravilhoso. A comida toda era ótima. Ia elogiar com as meninas depois, quem quer que tivesse feito.

Por fim, a festa foi até perto das dez da noite, quando só sobrava eu, Stelfs, porque a Bia foi se despedir do Nathaniel e ainda não tinha voltado, Lysandre e Castiel. O resto do pessoal foi embora, porque são universitários e a vida não é fácil. E a tia Simone também foi, porque teve que atender à alguma emergência com o marido.

Comíamos o que sobrou dos salgados e tomávamos refrigerante. Na verdade, eu acho que aquilo era uma competição pra ver quem ia passar mal de tanto comer, mas enfim...

Bia voltou e resolvemos começar a limpar as coisas. É claro que o Castiel foi embora no exato momento em que ela disse a palavra “limpeza”. Parecia até um gato fugindo do banho. Foi a vez da Stelfs se despedir dele, daquela “maneira” dos dois.

Bia começou a limpar as coisas, enquanto eu e Lysandre continuamos sentados.

— Vai embora com o Castiel também? — perguntei e pensei que ficou parecendo que eu queria que ele saísse. Por que tinha que mal formular as perguntas às vezes?

— Vocês não precisam de ajuda com a limpeza?

— Nah, a gente dá um jeito. Ou então deixa pra amanhã mesmo. — Dei de ombros, como se fosse normal. A verdade era que ninguém ia arrumar muita coisa naquela coisa, já que com certeza as meninas estavam cansadas também.

Stelfs voltou e começou a ajudar Bia. Só que era perceptível o cansaço nelas. Sugeri deixarmos tudo pra arrumar amanhã, só guardar o que sobrou de comida e jogar o resto fora.

Fui acompanhar Lysandre até a porta e nos despedimos. É claro que eu não ia deixar de comentar sobre ele ter me enganado direitinho sobre a festa. Mas ia deixar pra falar sobre isso no dia seguinte, porque estávamos os dois cansados e tínhamos que acordar cedo de manhã.

Entrei no apartamento e vi as meninas quase caindo de cansaço. Também, depois do trabalhão que elas devem ter tido.... Sorri e resolvi ajudá-las a terminar com o que sobrou da comida. Ia deixar a conversa sobre a festa pro dia seguinte também.

Logo, fomos cada uma pro seu quarto, Bia e Stelfs pareciam que iam desmaiar a qualquer momento.

Eu ainda aguentava mais um pouco e resolvi tomar um banho antes de dormir, mesmo sendo perto das onze da noite.

Voltei pro quarto, secando os cabelos com a toalha. Ouvi uma música tocando no quarto do Lysandre. Humm.... Acho que os papéis se inverteram.... Resolvi começar a cantar:

— It feels like I’m flying, above you. — Enquanto isso, peguei meu celular e digitei uma mensagem:

“Parece que trocamos de papéis hoje, kkkk”

Ri do que mandei e voltei a cantar, com cuidado pra não ser alto demais e acabar acordando a Stelfs no quarto ao lado.

— Feel so close to everything now, strange how life makes sense in time. — E abri os braços, aumentando um pouco o tom no refrão.

— And it feels like I’m flying above you, dreaming that I’m dying to find the truth. — Lysandre uniu a voz maravilhosa dele à minha, num dueto “pela parede”.

Senti meu celular vibrar nas mãos. Olhei, enquanto ainda cantávamos.

“Deseja fazer um dueto? ”

Ri ao ver a mensagem e mandei outra pra ele, enquanto quase dançava pelo quarto:

“Solta a voz”

— Seems like you’re trying. — Continuamos junto no refrão.

— Trying. — Repeti o backing vocal. Sou dessas, que canta o vocal, o backing vocal, a guitarra, o teclado, a orquestra, a música toda.

— Trying. — Ele entrou na minha e ficamos brincando, com cada hora um cantando um dos “trying”.

— To bring me down, back down to Earth, back down to Earth. — Voltamos a unir nossas vozes, nos divertindo. — Back down to Earth, back down...

E comecei a “cantarolar” o solo de guitarra.

“Desejo ter sua companhia mais vezes para um dueto. ” Ele mandou essa meio galante e eu ri. Apaguei a luz, deixando só o abajur, e me joguei na cama.

“Hum... É mesmo? Só me chamar q eu vou

Finalizei com essa e conversamos mais um pouco. Decidimos não fazer um outro “dueto” porque não queríamos acordar todo mundo com a nossa cantoria.

Ele me mandou uma mensagem de boa noite e eu aproveitei e dei dois soquinhos na parede. Lysandre bateu de volta. E não, não tínhamos aprendido código morse ainda.

 Já ia desligar o celular, quando recebi uma ligação. Achei estranho meu pai me ligar tão tarde.

— Oi, pai. Tudo bem? — Recebi uma bela felicitação pelo meu aniversário e assim a conversa seguiu.

...

Desliguei o celular, ainda sem saber o que pensar, e o coloquei pra carregar, mesmo no escuro, só com a luz do abajur acesa.

Sentei na cama e afundei o rosto nas mãos. O que fazer da minha vida agora?


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Notas finais do capítulo

Ester:

Essa festa nada mais foi do que um relato das minhas festas de aniversário -q
Castiel com solitária nas tripas, obrigada, Stelfs, por essa frase kkkkk
Pra quem não conhece Turisas e quiser ouvir um forró -q folk metal: https://youtu.be/cdkBs0VCSX0
E a música que Ester e Lys cantam é Flying do Anathema: https://youtu.be/13nYeV_4TyY
Hummmm, tem treta aí e treta das bravas. Será que finalmente descobrimos que era a ligação misteriosa? Quero seus palpites kkk
Até sexta o/

Bia:

Fala aí, gente, eu e a Stelfs somos ótimas atrizes, fingindo que estávamos fazendo/pensando vários nadas xD Mas estávamos é bolando tudo!
Esperamos que tenham gostado. Até sexta o

Stelfs:

Ai :3
Lysandre = melhor namorado, vocês não acham? *-*
Quanto ao seu comentário, Ester: CLARO! A gente zoa os namorados mesmo porque aqui é V1d4 L0k4. GENTENNNN, ATENÇÃO! Só quero avisar que o próximo capítulo está imperdível, então, não faltem na sexta -n. Além disso, quero mais teorias sobre o "Caso Ester" ;)

Vou juntar as teorias de vocês e fazer uma fic -nnn.
Até maix :B



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