Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 41
Um milagre de Natal


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, estamos chegando às últimas emoções de Minha vida em pequenas escalas, e bem quero agradecer a todos que acompanharam e comentaram.  Quem quiser deixar sua recomendação, essa é a hora hahaha....Um capítulo, super leve pra aliviar o coração, e já vou avisando que MINHA VIDA EM PEQUENAS ESCALAS 2 já está no forno....



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No dia seguinte acordei cedo, na verdade, pouco tinha conseguido dormir. Faço um café e me sento no sofá da sala, admirando a árvore de natal colorida, com lindos pacotes bem embrulhados sob ela. Pego o pacotinho reservado pro bebê o abro e abraço o pequeno macacãozinho, que jamais seria usado. Coloco de novo no pacote amassado, volto ao quarto, pego a Emma, visto uma roupa mais quente e dirijo até a casa do Sam. Aperto a campainha repetidas vezes até que Amber abra a porta e eu adentro sem cerimônia.

一 Olha Amber, me escuta, eu entendo. Sei o quanto tudo isso tá sendo difícil para você e que essa decisão é a pior que teve que tomar na vida. Mas eu sei que não desistiu de fazer aquele aborto, naquele dia, só porque eu disse algumas coisas que te comoveram. Nós temos conversado durante semanas e eu vi o quanto você estava preocupada, e mesmo que queira acreditar que esse bebê não existir é o melhor para todos, ele existe, ou melhor ela existe e isso vai te machucar para sempre. Mas se é isso que você quer, eu respeito e se quiser eu até vou com você, mas se tiver alguma mínima dúvida, não faz, porque eu te garanto, que vai ser o pior arrependimento da sua vida. E me desculpa se eu não estava, se deixei você passar por tanta coisa no Canadá sozinha, mas não foi uma decisão minha e eu realmente não queria ter sido negligente com você, com o bebê, estamos juntos nessa e peço perdão se me meti em tanta encrenca e te fiz pensar o contrário. Eu não posso te oferecer mais do que ser o melhor pai que puder ser pra essa criança e um bom amigo pra você, mas esse bebê é importante ora mim e você também é 一 Falo com toda a sinceridade e ela me encara com lágrimas.

一 Eu… Noah, eu não me sinto mãe, eu não… Eu só quero que isso acabe. Me desculpa, eu nem devia ter vindo para cá.

一 Mas veio, você podia ter feito no Canadá, nem precisaria me contar, podia ter dito que perdeu, mas você veio até aqui. Porque no fundo, você queria ouvir que vai dar certo, que você vai ser uma boa mãe. Amber, você é incrível, até o Miguel que fez um intensivo na Al Qaeda, te respeita e você nem precisou assustar ou chantageá-lo para isso. 一 Digo e ela dá um leve sorriso 一 Se decidir ter o bebê, vai ser uma mãe maravilhosa e eu só queria te dizer isso.

Dois dias passaram e eu não tive nenhum retorno da Amber, segundo Samuel, ela não havia viajado e apesar de passar quase o tempo todo trancada no quarto, parecia bem. Contei tudo a Lacey no dia seguinte e para minha surpresa, ela não surtou. Segundo ela, era melhor a Amber aqui, do que eu no Canadá.  

A poucos dias do Natal, Emma viu um anúncio de uma boneca na TV e imediatamente começou a pedir a “Byavi” (Baby Alive) uma boneca na sua versão que chora, faz cocô, pede comida, sensor de movimento, etc e tal, não tão cara quanto aquela que comprei há algum tempo e que agora, servia como peso de porta, porque Emma não chegava mais perto dela e a "Byavi" como lançamento, estava esgotada em toda a loja que eu pisei. Os exemplares da Internet, jamais chegariam a tempo pro natal e dito que Sam também estava na odisséia para encontrar um modelo específico de Nerf pro Miguel, decidimos ir até Nápoles, uma cidade vizinha, para tentar encontrar os presentes do natal perfeito, que queríamos dar.

Bem, por acaso você já foi numa loja de brinquedos na véspera do natal? Depois dela ter anunciado que ainda tinha exemplares dos modelos que estavam em toda a cartinha do papai noel daquele ano? Se nunca esteve na situação, meu amigo, prepare - se. Ou nunca tenha filhos, pois hora ou outr, você vai enfrentar qualquer exército para trazer um sorriso pro rosto dele ou dela.

Chegamos bem cedo e a fila já estava dobrando a esquina, para abertura da loja.

一 Por favor, que todos esses na minha frente sejam pai de meninos 一 oro e Sam me olha com uma cara feia 一 Qual é? É o primeiro Natal da Emma!

一 Exato, ela nem entende ainda, Miguel acredita no papai Noel e vai ficar desapontado se não conseguir aquele brinquedo.

一 Bom você pode dar meias para ele e dizer que ele ficou na lista dos maus meninos.

一 Ele tem se comportado muito bem desde que a Amber chegou.

一 E como ela está? Mando mensagem, ela não responde e não quero parecer um chato insistente.

一 Bom, ela me pediu um emprego no Branch.

一 Sério? E você deu?

一 Não,  quer ela e a Lacey trabalhando juntas? Mas… eu disse que ela podia me ajudar com o Miguel e também nas coisas que eu preparo em casa para levar pro café.

一 E sobre o bebê? Ela tem dito algo?

一 Não, dê tempo para ela. É algo que se tem que pensar muito.

一 É, eu sei. Olha vão abrir.

Você já viu aquelas cenas de guerra ou de desastres, onde centenas de pessoas fogem do perigo desesperadas? Bom entrar numa loja de brinquedos às véspera do Natal é mais ou menos assim.

As pessoas se espremiam e depois se empurravam, quando conseguimos passar pela porta, a correria começou. Algumas pessoas com carrinhos de compras se atropelavam pelos corredores, para disputar o que havia restado nas prateleiras. Sam e eu nos separamos, e eu segui correndo para a parte cor de rosa da loja. Inúmeros corredores, ostentavam todo o tipo de brinquedos, majoritáriamente pintados nas cores rosa e lilás. De longe, avistei uma placa escrito “Baby Alive” e corro na direção dela e uma ilha com algumas bonecas, onde uma delas, era do modelo desejado por Emma, surgiu a alguns metros de mim. Respirei aliviado e comecei a andar quando percebi um outro pai do meu lado também sorrir na direção da mesma caixa, apresso o passo e ele também. Nos entreolhamos e aumentamos a velocidade, ele começou a correr empurrando um carrinho já com outras mercadorias e e eu disparei também. Em segundos ele me fecha com o carrinho, me fazendo cair e prossegue a corrida em direção a boneca.

一 Filho da puta! 一 grito me levantando, me posiciono atrás do carrinho e lanço-o na direção dele, o atropelando e fazendo-o cair sob a ilha, derrubando todas as caixas de bonecas.

一 Strike! 一 Gritei e pulei sobre as caixas a procura da boneca. Quando a avistei, foi como se algo brilhasse em torno dela, estiquei o braço para pegá-la e nesse instante senti um empurrão, que me fez afundar a cara numa das caixas e ao conseguir levantar, vi o loiro pegando a boneca da minha filha.

一 Mas nem fodendo!  一 Digo e me agarro ao pé dele quando tentou sair do meio da confusão e ele caiu de cara no chão, subi sobre ele tentando tomar a boneca e e ele me empurrou.  

一 É minha! Eu peguei primeiro 一 Ele diz com um italiano rouco.

一 Eu tô a horas na fila, vim de Roma por conta dessa boneca 一 Digo ainda tentando alcançar enquanto ele me empurra com uns chutes.

O italiano consegue se desvencilhar e sair correndo pelo corredor e eu ao seu encalço, Emma teria o seu Natal perfeito, com o seu presente dos sonhos, ou eu não me chamo Noah Johnson. Corri e pulei sobre ele, nos estapeamos um pouco e finalmente soltou a boneca e a caixa rolou pela cerâmica branca da loja. Em câmera lenta vi a caixa cor de rosa picar e depois escorregar pelo chão até pequenos pés em sapatos cor de rosa.

Ao ver as mãozinhas pálidas se abaixarem em direção a caixa e olhar a cara de desespero que o italiano também impunha, estávamos prontos para gritar um sonoro não a menininha quando avistamos sua cabeça carequinha e uma sonda nasal se contrastar com o brilho no olhar e sorriso triunfante que surgiu ao tomar a caixa. Nos entreolhamos novamente e ficamos calados.

一 Mamãe olha o que eu achei! 一A ouvimos gritar antes de sair saltitante pelo corredor. O italiano levantou com dor nas nas costas e me estendeu a mão.  Aceito a ajuda e me levanto desamarrotando a roupa.

一 Desculpa é que a minha filha queria muito aquela boneca, mas acho que aquela garotinha precisa mais de algo que a faça sorrir 一 Ele diz.

一 É você tá certo. Afinal elas tem saúde né, é o que importa. 一 Concordo. E nesse instante Sam aparece com a camisa rasgada, cabelo bagunçado, uma Nerf e uma caixa com outra boneca igual.

一 Sam, onde achou isso?

一 Estava perdida na sessão de bichos de pelúcia, achei melhor garantir e trazer.

一 Dou 600 por ela 一 fala o italiano já tirando a carteira.

一 Cara, ele é meu amigo, pegou a boneca para mim 一 Falo triunfante.

一 Noah, são 600 por uma boneca que custa 280,00 pensa, dá para comprar duas depois que passar o natal.

一 Mas é o presente de natal da Emma.

一 E são 600!

一 Desculpa amigo, mas a boneca não está a leilão. Pego a caixa da mão do Samuel e quando penso em dar um passo o cara a arranca da minha mão e sai em disparada.

一AH!!! DE NOVO NÃO! 一 Tomo a Nerf das mãos do Sam e a tirei de dentro da caixa e me ponho a disparar com os dardos na direção do cara.

一 Guarde o carrinho ele vai tentar recuperá - lo  一 grito a Sam.

一 Noah seu retardado!一 ouço a voz do Sam ecoar, enquanto persigo o italiano pela loja. Precisava evitar que ele chegasse ao caixa ou tudo estaria perdido.  Me escondo do guarda da loja e espero ele passar, volto a avistar o italiano olhando desconfiado pros lados, na certa esperando eu desistir para poder pegar o restante de suas compras. Me aproximo devagar e por trás e apontei a Nerf para cara dele.

一 Devolve a minha boneca.

一Sabe que isso lança dardos esponjosos, não sabe? 一 Ele diz com um sorriso sádico e me empurra em cima  de uma gôndola de furbys.

一 Aí...一 Exclamei ao sentir minhas costas baterem contra a grade. 一 Me devolve a minha boneca, eu vi primeiro! 一 Avanço sobre ele e em segundos iniciamos a briga mais patética da história, regado a dardos de esponja e furbys fofinhos. Sam chegou e tentou me ajudar, mas  depois da segurança ser acionada fomos expulsos da loja, sem Nerf e sem a boneca.

No lado de fora da loja, tentei convencer o guarda a me deixar entrar novamente, mas nada o convenceu e segundos depois vi outra menina sair saltitante com a caixa de dentro da loja. Não penso duas vezes e corro na direção deles, Sam tenta me impedir dizendo que não vai me deixar roubar a boneca de uma garotinha.

一 Eu dou quinhentos pela boneca 一 Digo me postando a frente da loirinha que é puxada com força pela mãe assustada.

一 Minha filha acabou de comprar. 一 Ela diz.

一 Querida é quase o dobro do preço que pagamos, deixa ela decidir 一 Diz o marido já interessado no negócio. Me abaixo a frente da criança.

一 É o primeiro Natal da minha filha, e ela quer muito essa boneca. Mas eu entendo se não quiser vender.

一 O dobro ou nada!  一 Fala a garotinha que devia ter no máximo dez anos, sem pestanejar.

一 Mil! Por uma boneca?! 一 digo espantado.

一 Eu tenho a boneca e você a quer, é o preço. 一 Diz a mini Donald Trump.

一 Seiscentos.  一 retruco.

一 Oitocentos!  

一 Setecentos!

一 Setecentos e cinquenta e dois com trinta centavos! 一 Ela diz 一 Minha última oferta.

Encarei os pais dela e o pai tem um sorriso orgulhoso no rosto. O que há de errado com essas crianças de hoje? Na minha época ficaria feliz se trocasse um dos meus brinquedos caros por um saco de balas. Concordo e pago a garotinha que começa a gritar que está rica e puxa os pais de volta à loja. Respiro aliviado com a boneca em mãos, e depois passamos num Shopping onde Samuel, comprou uma Nerf para Miguel.

Quando cheguei em casa, mamãe já tinha saído e levado a Emma para casa do Derek, onde seria realizada a ceia. Seria a primeira vez que minha mãe, encontraria meu pai e sua família, e também havia Amber, convidei Sam e ela, e nesta noite a apresentaria a Lacey, caso aparecesse. Fiz um pacote improvisado e coloquei a caixa ao lado das outras aos pés da árvore.

Estava no banho quando a campainha tocou, me enrolei na toalha, e Derek estava a porta.

一 Derek, que está fazendo aqui? Aconteceu algo?

一 Não, me mandaram te buscar e como Vick está fazendo de tudo para me manter longe de casa o dia todo, acho que estão nos fazendo uma festa de aniversário.

一 Nossa, verdade. Amanhã é nosso aniversário. Quer dizer o dia que nascemos, já que nossas certidões não concordam. É o primeiro aniversário que vamos comemorar juntos 一 reflito.

一 Pois é, olha só eu comprei uma coisa para você. 一 Ele diz me entregando uma caixa de veludo.

一 Hum, será que tem um diamante aqui dentro.  

一 Abre logo.

Abro a caixinha e tem um relógio bonito e aparentemente bem caro.

一 É lindo 一 Digo vendo que aquilo não era muito meu estilo.

一 Não gostou né?

一 Eu não uso relógio. 一 Digo com sinceridade.

一 Eu sei, mas ele é para representar que nunca mais vamos perder tempo, longe um do outro. 一 Ele diz e eu me emociono.

一 A mano, eu também comprei uma coisa para você. 一 Digo e procuro embaixo da árvore de natal e entrego um pacote a ele. Derek abre e se depara com uma garrafa de vinho.

一 É para representar que, na sua casa tem um fantasma ladrão de  garrafas de vinho. 一 Digo e ele sorri e me abraça.

Vamos para casa dele conversando sobre recém - nascidos e quando chegamos fingimos uma cara de surpresa quando a ceia havia sido transformada numa festa de aniversário dupla. Havia até uma decoração personalizada com balões e um bonequinho todo bem vestido e outro parecendo um personagem de filme pós apocalíptico. E apesar da minha mãe ter aquele jeito de dona de tudo, meu pai e sua família, principalmente Corine, foram tão educados e receptivos, que ela foi obrigada a deixar as pedras caírem.
Katherine, já havia ganhado algumas gramas e Vick apesar de cansada, parecia estar bem recuperada do parto. E a festa corria com aquela verdadeira aura natalina (acho que só faltava um cachorro roubando petiscos para parecer um daqueles filmes de Natal) e quando estávamos prestes a sentar à mesa e Lacey já falando alto por conta da bebida, ouço a campainha tocar e ao atender, Sam, Miguel e Amber surgem a porta.

一 Feliz Natal 一 Diz Sam me enredando num abraço que é completado por Miguel que agarra as minhas pernas.

一 Feliz Natal, tio Noah. Comprou presente para mim? 一 Questiona me olhando.

Enfio a mão nos bolsos e tiro umas balas de menta, que embora eu não coloque um cigarro na boca há semanas, ainda não perdi o hábito de andar com elas caso precise disfarçar o hálito, e o garotinho adentra a sala saltitando de alegria.

Encaro Amber e lhe dou um abraço e desejo um Feliz Natal. Seguro na sua mão e a conduzo até dentro de casa e a apresento a todos. E embora a cara da Lacey tenha tomado um semblante entristecido, ela foi gentil e educada com a Amber.

Depois do jantar, sentamos a sala e e em pouco tempo todos e estavam contando suas histórias de Natal. Até que a Amarula compartilhada por minha mãe, Corine e Lacey, começasse a fazer efeito.

一 A Katherine é gordinha, a Lacey sempre foi magrela e por Deus, ela era muito feinha quando nasceu, magra e enrugada,  parecia o Et. Eu lembro que quando colocaram ela no meu colo a primeira coisa que disse foi: põe de volta que esse bebê não está pronto! Ela era tão magra, mas tão magra que conseguia passar pelas grades do berço. 一 fala Corine entre risadas  

一 O Noah eram uma gracinha, ele era muito parecido com a Emma só que duas vezes mais gordo, ele comia muito e fazia muito cocô,  sério aquilo não era normal, e por volta de um ano e meio ele começou a tirar as fraldas sozinho e brincar com o próprio o cocô, ele comeu algumas vezes...

一 Mãe chega 一 Peço,  tá aí algo odioso quando mães se reúnem, elas ficam disputando quem consegue fazer mais o filho passar vergonha. Deve ser um acordo secreto intrínseco a biologia das mães.  Quando o filho entra na puberdade, elas devem ver algum documentário  sobre “Como fazer meu filho passar vergonha, por toda a raiva que passei na infância dele”.

Amber permanecia quietinha no canto ao lado de Sam, que percebi dispensar muito interesse e sorrisos para ela. Senti uma pontinha de asco, afinal, que porra é essa de meu melhor amigo ficar interessado em toda a garota que eu já fiquei, mas pensando bem, não seria de todo ruim. Afinal, Amber tinha medo de ter um filho sendo sozinha no mundo, por mais que eu achasse que devia, minha mãe tava certa e propor algo a ela estando apaixonado pela Lacey, apenas para garantir que ela não desistisse do bebê, era injusto, Comigo, com Lacey, com as crianças e principalmente com coma própria Amber. Não daria certo, mas Sam, era um cara legal, solteiro e ao que tudo indica, Miguel estava adorando a ideia de ter ela em casa, tanto que vinha se comportando como um príncipe. Uma vez Carolina me disse, que Deus escreve certo por linhas tortas, e embora na época eu fosse meio ateu, depois de ter uma filha e perceber o quão perfeito e maravilhoso é o milagre da vida e o quanto necessito saber que há alguém ou algo, olhando por ela quando não estou por perto. Tenho que acreditar que há muito mais do que  podemos ver, é que talvez, não estejamos apenas a mercê de nossas escolhas e destino.

Lacey se aproxima e senta no meu colo um pouco bêbada enquanto nosso pai brinca de jogar Emma pro alto e ela ri compulsivamente.  Amber e Sam se aproximam e dizem que já vão para casa, pois Amber está um pouco enjoada.

一 Enjoada? Será que foi o tempero? Ah é você tá grávida do meu namorado 一 fala Lacey caindo numa gargalhada.

一 Ela bebeu demais 一 Falo em sua defesa e me desvencilhei dela para acompanhá-los até a porta. Peço pro Sam nos dar licença e  ele pega o pequeno no colo e diz a Amber que a espera no carro.

一 Tô feliz que tenha vindo.

一 Foi o Sam que me convenceu, tem uma família incrível.

一 É, eu acho que sim. Você já se decidiu sobre aquilo?  

一 Eu sei que eu não quero ter um bebê nesse momento na minha vida, eu tinha planos, sonhos. Mas eu senti ela mexer bem na hora que eu tava arrumando a mala e foi incrível. Pensei em ficar por aqui, o Sam na verdade ele meio que me ofereceu um trabalho, cuidar do Miguel e ajudar com os preparos. Se isso Noah for te incomodar, é claro.

一Não, vai ser ótimo. E não quero que se preocupe quanto a dinheiro,  você tá grávida e eu tenho que te ajudar já que agora ainda não podemos dividir o trabalho de cuidar dela. Eu posso?一 Digo apontando para barriga.

一 Pode sim 一 Ela fala com um  sorriso e eu toco levemente a sua barriga.

一 Oi filha 一 sussurro baixinho e suspiro aliviado.

No fim da noite dirigi até em casa, Emma exausta dormia no bebê conforto e eu não via a hora de amanhecer e ela abrir o presente.

Quando o dia amanhece eu a tiro do berço.

一 Acorda Viking, vamos ver o que o papai noel trouxe para gente.一 Digo tentando tirá-la da sonolência.

一 Mãe!  Acorda é natal. 一 Falo batendo na porta do quarto.

Levo Emma até a árvore e vejo que há uma caixa de camisa com um laço vermelho que não estava alí. Minha mãe se junta a nós, ainda com cara de sono e eu puxo a grande caixa com a boneca e começo a tentar ensinar Emma a abrir. Ela aprende rápido a rasgar o papel e eu pego o celular para gravar a reação dela ao ver a boneca. Quando boa parte do papel está em pedaços ela vê a caixa e diz “byavi” batendo palmas logo em seguida.

A ajudo a abrir a caixa, tiro a boneca e dou nas mãos dela, ela olha e joga a boneca para trás, no chão e começa a brincar com a caixa. Ela abraça a caixa e continua falando “Byavi” repetidas vezes e minha mãe cai numa gargalhada.

一 Emma, aqui a bonequinha olha só, ela fala. Papai quase esmoreceu pra conseguí-la 一 pego a boneca tentando despertar o interesse dela, mas o que ela queria mesmo, era a caixa de papelão, a qual ela adentra e sorri.

一 Eu não acredito que gastei setecentos dólares por conta de uma caixa de papelão 一 Digo olhando a boneca.

一 Ela não tem um ano ainda Noah, nada é mais interessante que caixas de papelão ou coisas que ela possa quebrar. 一 fala minha mãe 一 Pega seu presente 一 Ela diz apontando apontando caixa de camisa.

一 Ah uma camisa, estou precisando mesmo de algo mais formal para ir nas entrevistas de emprego, e tenho certeza que vai com aplicar com o relógio careta que o Derek deu 一 Digo abrindo o laço e me deparando com um feixe de papel e as chaves do meu carro. Olhei desconfiado para ela e votei aos documentos, eram os papéis da guarda da Emma, onde ela concedia a mim o direito legal sobre ela.

一 Mãe.. 一 Falo já com os olhos cheios de lágrimas.

一 Não ouse me fazer chorar, você estava certo Noah, você cresceu é um homem, e um bom pai. Me desculpa se eu te enfernizei esses meses, mas a verdade é que, eu não queria abrir mão do meu garotinho. Você aqui, longe de casa, sendo o senhor da própria vida, eu só não queria acreditar que você não precisa mais de mim.

一 Mãe. .. Eu sempre vou precisar de você 一 Digo colocando a cabeça no colo dela. 一 E você tem razão em muitas coisas, eu não posso continuar sendo um cara egoísta e inconsequente, sendo pai. Eu não posso bater a porta e virar as costas quando algo não me agradar, e nem fazer o que é mais facil pra mim no dia a dia e prejudicar a saúde da Emma por isso. E eu prometo que eu vou honrar essa confiança.  

一 Eu disse para não me fazer chorar. Bom eu mandei importar seu carro, deve chegar na próxima semana. Sei que quer continuar morando aqui e embora eu não concorde, eu respeito. Eu vou voltar pro Canadá, mas não fique feliz,  porque eu vou vir te visitar sempre que puder, aliás eu tô pensando em investir num jato o que acha?

一 Acho que já passou da hora de gastar seu dinheiro com coisas bacanas.

一 Ah sobre dinheiro, seu pai não te deixou só aquela bola, ele deixou um fundo, mas eu não achava que você estava pronto para usufruir com sabedoria, e para ser sincera, gastou 700 naquela bonequinha?


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