Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 19
O que os olhos não veem


Notas iniciais do capítulo

Ágatha e Agnes, as duas gêmeas caçulas de Alya, encontraram uma das obsidianas de Chat Noir e com isso ganharam o poder da invisibilidade, atraindo com isso a atenção de Inuwashi, que passa a persegui-las.



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No dia seguinte, no colégio François Dupont, os alunos falavam sobre o último ataque de Inuwashi, que foi testemunhado por praticamente todos os alunos. Jacqueline tentava não dar na vista, o que por incrível que pareça, não foi tão difícil, já que uma outra personagem havia roubado a cena: Volpina. A postagem que Alya fez a respeito de seu alter-ego meio que alavancou a popularidade da super-heroína raposa.

(Sabrina): Uau, ela tem o superpoder de se clonar em batalhas!

(Max): Uma heroína vestida de raposa ajudando a dar uma surra em um vilão vestido de águia. Isso não tem como ficar mais legal!

(Marinette): Ei Alya, eu vi a postagem que você fez sobre essa nova super-heroína.

(Alya): Viu mesmo? E você gostou?

(Marinette): Ficou bem legal. Essa nova super-heroína foi mesmo incrível.

(Alya, lisonjeada):  Awwwn, você acha mesmo?

(Marinette): É claro, ela foi incrível ajudando a derrotar a Jacqueline.

(Adrien): É sempre legal ter novos super-heróis na cidade. Te garanto que a Ladybug e o Chat Noir pensam assim! *dá uma piscadela para Marinette*

(Alya, feliz): Jura? Ai caramba, é tão bom saber que a Ladybug é fã do meu... digo, do trabalho dessa nova super-heroína. É muito legal da parte dela apoiar uma novata.

(Marinette): Claro que ela vai apoiar! Trabalho de super-herói é para ser em equipe.

(Adrien): E você Diego, o que achou da nova super-heroína?

(Diego): Rapaz, aquele homem-águia vai penar com essa raposinha em batalha... e além de habilidosa ela é bem bonitinha.

— Como é que é cidadão?

Uma ciumenta Lila Rossi apareceu e deu um puxão na orelha de Diego.

(Lila, irritada e arrastando Diego pela orelha): Vem cá, nós temos que ter uma conversinha!

(Diego): Ai, ai, ai! Marinette, Adrien, socorro! Gafanhoto em perigo!

(Alya, rindo): Esse Diego é muito cara de pau. Paquerando uma super-heroína sendo que ele já tem namorada.

(Adrien): Olha, ele não é o único. Tem um monte de garoto que eu estou vendo caidinho pela Volpina.

(Alya, meio corada): Isso me lembra de uma coisa importante que eu tenho que fazer.

Alya começou a procurar o Nino. O rapaz estava mexendo no celular, então a garota se aproximou discretamente e tapou os olhos dele, pegando-o de surpresa.

(Alya): Advinha quem é?

(Nino, abraçando Alya): Oi Alya, como é que você está? Eu vi sua publicação nova no Ladyblog.

(Alya): E o que você achou da nova super-heroína?

(Nino): Ela é bem legal, habilidosa, inteligente, bonita...

(Alya): Você achou tudo isso dela? Na primeira vez que ela apareceu aqui pessoalmente?

(Nino): Bom, eu já tinha visto outras filmagens dela nas redes sociais, e o jeito que ela resolve as coisas é bem legal. É tipo... como se ela pensasse em coisas que a Ladybug deixou passar...

(Alya): Você realmente gostou da Volpina... acha ela bonita?

(Nino): Bom... não tanto quanto você, claro.

Alya ficou da cor de um tomate com essa resposta do Nino. O garoto havia pensado alguns segundos antes de dar uma resposta que não deixasse Alya enciumada, o que deu muuuuuito certo mesmo.

Um pouco afastado, um certo garoto chamado Jacques Olivier observava Alya e Nino abraçados trocando beijinhos. Jacques estava bem sério, sentindo ciúmes ao ver a garota que ele paquerava à distância namorando outro. O kwami dele apareceu para observar o olhar enciumado de seu mestre.

(Wayzz): Mestre Jacques, por que você está observando aquela menina com tanto interesse? Você gosta dela?

(Jacques): *suspiro* É, eu gosto dela Wayzz.

(Wayzz): E por que você não fala isso para ela?

(Jacques): Eu já falei para ela. O problema é que ela já namora aquele cara ali.

(Wayzz): Ah mestre, então não há o que fazer. Ela escolheu outro, você não pode força-la a escolher você.

(Jacques): Não estou querendo “força-la” a nada. Eu só acho que se eu mostrar para a Alya como eu sou um cara legal e descolado, ela vai preferir ficar comigo do que com o Nino. Quer dizer, claro que o Nino é um cara legal, eu gosto dele, ele manda muito bem como DJ, mas ninguém consegue competir com um super-herói.

(Wayzz, suspirando): No que você está pensando, mestre Jacques?

(Jacques, sonhador): Vou tentar ficar próximo a ela, como Ninja Turtle, ela vai se apaixonar por mim, então eu revelo a minha identidade secreta e roubo o coração dela!

(Wayzz): Não é assim que as coisas funcionam, mestre Jacques.

(Jacques, sério): Escuta Wayzz, Alya é a garota dos meus sonhos e eu não vou desistir dela assim tão facilmente.

— Falando sozinho, Jacques?

Ao ouvir uma voz feminina, Wayzz se escondeu dentro do bolso da calça de Jacques imediata e discretamente. O rapaz se virou, um pouco irritado, ao reconhecer a dona da voz.

(Jacques, sério): O que você quer, Chloé?

(Chloé): Eu imaginei que você estaria stalkeando a Alya, já que não te achei lá com o resto do pessoal, só não queria estar certa.

(Jacques): Tá, que seja. Eu sou mais velho que você, então você não tem que ficar me vigiando como se fosse minha irmã?

A antiga Chloé teria despejado uma porção de xingamentos em Jacques, mas a nova Chloé respirou fundo e ignorou a espetada do garoto.

(Chloé): Escuta Jacques, isso não vai fazer bem para você. O que você está sentindo pela Alya não é amor, é paixão, e se você não controlar isso, vai acabar virando uma obsessão. Eu sei disso porque já passei por isso.

(Jacques): Você não sabe nada sobre mim, Chloé.

(Chloé): Está enganado Jacques, eu sei como você se sente porque eu me sentia do mesmo jeito em relação ao Adrien, então eu posso...

(Jacques): Eu não sou você, e a Alya não é o Adrien. Fala sério, a última coisa que eu quero é receber conselhos amorosos de alguém que tem idade para ser minha irmã caçula!

(Chloé, cochichando): É o mais velho e não tem vergonha de agir feito criancinha...

(Jacques): Já chega Chloé. Queen Bee me convenceu a não sair mais por aí bancando o super-herói, mas você não vai me convencer a desistir da Alya!

Jacques foi se afastando da loira, e Chloé também foi para um lugar mais escondido. A filha entrou no banheiro feminino, se trancou num box e começou a dar pití lá dentro. E pensar que ela chamou Jacques de infantil alguns momentos atrás.

(Chloé, falando com Beezy): Dá para acreditar naquele garoto? “Você não sabe de nada Chloé. Eu já sou grande o suficiente para tomar minhas decisões. Eu não vou desistir da Alya.” Uuuuurrrrrggghhhh!!! Aquele moleque é um cretino, arrogante e cabeça dura!

Normalmente Beezy tentaria aplacar os ânimos, mas ver a Chloé dando chilique era tão engraçado que o kwami não conseguiu se manter muito sério.

(Beezy): Iiiihhhh, estou achando que gosta dele!

(Chloé): É claro que não gosto! Onde já se viu? Mil vezes gostar de um tonto feito o Kim do que namorar o Jacques!

(Beezy): Ouch, agora você pegou pesado. Mas falando sério, não fique se estressando por conta disso.

(Chloé): Eu tento, mas... eu tenho medo de que o Jacques tente fazer outra burrada. Ele me deixou preocupada de verdade com todo aquele lance de Chevalier Parisien.

(Beezy): É, você ainda tem que dar umas boas doses de juízo na cabeça daquele rapaz.

(Chloé): E é melhor que ele crie logo juízo senão vou dar umas boas doses de punho cerrado na cabeça dele!

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Em outra parte da escola, antes da aula começar, o garotinho Pierre Andrieux estava brincando com alguns bonecos que ele tinha, mais especificamente com sua boneca da Ladybug e seu boneco do Chat Noir (raro ver um garoto brincando de boneca, né? Mas é a Ladybug, todo mundo adora ela! Ela é sempre a melhor!). Pierre estava criando uma nova aventura com sua super-heroína favorita, onde dessa vez ela lutava com um akumatizado que tinha o corpo em formato cúbico e o poder de arrancar pedaços do chão, de árvores e até de casas para construir armas para usar contra os heróis.

(Pierre, dublando o “boneco quadrado”): Entregue-me seus Miraculous, Ladybug e Chat Noir, ou vou explodir toda a cidade de Paris com meus Rastejadores!

(Pierre, dublando a Ladybug): Jamais, Construtor! Não deixaremos que você faça isso!

(Pierre, dublando o Chat Noir): My Lady, não deixe os Rastejadores chegarem perto das pessoas.

Pierre pegou um boneco em formato de um bicho verde meio-planta, de quatro patas e uma cara bem feia. Fez um som de explosão e jogou a boneca no ar, simulando que a heroína foi arremessada pela explosão, depois agarrou-a antes que se espatifasse no chão, mas algo bizarro aconteceu.

(Boneca): Ei, o que significa isso?

(Pierre, tomando um susto): *gasp* V-Você falou?

(Boneca): É claro que falei! Quem mais você achou que tinha falado?

Ao ouvir sua boneca articulada falando, Pierre a pegou com o maior cuidado do mundo e procurou limpá-la de alguma sujeirinha que pudesse ter.

(Boneca): Eu sou uma super-heroína, você devia ter mais respeito por mim.

(Pierre): D-Desculpe, Ladybug. É que eu nunca imaginei que você fosse real.

(Boneca): Eu sou uma boneca legítima construída pela Ladybug, uma forma criativa que ela achou de vigiar os passos de Hawk Moth.

(Pierre): Uau, ela é realmente muito inteligente!

(Boneca): De fato, eu sou. Agora que o Hawk Moth não é mais uma ameaça, ela usa outras bonecas como eu para vigiar o homem águia que está atacando Paris.

(Pierre): Errr... já que você é uma boneca usada originalmente para ajudar a Ladybug a vigiar atividades criminosas, não seria melhor eu te devolver para ela?

(Boneca): Bom... uma só não vai fazer falta... mas se você tentar me devolver para a Ladybug, ela provavelmente vai ficar muito feliz com você e vai te achar um garoto muito legal.

(Pierre, animado): É mesmo?

(Boneca): Claro, mas olha, acho melhor você falar para os seus amigos que eu pertenço à Ladybug, assim eles te ajudam a me devolver!

(Pierre): Beleza, é exatamente isso que eu vou fazer!

Pierre começou a juntar seus brinquedos para guardar tudo e foi logo atrás de seus amigos para comunicar o que ele havia descoberto. Só que o garoto nem notou uma menina escondida, observando tudo e dando umas risadas baixinhas.

(Agnes, rindo): Ágatha, você é muito má mesmo!

Ágatha desfez seu disfarce de invisibilidade e começou a rir com a irmã gêmea.

(Ágatha): Agora vamos assistir o mico que o Pierre vai pagar.

— Eu estou falando sério! Isso aqui não é uma boneca normal, é uma boneca que a Ladybug usa para vigiar criminosos.

— Ah tá, e eu sou um agente dela infiltrado nessa escola.

(Agnes): Ei, já começou o espetáculo, vamos assistir.

E é claro que a diversão das duas estava sendo às custas do pobre Pierre, que tentava provar que dizia a verdade.

(Garota): Pierre, nós sabemos que você é superfã da Ladybug. Tipo, todo mundo aqui é também, agora não precisa ficar inventando esse tipo de história para provar que gosta dela.

(Pierre, pegando a boneca): Mas eu não estou inventando nada, a boneca falou mesmo comigo. Vamos bonequinha, fale com eles que nem você falou comigo... *a boneca não diz nada* anda vai, não seja tímida.

Obviamente a boneca não falou nada, e isso só arrancou mais gargalhadas dos alunos, e obviamente as gêmeas Césaire eram as que mais riam.

(Agnes): Escuta Ágatha, mais tarde eu quero usar esse brinco, porque eu tenho uma ideia ainda melhor de brincadeira.

(Ágatha, entregando o brinco): Claro, é justo. Capricha aí.

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Mais tarde, as gêmeas Césaire estavam na sala de aula assistindo a uma aula de língua francesa. A pequena Agnes levantou o braço e pediu para ir ao banheiro, e a professora lhe deu a devida permissão.

(Agnes, cochichando para a irmã): Hora do meu plano.

Agnes saiu e deixou a porta aberta, o que não agradou muito a professora.

(Professora, fechando a porta): É difícil entender que temos que deixar a porta fechada? Nossa sala é climatizada e é importante economizarmos...

Mal a professora fechou a porta, e ela se abriu de novo.

(Professora): Muito bem Agnes, isso não tem graça!

Mas Agnes não estava em lugar nenhum, e isso começou a assustar a professora e os alunos. Bem, quase todos, porque Ágatha estava se contorcendo tentando não dar gargalhadas feito uma louca.

(Aluno): É um fantasma! Um fantasma!

(Pierre, “engolindo o medo”): C-Calma gente, eu tenho uma boneca-vigilante da Ladybug. Basta eu filmar tudo que ela vem nos ajudar!

Pierre acreditava piamente que a boneca tinha algum tipo de câmera e, depois de tirá-la da bolsa, começou a aponta-la para o “fantasma, que estava riscando o quadro e bagunçando a mesa da professora, que já estava bem amedrontada. Ágatha estava só filmando tudo, com as mãos tremendo levemente por conta das risadinhas. Porém, outros alunos também tiveram a ideia de filmar o incidente todo.

De repente o fantasma parou o ataque, justamente quando a boneca de Pierre “ganhou vida”.

(Boneca, flutuando no ar): Não se preocupem! Eu vou salvar vocês desse fantasma!

(Ágatha): Uuuuhhhh, agora isso ficou legal.

A boneca começou a se balançar no ar, parecendo que estava brigando com algum tipo de ser invisível, dando e recebendo tabefes.

(Boneca): Seu homem invisível malvado, não vou deixar você machucar essas crianças! Oh não, ele é forte demais! Não consigo vencê-lo! Ohhhh!!!

Assim que a boneca caiu no chão, todos começaram a ouvir uns gemidos “masculinos” (na verdade, era mais uma voz feminina imitando uma masculina).

(“Fantasma”): Urrrrgggghhhh, que bonequinha mais forte, tenho... que... ir... embora...

Logo depois que o “fantasma” saiu pela porta, Agnes entrou de volta, normalmente, como se nada tivesse acontecido.

(Agnes): Oi gente, o que aconteceu? Por que essas caras estranhas?

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Durante o horário do intervalo, um assunto começou a pipocar nas redes sociais: uma boneca mágica enfrentando um fantasma numa sala de aula de crianças pequenas. Todos os alunos do colégio François-Dupont estavam assistindo aquele vídeo... inclusive um certo quarteto de super-heróis.

(Adrien): Aí Marinette, mesmo como bonequinha você mandou bem na luta, viu?

(Marinette): Você como sempre com suas piadinhas, né Chaton? Mas isso aqui é sério... e muito estranho... um fantasma?

(Chloé): Acham que pode ser mais alguém brincando com uma das joias da Ladybug ou do Chat Noir?

(Marinette): Tudo está dizendo que sim... mas um fantasma? E além disso, cadê a joia? Todos os outros tinham a joia presente.

(Adrien): Isso é verdade...

(Diego): Ei, espera um pouquinho aí, essa garotinha aqui no meio... eu conheço ela! Ela já foi akumatizada! Inclusive tentou acabar comigo! Ela era uma das Gêmeas...

— Ágatha Césaire, o que significa isso???

(Diego): ... Pegadinha.

O olhar dos quatro se desviou para Alya, que estava dando um baita sermão numa das irmãs caçulas. Claro que Alya não falou tão alto assim, mas ainda foi algo que chamou a atenção dos quatro.

(Ágatha): Eu não faço ideia do que você está falando.

(Alya): Eu conheço muito bem você e sua irmã, mocinha. A professora até confirmou que Agnes foi ao banheiro, e ela de fato não aparece no vídeo, mas isso não explica como uma boneca ficou flutuando no vácuo, nem a aparência de riso que eu vi que você tinha no vídeo.

Ágatha começou a ficar com raiva da irmã mais velha. Aquela mania que Alya tinha de sempre querer vigiar cada passo dela e de sua irmã gêmea, Agnes, era algo que lhe dava nos nervos. No fundo, as travessuras das gêmeas Césaire eram meio que uma forma delas buscarem se libertar da constante vigilância de Alya.

(Ágatha): Por que você nunca acredita em mim, Alya? Você está sempre esperando o pior de mim e da minha irmã Agnes!

(Alya, irritada): É porque você e a Agnes só sabem aprontar, aprontar e aprontar! Vocês vivem importunando minha vida! Eu tenho que ir, para lá e para cá, apagando os focos de incêndio que vocês duas acendem, como se eu fosse algum tipo de babá!

(Ágatha): Eu não preciso de babá, e também não preciso de você! Você é uma chata, Alya, que só sabe mandar, mandar e mandar! Eu preferiria mil vezes ter uma irmã legal e descolada como a Volpina do que uma nerd tonta como você!

(Alya): Acha mesmo que uma super-heroína aturaria uma mala sem alça como você? Vê se cresce, sua nanica idiota!

Aquilo foi bastante ferino, mesmo da parte da Alya. Dizer para uma criança que a super-heroína que ela gosta não existe é uma coisa, agora dizer que a super-heroína que ela gosta a odeia é algo muuuito mais baixo. Ao ouvir tais palavras, Ágatha começou a ficar com os olhos cheios de lágrimas.

(Ágatha, quase chorando): Eu te odeio!

Os amigos de Alya acabaram vendo a discussão que a garota teve com a irmã caçula, e ficaram meio desconfortáveis com tudo aquilo. Alya costumava ser uma menina meiga e gentil, vê-la gritando com uma garotinha que tinha metade do tamanho dela era algo um tanto surreal, porém Marinette foi a única que resolveu falar com Alya sobre o que acabara de ver.

(Marinette): Alya, o que aconteceu?

(Alya, aborrecida): Não aconteceu nada, Marinette! Só minha irmã insuportável me enchendo a paciência, como sempre!

(Marinette): Mas sua irmã pareceu tão chateada, tem certeza de que vocês duas...?

(Alya, mais irritada ainda): Tenho Marinette, não aconteceu nada que te interesse, agora me deixa em paz porque a última coisa que eu quero é alguém me tirando a paciência, já basta aquela peste que eu chamo de irmã!

Marinette ficou chocada com o quão rude sua amiga foi com ela. Depois de se afastar de todo mundo pisando duro, Alya foi surpreendida por uma certa raposinha voadora que a ficou encarando com um olhar sério, e por incrível que pareça Trixx conseguia fazer um olhar assim.

(Trixx): O que você fez foi muito feio, viu mocinha?

(Alya): Escuta Trixx, eu não tenho tempo para suas gracinhas!

(Trixx): Isso não é gracinha, Alya. Você disse umas coisas muito ferinas para sua irmãzinha. Até eu me assustei com a forma que você foi cruel. Dizer que a Volpina nunca iria gostar dela? Em que momento eu disse que não gostava dela? Outra coisa, tem ideia do impacto que isso tem na cabeça de uma criança?

A expressão de Alya amoleceu um pouco, fazendo um pouco de culpa transparecer no olhar da morena, mas Trixx não parou por aí.

(Trixx): Para piorar, você foi extremamente grosseira com aquela sua amiga... qual o nome dela? Margarete? Marionete? Sei lá. Ela só queria te ajudar, saber o que estava te incomodando, e você só faltou dar um chute no traseiro da coitada e mandar ela catar coquinho. Que bela amiga você é, hein Alya? Amiga da onça, e eu não gosto de onças.

Apesar de, em alguns momentos, a fala de Trixx soar cômica, a kwami raposa estava falando com bastante seriedade, e aquelas palavras produziram efeitos profundos em Alya: a garota, que antes estava apenas com uma expressão levemente culpada, agora se encolhia, tremia discretamente e cobria o rosto com as mãos. Parecia até que estava chorando, e isso pegou Trixx de surpresa.

(Trixx): A-Alya, n-não chora não, eu falei da boca para fora, eu não acho que você seja...

(Alya, transtornada): Não Trixx, pior que você tem toda a razão! A Marinette é minha melhor amiga, como eu pude fazer aquilo com ela? Eu vou pedir desculpas, e depois vou me desculpar com minha irmã!

Alya se virou para falar com Marinette, mas viu algo que lhe fez gelar a espinha: todo mundo estava correndo para tudo que era lugar, no maior pânico. Inuwashi havia aparecido, tão inesperadamente como sempre, e começou a vasculhar a multidão com o olhar, até que seu olhar se fixou na direção de Alya! O vilão avançou velozmente para cima de Alya, que ficou paralisada de medo. Porém, uma figura verde mascarada apareceu e deu um golpe com o escudo no rosto de Inuwashi.

(Ninja Turtle, se colocando entre Alya e Inuwashi): Foge daqui garota, eu cuido desse cara!

Inuwashi sacou sua espada e começou a atacar Ninja Turtle, que bloqueava com seu escudo. Os impactos eram tão fortes que às vezes o herói tartaruga sentia como se fosse desabar no chão.

(Ninja Turtle, pensando): Hora de usar a técnica que a tia Anansi me ensinou!

Novamente, Inuwashi acertou um golpe de espada no escudo do herói. Ninja Turtle tentou executar a técnica, mas o resultado foi extremamente malsucedido: Inuwashi segurava a espada com a mão esquerda, e Ninja Turtle usava o escudo na mão direita. Com o golpe de espada desferido, Ninja Turtle tentou enroscar o braço do escudo no braço que Inuwashi segurava a espada, prendendo a mão dourada do vilão debaixo da própria axila. Depois disso agarrou o rosto de Inuwashi e tentou empurrá-lo para o chão. Não deu certo porque Inuwashi usou sua mão livre para dar um soco direto no estômago do rapaz e o jogar para longe.

Novamente sem ninguém o impedindo, Alya correu com Ágatha para dentro do colégio. Inuwashi entrou lá dentro praticamente arrebentando com a porta. O vilão chegou a ver Alya virando em um dos corredores e continuou sua marcha por dentro do colégio.

A pequena Ágatha estava chorando, morta de medo do vilão que estava perseguindo ela e a irmã. Alya tapava a boca da irmãzinha para que Inuwashi não ouvisse o choro dela. Nisso, ela viu de relance o anel na mão de Ágatha, com o símbolo do Chat Noir. Inuwashi com certeza estava atrás daquilo.

(Alya, cochichando): Ágatha, eu preciso que você me dê isso! É isso que o homem-águia malvado quer!

(Ágatha, assustada): O que você vai fazer?

(Alya, cochichando): Shhh, eu vou atrai-lo para longe para que ele não te machuque. Você vai ter que confiar em mim. Quando ele se afastar, fuja e ligue para a polícia, eles vão ajudar você.

(Ágatha, soluçando): E-Está bem.

No momento em que Inuwashi passou pela sala onde as duas estavam, Alya rastejou para fora dela, pelas costas do vilão.

(Alya): Ei, seu brutamontes! Eu estou aqui! É esse o anel que você quer, hein? Vem pegar!

O vilão se virou, e Alya nem esperou para ver o que aconteceria para começar a correr. Teoricamente, o plano de Alya era razoável: sendo menor e mais ágil, ela atrairia o vilão para longe da irmãzinha, se esconderia novamente e se transformaria na Volpina (ela não se transformou antes para não correr o risco de Ágatha ou, pior, o próprio Inuwashi ver a identidade secreta dela). O problema é que Inuwashi tinha asas, e isso fez com que ele praticamente voasse para cima dela. Inuwashi se jogou sobre Alya, que caiu de costas no chão. A morena ruiva ficou encarando a máscara aquilina e dourada do vilão, enquanto ele a segurava pelos ombros. Era impossível ver qualquer atributo humano por baixo do elmo de Inuwashi, o que o tornava mais sinistro ainda.

(Inuwashi): Entregue-me a Obsidiana das Sombras.

(Alya, com raiva): Me obriga, seu imbecil!

(Inuwashi): Se é o que você quer...

As pontas dos dedos das manoplas de Inuwashi eram perfurantes, e ele cravou um dos polegares no ombro de Alya, fazendo a garota berrar de dor e abrir a mão, liberando o anel que Inuwashi procurava.

(Inuwashi): Se você tivesse colaborado, ainda estaria intacta.

Inuwashi mal havia terminado de colocar o anel no dedo e sentiu alguém golpear-lhe o rosto novamente. Era Ninja Turtle, que agora estava extremamente furioso com o que Inuwashi fizera com Alya.

(Ninja Turtle, furioso): Quer dizer que você é durão para atacar garotas indefesas? Vou arrancar tuas penas e te forçar a engolir todas, seu projeto de peru natalino!

Antes que Ninja Turtle atacasse novamente, Inuwashi desapareceu no ar, deixando o herói extremamente confuso. De repente, Ninja Turtle sentiu como se o ar lhe desse um soco na cara, e depois outro, e um terceiro, que o acertou no queixo e o derrubou.

(Alya, ainda gemendo de dor): N-Ninja Turtle... corre! Você não tem como vencer ele desse jeito! Você precisa de ajuda!

(Ninja Turtle): Não preciso de ajuda nenhuma, eu só preciso...

A fala de Ninja Turtle foi novamente interrompida por uma saraivada de golpes que o ar lhe deu. Já bem machucado, o herói tartaruga avistou um extintor de incêndio. Agarrando-o como se sua vida dependesse disso, começou a jogar vários jatos pelo ambiente. A ideia era que a espuma do extintor denunciasse a posição do seu inimigo.

Apesar disso, a ideia falhou miseravelmente. Usando suas asas, Inuwashi, ainda invisível, planou levemente acima do chão, agarrou Ninja Turtle e deu mais uma surra nele, antes de jogá-lo para longe. Alya assistia a tudo impotente, porque ferida não poderia se transformar em Volpina, nem lutar adequadamente.

O resto dos heróis chegou logo em seguida, e se deparou com a situação, que estava bem desesperadora: Ninja Turtle caído no chão, como se tivesse sido surrado por 10 valentões, Alya com o ombro ferido e sangrando.

(Queen Bee): Ninja Turtle, seu idiota, eu falei para você esperar a gente evacuar todo mundo! Não tem como vencer o Inuwashi sozinho!

(Chapolin Colorado): Cuidado, Queen Bee!

O herói gafanhoto se jogou na frente de Queen Bee, que estava socorrendo Ninja Turtle, e usou sua marreta biônica para bloquear um ataque invisível de espada.

(Ladybug): Como você fez isso?

(Chapolin Colorado): Minhas anteninhas de vinil detectaram a presença do inimigo!

(Inuwashi, aparecendo de repente): Você não se cansa de me surpreender, não é? Exatamente como esperado do maldito que roubou a honra de meu clã!

A aparição repentina de Inuwashi deu um susto no herói gafanhoto, que foi agarrado e arremessado contra Ladybug e Chat Noir. Queen Bee se levantou para impedir que Inuwashi atacasse Ninja Turtle, mas bem nessa hora ouviu-se três gritos simultâneos:

— PARADO!!! POLÍCIA!!!

Charlotte, Roger e Masato estavam com fuzis e pistolas apontados para Inuwashi, que apontou o dedo para Masato.

(Inuwashi): Eu sei o que você quer, Masato, e vou me certificar de que você não consiga! Escreva minhas palavras, detetive, no momento em que você descobrir minha identidade, você morrerá antes de revela-la.

Inuwashi usou a Obsidiana da Sombra para desaparecer novamente. Os heróis e os policiais ficaram alertas para qualquer sinal do vilão, mas era tarde demais: Inuwashi fugira com mais uma das joias que Ladybug e Chat Noir estavam procurando, e aquela era a terceira vitória dele.


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Notas finais do capítulo

Ah rapaz, eu planejei uma coisa grande, uma coisa que vai pegar todo mundo de surpresa, e a partir do próximo capítulo eu vou executar essa ideia. Vocês todos vão adorar muito! Eu digo com toda a certeza: isso vai dar uma alavancada nessa história e vai ser de grande impacto para o desfecho de Defensores de Paris 2.

A história já está com uns 75-80% concluída, basicamente só faltam mais duas joias a serem encontradas e o confronto final com Inuwashi e Le Paon. É aí que entra uma notícia que vou fazer aqui: dia 2 ou 3 de dezembro haverá uma estreia dupla: eu postarei uma fanfic de Steven Universo, ambientada na Guerra Gem, e uma fanfic totalmente original, com personagens 100% criados por mim, num universo 100% criado por mim. Não deixem de acompanhar essas duas novas histórias e comentar nelas quando estrearem, o apoio de vocês é muito importante.

Bem, por enquanto é só, deixem suas sugestões, críticas construtivas e elogios. Até o próximo capítulo.



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