LAS AMAZONAS - Vivendo nosso amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 17
Capítulo 17 - Inês




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Débora gritou e proferiu vários impropérios contra Elias e sua grande língua. Rasgou as fotos e olhou para elas com a sensação de que não adiantava mais tentar separar Victoriano da maldita empregada. Eles seriam felizes porque Inês era corajosa e nunca mais desistiria de ser feliz com ele.

Entrou no carro, sentiu o coração ir retornando ao seu estado mais calamo e voltou para fazenda pensando em como estava mudada . Agora, naquele momento de sua vida, ninguém mais iria adiar sua felicidade, faria tudo que estivesse ao seu alcance para que ela o marido e os filhos tivessem paz. A paz que mereciam, a paz que eles tanto buscavam desde sempre ...

Quando chegou em casa, Victoriano estava sentado no escritório. Inês apenas abriu a porta e entrou olhando para ele de modo direto. Não ia ficar de rodeios nem de mimimis com aquela questão tão séria no casamento dos dois.

Fechou a porta e ficou diante dele.

VICTORIANO — Inês...–  ele suspirou vendo o rosto dela cheio de certezas e com os olhos fixos nele brava como ela era quando estava decepcionada.

INÊS — Olha, Victoriano, eu não vou ficar aqui dizendo a você como foi burro em ir até a casa daquela mulher!– estava muito brava.– Você foi um idiota! Sabe que ela nos odeia e sempre brigamos porque você não me quer perto de Loreto! Eu também não quero estar perto dele, mas eu tenho um filho com ele e por vezes, vamos nos encontrar!

VICTORIANO — Eu sei, Inês, mas eu...– parou de falar e ficou de pé.

INÊS — Mas você não tem nada que prenda Débora a você. Se se atrever a estar sozinho com ela de novo, não vou mais acreditar em você e me separo!– apontou o dedo para ele séria.– Você vai ficar sozinho, Sr. Santos, se continuar a ser assim ingênuo!

VICTORIANO — Meu amor, eu fui um idiota! Morenita, eu te amo tanto, você é a minha vida!– ele saiu detrás da mesa e caminhou até ela.

INÊS — Estou grávida! Grávida!– falou zangada.– E me preparo para te dar a notícia mais linda de nossas vidas e você faz o que? Dorme com ela!– zangou se afastando dele.

VICTORIANO — Eu não... eu... Inês, me perdoa, por Deus, meu amor, eu não posso viver sem você!– ele implorou indo até ela com desespero.– Eu faço qualquer coisa para que me perdoe e me deixe estar com você, minha vida!

Inês o olhou de modo sincero, era um tolo e se deixara levar por uma falsa conversa, não podia simplesmente não acreditar porque sabia que esse defeito ele não tinha. Victoriano era um homem maravilhoso, não gostava de traições, embora tivessem começado desta forma o retorno de sua relação, somente com ela, ele admitia essa conduta. Em nome do passado que tinham, ele toparia qualquer proposta para estar com ela.

INÊS —Eu sei que não me traiu!– ela foi direta.– Mas te quero longe dessa mulher ou acaba tudo entre nós!– ela suspirou e olhou o teto.– Você sabe que quando uma mulher quer uma coisa, ela consegue! E se ela conseguir o que quer de você!– chegou perto dele e tocou seu membro com força.– Você perde o que tanto gosta de mim, sim, Victoriano!– falou raivosa olhando dentro dos olhos dele, que sorriu na hora.

VICTORIANO — Tudo bem, minha vida, eu nunca mais chego perto dela!– ele a tocou com amor nos braços e a puxou para um beijo que Inês recusou.

INÊS — Não! – tocou os lábios dele com carinho e o olhou nos olhos.– Você está de castigo! Vai precisar de muitas foras de desculpas para ter o que gosta, minha atenção...

Victoriano recuou triste, sentindo que aquele castigo seria terrível. Claro que Inês estava certa e ele preferiu não dizer nada para não piorar as coisas. Ela poderia ser até um pouco ciumenta, mas naquele momento tinha toda razão do mundo.

Olhou seu amor ali, brava, em sua frente, carregando seu presente de amor e sendo aquilo que ele mais amava nela, verdadeira. Inês era assim, uma mulher forte, doce ao mesmo tempo que era tão segura do que queria. Desde que tinham assumido o amor ela era assim, mais decidida do que nunca e agora, tinha um filho ali, do amor do dois.

VICTORIANO — Eu farei o que quiser, meu amor, você não pode se aborrecer, não com nosso filho.– ele sentiu que seus olhos mudaram na hora e os dele brilharam.– Posso beijar o meu filho? Eu tenho direito de beijar meu filho, Inês!

Ela o olhou de modo desafiante e deu um sorriso bem certeiro, o que Victoriano Santos estava achando? Que ia enganá-la com meia dúzia de palavras soltas assim sem compromisso com ela?

INÊS — Você precisa merecer beijar o seu filho!– tocou a barriga.– Até lá, já sabe! Não vai beijar nem o filho e muito menos a mãe.– ela suspirou e olhando para ele saiu do escritório.

VICTORIANO — Ah, minha morenita! Como eu amo você!–falou sorrindo ao nada e pensando como queria ser pai e como essa era a melhor das notícias.

Ele ficou em seu escritório, cuidando das coisas que tinha para resolver e pensando numa forma delicada de se desculpar com ela. Inês saiu em direção a cozinha e seu celular tocou.

INÊS — O que quer, Loreto?–  já atendeu com a voz carregada de raiva, o odiava mais que tudo.–   Já disse para não me ligar.

LORETO— Inesita, precisamos conversar. Quero que venha hoje a minha fazenda, hoje a noite e que venha sozinha!

INÊS — Eu não tenho nada para dizer a você! Nem quero ouvir nada de você!–  foi ríspida com ele.

LORETO— Você prefere isso ou eu contar a Emiliano que você escondeu o pai dele e que estou vivo?– ele suspirava pesado do outro lado da linha, apenas desejando que ela aceitasse.

INÊS —Maldito! Você é um maldito!–  ela carregou a voz de raiva e cuspiu as palavras como se quisesse feri-lo.

LORETO— Quero você aqui as oito, Inês e não tenha medo, apenas vamos conversar!

INÊS — Eu não tenho medo de você!–  falou mentindo, tinha medo dele todo tempo e se aproximar dele era se lembrar de cada um dos abusos cometidos por ele a sua pessoa.

LORETO— Te espero, Inesita, para jantar! Ou vou jantar ai em sua casa com nosso filho! E venha só...

Inês fechou só olhos com ódio, não tinha escolha, estava na hora de contar a verdade ao filho, mas tinha tanto medo, tanto medo de ver que Emiliano poderia rejeitá-la.

INÊS — Eu irei...– desligou o celular e suspirou.

Diana entrou na cozinha e viu Inês tensa. Inês sentou-se com ela e contou tudo. Contou que tinha sido casada, que tinha um ex-marido que saíra recentemente da cadeia e que era o pai de Emiliano, que ele acreditava estar morto. Depois disse que os dois conversariam a noite e que ela não diria nada a Victoriano para não piorar as coisas.

Diana não concordou, mas deixou a babá decidir por ela e assim... As oito da noite, Inês dirigiu seu carro, o lindo carro que Victoriano tinha lhe dado de presente e que ela dirigia com maestria depois de tantos anos sem dirigir. Sabia que não era bom estar com Loreto, mas tinha que ir.

Quando parou em frente a fazenda dele, suspirou... Odiava fazer as coisas escondida de seu marido, mas algumas coisas não era possível compartilhar com ele. Por mais amor que tivesse, Emiliano era seu filho e vinha primeiro e antes de tudo...

Tocou sua barriga e ficou feliz de ter ali um fruto do amor dela e de Victoriano... Loreto veio a porta e a recebeu. Sorrindo ele apontou para a mesa que tinha sido arrumada na varanda. A fazenda LA MORENITA era um bem que Loreto tinha comprado com o dinheiro de sua indenização. Desde que tinha sido solto, ele estava investindo com os muitos pesos que tinha recebido após ser provado que ele era inocente na morte de Vicente.

LORETO— Boa noite, Inês!– ele sorriu para ela que estava linda como sempre, era quase impossível ignorar toda aquela beleza que ela exalava em todos os cantos.

INÊS— O que você quer?– disse ríspida sem se mostrar a vontade com estar ali.

A mesa estava lindamente arrumada para um jantar a luz de velas, parecia a cena romântica perfeita e sobre a mesa um caixa preta fechada.

LORETO  Nosso filho já é um homem... Você fez um excelente trabalho, Inês. – os olhos de Loreto buscaram os seios de Inês. Desde que saíra da cadeia só conseguia pensar em como desejava estar com ela, fazê-la sua mulher.–  Ele é um rapaz maravilhoso, embora eu não tenha me aproximado dele como gostaria.

INÊS – Ele é um bom menino, fique longe do meu filho! — Inês disse se sentando e vendo ele se sentar em sua frente. Faria qualquer coisa para ver Emiliano bem.– O que você quer, diga logo que não vou jantar com você. Eu te odeio e não estou aqui numa visita cordial!

LORETO — Inês, eu sei que você o criou sozinha todo esse tempo. Você cuidou do nosso filho e fez dele um homem. – se ajeitou na cadeira. – Mas agora eu estou de volta. Eu quero que meu filho saiba que ele tem um pai...– pegou a mão dela com carinho.

INÊS – Por favor, Loreto, não... – ela afastou a mão dele temerosa.

LORETO — Eu quero mudar o nosso futuro. Você não precisa mais carregar esse peso sozinha...– Loreto ergueu a mão e depositou de novo na mão dela.– Eu quero que meu filho saiba quem eu sou e que não estou morto.

INÊS – Por favor, Loreto, não!– ela suspirou rendida com aquela possibilidade.–  Você só vai fazer mal a ele.– Vai contar a ele que é seu pai e que esteve preso pelo assassinato de Vicente?– retirou a mão dele de novo das suas.

LORETO — Eu sou inocente, Inês... eu sempre fui inocente. Eu não matei Vicente... eu não sou um assassino.– ele falou isso de modo aborrecido, mesmo depois de ter sido inocentado pela justiça ela não acreditava nele.

Encarou os seios dela e salivou, precisava se controlar para não avançar sobre ela. Loreto suspirou e desviou o olhar . Inês recuou na cadeira se afastando, sentia nojo dele, sentia seu estômago doer de medo e raiva quando ele tentava tocá-la. Sabia que Loreto a queria em sua cama e que se ela não se entregasse ele a forçaria. Ele sempre conseguia o que queria. Fleches de sua vida com ele lhe passara a mente. 

LORETO – Eu morro por ter você em meus braços novamente...– fez olhos arrependidos, tinha que ser suave.

INÊS — Você nunca me teve em seus braços por amor, Loreto... eu não posso ser a sua mulher porque não te amo.– foi dura.– Eu nunca fui sua mulher, eu sou mulher de Victoriano...

LORETO – Você ama aquele desgraçado, é isso! – falou baixo mas cheio de ódio. O clima estava quebrado.

INÊS – Sim, eu o amo e você sempre soube disso. E ele é meu marido agora e...– parou, era melhor que ele não soubesse que teriam um filho...

LORETO — Essa é a sua casa, Inês, por que você não vem morar aqui? – ele estava sendo sincero quando dizia tal coisa, a casa fora comprada para agradá-la. – Você pode vir e dormir em outro quarto se achar melhor. Vou esperar que você me queira.

INÊS – Eu não vou te querer... – foi direta.– Vou repetir, estou casada e sou feliz com meu marido! O que você tem a me dizer? Se é só isso eu vou embora...– ela se levantou.

Não queria estar com Loreto, nem voltaria aquele casamento com ele. Estavam ali por causa dele, por causa do filho e tinham que resolver essa dilema. Loreto não desistiria até que ela voltasse a ser sua esposa e tudo que ela precisava era estar distante dele.

LORETO – Eu sou inocente Inês e posso provar. – ficou sério de repente.– Eu tenho em mãos a comprovação de que Vitoriano matou a Vicente.

INÊS — Você está mentindo, ele nunca faria isso!– desesperou-se com aquela afirmação.

LORETO – Ele fez isso para ter a fazenda e casar-se com Diana. Ele queria se vingar porque Vicente me ajudou quando eu e você nos casamos. Eu tenho os documentos que compravam que Vitoriano matou a Vicente...

Inês sentiu o ar faltar. Loreto estava tão seguro, tão certo do que dizia que pareceu impossível ser mentira. Ele estendeu os papéis a ela que os abriu de imediato. Estava tão nervosa que nem conseguia ler direito.  Como seria se depois de todo aquele tempo provassem que Vitoriano fora o autor do tiro que tirara a vida de Vicente? Sentiu-se tontear, o ar faltou e vista ficou turva.

INÊS — Isso não pode ser verdade, ele não é uma assassino! – falou num fio de voz que Loreto identificou como medo.

LORETO – Inês, eu estou dizendo a verdade e posso provar a você! – foi incisivo.–  Está tudo aí, você pode levar essas cópias e olhar com calma.

INÊS — Você está apenas dizendo essas coisas porque você o odeia. — ela apavorou-se com a expressão dele de tranquilidade.– Está mentindo...

LORETO — A última coisa que eu quero é fazer você sofrer, Inesita, depois de tudo que vivemos, eu quero paz. Quero viver com você e nosso filho em paz. – ele aproximou-se. –Estou dizendo a verdade! Leve os papeis e leia.

INÊS — E o que você quer fazer? Mandar prendê-lo depois de todos esses anos?– os olhos apavorados imaginando aquela desgraça.

LORETO – Quero que o culpado pague pelo que fez. – foi frio. — Mas eu não vou mostrar esses papéis a polícia...Inês. – Loreto tocou o rosto dela com amor e aproximou-se com o objetivo de beijá-la. – Se você voltar a ser minha mulher, se concordar em vir morar aqui comigo e Emiliano, para sermos uma família, eu vou esquecer tudo isso... e te entregar os papéis para que você rasgue, queime, faça o que quiser. Darei a você como uma prova de amor.

INÊS — Como você pode me chantagear para me ter por perto?– sentiu-se suja, com se negociasse seu corpo.

LORETO – Eu te amo, Inesita e minha proposta está feita... –Loreto beijou o rosto dela com carinho. Ela limpou o beijo.

INÊS – Você me quer mesmo sabendo que não quero você, que não desejo sua companhia, que não acredito nesse amor que você diz sentir?– estava explodindo de nervoso por dentro.– Me quer mesmo sem eu te querer!!!

LORETO – Você é a única coisa que eu quero... E agora, a decisão é sua. Ou Vitoriano vai para a cadeia ou você para a minha cama...

Inês o olhou e sentiu o corpo todo retesar em desespero... não podia ser verdade. Victoriano estava com o carro parado quando viu aquela imagem que ele tinha certeza que era mentira, sua esposa, sua mulher, sua deusa, sentada em um jantar romântico com Loreto, a luz de velas na fazenda dela aquela hora...

O ódio de uma vida apareceu nos olhos dele e com apenas um suspirou saltou do carro...


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