Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 17
Emboscada


Notas iniciais do capítulo

Charlotte e Masato trabalham para triangular informações acerca de qual pode ser o próximo alvo de Inuwashi, e passam a suspeitar que ele irá atacar Jacqueline Gagnon. Com isso, eles montam um plano para surpreenderem o vilão tão logo ele apareça para lutar com Ladybug.



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No dia seguinte, Diego já havia sido deixado em frente ao colégio. Ele estava conversando consigo mesmo, indagando consigo e com Tuggi o que faria assim que reencontrasse Chloé.

(Diego): Muito bem Tuggi, eu vou encontrar a Chloé e vou dizer “Chloé, me desculpe por tudo. Foi muito errado o que eu fiz, eu não devia ter te tratado de forma tão hostil. Você me perdoa? ”

(Tuggi): Taí um bom pedido de desculpas para você fazer para a Chloé. Falando nela, olhe lá.

Diego olhou para a direção indicada por Tuggi e viu a filha do prefeito parada, cabisbaixa, provavelmente remoendo tudo o que havia passado. Tal cena deixou Diego triste, mas ainda mais determinado em se reconciliar com a garota. Ele se aproximou e tocou o ombro dela amigavelmente.

(Diego): Ei Chloé, eu queria falar com você.

Chloé parecia um tanto envergonhada em encarar Diego depois de tudo o que aconteceu, e motivos para isso haviam de sobra.

(Chloé, ainda triste): O que você quer, Diego?

(Diego): Ah Chloé, você ainda tá triste, não é? Puxa, eu fui horrível naquele dia. Escuta, eu provavelmente não mereço isso, mas eu queria pedir que você me perdoasse.

(Chloé): Você... o quê?

(Diego): Chloé, você me desculpa pelo que eu fiz com você naquele dia? Por ter de destratado na frente de todo mundo?

Chloé não estava acostumada com aquela sensação, quer dizer, qual foi a última vez que alguém pediu desculpas para ela? Foi quando a Ladybug se desculpou depois do incidente da Antibug? Sim, e depois? A verdade é que antes ninguém se importava com ela por causa do jeito que ela tratava todo mundo, e inclusive quando alguém tratava ela mal todo mundo ao redor aplaudia, e agora alguém que a destratou, e inclusive arrancou aplausos de um monte de gente, estava pedindo perdão com a mais terna sinceridade.

(Chloé): Diego, eu não sei o que... CUIDADO!!!

Tudo aconteceu rápido demais: um vulto veio do nada, agarrou Diego pelo moletom e saiu voando até o topo do colégio, chamando a atenção de todos. O vulto tinha asas como as de águia, mas não era Inuwashi.

(Diego, morrendo de medo): J-J-Jacqueline?

(Jacqueline): Owwwn, que fófis, você lembrou da “filhinha de papai metida”!

Jacqueline largou Diego momentaneamente, fazendo-o balançar perigosamente para uma queda perigosa, depois o agarrou novamente, agora pelo seu cinto-Miraculous.

(Chloé, gritando): Jacqueline, isso não tem graça! Tira o Diego daí de cima agora mesmo!

(Jacqueline): E de onde você tirou que uma vingança tem que ser engraçada, Bourgeois? *se dirigindo ao Diego* E então, mexicano, não vai falar nada? Vai deixar aquela amiga da onça tomar as dores por você, que nem você tomou as dores daquela esfarrapada naquele dia? Hein? Responde que eu estou falando com você!

Diego não se atrevia a dizer uma única palavra. Estava morrendo de medo: seu cinto-miraculous estava se desafivelando cada vez mais, o que o forçou a se agarrar ao braço de sua agressora.

(Jacqueline): Tira a mão de mim, seu nojento! Minha manicure vale o que o seu pai ganha em um mês, ouviu bem?

Nesse momento, Marinette e Adrien haviam acabado de chegar no lugar e se surpreenderam ao ver tamanha aglomeração reunida olhando para o alto do prédio.

(Adrien): Lila, o que está acontecendo? Por que tem tanta gente aqui?

(Lila, chorando desesperada): A Jacqueline enlouqueceu! Ela vai jogar o Diego lá de cima do prédio!

(Adrien): Meu Deus! Marinette, temos que fazer alguma coisa rápido!

(Marinette): Tem razão! Vamos!

Os dois entraram para dentro do colégio, em busca de um lugar para se transformarem. O problema é que nesse meio tempo o cinto de Diego se desafivelou e o rapaz começou a despencar do alto do prédio do colégio, causando um surto de pânico em todo mundo, PRINCIPALMENTE nele mesmo. Tuggi, dentro do moletom do rapaz, demonstrava bastante medo, não pelo que poderia acontecer a ela, mas pelo que poderia acontecer a ele.

(Tuggi, quase chorando de tanto medo): Diego, eu não quero te perder!!!

(Diego, extremamente assustado): Não olha Tuggi, por favor fecha os olhos!!!

Antes do impacto, Queen Bee surgiu do nada e agarrou Diego, o que arrancou uma comemoração de muita gente mesmo, o que deixou Jacqueline bem aborrecida.

(Jacqueline): Porcaria, a única coisa com que eu fiquei foi esse cinto ridículo. Que seja, se eu puder tirar algo dele, já está de bom tamanho.

(Queen Bee, falando com o Diego): Diego, está tudo bem?

(Tuggi, muito sentida mesmo): Obrigada por salvar o meu amigo, Chloé! Obrigada, obrigada, obrigada!!!

(Diego): Chloé, a Jacqueline está com o meu Miraculous! Sem ele eu não posso virar o Chapolin Colorado!

(Queen Bee): Tudo bem, eu vou dar um jeito nisso!

(Ladybug, aparecendo de repente): Desculpe a demora, nós estamos aqui agora!

(Queen Bee): Ladybug, a Jacqueline está com o Miraculous do Diego, temos que recuperá-lo.

(Chat Noir): Eu vou distraí-la, tentem pegar o Miraculous o mais rápido possível!

O trio de heróis partiu para lutar contra Jacqueline, ainda com suas asas de águia abertas. Todos estavam de olho na cena, com alguns alunos (claro que a Alya era um deles), filmando tudo. Observando tudo do chão, Diego foi surpreendido por um abraço apertado de Lila, que ainda estava se recuperando do susto que havia tomado.

(Lila, abraçando Diego com força): Diego, eu fiquei tão preocupada com você! Quase morri de susto!

(Diego): Eu pensei que não fosse escapar daquela. Ainda bem que meu trabalho de super-herói é numa equipe.

(Lila): Diego, por favor, eu não quero que você vá para lá! Depois disso que aconteceu, eu não sei se...

(Diego, tentando acalmar a garota): Shhh, eu vou ficar bem. Meu Miraculous me dá o poder da não letalidade, nada vai acontecer comigo.

Alya ainda estava ansiosa em pegar o melhor ângulo para filmar sua heroína favorita, tanto que levou um tempinho para sentir umas cutucadas dentro do bolso de sua camisa.

(Trixx, cochichando): Alya, Alya, não acha que você está se esquecendo de algo mais importante do que filmar sua heroína favorita?

(Alya): Céus, é claro! Para que filmar uma luta quando eu posso ser uma das protagonistas? Trixx...

(Trixx): Aqui não, criatura! Quer que todo mundo veja sua identidade secreta?

Alya tratou de correr para um lugar escondido onde pudesse se transformar discretamente. Um pouco mais afastado dali outro alguém teve a mesma ideia.

(Wayzz): Tome cuidado mestre, Inuwashi pode aparecer a qualquer momento, então recupere a joia o mais rápido possível!

(Jacques): Recuperar coisas roubadas é o trabalho de um policial! Wayzz, erguer escudo!

Wayzz adentrou na pulseira de Jacques, emitindo um brilho esverdeado que o transformou no herói com temática de tartaruga.

Charlotte observava a cena atentamente do parapeito de um prédio vizinho, com um fuzil automático com mira de longo alcance em uma das mãos e um walkie-talkie na outra.

(Charlotte, falando no walkie-talkie): Masato? Masato? Responda homem! Está ocorrendo uma luta entre os heróis aqui no colégio François Dupont! Venha aqui o mais rápido possível!

(Masato): Charlotte, já estou em uma outra posição! Espera, eu estou vendo ele! Ele... *dsfahgsdjhgdsjfgsdhgf*

(Charlotte): Masato! MASATO!!!

No topo do prédio a luta continuava. Jacqueline usava suas asas como se fossem lâminas, e mesmo elas não sendo cortantes um impacto direto ainda doeria para caramba, sendo que inclusive quando elas eram bloqueadas pelo bastão de Chat Noir ainda eram fortes o suficiente para arrastá-lo um pouco para trás.

(Queen Bee): Como a gente vai recuperar o Miraculous do Diego dessa louca?

(Jacqueline): Vocês três são muito fracos! Acham mesmo que vão me vencer assim? Nem sequer estão tentando!

A arrogância da garota fez com que ela nem notasse o escudo girando em alta velocidade, levando um impacto direto nas costas. Jacqueline caiu de cara no chão e sem querer jogou o Miraculous do Gafanhoto Vermelho para o alto, que voou para as mãos de Ninja Turtle junto com o escudo.

(Chat Noir): Até que foi fácil.

(Volpina, reclamando com Ninja Turtle): Precisava ser tão aloprado? Quer quebrar as costas da garota?

(Ninja Turtle): Ela tem aquelas asas para amortecerem o impacto.

(Jacqueline, furiosa): Minha maquiagem demora um tempão para ficar pronta e você estragou ela!

(Ninja Turtle, vendo o rosto todo borrado de Jacqueline): Bwahahahahaha!!! Olha só, tá parecendo uma louca.

Jacqueline voou tão rápido que ninguém teve tempo de reagir, então empurrou Ninja Turtle do telhado do prédio.

(Volpina, assustada): Ninja Turtle!

(Jacqueline, aparecendo do nada na frente da Volpina): Não tão rápido, raposinha!

Jacqueline surpreendeu com um soco na barriga de Alya e outro no queixo dela. Ladybug pegou o ioiô e enroscou na asa direita da garota e a jogou para o lado. Jacqueline caiu de mal jeito e “fraturou” a asa, que desapareceu junto com a outra.

(Queen Bee): Ela perdeu as asas! É a nossa chance!

Queen Bee jogou seu pião, porém Jacqueline regenerou suas asas com bastante rapidez, avançando contra a heroína abelha. Com sua asa direita ela desviou o “projétil” e com a esquerda ela esbofeteou Queen Bee. Volpina e Chat Noir avançaram, respectivamente, com sua flauta e bastão. Os impactos acertaram diretamente a garota, que caiu no chão, mas se levantou rapidamente e se agarrou à Ladybug, derrubando-a. Jacqueline começou a estapear a heroína pintada como uma típica patricinha.

(Jacqueline): Por que raios você está estragando minha vingança, Ladybug? Aquele moleque tem que pagar por ter me humilhado daquela maneira!

(Chat Noir, agarrando Jacqueline): Já chega, garota! Você vai devolver esse brinco e parar de ficar bancando a águia! Já temos águias problemáticas o suficiente em Paris.

Foi preciso Chat Noir, Queen Bee e Volpina para imobilizar a garota histérica. Ladybug, já de pé, chegou perto para tirar a Pérola do Sol, mas a tal “águia problemática”, de quem Chat Noir fez piada antes, apareceu bruscamente pelas costas da heroína de sua forma característica: aterrissando com tanta força que o chão abaixo dele rachou.

Todos os lutadores ficaram muito assustados com a aparição repentina de Inuwashi no campo de batalha. Todos estavam suando frio e paralisados, até que Inuwashi quebrou aquele clima de suspense agarrando Ladybug pela cabeça e jogando-a para o lado.

(Inuwashi): Eu fico com isso!

Inuwashi pegou a joia para si, mas Chat Noir e Volpina bateram com suas armas no elmo do vilão, fazendo-o largar a joia, que foi perdida em algum lugar por cima do prédio do colégio François Dupont.

— Não se esqueçam da gente!

Ninja Turtle e Chapolin Colorado apareceram do nada, com o herói verde parando em frente ao vilão e o herói vermelho pousando atrás. Os dois começaram a surrar o cara bem ao estilo Guerra Civil, com direito a combo de troca de armas e tudo mais. Lógico que Inuwashi não ficou parado sem reagir: numa brecha, ele agarrou Ninja Turtle e o jogou contra o Chapolin Colorado. Ladybug, já recuperada, jogou o ioiô para se enrolar no pulso do vilão. Antes que Inuwashi cuidasse de Ladybug, acabou levando umas rajadas curtas de fuzil no peito. Os disparos vieram de Charlotte, Roger e mais três policiais, todos equipados com fuzis. Inuwashi se livrou do ioiô e voou para o lugar de onde dispararam, sem se importar com os heróis o seguindo.

(Roger): Onde raios está o Masato?

(Charlotte): Eu não sei! O homem ficou de cobrir uma posição, daí ele disse que viu o elemento e então ouvi só estática.

(Policial): Inimigo bem acima de nós!

Aterrissando de sua forma característica no parapeito onde estavam os cinco policiais, Inuwashi partiu para o ataque: agarrou três e os jogou para uma queda mortal, forçando os heróis a pararem para salvá-los. Roger se jogou sobre Charlotte para protege-la, então sacou uma escopeta para atirar na cara do vilão, mas o reflexo para atirar rápido falou mais alto que a mira precisa e ele acertou a asa esquerda, abrindo um buraco. Inuwashi deu um murro no capitão da polícia que o fez rolar para o lado, depois sacou sua espada e se preparou para matar Charlotte.

Mesmo temendo por sua própria vida, Charlotte não conseguia tirar os olhos do guerreiro. O treinamento que ela recebera por anos de policial fazia com que ela nunca tirasse os olhos de seus atacantes, por maior que fosse o medo. Por não mais que um segundo, Inuwashi pareceu hesitar, e isso foi o suficiente para que Chat Noir desse um murro no rosto dele.

Inuwashi sentiu o impacto, mas isso não foi o suficiente para afetá-lo, parecia até que Chat Noir tinha tentado machucar a mão de propósito socando-lhe o elmo dourado. Porém o herói felino abriu um largo e debochado sorriso antes de pronunciar a palavra mágica:

(Chat Noir): IGNIÇÃO!!!

Uma tremenda explosão atingiu o rosto de Inuwashi, estourando a metade esquerda de seu elmo. O vilão cambaleou, escorregou e caiu do parapeito. Sua asa danificada o impediu de voar e ele se estatelou no asfalto. Os heróis pularam para o lugar onde Inuwashi estava, o vilão estava tapando a metade descoberta de seu rosto com a mão esquerda e segurando a pérola do coração com a mão direita, que emitia um leve brilho rosado. Era possível ver que, mesmo com a mão cobrindo, o rosto dele sangrava por conta dos estilhaços que lhe cortaram a face, porém a pérola do coração estava regenerando-o.

Inuwashi estava tendo uma dor de cabeça inimaginável enfrentando os heróis. Tantas batalhas e pelo visto os jovens estavam evoluindo. Subestimá-los foi um erro, e agora Inuwashi estava pagando caro. O vilão não tinha intenção de continuar naquela luta sem sentido, então se lembrou de que quando tentou agarrar a joia de Jacqueline, acabou levando um golpe e a deixou cair no terraço do colégio François Dupont. O plano agora era claro: ia voltar àquele prédio, recuperar a joia e sumir o mais rápido possível.

Dito e feito, e Inuwashi não acreditou na sorte que teve: quando voltou ao terraço do François Dupont, Jacqueline tinha acabado de achar a joia depois de um tempão procurando (quando qualquer pessoa com meio cérebro teria procurado um lugar para se esconder).

(Jacqueline, segurando a joia): Minhas belas asas de volta!

(Queen Bee): Jacqueline, cuidado!

Jacqueline soltou um grito quando viu o vilão avançando para cima dela. Usando suas pernas e asas combinadas, Inuwashi estava tão rápido que nem a prodígia nem os heróis eram rápidos o suficiente para detê-lo, até que um dardo, em formato de pena de pavão apareceu de repente, sendo atirado contra o rosto do vilão. Se Inuwashi não tivesse agarrado o dardo com agilidade suficiente, a arma teria entrado pelo orifício dos olhos do elmo e penetrado sua órbita.

(Quee Bee): Le Paon!

(Le Paon): Você não vai chegar perto dessa garota, Inuwashi!

(Inuwashi): Não se intrometa no meu caminho, Le Paon!

Inuwashi pegou sua espada e atacou, com Le Paon bloqueando o golpe com seu leque.

(Le Paon): Não perderei meu tempo lutando com vocês. CONTENÇÃO!!!

Um brilho poderoso saiu da lâmina de Inuwashi, ofuscando o vilão e mais os heróis logo atrás dele. Quando o brilho desapareceu, Le Paon e Jacqueline também haviam sumido. O vilão ficou furioso, e sua fúria piorou ao ouvir seu Miraculous apitar, junto com o de seus inimigos.

(Inuwashi): Isso ainda não acabou! Na próxima vez eu terei a vitória e vocês pagarão muito caro por isso!

Com Inuwashi indo embora, os heróis começaram a se separar.

(Ladybug): Volpina, Ninja Turtle, temos que nos separar agora. Nossas identidades secretas precisam ficar em segredo, até mesmo de nossos parceiros.

(Ninja Turtle): Falou, a gente se vê por aí.

Todos os heróis se dispersaram, com exceção de Chloé e Diego, eles ainda tinham alguns assuntos pendentes para tratar. Ambos ficaram num silêncio constrangedor até que suas transformações se desfizeram. Seus kwamis ficaram empurrando os dois e fazendo vários gestos (cômicos e exagerados, por sinal) para que ambos conversassem e desabafassem um com o outro. Diego cedeu aos apelos de Tuggi e acabou tomando a iniciativa.

(Diego): Então... será que agora que nossas transformações se desfizeram... eles vão mandar bombeiros para nos tirar daqui?

(Chloé): Não Diego, o terraço tem uma porta para descermos.

Tuggi deu um tapa na própria cara com a palermeira do seu amigo humano e deu um chute na orelha dele.

(Diego): Ai! Por que você fez isso Tuggi?

(Tuggi): Vai lá falar com ela o que você queria dizer!

(Chloé): O que o Diego queria dizer?

(Diego): Eu queria... pedir desculpas por... bem, você sabe, por ter sido um tremendo cretino por você.

(Chloé): Não Diego, você tinha razão em agir daquele jeito. Eu fui covarde perante tudo o que a Jacqueline estava fazendo. Eu mereci aquele choque de realidade que você me deu.

(Diego): Ei, não diga isso! Eu fiquei me sentindo muito mal por ter te tratado daquele jeito! Pare de achar que você merece ser destratada só por causa de coisas que aconteceram no passado.

(Chloé, levemente corada): O-Obrigada, Diego.

(Diego, meio cabisbaixo): Então... você me perdoa?

(Chloé, abraçando Diego): É claro que eu te perdoo. Afinal, não sou sua amiga?

(Diego): Sim, você é, e uma boa amiga por sinal.

(Chloé): Incrível como eu cometi um monte de erros, não é? E parece que ainda pago por eles.

(Diego): Eu também cometi e cometo um monte de erros, é assim que aprendemos a viver.

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Um pouco afastado dali, Le Paon havia levado Jacqueline para um lugar seguro, obviamente contra a vontade da riquinha mimada. As duas estavam em um beco, não muito longe do colégio François Dupont.

(Jacqueline): Me larga sua velha! Quer que eu chame a polícia?

(Le Paon): Quando a polícia chegar, eu já terei ido embora. A polícia não vai te proteger de Inuwashi, devia saber disso.

(Jacqueline): Quem é esse “Inuwashi”? É aquele cara que tentou pegar meu brinco?

(Le Paon): Exatamente. Esse brinco que você tem concede poderes àqueles que o usam, e Inuwashi quer esses poderes, por isso ele lhe atacou.

(Jacqueline): E suponho que você também quer esses poderes?

(Le Paon): De certa forma, sim, mas não pense que eu vou toma-los de você. Ao contrário, eu vou ensiná-la a usá-los corretamente.

(Jacqueline): Pfff, eu consegui enfrentar a Ladybug e os parceiros dela! Por que você acha que eu ainda não sei lidar com esses poderes?

(Le Paon): Por que você não sabe que esses poderes trazem efeitos colaterais. Eu já vi isso acontecer: primeiro um veterano de guerra que começou a envelhecer aceleradamente, depois um garoto que ficou com tendinite e outro que ficou com o braço cheio de queimaduras de gelo. Quem sabe o que pode acontecer com você?

(Jacqueline, meio assustada): V-Você está dizendo essas coisas só para me assustar e pegar meu brinco.

(Le Paon): Francamente, eu dei um jeito de ludibriar um guerreiro que deu um trabalhão pra Ladybug e os parceiros dela. Acha mesmo que eu tenho que te ludibriar para pegar seu brinco? Se eu quisesse ficar com ele, eu já o teria pego.

(Jacqueline): Então me explica logo o que raios você quer?

Le Paon intrigava Jacqueline. A postura da “anti-vilã” mascarada ao mesmo tempo produzia na garota uma vontade imensa de fugir para se proteger e, ao mesmo tempo, uma vontade imensa de conversar com ela e buscar saber mais detalhes, de forma que a curiosidade acabava superando o medo.

(Le Paon): Eu quero que você jure lealdade a mim, e em troca eu lhe ajudarei com esses novos poderes e impedirei que a Ladybug, o Inuwashi e seja lá quem for tente tirá-los de você!

Aquele parecia um bom negócio para Jacqueline, afinal, ela ganharia novos poderes, aperfeiçoaria o uso deles e, de quebra, ainda teria uma espécie de guarda-costas que a treinaria, inclusive isso poderia ajuda-la em sua vingança contra o garoto que lhe tirou a melhor amiga.

(Jacqueline): Negócio fechado.

(Le Paon, sorrindo): Fico feliz em ouvir isso. Só um aviso: não conte a ninguém que agora você é minha aliada, e evite usar seus poderes por enquanto, para não atrair atenção indesejada. Quando chegar a hora certa, você usará e abusará deles.

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O resto do dia correu normalmente no colégio François Dupont, com Jacqueline obviamente evitando comentar qualquer coisa sobre o que tinha acontecido e Chloé feliz por ter se reconciliado com Diego. Um pouco longe dali, porém, as coisas não estavam tão felizes: no hospital de Paris, Roger estava internado por causa do golpe que Inuwashi deu nele. Embora a situação não fosse tão grave quanto poderia ter sido, ele ainda precisou fazer um curativo e tanto na fronte golpeada pelo vilão.

(Camille Broussard): Charlotte, ainda bem que você foi rápida em trazer o capitão Raincomprix para cá. Embora um ferimento no supercílio não seja tão grave quanto parece, ainda sangra muito.

(Charlotte, preocupada): Ele vai ficar bem, doutora?

(Camille Broussard): É claro que vai. Eu só tenho que terminar essa sutura e ele vai ficar novinho em folha.

Os minutos foram passando e Camille terminou a sutura e o curativo, o que deixou Charlotte bem aliviada. A comissária e o capitão da polícia então saíram do hospital e voltaram para a viatura que Charlotte tinha usado para trazer Roger.

(Roger): Vamos voltar para a delegacia.

(Charlotte): Está brincando? Depois daquele criminoso ter te ferido desse jeito? Não senhor, você vai para casa, eu assumo daqui para frente.

(Roger): Mas Charlotte, eu ainda posso continuar o trabalho, eu só...

(Charlotte): “Só” nada, Roger. Eu sou sua superior e estou te dando uma ordem direta: você vai ficar em repouso até se recuperar deste ferimento!

(Roger): *suspiro* Está bem.

Charlotte então dirigiu até o endereço indicado por Roger e o deixou ali, mas não sem antes se despedir dele.

(Charlotte): Obrigada por me salvar naquela hora, Roger... espero que você melhore rápido.

(Roger): Ei, você já me salvou outras vezes. Ainda estou em dívida, então creio que tenho que continuar te protegendo, afinal, você não só é minha superior como também é minha amiga.

Aquelas palavras de Roger a fizeram se lembrar de Achille, seu finado esposo. Desde a morte dele Charlotte foi obrigada a se revestir com uma espécie de couraça emocional, se obrigando a ser um porto seguro para todos, salvando a todos. Quando alguém a fazia se sentir... vulnerável, salvando-lhe a pele, ela só lembrava de Achille, e aquilo fazia seu coração acelerar de uma hora para outra e as bochechas esquentarem. E Roger era um bom amigo, que sempre a havia ajudado nas horas mais críticas, seja em meio a um tiroteio, seja como um ombro consolador.

Não, ela não podia ficar alimentando esse tipo de sentimento outra vez. Ela era uma policial, uma soldada da lei. Deveria se manter fria e rígida para que sua mera aparição fizesse gelar a espinha do mais destemido dos criminosos. Tais sentimentos não deviam ocupar sua mente, por mais que ela sentisse falta de ser amada de novo.

Por mais que ela tivesse vontade de parar de ser só uma simples soldada da lei e voltar a ser uma mulher com sentimentos ocultos, esperando apenas pela pessoa certa para desabrocharem como uma flor ao encontrar o beija-flor.

Sacudindo a cabeça para dissipar a sensação de calor em suas bochechas, a comissária de polícia terminou de se despedir de seu parceiro e voltou para a delegacia. Chegando lá, encontrou Masato e mais dois soldados, todos com alguns cortes, escoriações e pequenos hematomas espalhados pelo corpo.

(Charlotte): Masato, você...

(Masato, surpreso): Charlotte, que surpresa maravilhosa encontrar você! Escute, eu sinto muito, eu fiquei sabendo do que o homem-águia fez com você. De alguma forma, ele encontrou minha posição e me atacou primeiro, por muito pouco eu escapei.

(Charlotte): Você está ferido.

(Masato): São só uns arranhões, eu estou bem. Você está ferida?

(Charlotte): N-Não, eu estou bem. Da próxima vez nós vamos pegá-lo.

(Masato): Não Charlotte, não vai haver uma próxima vez. Se ele aparecer posteriormente, mande a tropa de choque cuidar disso, mas você não vai.

(Charlotte): Mas Masato, nós não podemos...

(Masato): Escute Charlotte, eu olhei para aquele sujeito olho no olho! Ele é terrível, cada aspecto da aparência dele é a mais pura demonstração de força! Você olha para aquele homem e se sente paralisado, às vezes parecendo que sua vida inteira vai passar diante dos seus olhos.

Charlotte ficou espantada com as palavras de Masato. O que ele havia descrito eram exatamente as mesmas sensações que ela sentira quando Inuwashi ergueu a espada contra ela. Com certeza ele havia passado pelo mesmo que ela passou, e só Deus sabia como ele escapou com ferimentos tão leves. Antes que Charlotte começasse a falar, porém, Masato continuou falando, agora dando um abraço apertado nela:

(Masato): Eu fiquei tão preocupado quando soube que ele havia te atacado. Por favor, Charlotte, não vá mais querer enfrentar aquele sujeito. Ele é o meu caso, minha investigação, e a última coisa que eu quero é que você saia machucada no processo.

De novo, aquela mesma sensação começou a cutucar Charlotte. O mesmo sentimento que ela sentiu ao conversar mais cedo com Roger ela sentia agora, conversando com Masato. Parecia que aquela couraça emocional que ela passou anos construindo ao redor de seu coração estava se estilhaçando. Seu íntimo ansiava por novamente se envolver com alguém. Compartilhar sentimentos, amar e ser amada.

O dia mal havia começado e Charlotte já havia vivido emoções suficientes para todo o resto do dia. Espantando aqueles pensamentos incômodos de sua cabeça, ela voltou com Masato para dentro da delegacia, para continuar a investigação.


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Notas finais do capítulo

Vocês provavelmente já devem ter percebido o que eu estou fazendo: estou criando um joguinho psicológico: Charlotte passou por muita coisa nessa série, e ela sente meio que uma necessidade de se abrir novamente com alguém, criar um vínculo... digamos, se apaixonar novamente, mas ela está indecisa não entre dois homens, mas entre esse seu desejo e o seu senso de dever. Ela não quer voltar a ficar "vulnerável", como na época de Achille. Ela sente que deve continuar sendo sisuda e fria, para que ela continue sendo uma grande policial e não se machuque outra vez.

Ótimas notícias para os fãs de Miraculous: foi anunciado no Gloob que a nova temporada estreará dia 3 de novembro, às 20:00 (no horário de verão). E os lançamentos não param por aí: no final desse ano, eu pretendo trazer mais duas fanfics, uma baseada em um desenho de grande sucesso da Cartoon Network e outra com um enredo 100% ORIGINAL. Sim, é isso mesmo: um universo inteiro inventado por mim. Trarei mais notícias à medida que for se aproximando o prazo.

Espero que tenham gostado de mais esse capítulo. Creio que a história já está numa faixa de 40-50% de conclusão, então ainda restam muitas surpresas. Caso tenham alguma crítica construtiva, sugestão, etc. não sejam tímidos, podem mandar brasa. Eu estou sempre disposto a melhorar e trazer uma história incrível para vocês.

Por enquanto é só, até a próxima.



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