It’s Time. escrita por Liids River


Capítulo 3
...


Notas iniciais do capítulo

oin vocês
eu demorei né? nem respondi os comentários,nem as dms
eu vou responder tudinho ainda hoje
eu voltei pra faculdade e a dor de cabeça já tá enorme quanto a isso
eu estou com esse capitulo pronto há muito tempo,eu só coloquei algumas coisinhas novas
eu tô cheia de angustias novas e dores de cabeça,então parece que vou produzir muita coisa ushushasuhashusa
amo vocês!
—_____________________________________
eu fiz uma jogatina bacana de POVs aqui e eu amei ♥
ps : leia só se vcs estiverem de bem com a vida
ps+1 : eu tô bem,tudo isso já passou e lembrem-se que por mais que haja uma linha paralela com o que acontece comigo,inda é uma fanfic ♥
ps+2: eu preciso que vocês leiam as notas finais pra entender o flashback dentro do flashback (quebra da quarta parede dos flahsbacks).
ps+3 : eu tô bem mesmo,e eu amo vcs ♥



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— Eu sou a porra de um planeta agora?

Percy esboçou um sorriso sarcástico, os olhos fundos, escuros e as mãos em punho.

— Percy...

Com toda a força que conseguiu colocar no punho fechado, ele socou a parede atrás de Annabeth.

Ah...era mais um hematoma para a coleção.

A loira tinha os olhos arregalados e as mãos mais trêmulas do que nunca. Os cabelos jogados em frente ao rosto e as bochechas vermelhas tanto por ter que subir as escadas até o terraço, quanto pelo sol em seus rostos. Ela desviou os olhos para a porta onde os enfermeiros conversavam entre si. Poderia assobiar e assim que vissem Percy tão próximo dela, provavelmente o pegariam e o jogariam para dentro do quarto de novo.

Sem sair por um ou dois dias.

Annabeth suspirou tentando controlar o medo, levantou a mão direita colocando-a no rosto raivoso de Percy Jackson.

Quer dizer, tentou.

Percy estapeou sua mão antes que ela pudesse encostar em seu rosto.

— Percy... – ela suspirou, colocando uma mecha do próprio cabelo atrás da orelha. – Não foi isso o que eu quis dizer.

Nunca é, não é?

Eu sei que você deve estar um pouco confuso com o início desse capitulo. Então, eu vou voltar para o final daquele dia. No terraço, as mãos entrelaçadas enquanto observavam o sol se pôr.

—...

Ele sentiu a mão dela parar de tremer aos poucos. Bem devagar. Era macia e quentinha – o contrário da dele, que era uma mão gelada e consequentemente sem conforto nenhum. Se sentia bem e estranho.

Bem e estranho. São duas coisas que Percy sempre sentia, mas naquele momento....sentiu ainda mais.

Para uma pessoa como Percy Jackson, que já sente demais, sentir ainda mais era uma intensificação desnecessária. Ele sabia disso. Muitas vezes, Joseph dizia que Percy era uma caixinha daquelas que você dá corda e sai um palhaço. No caso de Percy, se você desse corda demais, o que saia eram sentimentos.

Um em cima do outro. Muitas vezes, ele sentia medo de ser atropelado por si mesmo.

Ele apertou sem querer os dedos de Annabeth, fazendo-a se dar conta de que estavam de mãos dadas.

Ela olhou para baixo – para as mãos. Exibiu um sorrisinho mínimo e suspirou.

— Você tem a mão gelada – sussurrou. O sol deixava a cidade aos poucos, fazendo a silhueta dos prédios brilharem enquanto eles observavam. Era uma imagem muito bonita mas para Annabeth, estar acompanhada de Percy fazia toda a diferença.

Annabeth estava acostumada a coisas bonitas.

— Desculpa – ele sussurrou tentando tirar a mão de perto, porém ela o puxou.

Annabeth virou-se para Percy. Os cabelos reluzentes contra o sol e os prédios espelhados. Ele apertou sua mão, desejando que ela fosse o que se mostrava afinal das contas.

Ela apertou sua mão de volta e Percy se permitiu ser abraçado por aquele aperto.

Por enquanto.

O teto era de madeira, branco. Algumas das linhas irregulares deixavam-o meio irritado. A lâmpada apagada deixava o quarto escuro, mas não totalmente por causa das pequenas luminárias no criado-mudo ao seu lado. O seu io-io estava repousado ali também, junto com dois livros que Joseph havia lhe emprestado.

Percy puxou seu lençol para mais perto do corpo, desejando sumir de repente.

Estava começando a se sentir de um jeito diferente em relação a si mesmo. Não sabia se aquilo era bom ou ruim.

Como eu já comentei, Percy Jackson costuma ter uma visão extremamente negativa sobre si mesmo. Muitas das vezes, ele afasta as pessoas por conta disso. Ele não queria que o vissem como ele mesmo o vê. Mas também, não quer ser algo que ele não é só para mantê-las por perto.

Não que isso acontecesse.

— Mãe – murmurei – Você acha que eu vou te decepcionar em algum momento?

Minha mãe tinha os olhos mais limpos e puros que eu já tinha tido a oportunidade de olhar. Ela sorria com eles ao mesmo tempo que sorria com os lábios. A tristeza chegavam neles antes mesmo dela dizer que estava triste. Era tão transparente, quanto água.

Por isso eu sabia quando ela estava mentindo.

Ela se sentou ao meu lado enquanto eu arrumava minhas coisas para a escola.

— Percy... – ela murmurou seguido de um suspiro cansado – Eu já lhe disse que você não deve pensar tanto nessas coisas.

— Eu não consigo.

— Você precisa se esforçar um pouco mais.

— Mãe..

—Você, nunca, me decepcionaria – Sally puxou meu rosto para que eu encarasse seus olhos.

Sem mentiras. E brilhantes como nunca.

Diferentes de quando ela me deixou no hospital.

Diferentes de como Percy se lembrava dos olhos da mãe antes de dar entrada no hospital. Ele sabia que havia decepcionado-a quando ficou ali. Sabia que não fora homem o suficiente para tentar lidar com seus problemas sozinho.

Pelo menos, foi o que ele disse.

Eu nunca me senti tão observado em toda a minha vida. Pessoas dando entrada e saída ,câmeras ,enfermeiros ,médico ,pessoas vestidas de branco e preto, cozinheiros, serventes....

Todos observavam.

Minha mãe havia entrado em uma salinha a esquerda do balcão da recepcionista gorducha e de sombra roxa. O médico que entrou com ela, explicou que a salinha era boa para que mamãe se concentrasse enquanto lia o contrato melhor, sem deixar nada escapar.

Ele era alto e de cabelos loiros. Tinha grandes e caridosos olhos azuis que lembrava um pouco o olhar de minha mãe. Automaticamente, gostei dele. Comecei a desejar que ele fosse quem me guiasse no...no que seja lá eu iria fazer no hospital.

Meu pai estava encostado na parede ao meu lado.  Mexia em seu celular, fazendo a transferência do tempo que ele disse que eu precisaria ficar ali.

Para mim, dois dias. Eu iria aprender a lidar com o meu excesso de raiva e iria embora...em dois dias.

Eu mal sabia que meu pai estava pagando por 3 meses.

Suspirei mexendo em minha mão que estava imobilizada pela atadura. Eu sabia que havia passado dos limites desta vez.

Já era conhecido na escola e em casa por diversos episódios os quais a minha paciência havia simplesmente evaporado.  Eu sempre me considerei o tipo de cara “paciente” até o momento de não conseguir mais. Não gostava de falar sobre as coisas que me incomodavam e muito menos falar dos problemas que tiravam o meu sono.

Uma boa explicação, é a caixa de Pandora.

Como eu sempre guardava para mim as coisas que me faziam mal, quando ela – a minha própria caixa de pandora – estava cheia, a única coisa que saía de mim quando eu explodia, eram os males.

E quando foi sugerido que eu desse entrada no hospital... isso foi visto como a tal da “esperança”.

Eu não tenho tanta certeza sobre isso.

Dizem que quem procura, acha.

Eu só esperava que o médico me dissesse que eu não deveria ficar guardando tudo para mim. Esperava que ele me desse um exercício para melhorar isso. E em dois dias, eu estaria fora.

Tyson segurava a minha mão direita, sentado do meu lado. Os cabelinhos cacheados apontando para todos os lados e os olhinhos fechados enquanto sua cabeça pendia para o meu ombro. Apertei sua mão, lembrando-me de prometer voltar para assistir Ben 10 com ele,o quanto antes.

Na mão esquerda, um io-io.

Sorri vendo que ele estava tentando brincar direito com o io-io que eu havia lhe dado.

Meu pai suspirou alto do meu lado, atraindo minha atenção.

— Pronto – ele murmurou,cruzando os braços e suspirando mais uma vez – Está feito. Assim que sua mãe sair, vamos dar uma volta pela instituição e conhecer seu quarto....talvez você faça alguns amigos. Seria bom... – ele coçou a nuca – Você sabe... não ficar sozinho.

— Mas não vou ficar por muito tempo, vou? – murmurei tentando não me mexer para não acorda Tyson.

— O tempo experimental é de dois meses – papai murmurou. Ele se moveu até se sentar na cadeira ao lado de Tyson. – Não tenho certeza sobre isso, no entanto. Pode ser que você fique por mais tem-

—Não – murmurei, olhando em seus olhos verdes e cansados. Meu pai era um cara forte e que sempre tentava esconder que as coisas o incomodavam....

.... quem será que ele me lembra hein?

— Perc-

— Eu não vou ficar tudo isso aqui – murmurei. – Os planos são de dois dias e ir embora.

—  Eles não tem um plano assim, Percy – meu pai murmurou. Ele cutucou Tyson, acordando-o. – Ei,vá ver porquê a mamãe tem demorado tanto.

Tyson coçou os olhos com as mãos em punho e murmurou baixinho :

—Tá, me espera aqui Percy. Não vai embora.

Assenti impaciente, esperando que ele entrasse na salinha em que minha mãe e o médico estavam. Ele puxou a maçaneta e entrou,já chamando a atenção deles,fechando a porta atrás de si.

Virei-me para Poseidon,um tanto irritado.

— Vamos para outro hospital então – murmurei – Você sabe que eu não preciso ficar tudo isso,pai.

Poseidon também se virou para mim. Os olhos calmos e a postura firme.

— Eu sei? – murmurou – Para inicio eu nem sabia que precisaríamos dar entrada em um hospital,Percy. Eu não sabia que ia precisar pausar os estudos do meu filho,simplesmente porque ele socou a cara de alguns mestres na escola.

Assenti tentando controlar a minha raiva. Meus pais estavam agindo como se tudo não passasse de mais um momento dos meus. Não haviam dito nada,além do necessário na escola e comigo. E com Tyson.

Mas eu sabia,bem no fundo, que pelo menos meu pai...estava com muita raiva e bem decepcionado comigo.

— Pai – suspirei,entrelaçando meus dedos. – Eu não queria ter feito aquilo....

— Eu sei. – ele murmurou,a voz se elevando – Assim como na maioria das vezes você grita coisas que não gostaria. E como você quebra metade do seu quarto quando alguma coisa sai do jeito errado. Eu sei.

—Pai-

—Talvez isso aqui – ele apontou para as paredes – Faça você crescer um pouco.

— Não é assim,pai – sussurrei querendo não parecer um garoto mimado. Era o que meu pai pensava : eu era um garoto mimado. – Talvez eu não precisasse fazer tudo isso para que você começasse a me escutar um pouco mais-

—Não coloque a culpa das coisas que você faz em mim. – ele murmurou – Você não é mais uma criança!

Meu pai não entendia que as coisas as quais eu fazia,eu fazia sem querer. Muitas das coisas as quais eu sentia,eu sentia sem nem saber.

E... eu acho que só queria alguém para quem eu pudesse reclamar sobre o meu dia e dizer as coisas que eu estava sentindo.

— Nem mesmo agora você escuta! – grunhi cerrando os dentes. -  Você não escuta.

— Então você precisa fazer todo esse escarcéu para chamar atenção? –ele murmurou incrédulo. – É isso o que você está fazendo? Chamando atenção?!

Sem sentir,eu me levantei com as mãos em punho. Eu amava o meu pai de muitas formas. Ele era o meu melhor amigo, e eu o via sempre como um herói mas... assim como eu precisava me controlar,meu pai precisava aprender muitas coisas.

E naquele momento,eu não estava para aquilo. Assim como ele.

— Se eu quisesse a sua atenção,nem por um milhão eu conseguiria!

— Não diga isso –ele riu sem humor – Eu já disse que eu estou sempre por você!

— Mas não está – murmurei com raiva.

— Não necessariamente eu estou por você quando você quer,Perseu!- ele se levantou também. Eu percebi pelo canto do olho,a recepcionista levar o aparelho de telefone ao ouvido. – Talvez eu tenha pecado em não ter feito isso,mas eu nunca disse que não poderia contar comigo. Seus conflitos internos...eu não consigo resolvê-los se você não me disser.

— Eu tento!

—Na sua cabeça,Percy –ele sussurrou. – Você não consegue se expressar direito. Você não conta direito e você nem ao menos consegue pensar direito nas coisas que você quer dizer sem antes dizer um monte de palavras de ódio e-

— Cala a boca – grunhi. Minha mão começou a doer pela força a qual eu colocava em meus punhos. – Só...cala essa boca.

Eu não esperava mandar o meu pai calar a boca. Mas ele estava estragando tudo. Estava apontando o dedo para mim sem nem ao menos perceber.

“Você,você,você,você” – era só o que ele conseguia dizer.

Eu sabia que ele estava certo. Não queria que ele reafirmasse isso.

— Não coloque a culpa em mim – ele respirou fundo,sem me olhar – Não coloque a culpa em mim se você não consegue ser homem o suficiente para resolver seus próprios problemas sozinho.

Eu me senti sem ar.

Senti como se um soco fosse desferido contra meu estômago. Senti-me traído.

E me senti decepcionado comigo mesmo.

Porque meu pai não estava sendo maldoso. Não estava tentando me machucar.

Ele só estava sendo verdadeiro. E eu sabia disso.

O que me machucava mais...era que eu sabia disso.

.

Aqui vai mais uma coisa que eu e Percy temos em comum : pais difíceis. Não é que eles não queiram o melhor para nós – se fosse isso,não teriam corrido atrás de pagamentos e reestruturação psicológica. Mas meu pai,assim como o de Percy odiavam psicólogos e seu trabalho.

Porquê eles não tinham isso. Não tiveram quem pudesse ajudar na própria reestruturação deles.

Eles esperavam o café da manhã juntos. Annabeth observou o rosto cansado de Percy e se sentiu aflita.

Ele não havia dormido nada. Ela tinha certeza.

Os cabelos estavam jogados na testa e ele mastigava a unha devagar e perdido nos próprios pensamentos. Nico não havia descido ainda então o sinal soava nos ouvidos deles. Ela viu quando Joseph procurou Percy com os olhos e assentiu um tanto surpreso para ela,quando ele viu que Percy estava ali. Uieto. Sem surtar.

Até ele sabia que havia alguma coisa errada naquela manhã.

— E...- ela pigarreou, tentando atrair a atenção do garoto – O que você vai fazer hoje?

Ele levantou os olhos para ela e Annabeth teve um deja vu de quando o viu pela primeira vez. Os olhos verdes frios e cheios de emoção escondida.

Ela esperava que ele a mandasse embora.

— Você... – Percy murmurou baixinho – Vamos conversar.

— E aqui,você vai poder descansar e dormir – Joseph explicava enquanto abria a porta do quarto. -  Você pode decorá-lo com pôsteres e o que você quiser.... só que vamos passar pela triagem antes.

Era um quarto branco e preto. O teto era de madeira branca e a cama estava coberta por lençóis pretos. Tinha um criado mudo de madeira também e nada de televisão. Eu imaginei que eles iriam confiscar meu celular também,mas não falei nada.

— É bem grande – minha mãe murmurou adentrando. – E tem um banheiro aqui. Você nunca teve um quarto só seu – ela brincou.

E quem disse que eu queria,mãe?

Desviei os olhos para o chão enquanto eles se sentavam na cama e ouviam mais regras e como eu deveria me comportar.

Tyson mexia em seu io io e de vez em quando desviava os olhos para mim. Com vergonha,eu não encarava ele de volta.  Meu pai continuava quieto depois da pequena discussão que tivemos.

Imediatamente,eu não tive a oportunidade de revidar o que ele havia dito. Tanto porquê – e eu aposto que havia sido a recepcionista – o médico e a minha mãe saíram da salinha,quanto porquê eu...eu estava sem palavras.

— .. e aí eles terão a terapia grupal,mas antes claro eu irei começar com Percy o bate-papo individual – ele explicava.

Minha mãe assentia tentando parecer animada.

Eu já não gostava do lugar. Saber que eu teria que ficar por,no mínimo , três meses havia me desanimado ainda mais. Eu sabia que quando o acompanhamento escolar sugeriu que eu devesse me internar,eu estava ferrado.

 O que eu estava pensando? Que ficaria bom da cabeça depois de 2 dias?

— .. muitas das alas estão ocupadas de acordo com o grau psiquiátrico do paciente...-

E era um paciente agora.

E eu nem me sentia doente. Por mais que fosse.

Tyson veio até mim,fazendo-me encará-lo. Ele levantou as mãos,pedindo-me colo.

Abaixei-me enquanto os adultos se entretinham em sua conversa chata e peguei-o no colo. Os cabelinhos com cheiro de shampoo roçaram em meu nariz e eu beijei sua bochecha.

 Você vai trocar de casa,mano? – murmurou enquanto mexia no io-io,sem graça.

— Por enquanto – murmurei. – Você vai sentir minha falta?

Ele olhou para mim.Os olhinhos um pouco marejados e as bochechinhas vermelhas.

— Não. – murmurou baixinho,desviando os olhos para o io-io. – Você vai sentir a minha falta?

Eu puxei seus cabelos para fora de sua testa,beijando-lhe ali.

—É claro que vou – sussurrei.

Ele fez o mesmo comigo.

—Então eu também vou.

...

..

.

— ..e o café é servido aqui – Joseph explicava. Era um grande pátio que não tinham muitas pessoas. Alguns dos pacientes estavam ali,vestindo branco e preto. O jeito como se moviam me lembravam peças de xadrez – E só é servido quando todos os pacientes de todas as alas se encontram por aqui.

Nem todos pareciam doentes ali,o que me deixou um pouco mais calmo. Alguns conversavam animadamente nas mesas enquanto terminavam seus cafés. Alguns andavam com jogos de tabuleiro nas mãos e alguns liam livros.

As serventes e ajudantes de cozinha tiravam as mesas e limpavam todas,talvez já adiantando-as para o almoço.

Tyson segurava a minha mão encantado.

Meus pais iam a frente com Joseph enquanto ele nos guiava para a sala de jogos e biblioteca.

Em frente a sala de jogos,eu vi um grupinho de garotas de mãos dadas enquanto conversavam.Pareciam contentes e sorriam uma para as outras enquanto falavam.

Eram amigas?

Uma delas me pegou olhando e acenou, mas eu desviei o olhar e segui em frente um pouco envergonhado.

Mais a frente,eu vi que dentro da biblioteca tinham alguns meninos e meninas concentrados...estudando? Eu não saberia dizer.

Minha mãe acenou para dentro da biblioteca e vi que ela sorria para uma enfermeira ali. Meu pai não dizia durante o percurso e eu agradeci por não ter que ouvir a sua voz.

— Muitas das terapias grupais são feitas aqui -  Joseph bateu na porta. – Eu acho que estão em terapia.

Ele abriu antes que alguém lhe dissesse que poderia entrar.

Haviam 11 cadeiras. Tinham 11 pessoas.

—... e depois que eu sair daqui....eu acho que o mundo deveria se dividir em Antes e Depois de mim! – um garoto dizia. – A.C Di Angelo e D.C Di Angelo. – algumas pessoas riram.

Ele tinha os cabelo negros e a pele clara. Parecia até meio doente. As olheiras roxas e os olhos que agora nos encarava,tão negos quanto os cabelos.

— Ei pessoal. – Joseph sorriu para a médica que os acompanhavam -  Esse é Percy Jackson. – ele apontou para mim.

Alguns olhavam-me com solidariedade. Alguns com desinteresse.

Aquele garoto só me olhava.

 Levantei a mão,dando “olá”.

A médica sorriu para nós e murmurou :

— Percy é o novo amigo da nossa ala?

Joseph sorriu para ela,calculista.

—Não sabemos ainda – murmurou – Ele está apenas conhecendo o prédio.

— Acho que você vai gostar daqui,Percy – ela murmurou – Venha,sente-se e converse um pouco com eles enquanto eu conheço os seus pais!

Ela se encaminhou para onde Joseph e meus pais estavam. Meu pai pegou na mão de Tyson e assentiu para que eu me “enturmasse”.

Os garotos começaram a conversar entre si,sorridentes e...amigos.

Por que todos ali pareciam tão amigos?

Alguém chegou perto de mim,colocando o braço ao redor dos meus ombros. Olhei rapidamente,um tanto surpreso por ver que o garoto que falava era o mesmo que estava ali agora. O cabelo dele pinicava um pouco meu ombro visto que ele era só um pouquinho mais baixo que eu.

— Nico Di Angelo. – ele murmurou,sorrindo – Você vai odiar isso aqui a maior parte do tempo.

—Eu já odeio agora.- sussurrei.

Ele sorriu,mostrando seus dentes mais brancos que bem...ele todo.

— Então seremos amigos. – murmurou – Percy Jackson e Nico Di Angelo...não soa bem?

— Então você conheceu o Nico aqui? – Annabeth murmurou. Haviam conseguido escapar para o terraço em pleno meio-dia. Estavam sentados um do lado do outro enquanto tomavam sol,só os dois...sem enfermeiros por perto.

Annabeth se sentia um tanto surpresa quando Percy chamou-a pra conversar e ainda mais...conversar sobre si mesmo e sobre o porquê de estar ali.

Não se sentia no direito de interrompê-lo,mas como ele havia  dado uma pausa para  observar o céu, sua pergunta acabou escapando.

O perfil de Percy ao seu ver,era o mais bonito. O nariz perfeito e contorno da boca lhe pareciam detalhes que nem o mais glorioso dos pintores poderia reproduzir.

— Sim – ele respondeu,sorrindo um pouco - Por que?

—Vocês parecem amigos há milênios – ela sussurrou um tanto envergonhada. – Então quer dizer...não sei.

—Tempo não é sinônimo de nível de amizade – ele murmurou,engolindo em seco. Não queria que ela o interpretasse mal.  – Por exemplos nós dois...

— Nós dois? – ela murmurou,as bochechas esquentando um pouco.

— É... –ele pigarreou,encarando finalmente os olhos cinzentos de Annabeth. Hoje ela parecia mais bonita do que nunca. Estava corada e os cabelos bagunçados mas...bem,ela era uma pessoa que chamava atenção por sua beleza. E para Percy,não era só isso.

Ela tinha arrumado seu io-io. É,é isso...

— Nós somos amigos,certo? –e ele murmurou sorrindo para ela. Tomou sua mão na sua e entrelaçou os dedos.

Annabeth sorriu e assentiu.

— Então – ela murmurou,mexendo seus dedos nos de Percy. – O que o Nico tem?

.

— TAB – o garoto murmurou. – Somos a ala 11. Somos os TABeiros.

Eu encarei os olhos daquele ser humano. Não tinha a menor ideia do que diabos ele estava falando. Parecia que de repente,ele era um mariachi usando um sombreiro enorme,segurando um violão gigantesco e falando espanhol.

— O que foi? – ele sorriu. Pude ver acima da boca,uns furinhos pequenos. – Parece que você não tem ideia do que estou falando.

Eu me senti pelado,de repente.

Ele havia lido minha mente ou eu tinha falado alto?

— Percy? – ele tocou meu ombro – Tudo bem?

— Eu falei alguma coisa? – sussurrei,olhando-o novamente.

—Não – ele piscou – Você está bem? Quer que eu chame alguém? O Joseph está ali com seu-

—Como você sabe que eu não entendi o que você disse? – murmurei.  Cruzei meus braços,tentando não parecer um informante da CIA desesperado por informações.

Nico exibiu um sorriso confuso. Em câmera lenta para mim,aquele sorriso me pareceu o de alguém em quem eu poderia confiar.

— Está na sua cara,Percy – ele sussurrou. – Você me parece fácil de ler.

Se eu era fácil de ler,por que ninguém leu ainda? Por que ninguém que eu amo sabe o meu problema?

— Mentes problemáticas se entendem – ele murmurou,novamente parecendo ter um contato direto feito de fio de cobre,com meu cérebro. – Eu acho...que vamos nos dar muito bem. O que você acha?

— Ele era tão doce assim? – Annabeth perguntou,esticando as pernas para cima do colo de Percy. – O que aconteceu com ele?

Percy passou sua mão no joelho dela. Queria saber porque se sentia tão calmo quando conversava com Annabeth. Como há muito ele não falava,de repente...ele abria a boca e tudo saia naturalmente perto dela. O que estava fazendo?

— Ele é – Percy murmurou – E as vezes não é.

—O que quer dizer? – ela perguntou confusa.

—Não conhece ninguém da ala 11? –ele perguntou,olhando-a. Os olhos cinzentos limpos. Ela tinha a aparência de uma princesa,ele pensou. Queria saber exatamente o que havia acontecido para que ela estivesse ali. Mais uma vez,pensou que nada do que fosse...nada parecia justo o bastante para que ela estivesse ali com eles. E mesmo assim,pensou que era especial.

Mesmo que ela não precisasse estar ali,ele aceitaria que ela estivesse ali.

Não se perguntou até quando. Parecia injusto com ele. E havia prometido pensar mais em si.

— Não conheço ninguém – ela murmurou baixinho.

Antes de lhe responder,ele balançou suas mãos entrelaçadas. Olhou rapidamente das mãos ao rosto dela.

As bochechas vermelhas.

Pegou-a encarando a si e desviando os olhos constrangida.

Não havia nada mais doce que ela, ele pensou.

— Você pode parar de se distrair e me contar – ela sugeriu.

— Ou eu posso me distrair o quanto eu quiser e fazer você ficar vermelha por tempo indeterminado – ele revidou.

Annabeth sorriu quando voltou a olhar a cara mandona de Percy.

— Você pode fazer o que quiser – sussurrou só para ver o rosto dele,desta vez, se preencher pelo tom rosado.

Ele era uma caixinha. Uma caixinha de música,para ela. Aquelas que você abre sem nem perceber e ka-pow : a melodia mais bonita.

Percy mexeu em seus cabelos,envergonhado. Esperava que ela baixasse a guarda e ficasse quietinha,mas ela o surpreendera. Sorriu um pouco com isso e rebateu :

— Vai me deixar terminar?

— A palavra é sua – ela sorriu,imitando o Dr.Joseph.

Ele sorriu,colocando a perna por cima da dela.

— O Nico é da ala 11.

— E isso quer dizer?

.

Os bipolares – o rapaz murmurou. Estavamos sentados por mais tempo do que eu gostaria. Minha mãe,pai e Tyson,Joseph e a outra médica conversavam animadamente. Pareciam contentes em me ver conversando também,mas na verdade... é que o garoto Di Angelo não parava de falar. – Os que em um momento estão como Barney e no outro estão como  Sherk.

—Que lema horrível – sussurrei.

— É um não-oficial – ele murmurou,sorrindo. – Eu espero que você não seja dessa ala,mas...

Eu sorri,olhando-o. Ele parecia tranquilo.

Não parecia ser o que nós lemos na internet.

— É que eu estou como Barney hoje – ele sorriu,mais vez parecendo ter lido minha mente.

Eu não tinha certeza sobre nada no momento em que estava....mas tinha certeza sobre Nico Di Angelo ser o amigo que eu precisava.

...

..

.

Meus pais assinavam mais alguns papéis na recepção. A balconista sorria contente para mim,como se dissesse “vamos,anime-se!”. Minha mãe lia atentamente as indicações de visitas e itens que ela podia me trazer. Meu pai lia junto com ela,o semblante concentrado e calmo.

Tyson segurava a minha mão e resmungava sobre ter que dormir sozinho no quarto.

Joseph olhava para os meus pais paciente,segurando sua caneta para assinar junto a eles. De vez em quando ele desviava o olhar para mim e assentia como se dissesse que tudo que estávamos fazendo era certo.

O garoto, Di Angelo , havia ficado para o resto da terapia dele. Havia dito que iria jantar comigo e iria me apresentar seus colegas e parceiros.

Se estivesse com humor para aquilo.

Observei enquanto meus pais assinavam o ultimo contrato.

— É isso – Joseph murmurou,puxando as folhas para si e deixando que meus pais me olhassem – Percy...espero você no meu escritório,tudo bem?

Eu assenti observando enquanto ele se despedia com um aperto de mãos,de meu pai e minha mãe. Ele sorriu para Tyson e piscou um olho,como se tivessem um segredo entre si.

Meu pai veio até mim,beijando-me na testa. Resisti a vontade de jogar meus punhos para frente e afastá-lo. Queria murmurar para ele que nada daquilo que ele havia dito era verdade e que eu era sim,homem o suficiente para lidar com tudo sozinho...

... mas eu estava ali,não estava?

— Eu amo você – ele sussurrou.

Olhei em seus olhos verdes e assenti,sem responde-lo.

Ele assentiu,compreendendo que eu também o amava.

Mas não no momento.

Ele se virou para a balconista,perguntando-lhe que horas eram. Eu vi seu perfil triste e o sorriso de agradecimento pela resposta dela. Papai colocou um dos cotovelos em cima do balcão e passou a mão no rosto,escondendo os olhos.

Senti um aperto no peito e suspirei. Não queria ser o motivo das preocupações do meu pai. Ele não precisava disso.

E ao mesmo tempo,senti raiva. Senti como se eu pudesse construir um prédio em menos de uma hora e destruí-lo em menos de minutos.

Poseidon virou o rosto para mim e sorriu.

Minha mãe se aproximou,puxando minhas mãos para si – sob os protestos de Tyson.

— Nós nos vemos no final de semana,tudo bem? – sussurrou.

— Certo – respondi.

Não queria ficar.  Não queria ser apresentado para ninguém.

Não queria conversar com ninguém.

— Percy-

—Mãe,eu tenho que ir logo – murmurei. Pigarrei tentando fingir que não havia porcaria de nó nenhum na minha garganta e que não sentia nada em meus olhos. Nenhuma ardência e nem nada – Então...

Ela assentiu,beijando-me na testa e sussurrando que me amava. Sussurrou depois de alguns minutos,que eu jamais a decepcionaria.

Mas era mentira.

Eu vira em seu olhar.

Tyson apertou minha mão.

— Abaixa aqui – murmurou,puxando o lado da minha calça. Eu baguncei os seus cabelos,descendo em meus joelhos e ficando da sua altura. Os olhinhos dele estavam vermelhos por conta do sono.

— A gente se vê depois,tudo bem? – sorri,pegando seus dedos e beijando-lhe na palma da mão.

Ele puxou minha mão,fazendo o mesmo. Colocou o io-io que eu havia lhe dado ali,e disse :

— Eles não tem vídeo game aqui. Fica com isso.

 -

Percy sentia as mãos de Annabeth em seus cabelos enquanto falava. Como já mencionei,ele não se sentia confortável assim há muito tempo. Era diferente,não era como quando estava conversando com Nico e de repente estavam rindo por conta de alguma coisa que ele ou Nico haviam dito.

Era diferente.

Não era como quando estava com Thalia,falando sobre todas as aleatoriedades que a garota soltava no meio das conversas.

Era completamente diferente.

Ele viu como seus olhos cinzentos olhavam para frente – para os prédios. Os cabelos balançavam de vez em quando com a brisa da tarde. Ela passava as mãos em seus cabelos com delicadeza como se nem percebesse que o fazia.

Sentia um...friozinho na barriga,

Dr.Joseph tinha uma prancheta estupida em cima da mesa e uma caneta em seu lado. Ele estava sentado na cadeira atrás da mesa,as pernas cruzadas e um sorriso compreensível em seus lábios. Os cabelos loiros jogados para trás e a testa enrugada – tentando – não transparecer sua aflição.

Estavamos ali há mais ou menos 40 minutos e eu não tinha aberto minha boca a não ser para pedir-lhe água.

— Você entende que se não disser o que está acontecendo... eu não consigo te ajudar,certo? – ele sussurrou.

Eu mantive meus olhos devidamente presos na madeira de sua mesa.

Eu sou homem o suficiente para resolver isso sozinho.

— Você não precisa mais esconder as coisas que sente, Percy – ele murmurou, colocando as mãos entrelaçadas em cima da mesa. – Eu tenho.. –ele pigarreou, fazendo-me sem querer, olhar em seus olhos. – Eu tenho parte do que acontece com você. Seus pais me disseram-

—Então você tem alguma coisa.

— Mas você é o paciente. – ele pontuou. Os olhos azuis calmos porém a voz firme. – Eu gostaria de ouvir de você.

Eu não preciso lhe dizer, Joseph.

Eu vou resolver sozinho.

Neguei, encostando-me na cadeira de volta. Passei as mãos pelo cabelo enquanto suspirava tentando me controlar e não derrubar a mesa dele no chão com tudo que havia ali em cima.

Joseph pegou a prancheta em cima da mesa e me encarou por alguns minutos. Em seguida, começou a fazer anotações na folha.

Eu não queria saber o que diabos ele estava anotando ali, mas queria que ele parasse de me olhar. Por mais que ele fosse o médico e de inicio, eu tivesse desejado que ele fosse quem me acompanhasse...ele não podia fazer anotações sem que eu ao menos lhe dissesse algo, certo?

Suspirei.

Controle-se.

Ele me encarou mais um pouco, acenando e voltando a escrever.

Eu confesso que estava curioso com o que ele estava escrevendo ali.

Observei suas paredes. Era – talvez – o único lugar do prédio que não tinha apenas duas cores.

Senti os olhos de Joseph em mim e de novo, na prancheta.

Ele e aquela mão segurando aquela caneta, estavam começando a me irritar.  Ele virou a folha, como se desde que eu havia entrado ali eu estivesse me desembestado a falar. Queria dar uma olhada,bem de leve...

Inclinei-me para tentar olhar a sua folha,porém Joseph virou-a novamente.

Grunhi.

Joseph olhou-me, arqueando a sobrancelha. Colocou a mão direita embaixo do queixo. Voltou a encarar sua prancheta e escrever.

Levantei as minhas sobrancelhas para ele que sorriu e voltou a olhar para sua própria folha.

80% das coisas que eu queria que estivessem acontecendo,não estavam.

Eu deveria estar em minha casa,sentado na calçada observando minha vizinha bonita e o sol se por. Mas não,eu estava ali sendo julgado pelo cara que eu havia acabado de conhecer e que achava saber de metade das coisas que aconteciam comigo.

Instintivamente,comecei a me sentir agitado.

Começa com um frio na barriga. Não aquele friozinho bom de quando você vê a pessoa que você gosta sorrir. Não aquele friozinho bom de ansiedade quando você está prestes a cair de uma das curvas da montanha russa. Nem aquele friozinho bom de estar se balançando no balanço. O friozinho de vai e vem.

Não.

Depois do friozinho na barriga,vem no mesmo lugar um calor insuportável. E é como se essa bolo de fogo subisse para os pulmões e para o pescoço com a finalidade de chegar ao seu cérebro e explodí-lo.

Muitas das vezes,eu sentia falta de ar. Como se tivesse alguém com os punhos fechados em meu pescoço e não me deixasse respirar. Por pura maldade.

Eu acabei aprendendo a lidar com isso : respirava e contava até 10 e se possível,bebia um copo d’água.

Depois,eu sentia uma dor na boca. Como se meus dentes estivesse se partindo. Eu confesso que demorei para perceber que na verdade a dor que eu sentia,era porque eu estava com eles trincados. As vezes,até os rangia.

Minha mãe dizia ser normal,afinal...eu sentia demais.

Depois disso tudo, eu sentia vontade de gritar e bater em tudo ao meu redor. Quebrar as coisas e até quebrar a mim mesmo. Ser chamado de histérico era um hobby.

Eu estava começando a sentir um friozinho na barriga quando Joseph trocou de caneta e voltou a me olhar,escrevendo em sua prancheta.

— Joseph,não faça isso – murmurei,sentindo minhas mãos se fecharem em punho.

— Isso o que? – ele perguntou distraído,olhando-me rapidamente e voltando a escrever.

— O que você tanto escreve aí,Joseph? – perguntei tentando não olhar para ele,porém meus olhos não conseguiam se fixar em nada da sua sala. Voltavam sempre para ele e sua prancheta.

— São anotações de médico.

—Eu não disse uma palavra.

—Tem coisas que não precisam ser ditas para serem percebidas – ele pigarreou e sorriu para mim.

Não era. Eu juro que não era.

Mas eu vi um sorriso de deboche.

Ele estava debochando de mim? Era isso que ele estava fazendo?

Levantei-me sem perceber. Talvez,tudo que eu tinha feito fora sem perceber.

Com um tapa eu derrubei tudo que havia em sua mesa. Do suporte de caneta,ao computador. Folhas brancas e desenhos de outros pacientes que estavam devidamente empilhados em cima da mesa,do lado esquerdo,foram para o chão. O monitor de seu computador,caiu ao lado da lixeira que havia ali junto ao teclado.

E eu não conseguia respirar.

Apoiei minhas mãos em cima da mesa,depois de jogar tudo no chão. Inclinei-me o bastante para olhar nos olhos azuis – surpresos – de Joseph. Ele afastou a cadeira tão minimamente que eu quase não havia percebido.

— Acalme-se Percy.

E aí está o gatilho.

A palavra “acalme-se” é como se fosse um gatilho.

Porque ela faz tudo,menos acalmar.

Por impulso, olhei para chão com um riso nervoso. Vi que aos meus pés,o io-io de Tyson encontrava-se espatifado.

Meu pescoço esquentou. Meus olhos começaram a marejar.

E eu estava com raiva.

Com tanta raiva, que eu estava prestes a chorar.

Meu corpo, começou a tremer. Minhas mãos, não paravam quietas.

Colocando uma delas no meu pescoço e outra passando pelos meus cabelos,tentei encontrar Joseph no meio do borrão que era a minha visão. Senti meu coração palpitar,minhas mãos suarem. Joseph mantinha seu rosto calmo,porém a testa estava franzida em preocupação...

Eu queria dizer-lhe para que não... não se preocupasse tanto. Era bobagem....

...só que eu fui traído por mim mesmo.

Olhando em seu rosto,eu só pude sussurrar :

— Ajude-me.


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Notas finais do capítulo

o que tá acontecendo em tempo real : a primeira fala. Então sim,o Percy tá pistola já.
o que é flashback menos antigo : Percy contando o que há de errado com ele and stuff.
flashback antigo mesmo : o tempo do Percy dentro do hospital antes da Annabeth.
mas eu vou situar o tempo real de novo,nos proximos capitulos
e eu posso dar um spoilerzin de que essa primeira fala do Percy,é o começo do final da fic
DIFICIL NÉ?
ESSA É A MINHA CABEÇA
ME AJUDEM
( não parece,mas essa fanfic é a mais organizada no quesito "ideias". Então por favor,se vcs ficarem perdidos e tal,me perguntem! Pode ser que eu veja organizado,mas fique confuso pra vcs).



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