O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 22
Capítulo 21 - Regras do Jogo.


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito por demorar a atualizar.



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Você mal sabe que estou desmoronando 

Enquanto você adormece 

Você mal sabe 

Que ainda sou assombrada pelas memórias 

 
 

Sete anos atrás:   

Passei duas horas dirigindo para chegar na cidade e levei apenas uma hora para encontrar meu pai. A poucos metros de mim está o monstro, o homem que me abandonou em uma casa de prostituição e me culpou por assassinar minha própria mãe e irmã.  

Seu semblante está sério, as marcas de minhas unhas estão nele (eu soube que ficaria marcadas nele) e ele está com três homens, um está conversando com ele, já os outros dois parecem ser seguranças.   

Pode ser que eu consiga derrubar os dois seguranças, depende do quanto são bons em uma luta corpo a corpo. No entanto, isto pode dar a oportunidade de meu pai fugir e posso perdê-lo, uma coisa que não pode acontecer, pois será difícil encontrá-lo novamente.   

Sinto uma mão se pousar no meu ombro e rapidamente eu a retiro, derrubo o homem no chão e coloco meu pé em seu pescoço. Um sorriso se abre em seu rosto e ele segura em minha perna, logo me derruba no chão e sobe em cima de mim. Sem pensar duas vezes, o soco no rosto, me dando oportunidade de escapar dele.   

Começo a correr, não adianta ficar mais aqui, eu fui descoberta. Preciso voltar para o meu carro e buscar os meus acessórios. Talvez aquele homem não saiba que sou filha de Kurt, talvez ele nem o conheça, mas meus instintos dizem o contrário.   

Estranhamente, sinto algo picar o meu pescoço, passo a mão nele e retiro a pequena seringa, olho para trás e vejo o homem que atirou. É o mesmo que acabei de lutar, mas não faço ideia de quem seja.  

Tento continuar correndo, mas acabo caindo no chão, busco manter minha mente acordada, porém não sou burra para perceber que aplicaram um tranquilizante em mim. Logo irei apagar, sem chances de me defender. A única coisa que consigo ter certeza é que ele não irá me matar, pois já podia ter feito isto. Meus olhos se fecham e eu apago.   

Não sei por quanto tempo fiquei inconsciente, mas foi o suficiente para que me mudassem de lugar. Quando abro meus olhos, eles começam a dor por causa da iluminação forte. Tento ao máximo avaliar o local, entretanto, minha cabeça dói e ainda estou dormente.   

Aos poucos consigo recuperar meus sentidos, observo tudo a minha volta e tento ver se há maneiras de sair. Aqui parece uma sala, eu estou sentada em uma cadeira com as mãos e pés presos, na minha frente tem uma cadeira vazia, do meu lado, a centímetros longe de mim, está o homem que atirou o tranquilizante em mim. Continuo olhando e vejo que há apenas uma porta, que está atrás de mim, as paredes e o chão são brancos, não há nenhuma janela.   

—Vejo que é inteligente – declara o homem, quebrando o silêncio. - Geralmente as mulheres iriam gritar por ajuda ou tentar arrancar as algemas.   

—Como se uma dessas coisas fossem me ajudar – respondo seca.   

—Que boca afiada – ele ri – Aposto que ela deve ser tão boa fazendo outras coisas quanto é irônica. É uma pena que não poderei prová-la, pois pode ter certeza que se eu pudesse, ela já estaria colada na minha.   

—Cala a boca! - Ordeno, com nojo. A voz dele é repugnante.  

—É melhor tomar cuidado, não quer me ver bravo – pede, passando uma de suas mãos em meu rosto, como se fosse uma caricia. Começo a tremer de raiva, odeio quando esses homens se acham superior a mim, me tratam como um objeto.   

Sua mão começa a descer para baixo, mas para quando ele olha para trás, rapidamente, recua e volta a ficar parado no lugar que estava incialmente.   

—Oras, oras, veja quem está acordada! - escuto uma voz atrás de mim. Mesmo sem eu ver o rosto, consigo facilmente reconhecer de quem a pertence. - Não vai dizer um olá para seu papai? - inquira, com um sorriso no rosto.   

Meus punhos se fecham e eu sinto uma terrível vontade de socá-lo, porém isto não é possível para mim, não enquanto estou algemada. Apenas continuo quieta, tentando arranjar qualquer maneira para escapar. A minha cadeira é de maneira, talvez posso quebrá-la, o complicado é sair com ambos me olham e vendo qualquer passo meu.  

—Ficou muda, garota? - provoca. Eu continuo o encarando sem dizer nada, ele se senta na cadeira que está na minha frente e cruza as pernas. - Imagina a minha surpresa quando eu soube que estava aqui? Quando mandei aquelas duas mulheres perigosas te pegarem, pensei que seria um trabalho fácil, mas estou vendo que não. Você está mudada, nem parece a menina que ficou chorando o tempo todo por causa da morte da mãe e da irmã. Outra coisa que me surpreendeu, foi quando me contaram que você havia fugido de Blue. Quase não acreditei, pois como iria pensar que a minha filhinha ia conseguir sair daquele ninho de cobras?   

Começo a rir, mas sem sentir graça nenhuma.  

—Por que não pula toda essa merda e me diz o que está planejando fazer? - pergunto com ódio - Sei que não quer me matar sem antes se divertir. Então, pare de enrolar, já estou ficando entediada – jogo minha cabeça para trás, apenas para irritá-lo e começo a fitar o teto.   

—Oh, não se preocupe. - diz se levantando e colocando suas mãos em meu rosto - Logo as coisas começaram a esquentar – aperta minhas bochechas com força. - Nós iremos jogar um jogo. Mas antes, preciso dizer as regras – ele tira suas mãos e volta a se sentar – Primeira regra: Ou você mata, ou você morre. Segunda regra: Não irá conseguir salvar ninguém, se tentar, irá morrer. Terceira regra: Isto irá acabar apenas quando eu dizer que acabou.   

—O que eu ganharei com esse jogo? - indago, fingindo desinteresse. Não quero que meu pai perceba o quanto consegue mexer comigo.   

—Além da sua vida? Uma chance de poder se vingar – os seus olhos refletem a mesma coisa que os meus: desejo de matar. - Agora que as regras foram ditas, você aceita?   

Atualmente:    

Quando pousamos na cidade, Sammy ainda estava dormindo, para não acordá-lo, Oliver o levou no colo. Eu fiquei no caminho inteiro babando nos dois, apenas pensando em como será a relação deles e como será a minha também.   

Depois de colocarmos o pequeno na sua cama, eu e Oliver fomos direto para nossa. Nós dois estávamos exaustos, conversamos apenas por alguns minutos antes de cairmos no sono e eu dormir com minha cabeça no peito dele.   

Foi uma noite muito bem dormida, não havia nada com que me preocupar. Oliver já sabe de tudo que acontecera na tragédia e não me acha um monstro ou qualquer outra coisa que possa achar. Seu olhar por mim não mudou, o que é uma maravilha.   

Ao me acordar, sinto a falta de Oliver na cama. Olho em volta, mas não o vejo, quando decido me levantar, a porta de nosso quarto se abre e avisto o pequeno Sammy correndo em minha direção, ele dá um salto na cama e senta ao meu lado.   

—Bom dia, Felicity! - Diz animado. - Eu e Oliver fizemos o café! - olho para frente e avisto um deus-grego caminhando para perto de mim, segurando uma bandeja enorme com comida. - E então pensamos em comer na cama! - eu sorrio para ambos.   

—Nossa, que cavaleiros! - brinco e recebo uma piscada de Oliver. - Vamos comer? - digo arrumando a bandeja em meu colo.   

—Primeiro as damas – declara Oliver. - Viu? Eu também sei ser educado como um príncipe.   

—Acredito que você esteja mais para um rei – comento rindo.   

—Serei se você for minha rainha – meu sorriso se aumenta e eu decido que está na hora de me alimentar. Tomo um gole do café e como um pedaço do bolo com cobertura de chocolate. - Está delicioso, podem comer agora! - digo e sem precisar dizer duas vezes, Sam pega o pão com presunto e queijo e começa a devorá-lo.  - O que vai fazer hoje, Oliver? - pergunto para ele, que está tomando seu café.   

—Vou ir na empresa, depois vou com Thea visitar minha mãe, e você? - de repente, sinto uma pequena saudade. Já faz um tempinho que não vou a empresa, as coisas andam tão loucas que não tenho tido tempo para trabalhar.  

—Irei fazer a papelada confirmando que estamos adotando Sam e também irei inscrevê-lo em alguma escola que seja o dia inteiro.   

—Fe..Ci..Ty... - o Sammy começa a falar de boca cheia.   

—Termine de comer, não pode falar de boca cheia – Oliver pede maneira carinhosa.    

—Desculpe – o pequenino se desculpa após finalizar de comer. - Agora que vocês irão me adotar, eu posso chamá-los de pai e mãe? - indaga com os olhos ansiosos. Eu olho para Oliver, que também não sabe exatamente como reagir a isto. No entanto, é de se esperar que quando uma criança é adotada, ele a chame seus responsáveis de pai e mãe.   

—Sim, você pode – pauso por um momento e penso em como será estranho ser chamada assim, pois nunca cheguei a pensar que realmente alguém me chamaria deste jeito – Mas, se for muito complicado para você, pode apenas nos chamar pelo nome. Pode ser? - ele concorda.   

—Oliver, eu e Felicity podemos ir com você visitar sua mãe? - inquira, mudando de assunto.   

—Creio que não será problema – declara e o pequeno sorri.   

—O quarto que eu dormi vai ser meu? -  pergunta, pegando um pedaço do bolo.  

—Se quiser, pode trocar – Oliver oferece outra opção, mas o pequenino nega com a cabeça. - Então, fique com aquele e o decore como quiser.  

—Como coisas de heróis? - rapidamente, troco um olhar com Oliver. - Felicity, você gostou do seu café da manhã? Oliver me ajudou a fazer algumas coisas, mas a maior parte fui eu.   

—Sim, está realmente muito bom. - coloco meu copo na bandeja. - Sammy, por que você muda tanto assim de assunto? - questiono, algo que notei desde o momento que o conhecera.   

—Apenas gosto de variar o assunto – diz dando de ombros - Já acabei o meu café, vou ir no meu quarto e começar a pensar na decoração - comenta enquanto pega outro pedaço de bolo – Quando tivermos que sair, me avise – e então sai.   

Para minha leve chateação, Oliver também me abandonou – talvez eu esteja exagerando – ele saiu para ir na empresa e para conversar com sua irmã, antes de nós irmos visitar Moira. Na opinião dele, será necessário explicar para Thea que adotou uma criança, pois no início ela irá surtar, criar várias teorias do nosso relacionamento e por isto, não quer Sammy por perto, porque será muito para ele.   

Em poucos minutos acabo o meu café, levanto da cama, faço minhas higienes e visto um vestido amarelo. Separo meus documentos, os de Oliver e tudo que será necessário para fazer a adoção acontecer. Para pessoas normais, essas coisas são complicadas, podem levar dias ou semanas, mas creio que para Oliver Queen será mais fácil.   

Vou no quarto, onde Sammy está sentado na cama avaliando o seu cômodo e o chamo. Nós vamos de carro até o local para fazer a papelada de adoção - um outro orfanato que irá entrar em contato com o da minha cidade, não irei dirigir até a minha cidade novamente, não tão cedo.   

Ao confirmar que as papeladas de adoção estão corretas, nós dois fomos a uma escola particular e que é o dia inteiro. Não foi complicado inscrevê-lo, principalmente quando viu que envolvia Oliver Queen. Em menos de uma hora, Sammy foi cadastro na escola e poderia ir às aulas amanhã mesmo. Foi como eu disse, ao verem o sobrenome Queen, tudo é mais rápido e prático.   

No caminho para nos encontrarmos com Oliver, eu e Sammy acabamos avistando uma loja de enfeites para o quarto. Compramos tudo que o pequenino queria, coisas de super-herói, por exemplo, vários Batman – desde o momento que Bruce surgiu na cidade como o Cavaleiro das Trevas, as pessoas começaram a fazer brinquedos dele. Além do batbrinquedo, pegamos um papel de parede do Arqueiro-Verde (um herói que Sammy se encantou, ouvira algumas histórias dele e está extasiado por estar na cidade dele). Acho que ele ficaria ainda mais feliz quando soubesse que além de estar na cidade dele, mora com ele.   

—Este é o pequeno Sam? - questiona Thea, quando nós saímos do quarto e começamos a andar na direção dela e de Oliver.  

—O próprio, e quem é você? - inquira o jovenzinho.   

—Sou Thea Queen, irmão do Ollie – ela se apresenta e abraça o Sammy - Você é tão fofinho!   

—Speedy, pode parar. O menino vai morrer sufocado! - pede Oliver, enquanto tenta manter sua pose séria.   

—Vamos entrar! A mamãe vai ficar enlouquecida ao saber desta notícia! - ela pega a mão de Sam e o puxa para dentro da área de visitas.   

Antes de entrar, troco um olhar rápido olhar como Oliver. O interessante é que pelo seu semblante e por seus olhos, noto uma certa ansiedade, provavelmente porque nunca chegou a cogitar que falaria para sua mãe que adotou uma criança, logo Moira que deseja que Oliver tenha filhos.  

—Olha só vocês dois aqui! - declara a mamãe Queen, quando o policial permite sua entrada. Não demora muito para Oliver e Thea estarem sendo esmagados por ela. Agora entendendo de quem a pequena Queen puxou seu hábito de abraçar e apertar. - Você também veio! - diz quando me vê, eu a abraço rapidamente e puxo o Sammy para apresentá-lo.   

—Moira, este é Sammy. E Sam, esta é a mãe de Oliver. - ele prontamente pega na mãe dela e a beija, como um verdadeiro educado. Eu escondo o meu sorriso de orgulhosa, pois que sorte eu estou tendo com este menino.  

—Olá, mocinho. - ela um sorriso, pelo visto mais uma foi encantada por ele – Vamos se sentar, quero saber das últimas novidades, como por exemplo, o relacionamento de vocês não estavam devagar? - a pergunta é direcionada para mim e para Oliver.  

—Bem, ainda está sendo – digo sentindo minhas bochechas corar.   

—Estranho, pois relacionamentos que vão devagar não adotam uma criança tão repentinamente. - comenta, aproveitando esta oportunidade.   

—Não estava nos planos adotar uma, mas não dá para dizer não para este rostinho, dá? - inquiro apertando a bochecha de Sammy que apenas ri para mim.   

—Isto você tem razão. Mas é complicado vocês dividirem, uma hora na sua casa outra na de Oliver. e  

—Sobre isto, bem, nós não precisamos fazer, pois nós estamos morando juntos na casa dele – digo e desvio meu olhar do seu.  

—Pelo visto está tudo caminhando! - comenta animada.  

—Eu estou até decorando meu quarto, vovó! - incita o pequeno. Eu e Oliver nos olhamos surpresos, não pensamos que Sammy fosse a chamá-la assim, não de primeira.   

Uma alta e contagiosa risada vem de Moira, fazendo até mesmo Thea estranhar.   

—Nunca pensei que iria estar viva para escutar alguém me chamando de avó! - diz entre os risos. - Vocês não têm noção do quanto eu estou feliz por ter todos vocês aqui comigo, e principalmente por você, meu principezinho – ela aperta o nariz de Sammy que apenas abre um enorme sorriso para ela. Pelo visto os dois se deram muito bem.    

—Tudo graças a mim e minha dança!  - Tosse Thea falsamente – Eu sabia que ia sair dali um romance, Oliver não conseguiria resistir aos encantos de Felicity. Agora vamos falar de mim! Meu relacionamento não está tão devagar quanto o de Felicity e Oliver, mas está muito bem entre mim e Roy. Nós pretendemos viajar, pois conseguimos bastante dinheiro!   

—A senhorita sabe que pode viajar quando bem entender, pois possui o sobrenome Queen. Entretanto, não irei mais discutir com você em relação a querer o próprio dinheiro por seu trabalho. Agora me pergunto como conseguiu tanto dinheiro, porque até a visita passada tinha dito para mim que as coisas estavam apertadas, ninguém queria pagar para aprender dança.  

—Estavam, contudo, um homem muito chique pediu o meu serviço, para que eu treine várias mulheres inexperientes, ele disse que está criando uma boate, algo deste gênero, por isto precisará que as moças dancem excepcionalmente! Isto não é o máximo?   

—Claro que é, portanto precisa ensiná-las com desempenho e tudo que sabe. Mostre a razão dele procurar por você, em vez de outra pessoa. - Moira pega na mão de Thea e a aperta. - Oliver, você devia fazer uma festa em comemoração! E pode usar para apresentar o novo integrante da família: Sam Queen. - quase a interrompi para dizer que não possui apenas este sobrenome, mas quem sou eu para impedir sua felicidade?   

—Não sei, mãe. Festas são complicas e caras, estou investindo em um novo negócio com Bruce Wayne.   

—Isto eu sei, Thea me contou. Não perca este homem de vista, ele é uma ótima oportunidade para a empresa voltar, as coisas não andam muito bem por minha causa, não é?  

—Na realidade, Oliver não soube de primeira administrar, mas não se preocupe, com minha ajuda nós conseguimos dar a volta por cima – evito fazer com que o assunto fique pesado, não precisamos nos lembrar novamente pelo que houve nos Glades.   

—Se quiser, não precisa fazer uma festa. Por que não faz apenas para nós e o namorado da Thea? Eu posso preparar a maioria das comidas! Pode ser um jantar na nossa casa, o que acham? - Sammy indaga de maneira inocente.   

—Eu daria de tudo para poder ir, mas infelizmente não posso.  

—Por que não pode?  

—Porque eu fiz uma escolha horrível que acabou resultando na morte de muitas pessoas. Agora preciso ficar aqui, pagando por esta escolha.   

—Ah... - murmura e ele olha para os lados antes de se aproximar e cochichar apenas para nós que estamos perto escutar. - Se quiser posso arranjar uma maneira para você escapar daqui, eu já fugi do orfanato, uma prisão não deve ser difícil.   

—Não me ofereça isto, caso o contrário sou tentada a aceitar – brinca Moira. - Mas infelizmente não posso, preciso responder por minhas ações. Preciso ser responsável. Sinto muito, meu principezinho.   

—Bom, então não se preocupe, nós esperaremos você sair para podermos comemorar! - todos concordamos com a cabeça. Não há como discordar dele.   

Sentindo uma sensação estranha, olho para os lados. Começo a notar que os policias são diferentes dos que estiveram aqui da última vez, além disto, estão agindo estranhos, seus maxilares estão tensos, a postura dura demais, eles estão esperando por algo. Continuo olhando em volta e apenas agora reparo que a única família que está aqui é a Queen.   

De repente, o policial para qual eu estava olhando fixamente por mais de minutos, começou a retirar sua arma que está na sua cintura e aponta para nós.   

—Todos se abaixem! - grito, puxando Sam para baixo e o colocando para trás da mesa de mármore. Tento encontrar Oliver pelo olhar, mas acabo precisando focar no homem que está apontando sua arma em minha direção. Eu não me sinto intimidada, apenas preocupada com todos que estão aqui.   

—Entregue-me a criança - manda o homem. - Entregue ou ele morre! - berra e surge mais dois policias apontando para nós dois. Eu começo a me levantar devagar e com as mãos para o alto, mantenho Sammy atrás do meu corpo para proteger. Olho para o lado e vejo que Oliver está na mesma situação que a mim. No caso dele, são seis homens armados, apontando para todos os lados, qualquer movimento que façamos, pode causar a morte de um de nós.   

—Quem mandou vocês? - pergunto para ganhar tempo, enquanto busco alguma maneira de poder escapar desta.   

—Irá saber em breve! Agora me entregue o menino ou iremos matar a jovem que não é tão importante. - olho para o canto e vejo que Oliver não está olhando para cá, me dando uma oportunidade de agir sem que ele veja.   

Em menos de segundos, retiro a arma do homem, uso o seu corpo como escudo e atiro no outro que está a minha esquerda, em seguida atiro no da minha direita, que ousou apontar para Sammy. Até dava para derrubar todos, no entanto, o homem que estou usando de escudo aplica na minha perna uma seringa que me faz cair paralisada no chão.   

Sem poder fazer movimentos, assisto os outros homens darem uma surra em Oliver, pois tentou vir até Sam que está sem proteção. Em questões de minutos, os chutes e socos param, Oliver cai no chão de costas para mim. Os homens começam a puxar Thea, Moira e Sammy. Não consigo acompanhar pelo olhar sua saída, mas apenas escuto os gritos de todos eles.   

Fiquei paralisada no chão tentando me mover por cinco minutos gritando o nome de Oliver, pedindo para que acordasse, todavia, minha voz não saia. Quando eu o vi se levantar, me senti aliviada, pensei que haviam o matado. Com muito esforço, ele me pegou no colo e começou a me levar até o carro.   

No caminho inteiro até a arque, eu tentei me mover, mas nada funcionava, nem mesmo o meu dedo. O pior é que continue assistindo tudo, precisei ver Oliver pegando meu corpo, enquanto quase não aguentava o próprio, precisei vê-lo fazer alguns curativos e por fim, escutá-lo falando comigo e eu não poder respondê-lo. Aqui me agoniava.   

O problema é que ele não sabia como resolver, por isto chamou todo o time e pediu para me ajudar. Quem conseguiu achar uma maneira de me tirar deste estado foi Sara, que tentou pensar igual a mim e acabou chegando a uma conclusão. Enquanto ela levou uma hora para conseguir achar uma maneira, Bruce teria levado dez minutos e se eu pudesse falar, teria levado menos.   

—Nós precisamos achar uma maneira de encontrá-los! - afirmo, descendo devagar da mesa, meus movimentos não estão pegando muito bem.   

—Encontrar quem? O que aconteceu? - inquira Laurel, preocupada. Franzo o cenho não entendendo. Nesta hora era já para ter saído a notícia.   

—Sequestraram minha mãe, Speedy e Sam – declara Oliver e vejo um olhar de culpa. - Eu não consegui impedi-los. Eu sinto muito, Roy – pede passando suas mãos no rosto.  

—Quem as pegou? - Roy questiona com raiva.   

—Não sabemos, o homem havia dito que íamos saber em breve. O que isto quer dizer? - sinto o celular tocar em meu bolso, tinha me esquecido que estava com ele, eu o pego. Estranho o fato de ser um número desconhecido, então antes de colocar no viva a voz, decido ver quem é a pessoa que está me ligando. - Alô?   

—Olá, Felicity. Espero que meus homens não tenham sido brutos com você, apenas um pouco – diz com uma voz seca, que poderia ser irreconhecível, pois nunca tinha a escutado de Joseph desta forma.   

—O que você quer? - cerro os dentes com ódio. - É você por de trás desta merda toda? - pergunto, já colocando no viva a voz e tentando localizá-lo.   

—Oh, vejo que irritei alguém. É ruim, não é? Quando alguém rouba algo que é seu. Aposto que Oliver deve estar ao seu lado, já que ambos estão ficando juntos.   

—Se você machucou minha família, eu juro que irei matá-lo! - declara Oliver, pegando o celular da minha mão, eu continuo tentando localizá-lo.  

—Acontece que só pode fazer isto se me encontrar. Como foi se sentir humilhado? - ele dá uma risada áspera. - Creio que nada bom. E foi exatamente assim que me senti quando tirou Felicity de mim – eu franzo o cenho com sua informação. Desde quando eu era dele?  

— Pare com essas brincadeiras e as entregue de volta para mim - noto por soslaio que o punho da sua mão esquerda está fechado, provavelmente querendo socar algo.   

— Não. Está pensando que será fácil assim? Eu não trabalho para você. As coisas serão da maneira que eu dizer! - a sua voz se eleva, fazendo Laurel se assustar, mas não emitir som nenhum. Pelo que parece Joseph não sabe que Oliver é o Arqueiro-Verde, isto nos dá um pouco de vantagem.   

— E o que quer? - pergunta Oliver, colocando o celular na mesa e olha para mim, buscando alguma resposta se consegui encontrá-lo, apenas nego com a cabeça.   

— Quero jogar um jogo – declara e eu sinto meu estomago revirar, pois da última vez que joguei as coisas não saíram nada boas. - Irei dizer as simples regras do jogo, se segui-las, ninguém morre, se quebrá-las, enviarei parte dos corpos de cada um dá sua família.   

— Isto é insano! - falo com raiva. A preocupação não para de aumentar em meu peito.   

— Não, isto é vingança por me fazerem como idiota durante todo esses meses - se eu soubesse que uma coisa dessas poderia acontecer, nunca teria começado a conversar com Joseph - Agora ouçam com atenção, pois não irei repeti-las. Primeira: Não chame a polícia, pois não irá adiantar, a maioria trabalha para mim. Se tentar chamar algum policial, irei lhe entregar o braço de sua irmã, Oliver. - vejo os maxilar de Roy contrair ao ouvir isto, ele provavelmente sentiu uma grande vontade de respondê-lo – Segunda: Será apenas vocês dois, se envolver qualquer outra pessoa ou vir apenas um de vocês, bem, já sabem. Terceira regra: Sigam para os lugares que forem indicados. Quarta: Não garanto que todos irão sair com vidas. Quinta: Isto apenas se encerra quando eu dizer. Se aceitarem, haverá chances de salvá-los, se não aparecerem, todos estão condenados a morte.   

A ligação desliga e não o localizo.  

— Não consegui, Joseph fez com que aparecesse para mim mais de vinte lugares. É como se estivesse em todos eles ao mesmo tempo.  

— O que faremos agora? - inquira Oliver para mim.   

— Acho que está muito claro o que vocês têm que fazer – diz Roy. - Precisam seguir essas regras, senão Thea, sua mãe e Sam morrem. Aliás, quem é Sam?  

— É o menino que adotei – digo e todos me olham confuso. - Temos coisas mais preocupantes agora.   

— De onde surgiu este Joseph? - pergunta Sara, franzindo seu cenho. - E por que ele diz que o Ollie roubou a Felicity dele?   

— Não há muita coisa sobre ele. Joseph é um homem que trabalhou para Oliver, ele era meu colega de trabalho, mas de repente, simplesmente enlouqueceu. Não entendo o que aconteceu para ele surta assim.   

— Provavelmente porque Oliver o humilhou de alguma maneira. No entanto, isto não importa. Precisamos achar uma maneira para que nós consigamos salvá-los – explica Diggle.   

— Não existe ''nós'', Dig. - declara Oliver e todos frisam a testa. - Joseph disse que não podemos envolver outra pessoa, que apenas eu e Felicity podemos resolver esta situação. Não posso arriscar perdê-los.  

— Oliver - o chamo e vejo seu olhar se encontrar com o meu. - Quanto mais ajuda tivermos, melhor será para nós, mais fácil para nós.   

— Acontece, Felicity, que você também não irá. Apenas eu vou – declara cruzando seus braços, com um semblante sério. Pelo visto ele nunca cogitou em me levar.   

— Pessoal, podem nos deixar a sós? - peço e todos concordam.   

— Vamos procurar uma maneira de encontrá-los – promete Laurel acariciando o braço de Oliver e depois saindo.   

Agora na arque está apenas nós dois, um olhando para o outro, provavelmente ambos estão com os rostos preocupados e cansados. As coisas não irão acabar tão cedo.   

— Escute-me, Oliver, nós precisamos ir juntos – digo, me aproximando dele. - Esqueceu-se que Joseph disse para não ir apenas um? Ou vai os dois, ou não adiantará de nada.   

— Felicty, não posso permitir. Não posso deixar que façam algo com você e eu não conseguir fazer nada. Na prisão tivemos sorte que não tocaram em você, que apenas aplicaram algo paralisante em seu corpo. Quando ouvi os tiros, pensei que tivessem acertado o Sammy e você. Felicity... Eu simplesmente não posso, por favor, me compreenda – pede se afastando de mim e virando o rosto.   

— Eu compreendo, você não faz noção do quanto entendo. Mas precisa confiar em mim, eu irei cuidar de mim mesma, se Joseph quisesse me machucar, teria feito igual fez com você. Por mais estranho e insano que seja, ele está apenas machucado por negar os sentimentos dele por mim. De alguma maneira, eu tenho um poder sobre ele. Além do mais, não irá adiantar nada se for sem mim, nós somos uma dupla. Eu o cérebro, você a força.   

— Não sei, Felicity... - ele passa suas mãos pelas têmporas.   

— Acontece que eu sei – me aproximo de vez para perto dele e pego em suas palmas. - Precisamos salvar Thea, Moira e Sammy. E depois chutar o rabo de Joseph.  

— Dizendo assim parece fácil, mas sabemos que não. E se houver alguma situação que eu não possa resolver? E se você precisar da minha ajuda igual precisou na prisão?   

— Eu irei cuidar de mim. Eu sei me cuidar, Oliver. Neste requisito não se preocupe. Além do mais, nas regras não falaram nada de levar acessórios para nossa ajuda.   

— Tem certeza que quer colocar sua vida em risco? - noto seu olhar protetor a mim.   

— Para salvar o meu pequeno príncipe, a pequena Queen e a mamãe Queen? Sim, arriscarei. - beijo sua bochecha esquerda e coloco minhas mãos em volta de seu pescoço.   

— Felicity Smoak, você é única - declara, enquanto cola sua testa na minha. Nós podemos sentir a respiração um do outro. Isto é tão bom e tão tranquilizador.    

Novamente, o meu celular vibra na mesa, me fazendo se distanciar de Oliver e pegar o aparelho.Quando abro a mensagem que chegou de um número desconhecido, percebo rapidamente que é de um endereço.   

— O que é? - inquira-me Oliver, preocupado.   

— É de um lugar que precisaremos ir – digo me virando para encará-lo. - Pronto para salvá-los?   

 


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Notas finais do capítulo

Irei atualizar semanalmente! :3



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