LAS AMAZONAS - Vivendo nosso amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 18
Capítulo 18 - As razões de tudo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736757/chapter/18

LORETO – Você é a única coisa que eu quero... E agora, a decisão é sua. Ou Victoriano vai para a cadeia ou você para a minha cama...

Inês o olhou e sentiu o corpo todo retesar em desespero... não podia ser verdade. Victoriano estava com o carro parado quando viu aquela imagem que ele tinha certeza que era mentira, sua esposa, sua mulher, sua deusa, sentada em um jantar romântico com Loreto, a luz de velas na fazenda dela aquela hora...

O ódio de uma vida apareceu nos olhos dele e com apenas um suspirou saltou do carro...

Tudo que ele mais desejava naquele momento era que aquela cena não fosse real, queria que fosse o maior de todos os pesadelos. O pesadelo mais triste e mais atormentador. Victoriano sentia o coração rasgar. Inês tinha saído sem dizer nada, sem contar onde iria e ao procurar por ela ninguém sabia informar.

Depois de quase trinta minutos de seu desespero, Diana chegava em casa e tinha lhe contado tudo que Inês dissera a ela naquele dia e por fim, Victoriano assustado e tenso saiu desesperado por ela. Sabia que alguma coisa terrível tinha sido dito ou Inês não iria até ali aquela hora. O desespero batia no rosto dele quando chegou, se passavam coisas por sua cabeça, todas coisas mais tristes e ruins...

Mas ali estavam os dois, em um jantar, calmos, sem que nada e ruim estivesse acontecendo, conversando como dois bons amigos. Sentiu o sangue subir, a cabeça rodou e ele perdeu um pouco de sua segurança. Mas iria até lá e ela iria para casa com ele, isso ele tinha certeza!

VICTORIANO — Inês!– a voz dele ressoou em todo espaço da fazenda.– Inês!– gritou como se seus gritos fossem a forma mais calma de aliviar a tensão de estar ali com aquela cena em sua frente.

INÊS — Victoriano!– ela gritou apavorada se erguendo da mesa com aquela expressão de horror e medo pelo que aconteceria ali.

Os olhos de Inês voltaram a encontrar os de Loreto, como Victoriano tinha descoberto?

INÊS— Eu ligarei para você!– ela se afastou em foi ao encontro do marido.

Quando chegou diante dele, Inês apenas o olho dentro dos olhos. O homem bufava, sentia que o corpo dele estava maior de tanta raiva que ele sentia por vê-la ali.

VICTORIANO — O que faz aqui neste lugar com aquele homem?– ele apenas encarava Loreto sentado na mesa de lá olhando para ele sorrindo e depois de alguns segundos olhou para Inês.– O que a minha mulher está fazendo nesse lugar?

INÊS — Victoriano, vamos para casa!– ela tocou o peito dele com as duas mãos espalmadas.– Você não tem nada para falar com ele...

VICTORIANO — Eu vou lá falar com ele.– falou enraivado.– Se você pode falar com ele, eu também posso, ou não?– a voz tinha tanto ciúme, tanta dor e raiva misturada.–  Eu vou lá tirar aquele sorriso cínico do rosto dele. Ele está achando que tem motivos para me olhar daquele modo... 

INÊS — Meu amor, vamos para casa.– ela estava implorando com a voz baixa.

LORETO— O que foi, velho amigo? Não pode suportar que sua mulher prefira a mim? Pergunte a ela! Ela vai voltar para mim, Inês será minha novamente!– a voz tinha certeza e sarcasmo.

Victoriano não perdeu tempo, mesmo diante dos gritos de Inês para que não fosse até a varanda, ele foi e num surto de raiva puxou a toalha derrubando tudo que estava sobre a mesa e depois avançou sobre Loreto que ria debochado e desferiu vários socos no rosto e no estômago dele. Ergueu Loreto pela camisa e bateu ainda mais e queria arrancar aquele sorriso dele.

VICTORIANO — Eu te avisei para ficar longe dela, seu animal!– o rosto em frente a ele bufando e vendo que Loreto estava muito seguro para dar aqueles sorrisos todos. Agora Loreto tinha o rosto cheio de sangue e não conseguia se defender, só era violento com as mulheres.

INÊS — Solte ele, Victoriano, vamos embora!– gritava nervosa com medo de que Loreto fizesse o pior e entregasse os malditos papéis a polícia.– Por favor, vamos embora!

VICTORIANO — Você está avisando! Se chegar perto de minha mulher de novo, eu vou matar você! Já te dei um tiro, posso dar outro em outra parte de seu corpo!– a voz com ódio.

Loreto apenas sorriu e o olhou, estava com as cartas nas mãos e não se importava que Victoriano o estava ameaçando. Mesmo com o rosto todo quebrado e mais uma vez apanhando, ele estava por cima naquele momento. Ele teria Inês de volta em sua vida... Teria sua família com ela, e seria feliz com todo dinheiro que tinha agora. 

Victoriano o soltou jogando o corpo dele contra a parede e saiu furioso. Deu a mão a Inês e saiu assim com ela. Segurava as mãos da esposa com uma força que demonstrava o quanto ele estava aborrecido. Não diria nada, não ali.

Inês o acompanhou silenciosa, sabia que o tempo fecharia quando chegassem em casa e que que ele não entenderia nenhuma de suas justificativas para aquele encontro entre ela e Loreto. Abriu a porta do carro e deixou que ela entrasse. Depois bateu a porta com força e entrou também.

INÊS — Victoriano...– ela suspirou com os papéis nas mãos.– Eu preciso que você se acalme, você precisa ficar calmo... Não pode dirigir assim, nervoso...

VICTORIANO — Inês!– ele falou tenso.– Não fala nada agora, morenita, vamos para casa, não quero dizer nada aqui...

Victoriano ficou em silêncio e cantou pneu sem dizer mais nada. Inês sentia todo seu corpo retesado, não podia se aborrecer, estava grávida de pouco, precisava de repouso e cuidado e só naquele dia tinha recebido notícias terríveis. Tocou sua barriga e suspirou cansada.

Victoriano percebeu que ela estava triste e que aquelas coisas todas que tinham acontecido naquele dia só estavam deixando seu amor mais tensa. Suspirou por ficar tão fora de si e sempre reagir de modo furioso cada vez que ele encontrava com Loreto. Se sentiu um tolo e o coração se encheu de amor por ela.

VICTORIANO — Morenita, você está bem?–  falou tocando a perna dela com carinho.–  Minha vida, por favor, fale comigo.–  ele estava preocupado de verdade com ela.

Inês ficou silenciosa e olhou para fora do carro, estava tudo tão complicado. 

VICTORIANO — Eu não quero que você se aborreça, eu perdi a cabeça...eu...  –  ele suspirou com os olhos cheios de tristeza.–  Eu não quero te aborrecer, meu amor, eu...

INÊS — Victoriano, por que você foi até lá?– ela o olhou e se aproximou segurando o braço dele com amor e beijando, não gostava de brigar e nem queria ficar zangada com ele.– Você não pode se aproximar dele, ele quer nos fazer mal! Eu quero você longe dele!

VICTORIANO — Mas você foi lá,  Inês, você e meu filho!– ela falou terno.– Eu me desesperei, fiquei imaginando que ele poderia fazer mal a você ou ao nosso filho.– ele suspirou e passou a mão delicadamente pela perna dela, queria que ela ficasse bem.– Eu te amo, minha vida, não podia deixar que ele te fizesse mal de novo e sei que ele disse alguma coisa para você vir até aqui a noite.

INÊS — Eu estou bem, ele quer contar a Emiliano que ele é o pai dele e eu não quero que meu filho sofra.– ela suspirou e apertou o braço dele com medo.– Eu não posso permitir que ele conte a meu filho! Emiliano, não merece o pai assassino que tem! Eu não posso permitir.

VICTORIANO — Minha vida, vamos contar a ele, vamos contar ao nosso menino que ele tem um miserável como pai e ele vai entender porque ele é um bom menino.– ele suspirou.– Precisamos confiar nele, Inês e ver como serão as coisas. Vamos contar antes que ele conte.

INÊS — Eu tenho medo que ele me odeie...– iniciou um choro lento e ele parou o carro abraçando ela com carinho. 

VICTORIANO — Meu amor, calma, eu você vamos contar ao nosso menino e vamos deixar que ele decida o que quer fazer.– beijou os cabelos de Inês e aproximou de seu corpo com carinho. – Você é a melhor mãe do mundo, ele não vai te odiar, não vai.– beijou mais e mais o cabelinho delas.

INÊS — E se ele quiser ficar com o pai e se meu filho quiser me deixar.– ela soluçou e o abraçou com amor, sentia a proteção nos braços dele cada vez que era abraçada assim, com carinho. Aquele perfume de Victoriano, aquela forma de ser tocada com carinho era o que mais apaixonava Inês, o homem terno que ele era com ela.

VICTORIANO — Oh, morenita, não vai ser assim, calma, vamos dizer a ele a verdade e vamos ser felizes.  Sabe que amo Emiliano e queria que ele fosse meu filho, o meu filho querido. Eu o amo.– ele apertou e depois desceu os lábios e beijou os dela.– Ele vai escolher o certo.

INÊS — Victoriano me promete que vai me ajudar a não perder o meu filho, eu não posso perder o meu filho, ele é tudo para mim.– sofreu e limpou suas lágrimas.

VICTORIANO — Eu prometo, agora para de chorar e não vamos mais sofrer por isso porque ele vai acreditar em você e tudo vai ficar bem.– beijou ela com amor.– Vamos para casa.

INÊS — Vamos para casa, meu amor, vamos para casa.– pediu sofrida.

O caminho até em casa foi silencioso e quando desceram do carro, Victoriano deu a mão a ela e entrou com calma, queria que ela ficasse feliz de novo, que esquecessem aquele dia maldito. Quando os filhos viram os dois correram para conversar e abraçar. Inês contou que tinha saído, mas estava tudo bem. A família jantou junta, mas Inês não conseguia se esquecer de tudo que tinha conversado com Loreto e de como aquelas informações poderiam destruir a família dela.

Os papéis ela guardou dentro de sua gaveta do criado mudo, leria com calma e pediria ao advogado que analisassem os documentos. Era tarde quando Victoriano entrou no quarto para ver como Inês estava. Tinha ficado em seu escritório e evitara falar com ela antes de se acalmar por completo sobre a ida dela a fazenda de Loreto.

Estava deitada na cama, usava uma camisola roxa, curta delineando suas formas e os cabelos estavam soltos cascateando suas costas. Perfumada a ponto dele sentir o cheiro dela assim que entrou no quarto. Era perfeita, linda e delicada e agora carregava seu filho. No dia seguinte compraria um presente e comemoraria aquela notícia que era a melhor de todas.

VICTORIANO — Meu amor, como você está, morenita?–  ele se aproximou da cama sorrindo e olhando para ela que estava silenciosa na cama. Ela o olhou e sorriu de modo amarelo, estava triste.–  Quer alguma coisa?–  deitou na cama em frente a ela e sorriu tocando o rosto de seu amor. 

INÊS — Eu só quero ficar aqui, quietinha com meus pensamentos.– ela suspirou olhando para aquele homem lindo que ele era, sempre gostava de tê-lo por perto.– Já terminou seus papéis?

VICTORIANO — Eu já terminei...– ele sorriu dando beijinhos nos braços dela. Desceu os beijos indo até as pernas que estavam expostas e sorriu chegando aos pés.

Victoriano se sentou e começou a massagear os pés dela com aquela atenção de quem quer agradar. Sorria olhando Inês concentrada nele e deixando que massageasse seus pés.

VICTORIANO — Está bom assim, a massagem, minha vida?–  ele perguntou sorrindo e tocando nos pontos de tensão dos pés dela.

INÊS — Está sim, meu amor, está ótimo.– sorriu para ele como se aquele momento delicado de cuidado tivesse o poder de acalmar seu coração.

VICTORIANO — Não quer me contar o que conversou com ele?– falou curioso, ele nunca ia deixar de perguntar, mas não a queria nervosa.

Inês puxou os pés das mãos dele e mudou sua posição na cama se encolhendo e ficando em posição fetal. Victoriano suspirou e deitou atrás dela acariciando seus cabelos com carinho. Ela era o seu amor, ela era o seu maior amor.

INÊS — Não quero falar disso agora, Victoriano, eu quero esquecer tudo que houve hoje...– ela suspirou e segurou a mão dele que envolvia a sua cintura.

VICTORIANO — Tudo bem, Inês, mas vou repetir que não te quero perto desse homem... não quero! Você não pode se aborrecer...– ele suspirou se lembrando que ele tinha dado muitos aborrecimentos a ela naquele dia.– Foi um dia ruim, vamos esquecer...humm.– ele beijou o pescoço dela.

INÊS — Esquecer?– ela sorriu sentindo os beijos dele.– Você vai me ajudar a esquecer?

VICTORIANO — Eu sempre gosto de te ajudar a esquecer, minha vida, sempre...– as mãos dele desceram calorosas para as pernas dela.

INÊS — Então, me ame, meu amo, me ame...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pelas leituras, amores!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "LAS AMAZONAS - Vivendo nosso amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.