Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 25
Domingo de manhã


Notas iniciais do capítulo

Stelfs
Oi gente lindchaaaaa! Estávamos aqui felizes pela repercussão que nossos beijos tiveram, kkkk. Que bom que vocês gostaram :3
Bem, o capítulo de hoje é só um desdobramento do feriado, então ele tá mais calminho kkkkk Podem ler sossegadas kkk.
Bem, é isso! Buona lettura

Ester
Eu poderia estar nanannaa em um módulo lunaaaarr. Mas eu, eu, euuuu ~desafina ~ prefiro estar aquuiii, te perturbando, domingo de manhaaaaa, domingo de manhaaaaa ~ Marcos e Belutti curtiram isso.
Olá gente linda! Um bom domi.. Não, pera, hoje é sexta :b kkkkkkk
Mas na fic é domingo! Querem saber no que que deu aquele feriado (e que feriado!)? Então 'bora lá!
Boa leitura ;)

Bia
OI pessoas! Gostaram das beijocas? kkkk
Eu adoro esse capítulo! Teremos os povs das três, para ter uma noção do que rolou em perspectivas diferentes! Um capítulo de camaradagem :3
Boa leitura!



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Ester

Acordei aquela manhã de domingo com a claridade invadindo o quarto. Estranhei. Normalmente eu deixava as cortinas meio fechadas, pra não entrar tanto sol. Virei de barriga pra cima e esfreguei os olhos.

Foi então que eu percebi onde eu tava..... Aquele não era o meu quarto! O que que eu tava fazendo ali?!

Sentei na cama rapidamente e comecei a olhar ao redor, desesperada. Vi uma bagunça na escrivaninha e as roupas na cadeira e reconheci como sendo o quarto do Lysandre. Meu Deus! O que aconteceu?? Ai, caramboles!

Achei minhas sapatilhas na lateral da cama e as calcei, quase caindo no meio do caminho, por levantar tão rápido.

Abri a porta correndo e entrei no corredor. Ao chegar na sala, vi Lysandre dormindo no sofá e Castiel sentando à mesa, tomando café.

— Então a Bela Adormecida acordou? — soltou naquele tom sarcástico dele. Pela minha cara, eu devia estar mais perdida que cego no meio de um tiroteio. — Foi boa a noite ontem, hein? — E ele riu. Eu devia estar com uma cara muito engraçada mesmo.

— O que aconteceu? — Foi a única coisa que eu consegui perguntar, ainda parada no final do corredor.

— E eu que sei, garota? Você que ficou aqui ontem. — Revirei os olhos. Como se fosse fácil conseguir uma explicação do Castiel.

— Se fosse pra ter uma resposta assim, eu nem perguntava. — Perdi a paciência com ele e comecei a ir até a porta. — Olha, eu tô indo embora. Fala pro Lysandre que eu quero conversar com ele mais tarde.

— Espera aí, pra que tanto mal humor assim? — Ele levantou da cadeira e foi andando, com um ar de deboche, até onde eu tava parada, tentando cruzar os braços, com o gesso destruído. Como o Lysandre aguenta uma pessoa assim?

— Eu só quero saber o que aconteceu ontem pra eu não ter dormido em casa, só isso. — Cruzei os braços também e olhei pra ele, tentando fazer uma pose de imponência e falhando miseravelmente.

— Ué, não é obvio o que aconteceu? — E riu da minha cara. Abri a porta e estava saindo. — Espera aí, espera aí. — Tocou no meu ombro com a mão livre, me fazendo olhar pra ele. — Credo, garota, tá de tpm?

 Eu continuei de cara fechada e ele soltou um bufado.

— Eu não sei o que vocês fizeram aqui ontem, tá bom? Cheguei e o Lysandre tava deitado no sofá. Eu perguntei o que que tava fazendo lá e ele disse que você dormiu e ele te carregou pra cama dele. — Soltei um suspiro aliviada. Era tão a cara do Lys fazer essas coisas. Tão fofo! — Tá feliz agora?

— Você poderia ter dito isso antes. Teria poupado tempo. — E ergui uma sobrancelha.

— Ah, vai... — E estava voltando pro apê, enquanto eu continuava parada no corredor.

— Espera, Castiel! Você dá o recado pro Lys pra mim? — perguntei, antes que ele fechasse a porta.

— E eu tenho cara de pombo correio por acaso? — Calma, Ester, calma. É só uma pessoa debochada.

— O que que custa você me fazer esse favor? — E encostei o ombro no batente da porta.

— Cinco conto? — Fiz a cara de “ata” e Castiel riu. — Eu dou o recado pra ele. Mas só dessa vez, na próxima eu cobro. — Ele ia fechar a porta, porém eu o parei.

— Espera aí, tenho que fazer uma coisa.

Ele soltou um “mais essa agora” e eu entrei. Fui até onde Lysandre estava deitado e dei um beijinho na bochecha dele. Ele não tava acordado pra ver, mas era o mínimo que eu poderia fazer.

Olhei pro Castiel e ele tava segurando o riso.

— Já acabou? Ou quer dar outro também? Dois contos o beijo.

— Ah, vai se lascar, Castiel. — Ri e fui saindo do apartamento de novo.

— Olha só! A nerdizinha também sabe xingar. — Ele encostou no batente da porta, com aquela cara de deboche dele.

— Um bom dia pra você também!

E fui saindo, sem esperar a resposta dele. Só que voltei pra trás, porque lembrei que tinha esquecido meu celular lá. Fui alvo de mais uma rodada de ironias do Castiel e então sai fora mesmo. Olhei pra tela do aparelho e vi que já era quase onze horas. Dormi demais!

Abri a porta do apê e Stelfs estava tomando café. Ela parou com a xícara a caminho dos lábios e me olhou assustada.

— Ester?! — Foi quase um fiapo de voz. Ergui um dedo, não deixando ela continuar.

— Não é o que você tá pensando.

...

Stelfs

— Hummm — soltei, me remexendo na cama, enquanto meu corpo me avisava que estava vivo.

Fui despertando aos poucos, tomando consciência do ambiente ao meu redor. E me virei na cama com os olhos ainda fechados, tateando debaixo do travesseiro e pegando meu celular. O trouxe pra perto do meu rosto e acendi sua tela, abrindo os olhos com preguiça.

Nossa! Já era dez e meia! Dormi pra caramba.

Abri um bocejo preguiçoso, esticando todo meu corpo na cama e me virando de lado. Bati os olhos na jaqueta de Castiel pendurada na cadeira da minha escrivaninha. E sorri.

Aquilo... havia sido real, não é?

Me sentei na cama e meus cabelos encostaram na minha nuca, me fazendo sentir o quanto ainda estavam úmidos.

Meu Deus, eu vou morrer com isso.  

Passei os dedos nos fios, penteando-os e continue olhando pra aquela jaqueta, relembrando da noite anterior.

Gente, quem diria?

Fiquei ali por alguns segundos, ainda chocada por Castiel e eu termos nos beijado.   

Até que tomei coragem e me levantei, calçando meus chinelos e caminhando pelo quarto. Minha garganta arranhou um pouco, mas pigarreei, fazendo o incômodo passar. Logo à frente, minhas roupas (diga-se de passagem: ENCHARCADAS!) estavam jogadas pelo chão do quarto. Me abaixei e peguei uma por uma, parando na blusa, que além de molhada, estava marcada em vários lugares com o branco do gesso.

Ah, meu Deus.

Comecei a rir feito uma louca varrida, me divertindo com aquilo. E joguei a blusa no ombro, sustentando aquele sorriso.

Que as meninas não saibam disso.

Foi então que me dei conta: Como eu contaria pra elas?

Me senti ansiosa de repente ao considerar essa questão. Como eu poderia contar a elas que eu tinha beijado Castiel? Justamente ele que arruma confusão com todo mundo? Ele que vive implicando com a Ester e criando caso com a Bia? Ele, com quem eu vivo brigando, reclamando e me “estapeando”? Não fazia muito sentido.

Abri a porta do meu quarto, sentindo o silêncio do apartamento. E fui até a lavanderia, deixando minhas roupas no cesto. Aproveitei pra colocar um pouco de café na xícara. O coloquei, dando uma bebericada rápido, enquanto sentia o gosto direitinho. Escutei um barulho de chave girando na porta e ergui a cabeça, vendo Ester passar por ela e a fechar. Eu parei a xícara no meio do caminho da minha boca e a encarei surpresa.

— Ester?! — perguntei em um susto, escutando a minha voz sair rouca.

QUÊ?!

Ela se virou pra mim no mesmo instante, apontando o dedo na minha direção, ficando vermelha feito um pimentão.

— Não é o que você tá pensando — disse e eu comecei a rir daquilo. 

Tá. A pessoa me chega às onze horas dia do dia seguinte, com a roupa amassada, o rosto horrível e todo manchando de maquiagem, parecendo um panda e simplesmente a-ca-ba-da. E não quer que eu pense nada? Aí complica por meu lado.

— Se não é o que eu tô pensando, o que é então? — a desafiei, olhando o estado da criatura e me esforçando pra conversar. 

— O que aconteceu com a sua voz? — ela me perguntou em um impulso, fugindo do assunto.

— Eu... não sei... — respondi ainda rouca, tossindo logo depois pra ver se passava. — Deve ser a chuva que peguei ontem — respondi calmamente e Ester me encarou.

— Você veio na chuva? — perguntou curiosa.

— Para de desviar o assunto — disse com um riso brincalhão nos lábios. — Que a mademoiselle estava fazendo no apartamento do Lysandre até essa hora? — perguntei de supetão, fazendo Ester corar mais que frango assado.

Tia Simone feelings.

— Não foi nada de mais... — ela me respondeu, mexendo na barra do vestido com distração. — O Lys resolveu cozinhar e estava fazendo o jantar quando a luz acabou e tivemos que terminar tudo no escuro — começou a me contar. — Depois disso, comemos, nos sentamos no sofá e fomos conversar até que eu apaguei e só fui acordar hoje de manhã — disse de maneira corrida, parecendo envergonhada.

Lancei um olhar desconfiado pra ela. Aí tem.

— Só isso? — questionei, percebendo que ela não queria olhar pra mim de jeito nenhum.

Agora sei como minha tia se sente.

— É, ué — me respondeu.

— Então tá — respondi, fingindo que acreditava. — Eu vou lá perguntar pro Lys — disse, passando por ela quando Ester me interrompeu.

— Não, espera — aumentou o tom de voz de repente, parecendo desesperada.

A - RÁ! Como fazer uma chantagem emocional like a Castiel. 

Vi o rosto de Ester ficar ainda mais vermelho e meu coração ficou cheio de expectativa. Ai, meu Deus, que será que aconteceu? Ela ficou brincando com a língua na boca, meio desconcertada, até que tomou coragem:

— Ele... — começou a dizer e olhou pra mim — Me beijou... — soltou essa e olhou pro lado, abrindo um sorriso envergonhado.

Arregalei os olhos de repente, abrindo a boca em uma satisfação silenciosa. 

— O meu shipp é real! — falei animada e Ester continuou perplexa comigo. — Vem aqui, me conta isso direito.

— Quê? — ela rebateu, enquanto eu a puxava pelo braço e a fazia se sentar comigo no sofá.

— Eu quero detalhes, Ester — disse ansiosa, encarando o rosto da menina que agora poderia ser confundido com o capacete do ranger vermelho.

— De...talhes? — ela se espantou, abrindo os olhos e ficando ainda mais vermelha (se é que tinha como).

— Éééééé ­— eu comentei. — Como foi? Quando ele te beijou? Que você achou? — metralhei a pobre coitada de perguntas, fazendo com que ela se sentisse extremamente constrangida.

Nossa, isso é de família.

Então ela ficou me olhando, totalmente estática, sem saber o que dizer.

Eu tô deixando ela sem graça: Sim ou claro?

— Desculpa, — soltei, percebendo o que eu estava fazendo. — É muita emoção — disse com um sorriso alegre pra ela. — Eu juro que vou me conter — brinquei, colocando as duas mãos na boca, mas ainda assim, rindo abertamente por trás delas.

Ester me olhou meio confusa e ao mesmo tempo feliz.

— Ah... Vou lá dar um jeito em mim — falou, apontando pra própria cara e eu concordei com a cabeça, ainda animada com aquela notícia. — Estou liberada do interrogatório agora? — escutei ela perguntar e rir, me lembrando da minha tia.

— Está sim — respondi com um sorriso.

— Tia Simone aproves — Ester disse, rindo também e se levantando do sofá.

— Alguém precisa ter juízo por aqui, né não? — falei brincando, enquanto ela entrava no corredor.

— Tá bom — soltou sarcástica, continuando caminhando e escutei o barulho de porta se fechando.

Se bem que juízo é algo que eu acho que não tenho mais.

...

Bia

Um leve movimento da cama me fez despertar.

Abri os olhos vagarosamente, me deparando com o rosto do Nathaniel próximo ao meu. Ele ainda estava abraçado comigo.

Que bela maneira de acordar, não é?

Olhei cada detalhe de seu rosto, vendo como ele era bonito. Meus olhos pararam em sua boca.

A mesma que me beijou ontem.

Aaaaah!

Meu Deus... só de lembrar daquilo fico vermelha.

Caramba...

Então ele suspirou e suas pálpebras começaram a se mexer.

Rapidamente escondi um pouco o rosto no travesseiro e fingi estar dormindo.

O ouvi suspirar novamente, e seu braço saiu de cima da minha cintura.

Mas pouco depois, senti sua mão em meu rosto. A ponta de seus dedos traçara uma linha a partir da têmpora esquerda, e desceu, passando pelo maxilar, queixo, e subiu, indo para minha boca. E passou a ponta de um dedo levemente pelo contorno dela.

Eu estava segurando muito para não sorrir com aquilo. Mas se por acaso ele colocasse a mão no meu pescoço, sentiria a velocidade que meu coração estava, e eu estragaria o teatro.

Desejava continuar sentindo aquela sensação. Talvez se eu “acordasse”, ele pararia. Queria tanto ver a carinha de sono dele...

Dei alguns sinais de que estava prestes a acordar, mas pelo contrário que pensei, ele continuou.

Abri os olhos e o encontrei me olhando.

Dessa vez não consegui segurar. Acabei sorrindo.

Ele sorriu também. — O que foi? — perguntou baixo, com a voz rouca.

Ai, Jesus... Isso é música para os meus pobres ouvidos.

Balancei a cabeça. Eu preciso fazer ele continuar falando.

— Será que a energia voltou? — cochichei.

— Não sei. Só levantando para saber.

— Ah não... — Escondi a cara no travesseiro.

Nathaniel riu e me abraçou. — Pode dormir mais. Eu preciso ir pra casa.

— Não quer tomar café? — O olhei, de perto.

— Preciso dar o café da branca, na verdade.

— Ah. — Fiz cara de triste.

Ele sorriu e deu um beijo na minha testa. — Podemos fazer algo mais tarde.

— Hm... vou pensar no seu caso — falei, cheia de graça.

— Vai pensar? O que eu fiz de errado para você ter que pensar?

— Ah, não sei... — Sorri.

— Precisa de um incentivo pra pensar? — perguntou se aproximando.

Senti as bochechas fervendo. — Talvez.

Nathaniel fechou o espaço entre nós e beijou-me o centro dos lábios. Retribui, e logo ele se afastou.

— E agora?

— Hm... vai ser a primeira coisa que pensarei quando levantar.

Ele riu. — Ah, melhorou.

— Às vezes eu sou boazinha.

— Que sorte a minha, então.

Nos olhamos sorrindo, então rapidamente ele me beijou de novo e levantou.

A camiseta cinza dele estava toda amassada, mas até daquele jeito ele ficava bonito.

Nathaniel colocou a mão na maçaneta da porta e me olhou.

— Até mais tarde?

O olhei dos pés à cabeça, tentando memorizar aquela cena.

— Até mais tarde. — Sorri.

Ele sorriu e abriu a porta, saindo e a fechando sem seguida.

Peguei o travesseiro que ele estava usando e o abracei, virando de barriga pra baixo.

Dei um gritinho que o tecido abafou e fiquei ali, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.

Nunca que eu ia conseguir voltar a dormir. Agora eu estou elétrica.

Fiquei sei lá quanto tempo naquilo.

Comecei a ficar com vontade de ir ao banheiro e decidi levantar.

Fui ao banheiro e depois para a sala. Assim que entrei, vi dois rostinhos virando em minha direção com sorrisinhos.

Será que elas já estavam acordadas quando o Nath...

— Senta aí e conta tudo. — Stelfs puxou a cadeira do lado dela, sorrindo maliciosa.

Cocei a cabeça, sentindo a cara quente. Peguei meu café com leite e me sentei.

Expliquei tudo detalhadamente para elas, desde quando Ester saiu.

— Ai, meu Deus. — Ester colocou a mão no rosto, achando fofo.

— Tadinho, ele ficou vermelho igual o cabelo do Castiel quando nos viu aqui. — Stelfs disse, rindo. Sua voz estava um pouco rouca.

Balancei a cabeça. — Coitado. Vocês falaram alguma coisa?

— Ah... você acha que eu ia ficar quieta? — Stelfs riu. — Ele saiu do corredor e nos olhou com uma cara meio surpresa. Então ficou vermelho... Aí eu falei “bom dia, Nathaniel”. Ele respondeu e foi para a porta, e começou a colocar os tênis dele. Eu perguntei “não vai tomar café com a gente?”. Ele respondeu “não, obrigado. Preciso ir dar comida pra a minha gata”. E depois saiu. Aí a gente caiu na gargalhada.

Fiz um “facepalm” balançando a cabeça. — Coitado. Nunca mais vai aparecer aqui.

— É só você falar que explicou pra gente. — Ester disse, ainda rindo.

Sorri, apoiando o rosto na mão, e o braço na mesa. — Ele foi tão fofo...

— Alguém está apaixonada... — Stelfs cantarolou.

— Imagina. — Ester brincou. — Nem dá pra ver na cara dela.

Dei de ombro para as duas e continuei tomando meu café.

...

Stelfs

— Falando nisso, senhora Stelfs... — Bia se virou de repente, olhando diretamente pra mim. — O que aconteceu com a sua voz?

Olhei pra ela no mesmo instante. Nem tava me lembrando que tô rouca. Fiz um bico chateado, fazendo as meninas rirem.

— Deve ter sido a chuva que eu peguei — falei, levando meu café pra boca e bebendo um pouco.

— Você e o Castiel voltaram na chuva? - Ester perguntou de repente, parecendo indignada. — Por que não vieram de ônibus?

Senti meu coração quase parar nesse momento. E agora, José? Olhei pras meninas. Como ia contar pra elas sobre minha crise de ciúmes?

— Porque eu briguei com o Castiel — comentei, bebendo novamente meu café pra disfarçar o nervosismo. — E vim sozinha na frente ­— respondi como se isso fosse algo comum na minha vida.

Pera, e não era?

Bia soltou um risinho irônico.

— Pra variar — falou, levando a xícara na boca, enquanto me olhava sobre ela.

— Vocês brigaram de novo? — Ester começou a rir. — O que ele fez dessa vez?

Eu mereço. Fiz cara de tédio.

— É, qual o motivo dos tapas agora? — Bia completou, já fazendo aquela cara dela de: “Eu sabia que isso acontecer”.

E fechei as expressões, pensando em como contar da Cindy sem me revelar.

— Vocês acreditam que ele me deixou sozinha e perdida lá pra ficar com uma menina? — soltei a verdade, vestindo ela com um pouco de mentira. Ah, droga, odeio isso.

— Por que que ele te convidou então? Affe... — Ester parecia indignada.

— Não é?! — fiz, entrando na dela também.

Mas Bia me olhou com aquela cara de desconfiada. Ai, Jesus, segura essa pra mim. E começou a rir, erguendo a sobrancelha.

— Hummmmm, sei — me cutucou.

Bufei, revirando os olhos e cruzando os braços.

— É um saco ter que ficar segurando vela, sabia? — perguntei com ironia, tentando ser convincente. — Não sou obrigada — liberei essa, tentando ser convincente, enquanto pensava que minhas expressões poderiam me denunciar.

— Ué... — Bia soltou, fingindo uma confusão. Ai, meu Santo Antônio, é agora que minha vaca vai pro brejo. — Mas não é a outra quem tava segurando vela? — me provocou, abrindo um risinho irônico.

Essa aí, viu?

— Vai tomar banho, Bia — xinguei, fazendo uma careta engraçada logo depois pra descontrair.

Mas por dentro, tava só a pilha de nervos com aquilo. Eu nem sei porque estou tão assim de contar pras meninas. Não deveria ser uma coisa simples? Não sei.

— Por que você não deu uns tapas nela, Stelfs? — continuou, mesmo com a minha “ameaça”, ainda rindo disso.

Olhei pra ela com uma cara de “Quê?”

— Mas tu tá destruidora hoje, hein? — Ester se virou pra ela, começando a rir junto.

— Tá assim porque ficou de chameguinho com o Nathaniel — respondi deixando o espírito de Castiel baixar aqui.

Ela me olhou com cara de “Blé”, fazendo eu e Ester rirmos ainda mais. 

— E o que você fez depois disso? — Ester recomeçou o assunto, curiosa e ao mesmo tempo irritada com aquilo.

Gente, a menina tá mesmo tomando minhas dores! Mal sabe ela...

— Então... — comecei, enquanto pensava nas partes que eu ia dizer e nas que iam ficar guardadas no limbo da minha cabeça. — Tudo começou quando...

Bia olhou pra mim com empolgação e Ester concentrada. Ao louco, meu.

Iniciei a história falando primeiro que a gente havia ido pra um encontro de motoqueiros, do quanto achei legal e tals, fazendo as meninas me olharem com cara de “só você mesmo”, passando logo pra Cindy e tudo que ela havia feito com o Castiel e como eles saíram de lá conversando e me ignorando.

— Mas que menina folgada — Ester soltou no meio da conversa.

— Não é?! — rebati, sentindo que alguém me entendia. Tá vendo, não é só ciúmes.

— Da onde diabos surgiu essa garota? — Bia perguntou, agora também irritada.

— Vai saber, né, mana — respondi, fazendo um bico. — Melhor nem saber, — disse, nervosa, me lembrando daquela garota e bufei. — Se tratando de Castiel... ela pode ter saído de qualquer buraco — comentei, tentando ser a mais racional e ignorando o que veio depois.

— Nossa, que idiota — ela disse logo depois.

— Bem, — desviei o assunto, tentando dissipar aquele climão de ódio entre nós. — Então, vim pra casa, começou a chover, me molhei, me encharquei, subi as escadas no escuro e cheguei viva em casa — contei as coisas por cima, tentando manter minha cara pau. — E foi isso — conclui, olhando pras duas.

— E ele não te deu satisfação até agora? — Ester rebateu na mesma hora.

Fui pega de supetão. E agora? O que eu faço?

— Na verdade, não — resolvi mentir.

Ester e Bia se olharam surpresas. É melhor elas pensarem que estamos brigados do que juntos, não é mesmo? Ou será que tô sendo demais?


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Notas finais do capítulo

Ester
Hummm, Stelfs, tô de olho, hein? Eu tô de olho. Fique atenta que essa enxurrada de perguntas e a zoeira vai ter volta kkkkk
E ai? Gostaram? Depois de tanto tiro seguido, um cap pra acalmar um pouco. Mas preparem seus coletes, porque no próximo teremos a volta de Esterzinha e Lysandrão (como apelidou a Stelfs).
Até quarta o/

Stelfs
EITAAA MEUUUU POVOOOO que o troço teve bom, kkkk. Brincadeira. To aqui rindo que só dá conversa das meninas, kkkkk. É muita colegagem gente, né non? :B
Nos vemos nas reviews

Bia
Geeeeeeeeeente! Olha essa Stelfs :B Não confia na gente -qq
Foi um capítulo cheio de fofurinhas e conversas, realmente pra dar uma acalmada nas coisas xD
Até quarta o/



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