Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 3
De Volta ao Lar


Notas iniciais do capítulo

Diego viajou com sua família e sua namorada para Acapulco, a fim de visitar sua cidade natal durante as férias. Nesta bela cidade praiana, o garoto vai passar alguns bons (e hilários) momentos com seus pais, sua avó e com Lila.

Nota: Este capítulo ocorre simultaneamente ao capítulo anterior



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Já era de manhã em Acapulco, aproximadamente umas 8:15 da manhã, Diego ainda estava dormindo, tanto pelos efeitos do cansaço da viagem quanto pelo jet-lag. Pudera, sua viagem havia durado quase 11 horas. O cara estava estarrado de forma cômica na cama de seu antigo quarto, dormindo profundamente, até que ele sentiu alguma coisa saltitando em seu peito. Quando abriu os olhos, ele viu um ser de aparência aterrorizante, tão horripilante que fez o garoto cair da cama de susto! (link: http://br.web.img3.acsta.net/pictures/210/142/21014288_20130620182809006.jpg) Já desperto, viu que o demônio nada mais era que Tuggi segurando uma capa de um filme de terror.

(Tuggi, rindo): Já acordou, mestre?

(Diego, sério): Tuggi, por que você fez isso?

(Tuggi): Você estava dormindo até agora! Fala sério, um dia lindo como esse, nós voltamos para nossa casinha em Acapulco e você só quer saber de dormir? Acorda cidadão, vamos aproveitar o dia!

O garoto acordou e foi tomar café da manhã, na mesa estava seu pai, Miguel, sua mãe, Camille, sua namorada, Lila, e sua avó, Francisca.

(Camille): Bom dia filho, você dormiu bem?

(Diego): Como uma pedra.

(Lila): Acho que só você mesmo, porque nosso sono aqui foi leve.

(Miguel): Ei Diego, o que você acha de hoje irmos à la playa?

(Diego): Ótima ideia! Ei Lila, porque você não vem com a gente para la playa?

(Lila, confusa): Parece legal, mas... o que é “la playa”?

(Diego): É como nós mexicanos chamamos a praia. Você vai adorar, diga uma praia mais bonita que a praia de Acapulco e falhe miseravelmente.

(Lila, sorrindo): Eu adoraria conhecer a praia de Acapulco, mas já vou avisando que lá na Itália há umas praias maravilhosas, então o páreo será duro.

(Diego): Vai ser moleza, minha praia dá de 10 a 0 em qualquer prainha da terra do Super Mario, você vai ver.

(Camille): Então antes de mais nada, vamos nos arrumar para sairmos, ok?

(Miguel): O que você acha mãe? Vem conosco?

(Francisca): Não filhinho, eu não tenho mais idade para essas coisas não, hihihi. Divirtam-se, eu vou ficar bem aqui em casa.

Diego voltou para o quarto para se arrumar. Ele pegou um calção azul para usar na praia e guardou outros itens úteis, como protetor solar, água, boné, toalha, essas coisas. Enquanto ele arrumava sua bolsa, Tuggi observava tudo atentamente.

(Tuggi): Diego, você vai para a praia?

(Diego): Ah, eu vou sim.

(Tuggi): Posso ir com você?

(Diego): Melhor não Tuggi, não vou ter um lugar bom para lhe esconder.

Tuggi agarrou Diego pelo polegar da mão direita e começou a balançar a mão dele pra lá e pra cá, com muita insistência.

(Tuggi): Ah, por favor Diego, não seja chato! Prometo que não vou atrapalhar seu namorico com a Lila! Eu passo protetor solar nas suas costas, eu fico enterradinha na areia o quanto você quiser! Anda, por favor, só diz que sim, vamos, diz sim, vamos! Siiiiiiim???

(Diego, sorrindo): Tá bem, Tuggi, você pode vir. Vou amarrar seu miraculous no meu calção e você pode vir, mas fica escondida! Se a Lila te ver eu bato em você fingindo que foi um besourão, entendeu?

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Chegando na praia, a família de Diego arrumou um lugar para ficar. O pai de Diego estava com uma sunga preta e a mãe dele ainda estava com um maiô azul claro. Diego já estava com a roupa de banho e começou a guardar as roupas com que ele veio. Mas antes que ele se levantasse e fosse para o mar, alguém atacou ele.

— Emboscada!

Um jato de água beeeeeem gelada atingiu o rosto de Diego, que soltou praticamente um urro, de tão gelada que estava a água. O susto foi tão grande que o garoto começou a praguejar na língua materna.

(Diego): ¿ Mierda? ¿Quién fue el maldito pendejo que jugó esa agua en mí?

Diego ouviu uma risada feminina, mas não era de Tuggi, era de uma garota loira de maiô verde, acompanhado de um garoto moreno de calção vermelho.

(Garota): Jajajajaja, esfria la choya, Diego! Estamos en la playa!

Diego reconheceu na hora quem era a garota e o garoto. Como esquecer? Ele os conhecia desde o jardim de infância. Ele tratou de correr para rever os amigos

(Diego): Ester! Marco! Há quanto tempo, nem acredito que vocês estão aqui de novo!

(Ester, dando um abraço apertado em Diego): Diego, parece que já faz uma eternidade!

(Marco): É mesmo, já faz tanto tempo que o Diego até se esqueceu das guerrinhas que nós sempre fazemos quando viemos à praia.

(Diego): Eu não esqueci, eu só não sabia que vocês estariam aqui.

(Ester): Bom Diego, acho que é hora de você voltar ao campo de batalha. Aqui está sua pistola de água e sua munição.

Ester entregou uma pistola de água amarela, de aparência simples, e encheu com água gelada de doer.

(Marco): Como punição por ter sido abatido, você terá que provar seu valor e restaurar sua honra abatendo um alvo civil e sobrevivendo à represália. Nós estaremos te observando de longe.

(Ester): Se falhar no desafio será executado... com tiros de água muuuuuuito gelada!

(Diego, “engolindo em seco”): Não vou decepcioná-los!

(Lila): Diego, vem cá.

Diego se virou para ver Lila, e sua mente entrou em curto-circuito: sua namorada estava vestindo um biquíni vermelho, além de estar com os cabelos totalmente soltos, que balançavam de um lado para o outro cada vez que ela se movia.

(Lila): Sua mãe disse que você não passou protetor solar.

(Diego): *Ããããããhhh...*

(Lila): Ei, você não vai me apresentar os seus amigos?

(Diego, ainda nervoso): Ah sim, sim, sim. Lila, Estes são meus amigos de infância, Marco Díaz e Ester Polilla. Eu conheço eles desde que fiz o jardim de infância no México. Marco, Ester, essa é minha namorada, Lila Rossi.

(Marco): Você tem uma namorada bem bonita. Se deu bem, hein Diegão?

Lila e Diego ficaram vermelhos, e Marco também ficou vermelho. A diferença é que Marco ficou vermelho na barriga por conta da cotovelada que a Ester deu nele.

(Ester, ciumenta): Marco, que ideia foi essa de elogiar essa perua na frente da sua namorada?

(Lila): Perua?

(Diego): Namorada?

(Marco): Pois é, eu e a Ester nos tornamos namorados, sabia Diego?

(Diego): Mas como assim? Desde que eu me conheço por gente você vivia arrastando asa pela Jackeline Thomas! O que aconteceu contigo?

(Marco): Acho que foi o mesmo que aconteceu contigo.

(Lila): Diego, vem logo.

(Diego): Eu tenho que ir, até mais, gente. (agora perto de Lila) O que foi?

(Lila): Eu tenho que passar protetor solar em você, senta aí.

(Diego, voltando a ficar nervoso): N-N-Não precisa não, eu estou de boas assim.

(Lila, séria): Sua mãe me disse que você tem que passar protetor ou vai ficar todo queimado. Você não tem a pele morena que nem eu, e mesmo eu vou passar, então você tem que passar também, Diego!

Diego se sentou e ficou olhando fixamente enquanto a garota passava protetor solar em seu rosto, tórax e em suas costas. As mãos dele estavam se agarrando vorazmente à areia, tamanho era o nervosismo dele. Para Lila não havia nada demais naquilo, era só protetor solar. Para Diego, era um pouco diferente.

(Diego, pensando apaixonadamente): Parece... uma deusa... pintando uma tela... no corpo de um mortal.

(Lila): Pronto Diego, agora passe em mim.

(Diego, sobressaltado): Qué?

(Lila): Passe o protetor solar em mim. Eu também preciso.

(Diego, nervosão): Lila, você não precisa disso. Você já tem la piel, digo, a pele morena.

(Lila, séria): Diego, porque você complica tanto as coisas? É só protetor solar, não é como se você fosse operar meus pulmões!

Diego pegou o protetor solar, enquanto a garota se sentava para ficar numa posição melhor. O sol reluzia na pele da italiana, transmitindo toda a beleza de seu bronze natural. Os cabelos dela continuavam soltando aquele aroma de lavanda inconfundível, que atuava quase como um narcótico. A bela cena era contemplada pelos olhos fechados dela e pelo discreto sorriso no rosto da italiana. Só faltava mesmo alguém jogar um balde de água nela.

Diego estava extremamente desconfortável. Morria de medo de que quando tocasse a pele da namorada para lhe passar protetor solar acabasse fazendo... um “vacilo de homem”, por assim dizer. Pelo que pareceu uma eternidade, Diego ficou lá parado, vendo a garota naquela posição. Não era uma posição provocante, mas vocês sabem como são esses garotos na puberdade. Enquanto ele ficava lá parado, uma flor começou a brotar dos cabelos dela, uma flor com um sorriso bem sacana.

(Diego, cochichando, nervosamente): Ah não Gyra, você não!

(Gyra): Oi, eu sou Gyra. Gyra, o girassol.

(Diego): Eu sei quem você é, Gyra! Você aparece basicamente SEMPRE que eu estou no meio de um dilema moral! Você é a parte podre da minha personalidade!

(Gyra): Errado, eu sou a melhor parte de você. Fala sério, você é tão nerd que ao invés de imaginar um anjinho e um diabinho, você imagina eu e a Torianna como os dois lados do dilema moral.

(Diego): Isso aqui não é um dilema moral, cai fora!

(Gyra): Errado, Diego. Esse é um conflito de poderosa natureza moral. Uma batalha onde você deve escolher: respeitar a honra da garota, OU SATISFAZER SUA LUXÚRIA ADOLESCENTE!!!

(Diego): C-Cala a boca, Gyra!

(Gyra): Eu vejo em seus olhos, em sua mente, até mesmo em seu calção, nesse principalmente! Você quer tocar nela, não quer? *sorriso sinistro* (http://orig10.deviantart.net/2a87/f/2015/339/6/4/the_fallen_human__undertale_x_reader_ch_1_by_clanwarrior-d9j54hc.jpg). Você quer apertar o airbag dela, não quer?

(Diego): NÃO, EU NÃO QUERO!!!

(Lila): Diego! Com quem você está gritando? Eu estou aqui do seu lado!

(Diego): Mil perdões Lila!

(Lila): É sério, cidadão, anda logo com esse protetor solar!

Novamente Gyra volta a aparecer para pertubar o pobre Diego.

(Gyra, imitando o rosto e imitando a voz da Lila de forma tosca): Ai Diego, anda logo com isso porque eu estou impaciente! Aperta logo a buzina e vamos nos divertir! *volta ao normal e começa a fazer essa cara (https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/72/5a/75/725a7555bcb4b1c0d3b80d0073d00d00--undertale-flowey-funny-undertale.jpg). Aposto que salpicada com água do mar fica beeeem melhor!

(Diego): Gyra, eu não vou me aproveitar da minha namorada!

(Gyra): *imitando rosto sinistro* (http://orig15.deviantart.net/4238/f/2016/078/7/e/flowey_wallpaper___i_ll_kill_you_over_and_over__by_xdevilkillx-d9vpn82.jpg) Anda logo, seu broxa, aperta logo isso aí ou eu vou cantar aquela musiquinha. “She'll make you take your clothes off
And go dancing in the rain”

(Diego, surtando): Ela não vai fazer isso, Gyra!

(Gyra): “Her lips are devil red. And her skin is the color mocha”

(Diego): Para de falar assim dela, Gyra!

(Gyra): Olha só a mãozinha, já está tremendo!

(Diego): Lila, me desculpe, mas eu não consigo mais resistir a esse impulso!

Naquele momento, Diego fez a coisa mais idiota que um homem pode fazer com uma mulher.

(Lila, furiosa): Diego, bastardo! Io cogliere le mani e farvi inghiottire! (“Diego, seu canalha! Vou arrancar suas mãos e te fazer engolir elas!”)

Só alguém muito cretino mesmo se aproveitaria da boa vontade de sua namorada para fazer aquela brincadeirinha de mau gosto. Quer dizer, ela só queria que ele passasse protetor solar nela, e o que o Diego faz? Atira no rosto dela com uma pistola d’água, daquela gelada de rachar.

(Diego): Desculpe Lila, era isso ou então apertar os seus...

(Lila, correndo): Quando stabilire le mie mani su quel giocattolo dannato io sparare tutto quello che l'acqua nei tuoi occhi! (“Quando eu puser as mãos nesse maldito brinquedo, vou atirar toda essa água nos seus olhos!”)

(Diego, correndo): Socorro!

Ester e Marco só observavam aquela cena insólita.

(Ester): O Diego levou a sério o juramento dele.

(Marco): Mas não precisava fazer isso na própria namorada.

Enquanto Lila corria atrás de Diego, ela tropeçou e caiu com a cara na areia. Diego viu a cena e se virou. Lila ainda estava caída, encolhida e agarrando firmemente o tornozelo direito.

(Diego, socorrendo Lila): Meu Deus Lila, me desculpa! Me desculpa! Eu vou ali pegar gelo para você e vou...

Não é engraçado como homens sempre caem no truque da “donzela em apuros”? Lila se aproveitou para agarrar o namorado e puxá-lo ao chão. Os dois ficaram rolando na areia feito duas crianças brincando de lutinha. Lila ficou enchendo Diego de soquinhos de brincadeira, até que ele agarrou os pulsos dela e ficou por cima, colocando as mãos no pescoço dela. Lila fingiu estar asfixiada, então pegou a pistola de água e atirou tudo no Diego. Os dois novamente começaram a rir feito duas crianças brincalhonas.

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Um dia inteiro de praia depois, Lila e Diego estavam exaustos, deitados na praia esperando que o sol poente secasse seus corpos.

(Lila): Eu nunca me diverti tanto quanto hoje.

(Diego): E foi só o primeiro dia. Espere só para ver os outros. Meu pai disse que vai ter um dia que nós vamos visitar a arena de lucha libre do meu tio.

(Lila): O que é “lucha libre”?

(Diego): É o espetáculo favorito dos mexicanos. Você vai adorar.

Os dois ficaram se olhando por algum tempo, até que Lila falou com uma voz bem suave.

(Lila): Eu disse para você passar o protetor solar em mim, agora eu fiquei com queimaduras bem aqui *aponta para o próprio pescoço*. Eu acabei ficando com um “dodói”

Óbvio que não havia queimadura nenhuma, mas Diego era meio lerdo nesse aspecto.

(Diego): Eu vou pegar o creme hidratante, vai melhorar.

(Lila): Dizem por aí que “dodói” se sara com um beijinho de amor.

Agora sim o garoto entendeu a mensagem. Se aproximando suavemente, deu um beijo no pescoço dela... um beijo que acabou grudando feito uma ventosa.

(Lila): Diego, é só um beijo pra sarar, não é pra você deixar uma marca em mim! Já basta a queimadura! Seus pais não vão... *Diego acaba soltando* Você fez, não fez, seu menino malvado?

(Diego, mostrando o pescoço): Eu deixo você fazer em mim.

Mas quando Lila ia fazer, alguém interrompeu tudo.

(Camille): Estou atrapalhando alguma coisa?

(Lila, nervoso): S-Sra. Broussard? N-Não, de j-jeito nenhum, nós só estávamos...

(Camille, meio ríspida): Eu não quero saber o que vocês estavam fazendo. Se arrumem logo e recolham tudo, nós já estamos de saída.

(Diego): Credo mãe, que grosseria.

Meio constrangidos, Diego e Lila se afastavam de Camille, que os seguia um pouco mais afastada. Escondida entre as folhas de um coqueiro, estava Tuggi.

(Tuggi, enciumada): Fiz muito bem em atrair a mãe do Diego para cá. Aquela bruxa italiana horrenda! Não entendo como ela consegue fazer aquelas bruxarias com o Diego, feia do jeito que é. Aposto que ela ia injetar veneno no pescoço do meu mestre com dentes de vampira! Mas eu já frustrei os planos daquela megera. O Diego com certeza vai ficar agradecido!

Enquanto os dois adolescentes seguiam as ordens, Miguel testemunhou tudo o que aconteceu.

(Miguel): Camille, tem algo errado?

(Camille, séria): Não, não tem nada errado.

(Miguel): É que eu vi você ser meio ríspida com o Diego. Ele aprontou?

(Camille): Ele estava sem fazer nada, eu só mandei ele...

(Miguel): Você viu ele beijando a garota italiana, não viu?

(Camille): Não... bom... talvez eu tenha...

(Miguel): Camille...

(Camille): Ele deixou uma marca horrível no pescoço dela, você sabe que...

(Miguel): Camille... o que foi que já falamos sobre isso?

(Camille, suspirando): Miguel, eu sei o que já falamos. Falamos que devíamos deixar o Diego crescer, mas ficar se agarrando com garotas para satisfazer sua luxúria não é a melhor forma de amadurecer!

(Miguel): Ah Camille, você sempre foi superprotetora com o Diego. Entenda querida, nosso Diego não é mais criança, ele já tem 15 anos. É normal ele sentir atração por garotas.

(Camille, suspirando): Eu tenho medo que ele acabe com o coração partido. Seria horrível ver ele chorando pelos cantos por causa de uma paixão acabada. Eu só quero proteger ele.

(Miguel): Camille, não há nada de que você tenha que proteger nosso filho. Ele já sabe se cuidar sozinho.

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No dia seguinte, na parte da manhã, Diego e Lila foram para o ginásio do tio de Diego, Alejandro. O ginásio era grande, com um ringue de luta livre no meio, lá eles foram recebidos por Alejandro, um homem com a mesma faixa de idade do pai de seu irmão, Miguel. Ele tinha a pele mais clara, mas não chegava a ser branco, seus cabelos castanhos eram levemente cacheados e ele tinha o rosto limpo, sem barba nem bigode.

(Alejandro): Ah, Diego, meu irmão disse que você queria me visitar. Como é que você está, garoto?

(Diego): Muito bem, tio. Esta é minha namorada, Lila Rossi.

(Alejandro): Encantada em conhece-la, chica guapa.

(Lila, estranhando): Diego, seu tio me chamou de guaxinim ou algo assim?

(Diego, rindo): Não Lila, chica guapa significa “garota bonita”, em espanhol.

(Lila): Ah, obrigada, señor.

(Alejandro): Então Diego, imagino que você veio aqui para o de sempre, não?

(Diego, animado): Com certeza! Lucha libre!

(Lila): “Lucha” o quê?

(Diego): Lucha libre, o maior fenômeno do México

(Alejandro): Ah, chica, então você não sabe? Pois vou lhe explicar. A Lucha Libre é um esporte muito popular aqui no México. Dentro daquele pequeno ringue, luchadores de todos os tipos se enfrentam, numa batalha épica entre o bem e o mal.

(Lila): Puxa!

(Diego): Existem dois tipos de lutadores. Os “técnicos” representam os heróis, guerreiros astecas, santos cristãos e o povo trabalhador mexicano. Os “rudos”, por sua vez, são os vilões, os bandidos, os políticos corruptos, e os *urgh* norte-americanos!

(Lila): Hihihi, parece ser algo muito interessante mesmo.

(Alejandro): Tive uma ideia: já que você acha que isso vai ser interessante, por que não participa com a gente?

(Lila): E-Eu?

(Diego): Vem Lila, vai ser divertido.

(Lila): Mas Diego, eu não sei lutar. Acho que nem você sabe.

(Alejandro): Tsc tsc tsc, garota, não precisa saber lutar. Não é para valer, é tudo um espetáculo. Você só precisa vestir uma fantasia, interpretar uma personagem e dar um espetáculo.

(Lila): E-Eu não sei se devia...

(Diego): Vamos Lila, vai ser legal, você vai ver.

(Lila): Está bem.

(Alejandro): Beleza! Vamos fazer o seguinte, eu vou ensinar alguns golpes para vocês, alguns truques e depois vocês vão se vestir conforme os personagens e fazer uma apresentação aqui para a família, o que vocês acham?

(Lila): Errr... tá, tudo bem. Mas nem pensem em publicar isso!

(Alejandro): Está tranquilo. Vai ser só um negócio para a família. Ninguém mais de fora vai ver isso.

(Diego): Ô tio, a Ester e o Marco com certeza vão querer ver.

(Alejandro): Tá bem, mas só eles.

(Diego): Veja pelo lado bom, Lila, nós vamos estar de máscara. Então talvez eles não nos reconheçam.

Depois de passarem a manhã se preparando para o espetáculo, na parte da tarde, umas 15:30, Alejandro havia reunido a família de Diego: Camille, Miguel, Francisca, e mais os dois amigos dele, Ester e Marco. Alejandro estava vestido a caráter, como um bom árbitro de luta-livre.

(Alejandro): Senhoras e senhores! Sejam bem-vindos a esse espetáculo grandioso de luta livre que teremos nesta tarde. Aqui, duas grandes entidades irão lutar entre si diante de todos vocês, neste ringue. No canto azul, com 1,72; pesando 60 quilos...

(Lila): Ei, que negócio é esse de falar quanto eu peso?

(Alejandro, se segurando para não rir): M-Mil perdões, señorita. *Caham*, como eu dizia, no canto azul, dizem que esta lutadora é uma semideusa, filha do grande guerreiro Montezuma com a deusa Chicomecoalt. Com vocês, Reina Serpiente! (Rainha Serpente)

Uma música exalando uma atmosfera imponente começou a tocar (https://www.youtube.com/watch?v=wB_qZd3DvQU&list=PL680DECF92160628A&index=22). Enquanto isso, Lila foi da passarela até o ringue, um tanto constrangida, por causa da roupa que ela vestia: seu traje era uma espécie de maiô verde musgo com uma textura que lembrava as escamas de uma cobra, ela calçava um par de botas no mesmo padrão e usava uma máscara que lembrava uma cabeça de serpente usando uma coroa dourada.

(Lila, constrangida): Meu Deus, como é que eu fui topar isso? Aquele safado do Diego não disse nada sobre eu ter que me vestir...

(Alejandro): E desse outro lado, do canto vermelho, temos um guerreiro cruel e impiedoso. Enviado para várias terras a fim de colonizar, sugar as riquezas e destruir. O infame, o detestável, Pájaro Martillo! (Pássaro Martelo)

Diego foi até o ringue escoltado por Marco e Ester, ao som de uma música com atmosfera sombria (https://www.youtube.com/watch?v=u9NStVkSCuk). Ele estava usando uma calça jeans marrom com penachos de águia e uma máscara branca que lembrava que também lembrava uma águia. Marco e Ester também usavam um traje parecido. Lila estranhou o fato de que, ao contrário do que ocorreu com ela, todos estavam vaiando o Diego. Pelo que Alejandro lhe contou, parece que ele era o vilão da história.

Lila, ao ver de mais perto o figurino de Diego, começou a gargalhar. Achou a roupa simplesmente hilária. Aproveitou também para entrar mais na personagem.

(Lila): AHAHAHAHAHAHAHAHA! Isso é sério? Este é o temido guerreiro enviado para destruir nossa terra? Você não é páreo para mim, mortal!

(Diego): Já esmaguei crânios e arranquei corações de centenas de peles vermelhas de seu povo degenerado por muito menos que isso! Você sequer é um guerreiro, você não passa de uma mulher! Quando isso acabar, você estará esfregando o chão do meu palácio!

(Alejandro, empolgado): Rapaz, esses dois realmente incorporaram os personagens! QUE COMECE A LUTA!!!

Lila foi correndo até as cordas para pegar impulso, mas acabou tropeçando e caindo. Ao olhar para trás, viu que Diego estava interpretando bem seu papel de “rudo”: o mexicano havia pedido para Ester agarrar o tornozelo de Lila quando ela tentasse o movimento. Eles haviam ensaiado várias vezes até aquela cena ficar convincente. Aproveitando da queda da adversária, Diego começou a dar vários pisões nas costas de sua oponente... de mentirinha, óbvio.

(Diego): Qual o problema, “semideusa”? A cobrinha tropeçou nas próprias pernas? Comece a rastejar, então!

(Francisca, dando pití): Ei, seu lazarento, isso é sujeira!

Diego pegou Lila nos braços, fez ela ficar de pé enquanto Marco e Ester pegaram uma corrente. A corrente era de plástico, feita para encenar estrangulamentos. Enquanto isso, Pajaro Martillo fez jus ao seu nome pegando uma marreta para acertar a barriga de Reina Serpiente... mais uma vez, de mentirinha.

(Diego): Detroit Hammer!

Reina Serpiente quase nem sentiu a pancada do martelo, que era feito de espuma, mas ainda assim se mostrou uma atriz talentosa e caiu de joelhos, encenando uma expressão de dor excruciante. Pájaro Martillo deu a volta por trás, agarrou a lutadora e deu um suplex nela, depois se levantou enquanto ela ainda estava no chão.

(Pájaro Martillo): Que tal uma pequena massagem?

O Rudo começou a apertar o abdome “lesionado” de sua oponente técnica, que soltou um grito bem agudo. Diego até tomou um susto.

(Diego, sussurrando assustado): Lila, eu apertei muito forte?

(Lila, sorrindo): Eu não sou a Lila aqui, eu sou a Reina Serpiente, e você é um lutador rudo, nada de ficar com peninha de sua oponente.

Pájaro Martillo subiu num dos postes do canto, mas na hora de se jogar acabou acertando o chão, pois Reina Serpiente rapidamente rolou para o lado. Já de pé, Reina Serpiente se jogou caindo com os dois joelhos em cima do quadril e coxas de seu adversário Rudo. Depois o deitou de bruços e aplicou um golpe “caranguejo” nele (http://pad3.whstatic.com/images/thumb/3/31/Perform-Pro-Wrestling-Moves-Step-2.jpg/v4-728px-Perform-Pro-Wrestling-Moves-Step-2.jpg). Pájaro Martillo ficou tentando agarrar a corda para escapar, mas Lila foi arrastando ele até o meio da arena. Ocasionalmente, seu oponente rudo acabou desistindo, e Reina Serpiente venceu a luta. Diego e Lila colocaram suas roupas normais de volta e falaram sobre aquela experiência divertida.

(Lila, sorrindo): Foi bem divertido incorporar uma lutadora de luta livre, menos pela parte do maiô. É sério que todo mundo lá luta de cueca e maiô? Não sei como é que vocês não são motivo de chacota.

(Diego, sorrindo): Vários super-heróis americanos usam cueca por cima da calça e ninguém zoa eles por isso.

(Lila): Hahaha, é verdade.

Depois daquela noite, todos foram juntos em um jantar em família.

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Ocasionalmente, o dia de retornar para Paris chegou. Certa manhã Diego, Lila e a família dele estavam prontos para ir para o aeroporto e estavam se despedindo de Francisca, a avó de Diego.

(Francisca): Diego, antes de você ir, eu tenho um presente para lhe dar.

Francisca entregou para Diego um embrulho com o formato de um paralelepípedo pequeno, aparentemente um livro. O papel de embrulho estava com várias estampas do herói mexicano El Chapulin Colorado.

(Diego): Isso é um livro?

(Francisca): Sim, meu netinho. Meu querido Roberto escreveu esse livro todo à mão, ele queria que eu desse para você quando tivesse oportunidade, quando você fosse mais velho. Esse livro certamente vai evocar lembranças queridas para você, tenho certeza disso.

(Diego): Puxa vó, você está falando daquele livro de historinhas infantis que ele me contava quando eu era menor?

(Francisca, sorrindo): Este mesmo!

(Diego): Vó Francisca, obrigado mesmo pelo presente. Só uma dúvida, não pense mal de mim, mas é que, o vô Roberto disse que era para me dar este livro mesmo depois de eu, você sabe, estar “mais crescido”. Porque eu não sei direito se eu vou ler muito esse livro. Não me interesso mais tanto por histórias infantis, então é meio estranho eu receber um livro de histórias infantis.

Francisca deu uma olhada discreta no cinto que Diego usava, então respondeu.

(Francisca): Acredite, você terá motivos de sobra para ler bastante este livro.

Depois disso, todos foram para o aeroporto pegar o próximo voo de volta para Paris.


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Notas finais do capítulo

Aos fãs da Tuggi, me desculpem se sua kwami preferida não apareceu tanto nesse capítulo, eu quis focar mais na relação entre Diego e Lila. Só que eu não sou muito bom em escrever romances (pelo menos, eu não me acho bom nisso) então decidi fazer algo mais cômico, meio pastelão, inclusive com uma cena de "lucha libre". O próximo capítulo, eu pretendo fazer focado na Chloé, que ficou sozinha em Paris, o que não significa que ela não tenha vivido suas aventuras também. Até a próxima, e não se esqueçam de deixar seus comentários, adoro receber comentários dos meus leitores.



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