Back to Home escrita por Ana


Capítulo 20
Pequena Vingança


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha dito que nesse capítulo teríamos um momento familiar, mas eu me enganei, esse momento vai acontecer no 21, que é o da semana que vem, mas o que vai acontecer em Pequena Vingança vai ser precursor desse momento.
Tenham todas uma boa leitura.
Perdoem os erros que passam despercebidos.
Nos vemos nas notas finais.



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De folga, Emma foi buscar as meninas na escola, Regina estava preparando uma aula para os internos do primeiro ano e estaria de plantão a noite, então as garotas dormiriam com Emma e ficariam o dia seguinte com ela.

Quando chegou na escola, em vez de esperar no pátio como de costume, subiu para o pavilhão das salas do terceiro ano, os alunos organizavam as suas mochilas quando chegou a porta.

Luíza foi a primeira a vê-la.

— Oi. — disse para a filha.

— Vamos para casa. — pediu.

— Vou só conversar com a professora de vocês e desço daqui a pouco. Me espera naquele banquinho de sempre, tá bom?

Luíza saiu seguindo junto com os alunos que saiam das outras salas que desciam em direção ao pátio no térreo.

Quando Luna terminou de guardar as suas coisas na mochila, passou direto por a mãe na porta, por a conversa que tinha tido com a sua outra mãe, já sabia porque Emma tinha subido.

— Me espera naquele banco, heim. — falou quando Luna passou por ela.

— Olá Sra ... — dizia Jasmine quando se deteve no sobrenome de Emma, não tinha certeza sobre qual usar.

— Hoje só Swan.

— Ah claro, Sra. Swan.

— A Regina me contou da conversa que tiveram ontem sobre a Luna. Conversamos com ela e eu queria saber como ela foi hoje.

— Bom, de fato ela conversou bem menos e fez todas as atividades, mas senti ela um pouco aborrecida. Não ficou com a Luíza e com as outras crianças que são com quem ela costuma sentar, sentou com outros alunos. Talvez seja bom, ela é nova e está se enturmando com os o restante da turma.

— Talvez. — disse sorrindo educadamente para a professora. Conhecia a filha o suficiente para saber que aquilo não passava de birra, mas ao menos não tinha recebido mais reclamações, queria dizer que o que Regina tinha conversado com Luna tinha surtido efeito. Ficava feliz que Luna estivesse respeitando as ordens dela.

Quando chegaram em casa, Luna e Luíza pouco falaram até o almoço, o que não passou despercebido por Emma, que acreditou que fosse consequência da discussão e do castigo.

Luíza almoçava com a mãe, a irmã e os avós, quando largando os talheres disse: — Eu quero ir para casa.

— O que, Luíza? — Emma perguntou.

— Quero ir para casa! — falou afastando a cadeira para longe da mesa.

Emma olhou para os pais em busca de ajuda.

— Mas você está em casa, princesa. — David disse.

— Eu quero ir para minha casa, eu quero a minha mãe. — disse saindo da cozinha e indo para a sala.

— Vem cá, vamos conversar. — Emma falou indo atrás e pegando na mão de Luíza, que a puxou imediatamente.

— Me leva para casa, por favor. — disse com os olhos cheios de lágrimas. — Eu quero a minha mãe.

— Você está chateada comigo porque fui eu quem disse que vocês estavam de castigo, foi isso? — perguntou se agachando e ficando na altura da fila.

— Eu quero ir embora, não quero ficar aqui. Eu quero a minha mãe.

— Olha, eu não vou brigar com você, você pode conversar comigo, me conta o que aconteceu, filha? — mas Luíza não disse uma palavra — A Regina está ocupada, por isso que vocês estão aqui comigo hoje.

— Mas eu quero ficar com ela, quero ir para casa. — insistiu.

— Tudo bem, se é o que você quer, eu levo você.

— Está tudo bem? — Mary perguntou entrando na sala.

— Ela não quer falar comigo, não quer me dizer o que aconteceu, e eu não posso forçar ela a isso. — disse baixo próximo a mãe, que assentiu.

— Você não quer falar para vovó o que foi?

— Eu quero a minha mãe, quero ir para casa, vó.

Mary olhou com complacência para filha. Emma lutava todos os dias para construir uma relação com Luíza, e vê-la tão enfática ao exigir a presença de Regina, fazia com que parecessem que vários passos haviam sidos dados para trás.

— Tudo bem, vou pegar a sua mochila e a gente vai, tá bom? Fica de olho na Luna, que ainda está de castigo. — Emma disse à Mary.

Enquanto estavam no carro, Luíza não disse uma palavra, e Emma também não insistiu, não queria irritá-la ainda mais.

Ao tocar a campainha da casa, a noite em que perdeu o controle a atingiu em cheio, as palavras ditas por Regina flutuavam em sua cabeça, mesmo estando de dia, podia sentir o frio cortante em seus braços daquela noite, os gritos de Regina e o desespero crescente quando foi posta para fora.

Foi arrancada dos seus pensamentos quando a porta foi aberta.

Regina não teve nem tempo de dizer “oi”, assim que abriu a porta, um minitornado loiro passou por ela correndo e subiu as escadas.

— Achei que elas fossem ficar com você. Onde está a Luna? — perguntou olhando por sobre o ombro de Emma procurando a outra filha.

— A Luna ficou em casa, está com os meus pais. Só a Luíza veio, do nada ela começou a dizer que queria vir para casa e que queria você, então eu trouxe ela.

— Como assim do nada? O que aconteceu? O que foi que você fez, Emma? Mas e quanto a tudo que conversamos ontem, para onde foi?

— Ei, calma, eu não fiz nada, você sabe que eu não faria nada que magoasse ela.

— Então o que aconteceu?

— Eu não sei, juro. Quando peguei elas na escola, falei com a professora sobre a Luna, sobre o comportamento dela, e só. A professora não me disse nada mais que isso, ela não disse nada sobre a Luíza. Eu não fiz nada, mas ela não quis conversar comigo, e eu entendo, eu não ia força a Luíza a me dizer algo, isso nunca. Por motivos óbvios, eu entendo que ela se sente mais confortável com você.

— Elas brigaram de novo lá na sua casa?

— Também não.

— Eu vou conversar com ela.

— Quando descobrir o que aconteceu, me liga, por favor

— ... Tudo bem. E a Luna, ela não falou sobre nada?

— Não, ela está irritada por não estar podendo ver TV, só isso.

— Sei. Bom, eu vou subir para conversar com ela e descobrir o que aconteceu.

— Não deixa de me avisar, por favor.

— Eu ligo quando souber.

— Obrigado.

Quando subiu para o quarto de Luíza, a cena que viu fez com que seu coração ficasse apertado. Deitada de bruços na cama e com o rosto enfiado no travesseiro, Luíza chorava ao ponto de soluços fazerem todo o seu corpo tremer. A última vez em que viu a filha magoada daquela maneira, a culpa tinha sido do abandono de Emma, e que mesmo dizendo que não tinha feito nada, Regina duvidava um pouco disso.

— Filha — disse se sentando na cama e afagando as costas de Luíza — Conta para mamãe o que aconteceu. — Luíza negou com a cabeça — Lu, por favor, detesto ver você assim, filha.

Ainda deitada, Luíza virou a cabeça expondo o seu rosto, a pele muito alva estava corada devido ao choro, enquanto as lágrimas rolavam percorrendo o seu rosto até findarem no queixo.

— Foi a Luna.

— A Luna?

— Uhum.

Ver a filha magoada desmontava Regina por inteira, tornando-a capaz de avançar sobre qualquer um que deixasse Luíza daquele jeito, mas sabendo que a sua outra filha era a responsável por aquilo, tinha chegado a sua vez de aprender a lidar.

— Foi por causa do vídeo game e do castigo?

— Não.

— O que aconteceu então?

— Ela falou para o Roland que eu ainda dormia com a luz acesa, e ele, a Luna e os outros meninos ficaram rindo de mim e me chamando de medrosa e de bebê chorão durante todo o intervalo.

— Senta aqui. — disse ajudando Luíza a levantar e sentando ela do seu lado na cama — E você ficou chateada porque a Luna contou para esse menino ou porque implicaram com você? — Luíza não respondeu — Esse Roland, você gosta dele, é isso? — perguntou procurando entender o motivo da filha dar tanta importância a brincadeira de um menino qualquer.

Luíza fez que sim com a cabeça.

— A professora não viu isso, Luíza? Não viu eles mexendo com você?

— Eles não fizeram na frente dela.

— A brincadeira que eles fizeram com você foi muito chata e de muito mau gosto, você tem todo o direito de ficar chateada, mas se ele acha que dormir com a luz acesa é coisa de bebê, ele não merece você. — Regina esperava não precisar lidar com essa situação nem tão cedo, mas como ela estava acontecendo, procurou agir da melhor forma possível. — E você nem dorme com a luz acesa, é só uma luminária, e sabe o que eu acho? Que ele quer ter uma igual, por isso que ele disse aquilo, por inveja.

O que Regina dizia não surtia efeito sobre Luíza, que continuava chorando e cabisbaixa.

— Você está magoada com a Luna.

Luíza assentiu.

— Às vezes a gente faz algumas coisas e não faz ideia do efeito que vai causar nas outras pessoas, mas que no final acaba magoando alguém. Talvez isso que tenha acontecido com a Luna, acho que ela não queria magoar você.

— Ela não quer ser a minha irmã, mamãe.

— Mas é claro que ela quer, meu amor.

— Não, não quer não, irmã não faz isso, e ela só veio para roubar de mim os meus avós, os meus tios e as minhas coisas! — disse contrariada.

— É assim que você se sente em relação a Luna? Você acha que ela veio para pegar tudo o que é seu?

— É, e ela também quer tirar você de mim, ela fica sentando do seu ludo, abraçando você...

— Meu amor — suspirou — Olha, os seus avós e os seus tios amam vocês igual, o meu amor é dado a vocês de forma igual, sou mãe das duas, não precisa ter ciúmes da Luna comigo, e nem com ninguém da família. Talvez, no início, pareceu que dávamos mais atenção a ela, mas isso aconteceu porque faziam anos que nenhum de nós via a Luna, a nós sentimos saudades, mas isso nunca quis dizer que eu amava mais ela do que você, até mesmo a Emma ama vocês da mesma forma. E se algum dia eu fiz alguma coisa que deu a entender que eu gostava mais de uma do que da outra, não foi por querer, não foi por mal. Você pode me desculpar?

— Desculpo, mas a Luna não.

— Você sabe que eu sou mais velha do que a tia Zelena, e quando ela nasceu, eu tive que dividir tudo com ela, inclusive todos os meus brinquedos, e eu não gostei, eu detestei, porque a Zelena quebrava tudo que era meu, arrancava a cabeças minhas bonecas, furava as minhas bolas toda vez que íamos brincar no jardim, dizia para nossa mãe que eu tinha feito coisas que na verdade eu não tinha feito, e sempre estragava os meus livros, rasgava eles, sujava com comida, molhava... A Zelena era um terror, e eu até pedi para o meu pai devolver ela, eu queria voltar a ser filha única e não queria mais ter irmã. Quando ela aprontava eu só conseguia pensar em momentos ruins e esquecia de todos os momentos bons, a gente brincava muito, corríamos por todo o jardim brincando com o Pongo, um cachorro que a gente tinha quando éramos crianças, brincávamos de sermos bruxas e que tínhamos poderes, nos divertíamos muito, e a medida que fomos crescendo, esses momentos bons foram prevalecendo, além de irmãs, nos tornamos amigas.

— É por isso que ela mora com a gente?

— Exatamente, e ela me ajudou muito, me dá força quando eu preciso, fica comigo quando eu estou triste, e desde que você era pequeninha, ela me ajuda com você. Eu sei que a Luna fez algo muito ruim para você hoje e que te deixou muito triste, mas pensa nos momentos bons que vocês já tiveram enquanto brincavam, e ainda vão ter muito, muito mais. Ter irmão é assim, um dia a gente briga, no outro tá brincando de novo, e sempre, sempre vai ter um que é mais bagunceiro e o outro que é mais organizado.

— A Luna é a mais bagunceira. — disse com um leve sorriso brotando nos lábios.

— Me parece que sim.

— Alô, Emma? — a voz de Regina soou baixa do outro lado da linha.

— Oi, como ela está?

— Ela chorou, chorou bastante, mas eu conversei com ela e depois o cansaço foi maior, ela acabou dormindo. Eu tô aqui deitada com ela.

— O que aconteceu para deixar ela desse jeito? Foi realmente algo que eu fiz?

— Não, não foi nada com você. Emma, nós precisamos conversar com a Luna, de novo.

— Luna, vem aqui. — Emma chamou a filha do topo da escada.

Luna estava sentada no sofá da sala com o avô, enquanto o mesmo lia um livro de romance policial.

— Vou já, mamãe.

— Agora, Luna!

— É melhor você obedecer a sua mãe. — David falou para neta, que subiu as escadas pisando forte e fazendo o máximo de barulho possível que conseguia com os pés.

— Senta aqui. — Emma disse indicando a cama quando entraram no quarto, mas Luna se manteve em pé encarando a mãe — Luna Swan Mills, você vai sentar aqui e agora, e vai me ouvir sem dar nenhum pio. — vendo que a mãe falava sério, sentou na cama com a cara fechada. Emma puxou a cadeira da penteadeira sentou de frente para ela.

— Quando eu cheguei, depois de ter ido deixar a Luíza, eu perguntei a você se você sabia o motivo da sua irmã estar daquele jeito, e você olhou para mim e disse que não sabia. Você mentiu olhando nos meus olhos, Luna.

— Mãe...

— Luna! A sua irmã estava daquele jeito por sua causa, por causa de algo que você tinha feito, você magoou a sua irmã, e o pior, fez de propósito, porque eu sei que você só fez isso por causa daquele brinquedo e porque nós te deixamos de castigo.

— Mas ela quebrou o meu vídeo game e eu ainda fiquei de castigo! — falou por entre dentes.

— Chega, você não ouviu o que a sua mãe disse ontem, que não importa quem fez o que? As duas quebram brigando, por isso que as duas ficaram de castigo. Porque você fez isso com a sua irmã, me diz? Foi só para se vingar? Onde você aprendeu isso Luna? — a menina se manteve em silêncio — Tubo bem você ficar chateada por brigarmos com você, é normal, a gente se chateia mesmo quando é contrariado, mas descontar na sua irmã fazendo fofoca e incentivar os outros a tirarem sarro dela só para magoar a Luíza, isso não é normal, é maldade e não é certo. Você é muito nova para já estar se comportando desse jeito. Em um só dia você machucou a sua irmã deixando ela muito triste e mentiu para mim, me deixando mais triste ainda.

Emma mantinha um tom severo em sua voz, um que nunca usou para falar com Luna, e que assustava um pouco a menina.

— Eu nunca, nunca fui de estar brigando com você, e olha que não foi por falta de motivo, porque o tanto que você apronta... Mas eu me sentia culpada. Me sentia culpada por ter ido trabalhar em outro estado e ter separado você da sua mãe e da sua irmã, e fui fazendo todas as vontades, te dando tudo e deixando você fazer tudo que queria, e só hoje eu vejo o quanto foi errado fazer isso.

— Não quero mais ficar aqui, eu quero voltar para casa! — Luna gritou cruzando os braços.

— Eu sei que não está sendo fácil voltar e se adaptar a tudo isso, sei que você está tendo dificuldades, mas lá não era a nossa casa, Luna, nunca foi. A nossa casa é aqui, com todos os seus avós, com os seus tios, com a sua irmã e com a sua mãe.

— Por isso que a gente voltou, porque você queria ficar com a Luíza, porque você gostava mais dela do que de mim! Porque você não levou ela e me deixou aqui, heim? Quero voltar para Washington, estou com saudades de lá.

— Não diga isso Luna, isso não é verdade, e você não sente falta de lá, você sente falta da atenção exclusiva. Quando estávamos em Washington toda a minha atenção era voltada para você, e você sente falta é dela, dessa atenção, porque tinha todos os brinquedos só para você e todas as suas vontades atendidas. Você está se sentindo deixada de lado, e eu sei disso porque também me senti assim quando chegamos, mas pensa comigo, olha o tanto de gente que nós temos aqui, você realmente acha que durante todo o tempo as pessoas só dão atenção a Luíza? Aqui tem espaço e amor para todo mundo, e mesmo se fosse só eu, amaria vocês de formas iguais, da mesma forma que amo agora. Vocês são minhas filhas, e eu amo vocês duas, vocês fazem parte de quem eu sou, sem uma de vocês eu sou incompleta, e fui durante muito tempo. Você está entendo, Luna? Entendeu o que eu falei? — Luna fez que sim com a cabeça. — Apesar de toda a implicância, eu sei que gosta da sua irmã, então porque não deixar ela saber disso?

— Eu não sei se ela gosta de mim, mãe.

A expressão de insolência de Luna antes trazia no rosto, havia dado lugar ao pré-choro, seu rosto ficava vermelho, as pupilas dilatavam e os olhos ficavam cada vez mais marejados.

— É claro que ela gosta, só que você magoou ela, e ela está muito chateada, você viu como ela quis ir embora.

— Eu tenho que pedir desculpa?

— Você acha que tem? — Luna fez que sim com a cabeça. — Fico feliz que saiba que deve. E tem mais uma coisa que quero falar com você.

— Eu não disse mais nada, mamãe, eu juro.

— Dessa vez eu quero falar sobre a sua mãe. Eu sei melhor do que ninguém que a Regina é muito diferente de mim, ela não gosta de sobremesa antes das refeições, não gosta muito de bagunça, e no geral, gosta de tudo certinho, mas depois que você chegou, eu já vi ela fazer várias concessões por você, e que tal você começar a fazer por ela? — Luna permaneceu em silêncio. — Você me ama?

— Amo. — respondeu como se fosse aquela fosse uma resposta óbvia.

— Me respeita?

— Uhum.

— Isso porque eu sou a sua mãe, não é?

— Sim.

— Pois bem, a Regina também é, e ela não é só porque eu estou dizendo, ela é a sua mãe porque ela te amou desde o primeiro momento em que soube da sua existência, quando você e a sua irmã ainda estavam na barriga dela. E se você conhece tão pouco dela, é por minha causa.

— Eu fiquei na barriga dela?

— Ficou, você e a sua irmã, as duas apertadinhas ficaram lá dentro. 

— Como nós coubemos lá, mamãe? — gradativamente Luna ia assumindo um tom curioso, característico de sua personalidade.

— Olha, foi difícil, muito difícil, e para que vocês pudessem se desenvolver e ficarem bem, ela teve que se afastar de uma das coisas que ela mais ama.

— O que?

— O hospital, ela precisou parar de trabalhar por um tempo, para que você e a Luíza pudessem nascer saudáveis.

— Eu também gosto de lá, gosto de estar no hospital.

— E você já contou isso para ela? — a menina fez que não com a cabeça. — Deveria contar, ela iria ficar muito feliz. — Luna sorriu — Uma vez eu ouvi que nós criamos os nossos filhos de modo a evitar que neles existam os mesmos defeitos que existem em nós, eu sei que você ainda é uma criança, Luna, mas quero que você e a sua irmã cresçam sabendo que não há nada mais importante que a sua família, porque quando tudo nos falta, é ela que socorre e ampara a gente, então nós não tentamos ferir ela, você entende?

— Entendo.

Tudo que disse a filha, tinha aprendido errando, aprendeu fazendo o contrário, e esperava que Luna não precisasse passar por tudo aquilo para aprender o real sentido e significado das coisas.

— Mãe.

— Sim.

— A gente pode ir na livraria que fica lá perto escola?

— Na livraria? Porque você quer ir lá agora? Você ainda está de castigo, lembra?

— Por favor mãe, só dessa vez. — Emma pareceu considerar — E depois eu quero ir na casa da Luíza também.

— Quer ir na casa da sua mãe?

— Aham.

— Vou ver o que eu posso fazer.  — disse com um sorriso brando.


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Notas finais do capítulo

Quando eu escrevi a personagem Luna, pelo menos até os capítulos anteriores, escrevi com um "Q" de mimada, e até o momento quase ninguém aqui falou sobre isso, acho que porque se misturava com a personalidade dela, desinibida, falante, e gostaram da Luna, só uma leitora daqui comentou sobre isso, mas quando ela, a Luna, sentiu que tudo que ela tinha estava prestes a ruir, ela aprontou.
Esses últimos capítulos postados tem sido passos importantes para as nossas personagens, aos poucos elas vão resolvendo suas questões com as filhas, e uma hora chegará a vez de Emma e Regina.
Bju grande.

IG: @anxruth https://www.instagram.com/anxruth/?hl=pt-br



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