Bulletproof: The Restart escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 4
Divergência e Convergência


Notas iniciais do capítulo

Fourtris, esse título foi dado antes da sua aparição, sim kkkkk



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— Tá fazendo o quê aqui? — perguntou Suga, confuso.

— Eu… estava me sentindo sozinho e…

— Ih, você veio ao lugar errado, Jiminie. Eu não te aconselho a passar dessa porta.

— Por quê? O que houve?

— Ah, Rap Mon e Jungkook… Eles simplesmente não sabem lidar com as perdas.

— Está sendo difícil para todos nós. Tem que tentar ser compreensivo.

— Não dá pra ser compreensivo com isso.

— O que eles estão fazendo pra te deixar desse jeito?

— Eles estão bebendo. Bebendo absinto ainda por cima.

A expressão de Jimin se alterou de repente.

— O quê? — perguntou ele, incrédulo.

— Difícil de acreditar, não é? O Jungkook tá até passando mal no banheiro, mas não quer saber de…

— Você ficou maluco? — perguntou Jin, muito nervoso, passando por ele pra entrar na casa. — Jungkook nunca colocou uma gota de álcool na boca, ele não pode beber absinto do nada!

Jimin foi direto pro banheiro, e encontrou Jungkook jogado no chão.

— Aigoo — murmurou ele, se abaixando.

Começou logo a chamar por Jungkook, enquanto o levantava e o segurava. Ele estava inconsciente. Jimin tentou acordá-lo de todas as maneiras enquanto evitava chorar. Chamava-o sem parar, mas nada parecia fazer efeito. Tentou sentir seu coração, mas não havia nenhum sinal.

Só então, Jimin se permitiu chorar, enquanto abraçava-o. Ele não gritou por ninguém que não fosse o próprio maknae. Ficou com ele alguns minutos, só o suficiente para parar de chorar. Então, o deitou com cuidado e saiu.

Suga estava sentado nos degraus na frente da casa, mas se levantou assim que Jimin saiu. No entanto, ele começou seu caminho sem ao menos olhar para o mais velho.

— Jiminie — disse ele, chamando a atenção. Jimin olhou para ele. — Como ele está?

— Ele está morto — disse Jimin, sem hesitar. — E a sua sorte é que eu decidi omitir tudo o que está dentro de mim agora. — Jimin se virou para ir embora, mas Suga segurou o seu braço.

— Espera — disse ele. Os olhos estavam brilhantes com as lágrimas que se juntavam enquanto ele assimilava a informação. — Me diz. Diz o que você tem pra dizer.

— Eu não posso. Eu sei até onde a verdade é benigna, e até onde não é. Só não fale mais comigo, não me ligue, nem ao menos olhe pra mim, e principalmente… — Jimin puxou seu próprio braço. — Não me toque.

Jimin foi andando em direção a lugar nenhum sem olhar pra trás. Nunca imaginou que sentiria tanta raiva de Min Suga. Nunca imaginou que aquilo tudo pudesse acontecer… Nem que o tempo seria benevolente a ponto de não separá-lo de Jungkook por muito tempo.

 

 

Suga entrou na casa ainda imaginando o que Jimin poderia querer dizer. Provavelmente, ele o odiava naquele momento, e não havia como tirar sua razão. Passou de novo pelo líder bêbado e encontrou o corpo de Jungkook no banheiro. Foi muito difícil, mas ele conseguiu não chorar. Ele precisava ser o mais forte, se Rap Monster não o era.

Ele pegou no bolso o celular de Jungkook e saiu dali. Precisava ligar para os pais dele, mas não suportaria ficar naquele banheiro por mais tempo. Quando desbloqueou o celular, viu que havia duas mensagens da Yumii. A notificação não revelava muito do texto, mas ele começava com um nome: Sunghee. Suga decidiu ler a mensagem. Afinal, ela também precisava saber.

 

Yumii: Eu pensei em um nome se for menina.

Yumii: Sunghee. O que você acha?

 

Suga suspeitou o que aquilo poderia significar, mas só acreditou quando leu as mensagens anteriores. Nas mais antigas, Yumii parecia desesperada, como se sua vida estivesse acabando, e Jungkook prometia que superariam aquilo juntos. Nas mais recentes, eles trocavam informações sobre preços de passagens e aluguéis, ofertas de emprego. As últimas eram fotos e links de berços, roupinhas e outras coisas do tipo, misturadas com sonhos e suposições.

Finalmente, Suga começou a chorar. Olhou para o corredor. Parecia que, só então, ele se dava conta de que sua falta de atenção o havia feito perder seu melhor amigo.

Pior, sua falta de atenção havia deixado uma mãe solteira e uma criança sem pai.

 

 

Foram poucas horas de isolamento antes da chamada. Jungkook foi guiado por dois espectros pelos corredores de sua própria casa. Mesmo tendo consciência de todas as suas passagens, ele não sabia o que o esperava. Se estava indo ser julgado, quem era o Juízo? Quem ele encontraria do outro lado da porta?

V e Jin?

Caim e Abel?

Desconhecidos?

Jungkook segurou as pontas do cssaco para que ninguém visse que ele estava tremendo. Não de medo, mas de nervosismo, por não saber o que enfrentar.

Os espectros abriram a porta, e Jungkook entrou se sentindo um corvo de asas queimadas no meio dos lobos. Em várias poltronas, se espalhavam as sombras. No meio, Abraxas sorria.

 

 

Rap Monster acordou xingando a própria dor de cabeça. Depois, xingou mais a hora. Estava muito atrasado para o treino, talvez só pegasse o final. Não lembrava de nada da noite anterior. A lembrança da morte de Jin e de V veio aos poucos. Depois de constatar que Suga não estava em casa, ele se arrumou e saiu.

Quando chegou na Big Hit, todos estavam olhando para ele. O clima estava bastante tenso, e Rap Mon não entendia nada. Ficou cada vez movimentado, até que o levaram para a sala do Bangtan PD-nim.

— Annyeonghaseyo. O que exatamente te trouxe aqui? — perguntou ele, gentilmente.

— Ué… Eu vim treinar. O mundo não acabou, chefe.

— Ótimo. Gosto muito de sua disposição. Então me conta. Você quer ir solo ou quer um grupo novo?

— Eu quero o meu grupo. Eu quero o Bangtan.

PD deu um longo suspiro.

— Isso é mais difícil do que eu imaginava.

— Qual é o problema? Porque não podemos continuar? Ainda somos cinco…

— Desculpa, Rap Mon. Eu achei que você soubesse… Você é o único que restou.

 

 

Suga entrou na sala sem fazer ideia de como seria recebido. Tratou de fechar a porta logo, já que o lado de fora era um grande mistério. Cumprimentou o outro, que o olhava fixamente enquanto segurava uma maçã. Era difícil saber o que ele estava pensando. Os dois ficaram algum tempo em silêncio. Como Jiminie não reprovou sua estadia ali, Suga decidiu falar sobre o que viu do lado de fora.

— As coisas estão confusas. Muito confusas, Jiminie.

— Eu sei. Abraxas não nos reconhece.

— Tive a mesma impressão.

— Não, não. Não é impressão. É a verdade.

— Está com seus poderes? — perguntou Suga, surpreso.

— Sim. Você não?

— Não teria porquê… Eu não morri no fogo. Não dessa vez. Tá, então… Abraxas não nos reconhece, mas nós o reconhecemos. Por quê?

Jiminie pareceu que ia responder, ou tentar responder, mas de repente olhou para a porta, preocupado.

— Ele está vindo.

— Abraxas?

— Não. Jimin.

Suga não teve muito tempo pra pensar. Colocou a mão na frente dos olhos de Jiminie na exata hora em que a porta se abriu. Ao mesmo tempo em que ver dois Jimins lhe pareceu uma loucura completa, era algo possível na Casa do Juízo… Não era?

Jiminie deixou a maçã cair no chão. Ele não podia ver seu outro eu, mas podia sentir. Sentiu quando ele foi lançado para fora e a porta se fechou do nada.

— O que foi isso? — perguntou Suga.

— Isso fui eu. Muitos anos atrás. Tirando a parte de ser lançado pra fora.

— Hum… Seu outro eu te viu.

— Ele não viu os meus olhos. Mas, sim, ele me viu. Por isso ele foi jogado de volta.

— De volta… Pra onde?

— Para o Primeiro Mundo.

— Eu não tô entendendo mais nada. Você sabe o que está acontecendo nessa Casa, afinal?

— Em parte.

— Tá, deixa pra lá. O que eu realmente quero saber é se você ainda tá chateado comigo pelo Kookie.

Jiminie sorriu.

— Se a gente sobreviver, eu te perdoo.


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Notas finais do capítulo

Tá, bom, Jimin. Seu danadinho. Quem não te conhece que te compre.
Manipulando a mentira pra parecer verdade. A gente já sabe que você vai perdoar o Suguinha de qualquer jeito ♥



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