POV BELLA

Eu pensei que seria mais difícil voltar, encarar a realidade.

Encarar de frente todas as minhas lembranças com os Cullens.

Eu ainda tinha muitas saudades de todos, inclusive de Rose que sempre me detestou.

Não é tão difícil voltar, pois por mais que as minhas memórias ainda muito livres do que aconteceu a 40 anos atrás não deixem por nenhum momento a minha cabeça, eu estou mais forte. A Bella bobinha, que odeia compras ainda existe, mas com certeza muito mais segura.

Mas, é claro que eu não poderia esquecer que eles não estariam lá, então seria muito mais fácil.

Eu sentia saudades do vento frio, do verde e muito, muito mesmo de Charlie.

Saber que eu o magoei me destruía por dentro, mas na época eu não sabia direito o que fazer.

Eu encarei o seu túmulo, eu gostaria de ter estado aqui para me despedir.

Eu segurava uma rosa branca, óculos escuros, calça jeans e uma blusa preta. Luto.

Era assim que eu estava agora e eu tinha certeza que isso iria demorar séculos para ser superado.

- Vai estar sempre comigo, pra onde eu for. – disse e joguei a rosa.

Lucas estava ali comigo, os outros vieram pra Forks também, mas eu não os permiti vir aqui comigo.

É um momento apenas meu, Lucas me acompanhou só para impedir que eu caísse.

Ele me estendeu e eu a peguei, eu estava com medo das minhas próximas atitudes quanto a ele, depois de sua declaração no avião quando estávamos vindo para cá abalou os meus sentimentos.

Claro que eu sentia alguma coisa por ele, mas ele era meu melhor amigo e eu não queria estragar isso, como eu tinha certeza que estragaria caso me envolvesse com ele.

Eu não esperava, mas quando estávamos voltando pra casa do cemitério encontrei Roselie Cullen e Emmett Cullen passeando pela cidade.

Isso abalou completamente o meu sistema nervoso.

Eles estavam aqui. Será que Edward estava aqui?

Com muito sacrifício pensei novamente nele.

Eu o tinha bloqueado de minha mente e de meu coração com muito custo, mas agora ver os seus parentes, seus irmãos aqui. Fez com que a fortaleza que eu tinha feito para impedir que eu sofresse, que eu caísse novamente veio a tona.

Eu sabia que iria sucumbir novamente e eu não poderia deixar que isso acontecesse.

Voltamos rápido pra casa e eu consegui fazer com que o meu cheiro e o de Lucas não fosse detectado pelos Cullens.

Chegamos em casa e o clima estava tenso, até a Sammy, a mais pateta do grupo, não estava fazendo nenhuma piada, nem zombando de algum dos outros membros.

- O que aconteceu? – perguntei, mas não obtive nenhuma resposta. Só vários olhares vieram na minha direção.

Olhares de tristeza e de conforto.

Mas, nenhum encarava os meus olhos, me olhava pelos olhos.

Olhares baixos.

Foi então que o Dani me entregou uma carta.

“Compareçam à Clareira para uma reunião para as novas leis de território.

Vocês precisam saber como funcionam as regras na cidade”

Depois que eu li, fiquei encarando o papel por alguns minutos.

- Entregaram hoje, mas não sabemos quem foi. Bateram na porta e a carta estava no chão da área. – Scott respondeu e logo depois eu fui pro meu quarto, mas antes, impedi que qualquer um me seguisse. Eu tinha que ficar sozinha.

Fui para o quarto, me deitei na minha cama e pensei em tudo o que me aconteceu em toda a minha vida.

Edward, Vampiros, Lobos, Tigres, Mortes, Guerras, tudo.

Eu estava com saudades da minha mãe. Fazia muito tempo que eu não a via.

Ela era uma tigre como eu, mas ela não se transformava mais. Mas, como isso estava no sangue, ela ainda não envelhecia.

Da última vez que a vi ela estava no México.

Acordei com Sammy batendo no meu rosto delicadamente, claro que o delicado dela era quase me atirando no chão.

- Está na hora? – eu perguntei e ela afirmou num aceno com a cabeça.

- Infelizmente não há como você fugir.

Eu me levantei contrariada, eu não queria fazer isso, mas era preciso, já que sou a Líder do nosso grupo.

Me arrumei, apenas coloquei um tênis, uma blusa de mangas compridas, mas com um decote razoável e um Jeans escuro.

E claro que cabelos presos num rabo de cavalo.

Desci as escadas e fomos a pé para a clareira.

Todos estavam com bolsas, menos eu. Não estava nos meus planos me transformar na frente de todo mundo.

Levou alguns minutos pra chegarmos, mas por causa de sermos tigres nem nos cansamos...

Quando chegamos lá, reparei que algumas pessoas estacaram.

- Chegou então o bando dos Tigres. – Sam falou.

Ele ainda não tinha me visto, mas escutou nossos passos.

- Estamos todos aqui Sam. – eu disse e ele enrijeceu.

- Bella? – ele perguntou.

- Sim, Bella Swan. – eu disse o meu nome de uma forma demorada, como seu estivesse explicando alguma coisa pra uma criançinha.

Era para eles verem que era realmente eu que estava ali.

- Bella... – Edward apenas sussurrou, mas eu ouvi.

Ele disse meu nome com incredulidade, de fato não acreditava que eu estava ali. Ainda mais com a mesma aparência de 18 anos.

- Eu... – eu não consegui dizer seu nome.

Paul começou a rir de alguma coisa e logo depois eu não entendi mais nada.

Só que eu estava na frente de Roselie, impedindo que Paul batesse nela.

- BELLA. – ouvi alguém gritando meu nome, mas eu simplesmente apaguei.

...

Acordei com uma dor de cabeça enorme. Não era comum, mas como eu ainda sou metade humana eu sabia que era normal.

Acordei num quarto não tanto estranho.

Eu sabia que eu estava no quarto de Edward. Foi confirmado quando eu vi uma foto que estava eu e ele na clareira. Foi batida por Alice.

- Você esta melhor? – Lucas que estava do meu lado.

- Estou, mas o que aconteceu? – eu não sabia o que tinha acontecido.

Depois de uma história longa, dele dizendo que a Rose seria atacada por Paul eu me meti na frente, impedindo que ele a matasse. Emmett estava longe, tinha ido com Carlisle ver alguma coisa e não pode evitar o ataque.

...

- Obrigada, por salvar a minha vida. – Rose falou depois que eu desci as escadas da mansão ao lado de Lucas.

- Não foi nada Rose. – foi a única coisa que disse e depois de cumprimentar todos, mas apenas com um aceno de cabeça. – Muito obrigada por me salvar Dr. Cullen. – disse para Carlisle.

- Não foi nada Bella, você é da família. – ele disse e mais uma vez eu senti que meu coração foi pressionado.

Fui em direção da porta. Lucas não estava mais do meu lado, ele tinha ido para o carro.

- Precisamos conversar. – Edward disse segurando meu braço.

Bem quando eu estava na porta, segurando a maçaneta.

- Não, não precisamos. – desvencilhei dele e abri a porta.

- Vai fugir até quando? – ele disse enquanto eu descia as escadas de sua casa.

Eu já estava na porta do carro quando disse baixo, mas sabia que ele ouviria.

- Pra sempre. – e entrei.

Lucas acelerou e saímos dali.

O ruim seria amanhã. Na sala de aula.