O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 23
Capítulo 22: Começo do Jogo.


Notas iniciais do capítulo

Eu: Boa tarde, boa noite, bom dia, estamos novamente em OPSV! Nosso convidado é o pai doido de Felicity, conhecido como Kurt.
Kurt: O que estou fazendo aqui?
E: Ué, você que quis vir! Lembro de ter dito para nós que estamos te ''injustiçando'' por nunca ter convidado você para o programa.
K: Nunca nem vi isto! Di.fa.ma.ção.
E: ENTÃO MORRE LOGO VACILÃO
K: ISTO É UMA AMEAÇA?
E: NÃO SOU A ÚNICA A AMEAÇAR, OS TELESPECTADORES TAMBÉM TE QUEREM MORTO! #MorteAoPainstro. TIREM ELE DAQUI, NÃO QUERO VER ESTA CARA FEIA!
~~ precisaram de dois homens para retirarem o painstro ~~
E: Desculpe pelo barraco, vamos ao capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736705/chapter/23

 

Mal você sabe 
Como eu estou quebrando enquanto você dorme 
Mal você sabe 
Eu ainda estou assombrado pelas memórias 

 

Sete anos atrás:   

Não há necessidade em pensar para dar a resposta. Preciso participar do jogo insano de meu pai, caso o contrário não sairei daqui com vida. Se é que realmente terei uma chance de sobreviver disto tudo, mas mesmo que eu não saia, apenas quero fazer de tudo para ter minha vingança.   

— Aceito. - respondo prontamente. O sorriso dele se abre e ele sinaliza com a mão para o homem repugnante.   

— O Heitor irá te liberar das algemas, assim que estiver livre, o jogo começa - apenas concordo com a cabeça e observo ele ir em direção à porta, minha saída. - Seu primeiro teste: Lute com ele. Apenas um dos dois sai com vida.   

Ao confirmar que meu pai não está mais neste cômodo, foco meu olhar no homem que está me soltando das algemas e começo a procurar por seus pontos fracos. Suas pernas não são malhadas, apenas seus braços possuem músculos, isto pode ser uma vantagem. Além do mais, este homem parece apenas ter feito academia e alguns treinos de luta, não aparenta ter participado de algum exército ou qualquer coisa deste gênero.   

— Irei te dar uma vantagem – declara Heitor quando solta meus braços, ele se afasta de mim e eu rapidamente me levanto. - Primeiro as damas – apenas abro um pequeno sorriso e pego a cadeira, jogo-a nele, mas não o acerto. - Precisa melhorar sua mira, gatinha.   

 - Provavelmente – digo, me aproximando dele e tento acerta um soco em seu rosto. No entanto, ele pega meu pulso e me puxa para perto de seu corpo.   

— Sabe, antes de nos matar, podíamos aproveitar de maneiras interessantes. Ainda quero saber se sua boca é tão boa quanto dizendo palavrão - brinca me apertando.   

— Infelizmente, você não nunca irá saber – chuto sua perna com toda minha força e ele me solta. Rapidamente corro para a cadeira que está caída no chão e quebro-a, obtendo um pedaço de madeira afiada. - E muito menos viverá para tentar uma oportunidade – me abaixo no chão e dou uma rasteira nele. Quando o derrubo, pulo em cima de seu corpo e enfio o pedaço da madeira em seu peito. Vejo-o gritar de dor, mas não paro de forçar ainda mais a minha estaca provisória em seu peito. Depois dele se debater várias vezes, finalmente morre e eu saio de cima do seu corpo.   

Antes de deixar deste cômodo, pego outro pedaço de madeira, para usar como arma caso seja necessário. Também pego as algemas e a chave, mesmo sem saber como as utilizarei. Vou até a porta de saída e entro em um lugar que está com cheiro de fumaça, algo está pegando fogo.   

—Parabéns, minha filha – escuto a voz de meu pai, mas não o vejo. - Seu segundo desafio: Passar por esses giratórios a tempo de salvar a família que pode morrer queimada.   

Tento focar o meu olhar para o fundo e avisto pessoas lá, todas estão amarradas, embaixo delas está muitas madeiras que podem facilmente queimar se o fogo chegar até elas. A única maneira para salvá-los é os soltando de suas amarradas.   

O meu único obstáculo são esses giratórios que possuem pontas afiadas, que irão me machucar, me causar uma dor que precisarei aguentar. Começo a andar e entrar no meio dos giratórios. Quando sinto meu braço e minha perna se cortarem, grito de dor, mas continuo andando. Ao chegar perto da família, acabo caindo no chão.   

—Se levante, moça - pede uma mulher. - Você precisa nos salvar! Nós iremos morrer, por favor, nos ajude! - berra desesperada.   

Me levanto com dificuldade e continuo andando para frente, entretanto, continuo gritando de dor a cada corte que se faz em meu corpo. Não há como impedir de se cortar e mesmo que tenha, irá me fazer demorar, o tempo não está ao meu lado.  

Quando enfim chego a família, tento soltar os quatros, mas escuto barulhos de tiro. Nenhum me acertou, portanto, olho para cima e vejo que todas as pessoas que eu estava tentando salvar estão mortas, as balas acertaram neles.   

Estranhamente, o fogo se apaga, me dando a visão de meu pai logo a frente com uma arma. Isto significa que foi ele quem deu os tiros.   

—Eu disse nas regras que não há como salvar ninguém, falei que se tentasse, iria morrer. Mas pelo visto você não deu a mínima. E com isso quase morreu, você apenas está viva porque eu estou permitindo - declara, e abre uma outra porta. - Estamos quase no fim do jogo. Acha que consegue vencer? - indaga rindo e some da minha vista.  

Como pude ser tão idiota. Me feri para tentar salvar esta família, mas talvez, se eu não tentasse, eles poderiam sair vivos. Ou morreriam queimados. Nunca irei saber, ao menos dei a eles uma morte com menos dor. Mas sei que se eles pudessem escolher, iriam escolher a vida.   

Ando para frente, para onde meu pai estava, chego na porta e hesito antes de abri-la. Quais são as probabilidades de eu ganhar isto daqui? Mesmo que consiga passar por todos os desafios, estou praticamente morta. Não estou aguentando andar, estou perdendo muito sangue. Talvez eu deva desistir, me despedir da vida e me entregar à morte. Não consigo mais aguentar esta dor.   

—Por favor, não desista – me pede Rocket. Maravilha, estou alucinando.   

—Por que não? É mais fácil - respondo a voz da minha cabeça.   

—Nós vamos morrer se você desistir – declara, me fazendo franzir o cenho. Não há como uma alucinação temer a morte igual ela está temendo.   

—Babydoll, você precisa entrar por esta porta - ouço a voz de Amber.   

Não. Isso não está realmente acontecendo.   

Abro a porta e meus olhos se arregalam com a visão que tenho. Eu só posso estar alucinando. Perca de muito sangue acabar resultando nisto. Não tem como Rocket, Amber e Sweet Pea estarem aqui. Não tem como meu pai ter sequestrados todas elas.   

—Nesse tempo todo que esteve jogando, você tinha telespectadoras, minha filha – provoca meu pai. Desvio meus olhos das meninas para poder olhá-lo. - Agora chegou a hora de ver o quanto você quer fazer sua vingança - ele levanta sua mão para me mostrar que está sem arma. - Você terá apenas uma chance para tentar me matar. Se falhar, irá me ver matando suas amigas e depois, irei fazer o que devia ter feito naquela noite: Te matar.   

Atualmente:   

Pedir para que o time deixasse apenas a mim e Oliver irmos sozinhos até o local foi a coisa mais complicada. Todos davam ótimos motivos para nós não irmos sem ajuda, mas a grande maioria era sempre me usando como desculpa, dizendo que não sei me defender, que pode ser perigoso para mim. Todas as vezes que diziam isto, uma vontade crescia dentro de mim para provar ao contrário. No entanto, me segurei, ninguém está pronto para saber o que realmente Felicity Smoak sabe fazer.   

A nossa opção foi colocar um rastreador em mim e em Oliver, assim o time poderá nos localizar. Outra coisa que decidimos fazer é levar um tipo de chamado, se eu apertar o botão, servira para avisar que estamos em perigo.   

Enquanto Oliver pegava pequenas facas (eu já havia pegado duas) qualquer coisa que possa ser pequena e usada como arma, eu me vesti com uma roupa adequada para esta situação, pois acredito que um vestido não será bom para isto. Além disso, aproveitei para ficar sozinha por alguns minutos, para fazer uma ligação, para falar com alguém importante para mim.  

—Babydoll? - inquira quando Sweet Pea me atende. - Aconteceu algo? Ainda não veio me ver – antes desta bagunça toda começar, eu havia combinado de visitá-la, depois de ver a mãe de Oliver.   

—Sim, aconteceu. Mas não se preocupe, irei resolver. Eu apenas queria escutar sua voz e dizer que estou bem – explico de maneira calma, para não a deixar aflita.   

—Por favor, Babydoll, não me esconda nada. O que está acontecendo? Eu e Bruce podemos te ajudar! - diz e percebo preocupação em sua voz.   

—Desta vez não pode... Queria que sim, mas apenas eu e Oliver podemos resolver – suspiro pesadamente - Preciso que confie em mim, pode fazer isto?  

—Sempre confio e sempre irei! - afirma com veemência. - E também acredito que irão conseguir resolver, se precisar, Bruce e eu, iremos estar à disposição.   

—Obrigada! - agradeço, me sentindo um pouco mais positiva em relação a esta situação.   

— Apenas tome cuidado – pede com carinho na voz  

— Irei – digo e desligo o telefone. Solto um pesado suspiro e passo as mãos em minhas têmporas. Eu preciso fazer isto, é o único jeito de salvar Sammy e a família Queen. Apenas me preocupo se haverá um custo para os salvar. Acredito que Joseph não fez isto apenas para nos provocar, há algo que ele irá querer e sei que será a mim.   

Volto para onde o pessoal está discutindo, mas eles param quando me avaliam de cima para baixo. Talvez não esteja acostumado comigo usando preto e um boné, mas antigamente este era um estilo muito utilizado por mim.   

— Tem certeza de que irá levar a Felicity? - inquira Laurel para Oliver. - Nós podíamos tentar enganá-lo e levar Sara ou talvez a mim. Não podemos arriscar você se preocupando com ela enquanto tentará salvar sua família - insiste novamente no assunto. Para minha infelicidade, todos estão do lado de Laurel, apenas Oliver que ainda não cedeu.  

— Queria poder fazer isto, porém Joseph não é burro, se ele perceber, não imagino o que fará por tentarmos enganá-lo – explica ele. - E não se preocupem, conversei com Felicity e ela irá ficar neutra e sempre se mantendo afastada, se algo acontecer, ela usará um dos equipamentos que vamos levar – eu apenas concordo. Na realidade, Oliver não havia exatamente conversado comigo, ele apenas havia pedido para mim me manter protegida, uma coisa que faço muito bem.   

—Nós precisamos ir agora – comento, minha ansiedade e preocupação estão me incomodando. Preciso colocar fim a isto e em Joseph, provavelmente mandá-lo para alguma prisão.   

—Você tem razão - Oliver pega uma pequena pistola e me entrega – Sabe como ela funciona? - assinto, já havia tido uma dessa.   

—Tomem cuidado! - pede Diggle claramente preocupado. Em um instinto, o abraço apertado, como se de alguma maneira, a partir do momento que saímos da arque, as coisas irão mudar.   

— Faça aquele cretino pagar por mexer com Felicity Smoak – Roy incentiva-me ao me envolver em seus braços. Acredito que para ele não está sendo fácil, pois saber que a vida da pessoa que ama está em perigo e não poder fazer nada para ajudá-la é horrível.   

— Pode deixar – paro de abraçá-lo e me viro para despedir rapidamente das meninas. Não é como se nunca iremos voltar a nos ver, é apenas para garantir e dar segurança para nós, pois estamos precisando disto, principalmente eu. Não consigo ter pensamentos positivos do que irá acontecer, minha intuição diz que algo ruim está por vir.   

Quando Oliver e eu acabamos de nos despedir, nós saímos da arque e entramos no carro que Diggle arranjou para nós. No caminho inteiro até chegar ao local, houve apenas silêncio. Mesmo sem conversarmos, acredito que nós dois estamos pensando a mesma coisa. Se perguntando o que nos espera quando entrarmos no lugar indicado, pois é na parte mais longe e abandonada da cidade.   

Ao pararmos o carro na frente de uma grande estrutura, avaliamos o local por fora e não avistamos nenhum outro automóvel ou pessoas aqui. Nós descemos do carro e fomos até o porta-malas para pegar os acessórios para mim, como um celular e comunicador para caso eu seja separada de Oliver.  

— Oliver – o chamo e pego em sua mão - Preciso lhe pedir algo – ele foca seu olhar em mim.  

— O que precisa, Felicity? - inquira-me não entendendo.   

— Acredito que Joseph não pegou sua família e Sammy para chamar nossa atenção, ele provavelmente irá querer fazer uma trocar, fazer nós escolhermos. E não importa se estará arriscando a minha vida, você irá salvá-los. Entendeu?   

—Não precisamos falar sobre isto – ele tenta desconversar.   

—Sim, nós precisamos e devemos. Você não pode tentar bancar o herói, a única coisa que precisa é tirá-los daqui e mantê-los seguro – sua mão sobe em meu rosto e começa me acariciar.   

—Eu irei, mas também irei manter você segura. Nós vamos sair dessa juntos - nós ficamos nos olhando, memorizando o rosto um do outro. Ambos abrimos um pequeno sorriso e decidimos entrar no lugar para acabar de uma vez com tudo isto.   

A iluminação é quase inexistente, a porta por de trás de nós se fechou abruptamente, nos mantendo preso aqui dentro. Continuamos andando em frente, no entanto, paramos ao ver que há dois corredores. Em cada um há uma placa escrita nossos nomes. Eu devo seguir pela direita e Oliver pela esquerda. A ideia de nos separar é agoniante. Se caso algo acontecer com Oliver, não irei saber, muito menos poder ajudar.   

—Sinto muito, Felicity... Mas não posso deixá-la sozinha, pode ser perigoso – o fito no escuro. Pelo visto não sou a única em me preocupar com a segurança, com o que pode acontecer caso fiquemos separados.   

—Acontece que não há escolha. Se Joseph colocou isto para nós, isto significa que devemos seguir. Não podemos arriscar - pego meu celular para que caso haja algum aparelho que esteja nos gravando, tenho um aplicativo que impede de nossas vozes serem captadas.   

—Nós não sabemos o que haverá nesses corredores, se algo acontecer, eu não poderei ajudá-la, não poderei protegê-la! Sabe que não irei suportar se machucarem você - ele diz com aflição. Mesmo sem nada ter acontecido comigo, ele diz como se já estivesse acontecendo e ainda se culpa.   

Em um momento de necessidade, guardo o celular em meu bolso e me aproximo dele para envolver meus braços em seu pescoço.   

—Oliver, confie em mim. Eu irei me proteger, não permitirei que ninguém toque em mim e se algo acontecer, vou arranjar um jeito. Além do mais, usaremos os comunicadores, se houver algo que seja necessária sua ajuda, irei pedir. Agora, por favor, foque somente em Sammy, sua irmã e sua mãe. Todos estão contando com nós.  

—Está certa – afirma, pegando meu rosto com suas duas mãos - Tome cuidado, não irei suportar se perder você também - eu apenas sorrio.  

—Nunca irá me perder – ele também abre um pequeno sorriso. - Agora precisamos ir – digo me afastando dele e indo para o lado que devo seguir. Antes de entrar completamente em meu corredor, olho para trás, apenas para ter uma visão de Oliver, de seus olhos e seu corpo, guardados em minha memória para me dar forças aqui.   

Volto a andar para frente, o caminho também não é nada iluminado. O único som que escuto é da minha respiração que estou tentando mantê-la controlado, estou pisando no chão como uma pena para não fazer barulho.   

Ao chegar no final, vejo uma porta, não há nenhuma instrução dizendo para abri-la. Uma parte de mim acredita que irei sair daqui sem se machucar fisicamente, a outra parte tem certeza absoluta que minha mente não irá voltar com um bom estado. Contudo, não devo me esquecer o que está em jogo. Então, abro a porta, fazendo meus olhos arder com a tamanha iluminação que recebo.   

—Finalmente está aqui! - escuto a voz de Joseph e sinto meus braços serem puxados para dentro do local. Por puro instinto, puxo meus braços violentamente, fazendo com que fiquem livres da mão dele.  - Não se preocupe, não irei machucá-la.  

—Se não vai, o que irá fazer então? - inquiro, tentando manter meu tom de voz normal, porém, a cada segundo que olho para seu rosto, sinto uma vontade crescer em meu peito para gritar e começar a socá-lo, no entanto, não posso fazer isto, não agora. - Irá me levar até o lugar em que deixou Thea, Moira e Sammy? Acredito que não - observo o lugar e vejo que há mais duas portas além da qual entrei, provavelmente uma deve ser a de Oliver, para poder entrar. Seria sorte demais se na outra estivesse as pessoas que quero, Joseph não seria tão burro assim.   

—Apenas quero que se sente e me escute, depois que eu dizer tudo, poderá vê-los – afirma com veemência. - Por favor? - ele estica uma cadeira para mim sentar e eu faço o que pede. Depois ele se senta em uma que está na minha frente, fazendo-nos ficar cara a cara.   

—Pode começar a dizer – o estimulo para acabarmos de uma vez por todas. Apenas quero salvar a irmã e mãe de Oliver, mas principalmente Sammy, pois ele não viu coisas ruins, é apenas uma criança inocente que foi pego neste fogo por minha causa, se eu não tivesse o adotado, provavelmente estaria seguro e não aterrorizado como está agora.   

—Escute-me com atenção, pois não irei repetir – apenas assinto. - Havia um homem que tinha a vida perfeita, ele era casado e sua mulher estava grávida. Em um dia qualquer, ele conheceu um administrador de negócios, que apresentou um lugar fantástico, e naquele local, tinha uma linda mulher que conquistou o homem casado com sua dança e com o seu olhar. Todas as noites em que ela apresentava, ele estava lá. No entanto, houve algo terrível e sua amada simplesmente desapareceu. Desesperado para encontrá-la, decidiu largar sua vida que pensava ser perfeita para encontrar a única mulher que conseguiu fazê-lo se sentir realmente feliz.   

Sem entender o porquê e aonde iremos chegar com esta história, franzo o cenho.   

—Mas para poder fazer isto, fora necessário romper com seu casamento, abandonar o filho recém-nascido em um orfanato e começar por sua busca. Levou tempo para poder encontrá-la, para poder falar com ela, para fazê-la apenas sua, mas o homem não desistiu e conseguiu. Agora ele está com sua amada, olhando para ela.  

Isto só pode ser brincadeira. Não tem como ser possível.   

Rapidamente, me levanto da cadeira e recuo para trás. Esta história que Joseph está contando pertence a ele mesmo. Então, isso significa que faz anos que está por minha procura, que quis ficar comigo. Eu nunca pude reparar em todos os clientes que viam e iam embora daquela casa de prostituição, tão pouco me lembro de todos. Desde o momento que comecei a ser exposta, muitos homens começaram a vir fixamente, todas as noites na qual me apresentava. Isto era normal, nunca cheguei a cogitar que um deles iria me perseguir freneticamente, pois este caso é diferente de Blue.   

—Por que me contou sua história? - questiono irritada. - Apenas para me mostrar que me conhecia há muitos anos atrás? - seria possível que de alguma forma, Joseph saiba que também sou a vigilante? Se souber, isto coloca em risco minha identidade e pode ser usado como chantagem para mim. Mas por enquanto, nada disto importa. Preciso me manter focada nas pessoas que vim salvar.    

—Não - ele balança a cabeça negativamente e também se levanta. - Eu quero te fazer uma proposta. Quero que venha comigo e com meu filho, juntos podemos ser uma família, principalmente agora que gosta dele – declara e meus olhos arregalam.   

—Está dizendo para mim que Sammy é... seu filho? - digo as últimas palavras com repugnância. Não pelo pequeno príncipe, mas por Joseph. Como uma criança tão maravilhosa veio deste ser humano? Apesar de só agora notar algumas semelhanças físicas, na personalidade, não há nada parecido.  

—Sim! - responde com entusiasmos – Imagine minha surpresa quando recebi a notícia que meu filho havia sido adotado por você? Nunca pensei que fosse conhecê-lo – ele para por um segundo antes de continuar a dizer – Confesso que preferia um filho que fosse gerado por você, para pegar sua beleza e sua coragem. Mas está tudo bem, podemos ficar com Sam e sermos uma família, depois pensamos em ter filhos.   

Apenas um idiota como ele para achar que teríamos filhos juntos.  

—Eu preciso saber onde eles estão - digo com calma – Diga-me onde os deixou.   

—Não se preocupe, todos estão bem. Irei pegar Sammy e nós poderemos ir embora, recomeçar as nossas vidas novamente – diz animada e eu friso a testa.   

—Mas e Moira Queen e Thea? - indago preocupada. - Você também as sequestrou.  

—E o que quer com elas? Que eu saiba, não precisaremos delas – explica. - Além do mais, Oliver precisa de uma lição por mexer com o que é meu, claro, se ele sobreviver aos homens que mandei.   

—Por que fez isto? - questiono com raiva.   

—Porque o senhor Queen estava nos impedindo de ficarmos juntos! - declara como se fosse o óbvio. Mal sabe que este não é o único motivo.   

—Está dizendo que fará qualquer coisa e com qualquer pessoa para podermos ficar juntos? - pergunto achando tudo isto um absurdo.   

—Sim, faria tudo. Impedir Oliver Queen é fácil, já fiz isto uma vez, não é difícil fazer de novo.   

Solto um grande suspiro. Esta discussão não nos levará em nada. Acredito que Oliver irá conseguir sair dos homens, mas não encontrará sua irmã, sua mãe e Sammy. Isto dependerá de mim, preciso colaborar, agir corretamente.   

—Você disse fazer de novo? - inquiro aflita. - Com quem você teve que fazer isto?   

—Isto não é importante – comenta tentando desconversar. - Vamos pegar Sam que está atrás desta porta e vamos embora – ele tenta pegar em meu braço para me puxar, mas eu desvio.   

— Quem você machucou? - questiono aumentando minha voz. - Quem foi a pessoa? Me diga quem! - grito exasperada e vejo sentimento de culpa, me fazendo chegar apenas em uma conclusão -  Sua esposa? Foi ela quem feriu? Está com vergonha e não quer dizer. Aposto que se sente culpado, pois sabe que o que fez foi errado e monstruoso - digo berrando.  

— Sim, feri minha mulher, não apenas a machuquei, como a assassinei! Está feliz agora? Eu a matei, pois ela não queria que eu fosse atrás de você e não tive outra escolha, ela estava nos impedindo de nos encontrar, mas agora nada nos impede de ficarmos juntos! - diz desesperado.   

Abro um enorme sorriso e começo a rir.   

— Do que está achando graça? - pergunta, com raiva nos olhos.   

— De você. Não acredito que seja tão idiota a ponto de pensar que vamos ficar juntos! Você realmente é um louco – digo e me aproximo dele para apenas provocá-lo.   

O som de uma porta se abrindo nos faz olhar para trás e na hora errada, Oliver chega com alguns cortes em sua roupa e com um hematoma em seu rosto.    

— Ainda está vivo? - indaga Joseph, puxando a arma que estava em sua cintura, que passou despercebido por mim. Um erro meu, pois se eu tivesse percebido antes, poderia ter pego dele e impedido dele aportar para Oliver. Sem pensar com os riscos, entro na frente de Oliver, fazendo a arma ser apontada apenas para mim. -O que está fazendo, Felicity? Saia da minha frente!   

— Não! Eu não irei permitir que mate ele! - afirmo com ódio.   

— Felicity – escuto Oliver me chamar com a voz baixa, tentando manter esta situação controlada - Faça o que ele está pedindo e vá para o lado – pede. Mesmo Oliver sendo bom o suficiente, acredito que o disparo de uma arma é mais rápido que ele e irá acertá-lo. Nós não temos tempo para enrolações. Acredito que Thea e Moira estão em outro lugar, mas pelo menos encontramos Sammy.   

— Sinto muito, mas não posso fazer isto – declaro e começo a me aproximar para perto de Joseph, que ainda mantém a arma apontada para mim – Você sabe que irá me matar se puxar o gatilho. Acha que conseguirá viver sem mim? - uso o poder que tenho sobre ele.   

— Mas se eu deixar o Queen viver, você nunca será minha – afirma com desespero. - Se ele continuar a viver, nós não poderemos ficar juntos! - me aproximo o necessário.   

— Acontece que nós nunca ficaremos juntos! - afirmo enquanto retiro a arma de sua mão, uma das técnicas que fora necessário aprender. Rapidamente viro a arma e a ponto na direção de Joseph, para mantê-lo parado. - Coloque as algemas nele e o prenda na cadeira - peço para Oliver.   

Em menos de segundos, Joseph é preso e começamos o interrogatório.   

— Onde está minha irmã, minha mãe e Sammy? - inquira Oliver com raiva. - Me diz onde elas estão seu desgraçado! - é fácil notar a aflição dele e é por isto que Joseph não vai dizer nada para ele.  

— Oliver – o chamo e ele se vira para me olhar – Sam está naquela porta – aponto para onde Joseph havia me dito - Vá pegá-lo e eu ficarei aqui, esperando vocês dois – apenas o vejo assentir com a cabeça e começar entrar naquela porta.   

— Estamos apenas nós dois aqui – declaro e retiro uma pequena faca que estava em minha perna. - Agora vai me dizer onde está Moira e Thea Queen, ou precisarei arrancar a força de você?   

— Amo quando se faz de perigosa – me responde abrindo um sorriso. Em um único movimento, enfio a face em sua perna e a giro. Isto o faz gritar de dor.   

— Me diga onde elas estão! - mando. Creio que Joseph não foi nenhuma vez torturado e provavelmente não aguentará a dor.   

— Se eu dizer, serei morto – diz com dor. Ainda mantenho minha expressão dura.  

— Há coisas piores que a morte! - falo com uma voz fria e o soco no rosto. Começo a dar sequências de soco nele, descontando toda merda que ele está fazendo a mim e Oliver passar.  

— Felicity, pare! - escuto uma voz pedir por de trás de mim, mas eu continuo o socando, sem me importar com a pessoa.   

— Onde elas estão? - grito com tamanho ódio.   

— Elas... Estão... No bar... que fechou... O Pany - responde com dificuldade. Mesmo obtendo minha resposta não interrompo minha sessão de soco.   

— Por favor, Felicity, pare – escuto a mesma voz de segundos atrás e reconheço ser de Oliver, que desta vez pede com delicadeza e segura meus braços. Só agora percebo o quanto machuquei o rosto de Joseph, eu quebrei o nariz dele e nem se quer me toquei disto. Desvio meu olhar dele e foco em Oliver que ainda está segurando meus braços. - Já está calma?   

— Sim – respondo e me afasto – Eu... Apenas... - tento buscar uma razão plausível, pois noto preocupação nos olhos azuis que estão na minha frente. A Felicity que Oliver conhece nunca daria um soco sequer e mesmo se desse, iria reclamar de dor. Esta Felicity que está a sua frente é uma estranha para ele. - Sinto muito – me desculpo.   

— Sua mão está doendo? - ele pega em minhas mãos e as olha, apenas assinto. Ambas estão doendo, mas não muito, é uma dor suportável.   

— Onde está Sammy? - pergunto e olho para trás dele, avistando o pequenino deitado no chão, com os olhos fechados – Fizeram algo com ele?  

— Não. Apenas o fizeram dormir – responde e solta minha mão com cuidado. - Temos que ir, você conseguiu a informação do lugar – diz indo na direção de Sam e o pegando no colo.   

Uma grande risada preenche o lugar e percebo ser de Joseph, volto meu olhar para ele. A maneira como ri, indica que há algo que sabe e nós não. Me aproximo dele novamente e retiro a faca que está em sua perna, fazendo-o gritar de dor novamente.   

—Me diga o que está escondendo, caso o contrário irei enfiar esta faca em outro lugar - ameaço e vejo pavor em seus olhos. Será que estou realmente aterrorizante? Nunca vi medo no olhar de Joseph, somente agora estou vendo e este medo é por minha causa.   

—Eu não estou trabalhando sozinho – responde sem hesitar – Estou trabalhando com Blue, é ele quem está com a mãe e irmã do Queen – ele pausa antes de dizer – Antes eu pensava que quem estava ferrado era Oliver, mas agora, te vendo assim, Felicity, acredito que seja o Sr. Jones – um pequeno sorriso aparece em seu rosto.   

Sinto uma enorme vontade socá-lo novamente, desta vez até fazê-lo ficar inconsciente, mas a única coisa que faço é me afastar e suspirar.   

—Precisamos ir – digo andando para frente e abrindo a porta para que Oliver passe sem machucar o Sam. Nós continuamos a seguir pelo corredor que eu havia entrado. - Nós vamos chamar o time para ir conosco buscar sua mãe e irmã? - pergunto.   

—Vamos precisar de ajuda – responde e eu apenas concordo. Pego meu celular e envio uma mensagem para o time. Peço para que Laurel cuide em relação a Joseph e para os outros irem ao bar abandonado - Não temos tempo para deixar Sammy em casa, vamos deixá-lo no carro, pode ser?   

—Não vejo problema - é uma maneira mais fácil para nós e economiza tempo.   

—E quero que fique junto com ele – acrescenta me fazendo frisar a testa.   

—O quê? Por quê? - indago surpresa.   

—Acredito que foi o suficiente para você - diz se referindo ao ato de violência - É melhor que fique segura e longe desta bagunça.  

—Oliver, você está machucado, irá precisar de mim! - declaro. Não posso deixar que ele enfrente Blue sozinho, pois Blue é profissional, totalmente diferente de Joseph que foi um amador.   

—Não vamos e não haverá discussão. Esta é a minha decisão. Para você, sua ajuda se encerra agora – diz de maneira dura. De um jeito que fazia bom tempo que não escutava, me tratou como ele trava antes de nos envolver. Antes de admitir seus sentimentos por mim.  

Espero que ele não queira voltar como antigamente, espero que não tenha me tratado deste jeito porque me viu bater em Joseph. Ou porque viu uma fração de como eu realmente sou.   

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Irei responder os comentários em breve *3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Passado Sempre Volta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.