Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 18
O fantasma que os vigia


Notas iniciais do capítulo

Após a falha na emboscada contra Inuwashi, Charlotte e Masato voltam para a delegacia e continuam as investigações. Ao pedir para que seu parceiro revele os resultados de sua análise de provas, Charlotte acaba descobrindo algo sinistro.



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O resto do dia estava correndo relativamente normal no colégio François Dupont. Nesse momento, ocorria uma aula de química, na qual Alya não prestava nenhuma atenção. A fã número 1 da Ladybug estava tremendamente intrigada com o resultado da luta contra Inuwashi e Le Paon.

(Alya, cochichando para Trixx): Trixx, tem alguma coisa que não está me cheirando nada bem.

(Trixx): É, eu sei. Aquele garoto loiro tem uma catinga de queijo impregnada nele. Como um garoto tão bonito tem um cheiro tão ruim? Aposto que é o Plagg que o obriga a ficar carregando camembert para lá e para cá.

(Alya, confusa): Quem é “Plagg”, Trixx?

(Trixx, percebendo o vacilo que deu): Ninguém, ninguém, ehehehe! Só uma piadinha de kwamis! Mas do que você falava mesmo?

(Alya): Tem algo muito errado com a Jacqueline. Me explica Trixx, como uma patricinha mimada como ela é capturada por uma vilã tão habilidosa quanto a Le Paon e escapa sozinha, como se nada tivesse acontecido?

(Trixx): De fato, não faz sentido. A única explicação lógica seria se Le Paon tivesse soltado ela por livre e espontânea vontade, mas ela não a soltaria sem antes pegar a Pérola do Sol.

(Alya): O que é essa Pérola do Sol?

(Trixx): É o brinco dourado que ela usava. É uma das pérolas que pertencem originalmente à Ladybug e concede o poder do voo.

(Alya): A sua teoria seria perfeita, não fosse um detalhe: Se Jacqueline tivesse mesmo perdido algo tão valioso, não era para ela estar causando um escândalo?

(Trixx): Pensando bem, sim. De fato, nada disso faz sentido. Por que Le Paon salvaria Jacqueline de Inuwashi e a deixaria ir embora, sem pegar a Pérola.

(Alya): Nós temos que investigar isso mais a fundo! O problema é que todo mundo pergunta o que houve e ela age como se nada tivesse acontecido!

(Trixx): Seria uma boa se tivéssemos um detetive para seguir os passos daquela garota.

(Alya): E para quê contratar um detetive? Eu tenho você. Posso me transformar em Volpina e ir eu mesma atrás da Jacqueline e descobrir o que está acontecendo.

(Trixx): É uma boa ideia, você é ótima para seguir pessoas, principalmente aquele tal de “Nino”. Você segue ele para todos os lados, e ele te segue também. É tão engraçado!

(Alya, corada): É claro que é, digo, claro que fazemos isso, nós somos namorados.

(Trixx): Awwwn, que fófis, minha guardiãzinha de namorico com o DJ! *falando com uma voz toda tosca* Focês si moidem também, hein? Dão moididinhas? Awwwn, digam que dão, diga que você moide ele!

Alya ficou constrangida. Claro que ela namorava o Nino, e é claro que todo mundo sabia disso, mas a forma como Trixx tratava aquilo era vergonhoso, e ela também se sentia envergonhada. Será que era assim que Marinette se sentia antes, achando que quando todo mundo descobrisse da queda dela pelo Adrien, iam reagir como a Trixx?

(Alya, constrangida): Trixx, para com isso agora!

(Trixx, cantarolando): Alya e Nino, que coisa bonita! Logo o rapaz vai estar beijando a Volp...

(Alya, levantando um pouco a voz): Chega, Trixx!

(Professora Mendeleiev): Alya Césaire, mas o que significa isso?

(Alya): *Glup*, n-nada professora Mendeleiev!

(Professora Mendeleiev): Acho bom mesmo! Não vou tolerar interrupções como essa na minha aula!

(Alya, voltando a cochichar com Trixx): Tá vendo o que você fez?

(Trixx): Não fui eu que gritei para todo mundo ouvir!

(Alya): Me pergunto se mais alguém tem que aturar uma kwami tão infantil quanto você!

(Trixx): Pergunte para o Chapolin Colorado e o Chat Noir, mas só depois, por hora você tem que prestar muita atenção nessa aula. Prometo que depois te ajudo na sua investigação.

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Enquanto isso, na delegacia de Paris, Charlotte e Masato trabalhavam juntos para investigar o caso do ataque recente de Inuwashi ao colégio François Dupont. Algumas peças já estavam sendo juntadas, tanto que apesar de não terem parado Inuwashi naquele ataque, haviam conseguido prever seus movimentos.

(Masato): Sabemos que Inuwashi, apesar de ser bastante resistente, ainda sofre efeitos concussivos quando disparos são feitos em sua cabeça. O problema é que isso só funciona durante certo tempo. Quando ele percebe que estão mirando propositalmente sua cabeça, ele começa a bloquear os ataques com as asas, e elas não são tão frágeis quanto aparentam.

(Charlotte): Talvez nossa falha tenha sido enfrentar Inuwashi com fogo supressivo. Da próxima vez, devemos tentar usar fogo dispersivo.

(Masato): Como assim?

(Charlotte): Nós nos dividimos em dois pelotões, estrategicamente posicionados. O plano era acertar Inuwashi com uma saraivada de tiros até ele pedir arrego, porém ele pegou você de surpresa e acabou com o meu pelotão facilmente. E se ao invés de mandarmos dois pelotões de cinco soldados, mandássemos uns seis, ou oito, ou dez soldados isoladamente?

(Masato): Charlotte, isso é loucura! Mandar soldados isolados lutarem frontalmente contra Inuwashi é pedir para que cometam suicídio coletivo!

(Charlotte): Verdade, mas eles não vão lutar de frente. Acompanhe meu raciocínio: dez homens isolados significam dez posições de tiro diferentes. Inuwashi pode detectar um único grupo atirando de um mesmo ponto, mas será que ele consegue detectar dez atiradores afastados? Outra coisa, ele sempre aparece dos céus, aterrissando bruscamente. Se os policiais se mantiverem à paisana até a hora certa, não serão detectados até a hora do ataque.

(Masato): Charlotte, você é um gênio! Os policiais não precisam enfrentar Inuwashi, eles só precisam distrai-lo e deixar que os heróis terminem o serviço. É um plano perfeito, só precisamos investigar mais um pouco e acharmos mais um alvo em potencial para executar este esquema.

Ao ouvir Masato falar sobre investigação, o olhar de Charlotte involuntariamente se voltou para a mesa de trabalho do investigador japonês. A bagunça costumeira, com um certo padrão de organização, ainda estava lá, e isso atiçou a curiosidade de Charlotte.

(Charlotte): Masato, agora estou vendo melhor... eu sempre compartilho com você o resultado de minhas investigações. E você? O que andou descobrindo?

(Masato): Verdade, eu ia lhe revelar uma teoria que eu venho montando, mas queria ter mais certeza sobre isso. Eu analisei as fichas dos elementos presos após aquele ataque no museu (ver capítulo 5 da fanfic) e notei alguns pontos interessantes: Apesar de os criminosos terem roubado algumas joias, a maior parte dos materiais apreendidos eram pergaminhos e documentos da antiguidade. Eu sei um pouco de chinês e percebi que todos falam de “joias mágicas”, e trazem o desenho de animais, como joaninha, gato, raposa, gafanhoto...

Charlotte arregalou os olhos. Seria tudo isso um plano, desde o começo, de criminosos que já sabiam dos poderes da Ladybug e do Chat Noir?

(Charlotte, tentando esconder o espanto): E o que mais?

(Masato): Descobri que todos os criminosos capturados eram todos parentes entre si: irmãos, primos... são todos de uma mesma família japonesa, Yamasaki.

(Charlotte): Você disse que eles tinham mesmo um nome desses, qual era mesmo?

(Masato): Yamasaki no Musuko, os filhos de Yamasaki. Mas surpreendentemente este não é só um título de criminosos, existe de fato uma família de mafiosos da Yakuza chamada Yamasaki. Uma das famílias mais ricas, por sinal.

(Charlotte): Céus, eu já lidei com mafiosos antes, sei muito bem do que esses trastes são capazes.

(Masato): Além de confirmar minha hipótese de que os criminosos eram da máfia Yakuza, eu consegui as fichas de todos os, exceto de um. Esse sujeito, que eu acredito que seja o Inuwashi, é basicamente um fantasma.

(Charlotte): Como assim, um fantasma?

(Masato): Após recuperarmos as relíquias roubadas durante o incidente no museu do Louvre, eu fiz uma busca detalhada por impressões digitais. Eu detectei 20 impressões diferentes, uma para cada criminoso, inclusive os cinco que morreram na explosão suicida. Porém, recentemente, eu encontrei uma vigésima primeira digital.

(Charlotte): Tem certeza de que não foi um erro? Afinal, você anda trabalhando demais!

(Masato): Também pensei nisso, mas eu repeti o teste várias vezes e o resultado foi o mesmo. Veja qual é a identidade do sujeito.

Charlotte olhou para o computador onde Masato havia colocado a análise da impressão digital. Ela jamais esqueceria o rosto daquele criminoso, afinal, ela mesma o matara com três tiros.

(Charlotte): Bruno Adnet, o Drygut!

(Masato): Conhece ele?

(Charlotte): Sim, eu matei ele numa ação policial! Não pode ser ele, esse homem está morto! Ele foi levado para o Instituto Médico Legal, onde... desapareceu... Meu Deus, Drygut ainda está vivo! Ele é o Inuwashi!

(Masato): Charlotte, se acalme! Não podemos afirmar nada ainda! Porém, esse sujeito de fato pode ser uma pista importante para nossa investigação! Nós iremos atrás dele o mais rápido possível.

Masato e Charlotte voltaram ao trabalho rapidamente. Uma pista importante havia sido revelado e eles deveriam segui-la. Porém, estavam tão entretidos no serviço à lei que não notaram um homem de postura suspeita observando o diálogo de longe.

Um homem gordo, com uma barba mal-feita.

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Na tarde daquele dia, um táxi dirigia rumo ao depósito abandonado da Champs-Elysées que antes servia como base para a Surveillance, uma organização da máfia francesa que havia causado muitas dores de cabeça para Charlotte e Ladybug. Um indivíduo vestindo sobretudo boné e um lenço para mascarar parte de seu rosto desceu do táxi e pagou o motorista. O indivíduo mascarado entrou no depósito abandonado e acendeu as luzes, depois tirou as luzes e começou a bater palmas lentamente, que ecoavam pelo recinto vazio.

(Mascarado, aplaudindo o “nada”): Meus parabéns, vocês certamente merecem a reputação que possuem. Eu sabia que eram duros na queda quando vi que um havia se passado pela Ladybug, mas enganar as investigações forjando a própria morte? Rapaz, eu nunca fiquei tão surpreso!

Dois outros sujeitos saíram das sombras para se encontrar com o mascarado, e eram ninguém menos que Drygut e Boulette, dois inimigos antigos de Ladybug.

(Boulette): É, mas eu andei espionando as coisas à paisana e vou te dizer: aquela Charlotte e o novo amiguinho japa dela estão achando tua trilha. Você não achou realmente que ia sair por aí destruindo a cidade e a polícia não ia te investigar, achou?

(Drygut): De fato. Você disse que ia acabar com a joaninha e a turma dela, mas até agora só vi ela te dar uma surra, ainda mais com aquela raposa e a tartaruga se juntando ao grupo. Ah, isso para não entrar no mérito do Masato já ter descoberto nossa tramoia.

(Mascarado): Sim, de fato eu não esperava que Masato fosse ligar os pontos tão rapidamente, nem esperava que a joaninha fosse se adequar a meu estilo de luta com tanta facilidade. Acho que o nosso problema maior não é subestimarmos nossos oponentes, mas sim não pensarmos como eles pensam. “Se você não conhece a si mesmo, nem ao inimigo, perderá todas as batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Agora, se você conhece a si mesmo e ao inimigo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. ”

(Boulette): Isso lá é hora de citar o Alcorão?

(Drygut): Que Alcorão o que, seu demente? Isso é “A Arte da Guerra, de Sun Tzu”.

(Boulette): Que seja! Como raios esse tal de “Suntzu” vai nos ajudar a afastar a polícia do nosso encalço.

(Mascarado): Vou explicar. Meus agentes foram à caça de algumas das joias que foram perdidas durante nosso roubo ao museu, frustrado pela joaninha. Eles conseguiram achar uma delas, a Obsidiana de Monocerotis.

O indivíduo mascarado tirou de um dos bolsos do sobretudo um anel preto, parecido com o Miraculous do gato preto. O símbolo do Chat Noir estava destacado em alto relevo, pintado com uma cor de prata que refletia a luz.

(Mascarado): Esta joia tem o poder de criar buracos negros em miniatura, porém elas drenam consideravelmente o vigor físico do usuário. Caso ele esteja exausto no momento em que criar um buraco negro, será sugado e desintegrado por sua própria criação.

Tal fala fez os dois criminosos se estremecerem. O mascarado também retirou do mesmo bolso uma pluma azul-escura.

(Mascarado): Essa pluma foi tirada de uma das minhas asas. Drygut, engula ela, assim você não terá problemas usando os poderes da Obsidiana de Monocerotis. Meus agentes continuarão a caçada e avisarão assim que encontrarem outra joia. Quanto a você, Boulette, preciso que cuides desse tal Masato. Faça o que deve ser feito para preservar a integridade de nossa operação.

(Boulette): Ah rapaz, você não vai ficar desapontado!

O indivíduo mascarado já estava de saída, quando sentiu vontade de perguntar algo.

(Mascarado): A propósito, Drygut, me conte como você conseguiu forjar a própria morte.

(Drygut): Não foi tão difícil, sabe? Eu apenas ajudei o Boulette a fugir da prisão em troca dele se passar por mim. Ele vestiu um colete de sangue falso por cima do colete à prova de balas, levou os tiros e pronto, Drygut estava “morto”.

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Ainda naquela tarde, Charlotte havia acabado de deixar Jacques na academia de karatê da tia dele, Anansi Olivier. O rapaz estava já de kimono, treinando alguns golpes com sua professora. Na verdade, ele estava mais sendo jogado de um lado para o outro do tatame do que acertando os golpes propriamente. O kimono do garoto já estava até ficando sujo de tanto ser esfregado para lá e para cá no tatame.

(Anansi): Vamos Jacques, você nem sequer está tentando!

(Jacques): Como assim não estou tentando? Eu estou atacando com tudo que tenho, você é que fica me derrubando como se eu não fosse nada!

(Anansi): É porque o seu problema não está em atacar ou deixar de atacar. O seu problema real é que você não está usando a técnica correta

(Jacques): É claro que estou usando, o problema é que você é bem maior do que eu, fica difícil tentar acertar algum golpe desse jeito.

(Anansi): Jacques, no karatê o tamanho é o que menos importa. Se você souber usar a técnica correta, pode derrubar qualquer oponente, não importa o tamanho.

(Jacques): Você poderia me ensinar essa técnica? Por favor!

(Anansi): Jacques, não seja tão apressado! Você ainda está na faixa branca, tem que aprender os “katares” dela antes de ir avançando.

(Jacques): Mas o problema é que o Inu... tem um cara enorme, parrudo, que fica arranjando problemas para mim e para uns amigos meus, e eu quero ensinar uma lição para ele.

(Anansi): Está me dizendo que quer aprender golpes para brigar?

(Jacques, tentando se explicar): Veja bem tia, “brigar” é uma palavra muito forte. Melhor seria...

(Anansi): “Defender os outros”. É isso?

(Jacques): Sim.

(Anansi, dando um leve sorriso): Você é mesmo igualzinho ao seu pai. Tudo bem, posso abrir uma exceção. Eu vou lhe ensinar uma técnica que eu e seu pai criamos quando éramos mais jovens. Além dele e de mim, só a sua mãe sabe usá-la, e agora você também aprenderá.

(Jacques): Valeu tia Anansi, você é a melhor tia do mundo!

(Anansi, rindo): Muito bem, é o seguinte. Eu vou estender meu braço direito assim, e me curvar como se estivesse lhe dando um soco.

Jacques ficou observando enquanto sua tia repetia o gesto que falou.

(Anansi): Agora faça o seguinte: passe o seu braço esquerdo por baixo da minha axila direita, e coloque a sua mão nas minhas costas.

(Jacques): A direita ou a esquerda?

(Anansi): A esquerda, né Jacques? Não complique as coisas.

Jacques fez o que lhe foi mandado, mas achou o resultado meio estranho: ele acabou ficando com o rosto praticamente colado no rosto da tia, quase um “beijo”.

(Anansi): Agora segure use a sua mão direita para segurar a esquerda no lugar.

Jacques fez o que lhe foi mandado. No final, ele estava com o braço esquerdo passando por baixo da axila direita de Anansi e o braço direito passando ao redor do lado esquerdo do pescoço dela, e as duas mãos segurando uma na outra, nas costas dela.

(Jacques): E agora?

(Anansi): Jogue o seu peso em cima do meu corpo, sem medo.

Jacques fez isso e se surpreendeu: ele desequilibrou Anansi quase como se ela fosse uma enorme boneca de papel. Porém, surpreendido com o resultado, o rapaz perdeu a concentração e acabou caindo de mal jeito, sobre o próprio lado esquerdo do corpo.

(Jacques): Ai, isso dói!

(Anansi): Bom trabalho, mas da próxima vez faça sem hesitar. O certo é você cair sobre o corpo do oponente.

(Jacques): Isso é incrível! Foi quase como se eu fosse mais forte do que você!

(Anansi): É uma mera questão de anatomia: os lugares por onde você inseriu seu braço são pontos-chaves que impedem que eu use os meus. Com isso eu fico incapacitada tanto para lhe atacar quanto para lhe empurrar, e sem os braços, o equilíbrio do corpo fica comprometido.

(Jacques): Uau, eu quero tentar isso de novo!

(Anansi, rindo): Podemos fazer isso, mas dessa vez com um acréscimo: eu vou fingir lhe dar um soco e você tem que usar essa técnica. Este arremesso é um contra-ataque que deve ser usado SOMENTE quando o seu oponente usar um SOCO RETO. Contra ganchos e uppercuts você terá menor chance de êxito.

(Jacques): Beleza, então vamos treinar! Rapaz, com essa técnica eu vou ser imbatível! Aquele frango amarelão tamanho família vai perder as penas!

(Anansi, confusa): “Frango amarelão”?

Jacques sentiu alguém lhe dar um pontapé minúsculo por dentro do kimono, e foi aí que ele percebeu o vacilo que cometera.

(Jacques, nervoso): Ah, errr... é o apelido do valentão que fica me importunando, hehehe. É que ele gosta de usar uns enfeites bizarros cheios de penas amarelas, aí eu chamo ele de “frango amarelo”, hehehe.

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Anoitecia em Paris, e a família Césaire estava reunida à mesa para jantar: O pai, a mãe e as três filhas. Trixx fez questão de participar, e por mais que Alya protestasse dizendo que era arriscado demais, a kwami raposa era tão teimosa e indisciplinada que Alya acabou desistindo e deixou que ela ficasse escondida dentro de sua roupa, comendo uns nacos de comida que a garota discretamente deslizava para dentro da roupa. O problema é que só quem queria discrição era Alya, Trixx estava pouco se lixando para isso, tanto que em um dos momentos, deu um arroto tão alto que todos os olhares se desviaram para Alya, deixando a morena extremamente vermelha.

(Alya, envergonhada): Desculpem!

(Marlena): Filha, isso lá são modos? Coma mais devagar!

(Ágatha): Alya, você está parecendo um porcão selvagem grunhindo!

(Ágnes): Hahahahaha, *oinc, oinc, oinc*

(Otis): Vocês duas, parem de ficar importunando sua irmã mais velha!

(Marlena): Filha, eu ouvi falar que sua escola foi atacada hoje de manhã. O que houve?

(Alya): Ah mãe, foi muito tenso! Aquele... bicho gigante dourado apareceu do nada! Sorte que a Ladybug apareceu junto com a polícia, senão algo grave poderia ter acontecido!

(Marlena): Ouvi boatos de que uma garota tentou jogar um garoto do alto do prédio. Isso é verdade?

Aquela pergunta deixou Alya nervosa, e qualquer um na mesma posição também ficaria travado. A garota teve que se virar para criar uma resposta que não comprometesse ninguém.

(Alya): Errr... eu não sei. Quando eu cheguei estava tudo uma confusão total, ninguém dizia nada com nada, e eu só fui entender a gravidade da situação quando aquele homem-águia apareceu.

(Otis): Ele machucou você?

(Alya): Por pouco não, graças àquela super-heroína nova... qual era mesmo o nome dela? Volpina se eu não me engano. Eu acho ela muito legal!

(Ágatha): A Volpina é engraçada, ela tem as mechas todas pintadas de branco. Fica parecendo que ela tem cabelo grisalho igual de velha, hihihi!

(Alya): Eu não, quero dizer, a Volpina não fica parecendo uma velha!

(Ágnes, rindo): Fica sim!

(Trixx): Velha é a sua mãe, ô vacilona!

Apesar de Trixx estar escondida, a voz dela ecoou de tal forma que parecia até que a Alya tinha falado.

(Otis): Mocinha, isso não é jeito de falar com suas irmãs, e muito menos de falar com sua mãe!

(Alya, nervosa): Eu não disse nada, foi... errr... foi...

Alya suspirou derrotada. Não podia simplesmente contar para o pai que quem disse tais coisas tinha sido uma mini-raposa voadora que tinha poderes para transformá-la na super-heroína Volpina.

(Alya): Desculpe mãe. Acho melhor ir para o meu quarto agora.

Alya então voltou para o seu quarto, escondendo a kwami nas mãos. Ao chegar lá, ficou encarando a criaturinha voadora com um olhar de reprovação.

(Alya): Pode me explicar o que foi aquilo?

(Trixx): Eu ia perguntar a mesma coisa! “Velha”? Quem aquelas catarrentas acham que são para se referir a mim dessa maneira? Eu sou uma honorável kwami com mais de 5000 anos de vida e exijo ser tratada com o devido respeito!

(Alya): Trixx, por isso mesmo você não pode ficar se trocando com criancinhas que não têm nem 10 anos de idade! Viu a confusão que você causou? E se tivessem me castigado? Pior, e se tivessem descoberto você?

(Trixx): Poxa, foi mal.

(Alya): Humpf, que isso não se repita!

A pequena kwami abaixou as orelhinhas e fez aquele típico olhar pidão de anime, deixando Alya um pouco desconcertada.

(Alya): Não vem querer fazer esse olhar pidão de anime para mim, eu tenho duas irmãs que vivem fazendo isso. Eu sei perfeitamente como lidar com esse truque manjado.

Alya voltou-se para o computador e começou a acessar o Ladyblog. Ela ficou pensando em algo novo para postar, mas lembrou que ultimamente ficou ocupada sendo a Volpina e não conseguiu pensar em nada.

(Alya): Mais uma vez não consigo colocar nada de novo no Ladyblog. Acho que esse é um preço a se pagar por estar sendo parceira da Ladybug, ao invés de estar apenas filmando as façanhas dela. Cara, seria muito legal se eu soubesse a identidade real da Ladybug.

Novamente, Trixx se colocou à frente de Alya, com o mesmo olhar kawaii de anime e as orelhas caídas.

(Alya): Ah não, com as minhas irmãs ainda dá para resistir, mas isso? Rrrrghhh, você é uma raposinha em miniatura e ainda inventa de fazer essa carinha de bichinho de pelúcia? Não tem como ficar de mal com você!

(Trixx, abraçando o rosto de Alya): Awwwwnnnn, eu te adoro, Alya!

(Alya): Às vezes eu fico me perguntando quem de nós é a parte madura da dupla.

(Trixx): Eu, é claro. Só que eu também sou a parte engraçada, sou um combo “2 em 1”, então agradeça por isso. Nem todos os heróis tem essa sorte.

(Alya): Hehehe, é claro. Sabe, você acabou de me dar uma ideia: já que não tenho ideias novas para colocar no Ladyblog, vou escrever sobre nós, ou melhor, sobre a Volpina!

(Trixx): Que legal, eu sempre quis ser famosa!

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No quarto das gêmeas Césaire, as duas garotinhas estavam brincando com suas bonecas, até que Ágnes notou algo na mão da irmã;

(Ágnes): Ágatha, o que é isso no seu dedo? É um anel?

(Ágatha): É sim. Não é bonito? Eu achei por aí. Olhe, ele tem o símbolo do Chat Noir, só que negro e com um contorno branco.

(Ágnes): Puxa, é bonito! Você deixa eu segurar um pouco?

(Ágatha): Nem vem, ele é meu, eu achei!

(Ágnes): Deixa de ser egoísta! Eu só quero dar uma olhadinha.

Ágnes se jogou na irmã, agarrando o pulso dela para pegar o anel, mas algo bizarro aconteceu: a mão de Ágatha onde estava o anel simplesmente desapareceu.

(Ágnes, assustada): Ágatha, cadê sua mão!

(Ágatha): Minha mão! Ela desapareceu!

Porém, no instante seguinte a mão de Ágatha reapareceu, totalmente normal.

(Ágnes): Sua mão... tinha ficado invisível!

(Ágatha): É mesmo... ei Ágnes, por que você não tenta fazer isso?

Ágnes seguiu o conselho da irmã e, curiosamente, deu certo. As duas ficaram maravilhadas: aquele era um anel capaz de deixar as pessoas (ou pelo menos parte delas) invisíveis!

(Ágatha): Só imagina o tanto de coisas que vamos poder fazer amanhã no colégio com isso!

(Ágnes): Mas por hora vamos manter segredo. Não queremos que a mamãe, o papai ou Alya descubram que temos isso ou vão tirar de nós.

(Ágatha): Minha nossa, eu nunca estive tão ansiosa para ir para a escola no dia seguinte!

(Ágnes): Vamos ir praticando um pouco mais até dominarmos esse truque.

E assim as duas garotinhas passaram o resto da noite praticando truques e brincadeiras com invisibilidade.


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Notas finais do capítulo

Rapaz, esse capítulo ficou ótimo em todos os sentidos! Deu um trabalhão escrevê-lo porque eu tive que sair revirando antigas pontas soltas que eu deixei ao longo da série Defensores de Paris e ir justificando elas. Acho que muitos de vocês devem ter ficado surpresos ao ver que ainda há membros ativos da Surveillance, não é mesmo? Agora as coisas vão se complicar para Masato, porque ao que tudo indica o Inuwashi quer a cabeça dele.

Eu fiquei analisando aqui uns arquivos meus e notei algo curioso: boa parte da história já foi feita. Só faltam mais três joias serem encontradas e mais o acerto de contas entre os heróis e os vilões. Mas calma, isso não será assim tão rápido, vocês ainda terão bons capítulos pela frente.

Ultimamente estou tendo mais tempo livre para escrever, então talvez eu acabe mandando mais capítulos com mais frequência. Fiquem ligados e até a próxima.



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