Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 29
Nem tudo são Flores


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas, bom gente espero que gostem do capítulo e se gostarem nao esqueçam de deixar o seu voto e se quiserem comentar super agradeço, adoro ouvir a opnião de vocês! Principalmente agora que talvez essa história possa a vir se tornar um livro físico! Estou muito feliz com a possível oportunidade, e quanto mais vcs opnarem e dissererem o que gostam ou o que posso melhorar, maiores serão as chances de poder ter essa belezinha na sua estante em 2019 hehe.. Então nao se acanhem e boa leitura!



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Nem tudo são Flores 

 

A noite com os rapazes foi muito agradável e pude relaxar um pouco. Rimos, falamos besteira, bebemos (socialmente, até porque os preços do bar escolhido pelo Derek, eram altos demais para dois meros mortais assalariados como Sam e eu tomamos um porre) e conversamos por horas. Quando volto para casa do Derek, Lacey, Vick e Emma estão assistindo um filme, ou melhor elas tentam assistir um filme enquanto Emma fica rindo e dando gritinhos. Assim que me vê ela vem engatinhando na minha direção, se segura nas minhas pernas e fica em pé me olhando e pedindo colo, com aquela carinha rechonchuda e olhos brilhantes. A pego ns braços e ela segura meu rosto entre suas pequenas mãozinhas e avança sobre mim com um beijo babado na minha bochecha. Gente, não há nada melhor que isso.

— Onwwww — Exclamam Vick e Lacey ao verem o nosso momento fofura.

— Logo e você a se encharcar baba, e outros fluidos menos desejáveis da Katherine — Digo já juntando as coisinhas da Emma pela sala.

— A noite foi boa? Nenhum chegou vomitando ou sendo carregado… Eu quis dizer nenhum, tipo o Noah  — Questiona Vick.

—  Hahah que gracinha de cunhada. Eu prometi que não tomo mais porre e mesmo que quisesse tomar, meu irmão aqui escolheu um bar caro demais para isso…

— Tem um atendimento e ambiente excelente… — Defende-se Derek.

— Se as bebidas fossem mais e as  baratas as pessoas beberem mais, e depois de algumas doses o lugar pode parecer com a antesala do inferno e os garçons tão adoráveis quando o próprio diabo que ninguém iria se importar. — Constato e vejo Derek balançar a cabeça.

— E a beleza das coisas?

— Ah irmão sabe como dizem: A beleza está nos olhos de quem bebe.  — Vamos Lacey, tenho que por essa baixinha na cama.

— Bom gente, até mais! — Diz ela pegando a bolsa.

— Até e comportem - se vocês dois, já tem bebês demais nessa família. — Provoca Derek e sou fulminado pelo olhar da Lacey.

— Contou para ele?

— Sim, ele é meu irmão… E uma hora ou outra a gente vai contar pra todo mundo… não é?

— Ele é seu irmão, nosso irmão e esse é o grande problema, esqueceu? Temos que ir com calma ou o papai mata a gente!

Depois de uma breve discussão na porta do Derek, sobre eu não conhecer o Joseph como ela e do quanto eu não estava me importando com os sentimentos dele nessa confusão toda, pegamos um taxi e Lacey não me dirige uma só palavra até chegarmos a casa dela. Ao sair do taxi seguro seu braço e faço aquele olhar de “perdoa a minha mancada”.

— Desculpa eu não devia ter contado pro Derek sem ter falado com você antes — digo deslizando minha mão pelo seu braço até a sua e entrelaço os nossos dedos — Me perdoa? Não vamos ter nossa primeira DR por conta de que eu precisava me exibir  para alguém por estar com a garota mais incrível do mundo, não é? — Concluo e vejo um leve sorriso surgir.

—  Noah, eu… Desculpa exagerei. Mas eu só quero que entenda que isso não está sendo fácil para mim. Você nunca soube sobre o Joseph ou da gente, mas eu cresci ouvindo ele falar do Derek, do filho que ele tinha e do quanto ele queria que nós convivermos como família e irmãos…

— Eu entendo e sei que eles vão acabar entendendo que a gente se gosta, que não estamos fazendo nada de errado. Mas você tem ser a primeira a aceitar isso.

— Eu vou ter que entrar, boa noite.— Ela diz se curvando e dando um beijo na testa da Emma.

Passo o domingo todo trancado em casa resolvendo assuntos do trabalho, enquanto tento dar conta de todos os afazeres domésticos e cuidados com a Emma. Havia uma pilha enorme de roupas sujas, e conforme Emma crescia, mais ela se sujava e mais roupas eu tinha para lavar. Parecia um trabalho interminável.  Limpo a casa, cozinho legumes, arroz, carne e divido em porções as quais congelo devidamente no freezer para evitar de ter de dar batata frita na correria da semana.

— Não me olhe com essa cara, temos que pensar na nossa saúde — digo ao servir cenouras cozidas, purê de batata e frango desfiado no jantar da minha baixinha.

A semana pareceu interminável, no trabalho uma correria com os prazos, precisei comprar roupas novas para não parecer um garoto do colegial perto de toda aquela gente importante e também um carro, que facilitou muito a rotina de levar e trazer Emma da escola. Apesar de eu tentar suprir todas as expectativas de meus superiores, sempre algo dava errado, por mais atento e comprometido que eu estivesse, não parecia capaz de cumprir com todas as responsabilidades e na sexta fui chamado por um dos supervisores a sua sala.
Ele pareceu entender as minhas dificuldades e tentou me ajudar a resolvê-las. Falou sobre o futuro brilhante que eu teria na empresa, e todas as coisas bacanas que eu poderia ter e dar para minha filha em cinco ou dez anos, se me comprometesse em 100% com minha carreira agora. Me sugeriu contratar uma babá em tempo integral, assim eu não teria de me preocupar em pegar a Emma no horário na creche e nem sobre quem ficaria com ela quando eu tivesse que ficar no trabalho até mais tarde. Naquele fim de tarde volto para casa pensativo enquanto vejo Emma cochilar na cadeirinha no banco de trás do carro.

Eu queria muito poder dar uma boa educação e uma vida confortável para ela, me realizar profissionalmente. E sim, investir minha juventude e energia focando na minha carreira parecia ser o melhor para mim e também para ela, mas por outro lado não consigo parar de pensar em tudo que perderia e no que já estava perdendo, desde que minha carga horária praticamente dobrou. Todo dia chegava atrasado na escolinha, quando não pedia para alguém pegá-la para mim, minha paciência com ela estava muito menor e como resultado ela chorava muito mais e dormia ainda menos, o que me deixava ainda mais cansado e irritado.  E aquilo estava virando um ciclo do qual a cada dia parecia me prender mais e mais. Mas quem sabe, com um pouco de sorte e uma ajudinha da Lacey eu não conseguiria conciliar tudo, afinal seriam apenas alguns anos de sacrifício e depois eu poderia ter grana para curtirmos bastante.

Chegamos em casa e como de costume coloco as roupas lavar e deixo Emma brincando pelo chão enquanto preparo o jantar, ainda pensativo sobre o que faria sobre nosso futuro. O certo era que continuando do jeito que estava em pouco tempo, todos achariam um erro ter me entregue o cargo e eu seria demitido. Eu tinha contas e um bebê para sustentar, não podia me dar ao luxo de perder um bom emprego como aquele, por outro lado eu sempre reclamei por meus pais darem sempre prioridade as suas carreiras do que a mim. Seria muito cedo para pedir a Lacey para me ajudar nisso? Bom ela também tinha sonhos e planos pro futuro, embora eu tivesse certeza de estar apaixonado por ela, era tudo muito recente para querer que ela assumisse uma vida e toda a “bagagem” que eu trazia comigo.

Volto o olhar para Emma que sorri enquanto embala um ursinho de pelúcia, ela estava crescendo e de tando eu trabalhar perto dela,  aprendeu duas palavras novas: "gafico" e "ecalas" (gráficos e escalas), quando ouço a campainha tocar.

— Joseph! — Falo surpreso ao vê-lo a minha porta, nas últimas semanas mal nos falamos, na verdade eu vinha o evitando desde que o lance entre Lacey e eu finalmente decolou.

— Desculpa aparecer sem avisar, estava passando aqui perto.

— Entra — digo dando espaço — É bom ver você.

Ele adentra o apartamento e logo toma Emma nos braços  e lhe dá um beijo na testa. Na cozinha, conversamos sobre coisas aleatórias, enquanto eu termino o jantar até que ele se adianta.

— Lacey tem passado bastante tempo por aqui, não é?

— É, ela vem de vez em quando. A Emma gosta muito dela.

— Sei, a Emma — ele fala com cara de poucos amigos me fitando firmemente com os olhos azuis — por favor, eu fui repórter investigativo por anos, acham que me enganam?  Acha que não percebi que estão juntos?

— Estávamos esperando o melhor momento para contar — falo sem rodeios.

— Melhor momento? E qual seria o melhor momento para um pai descobrir que seus filhos estão transando? 

—A gente não planejou isso tá? Quando nos conhecemos não tínhamos ideia dessa loucura toda! E não vejo motivo para tanto alarde. Ela é sua filha de criação e você foi o cara que engravidou uma viciada que por acaso é minha mãe biológica. Só isso.

— Só isso?Eu achei que fosse mais do que o cara que engravidou uma viciada para você, eu podia esperar isso do Derek, mas achei que tinha chances de você pelo menos, me ver como um pai… Mas acho que devia ter desconfiado já que  tá pegando a minha filha… Isso é imoral além de ser muita falta de respeito.  — Ele fala irritado.

— Ela não é sua filha! O pai dela é um imbecil irresponsável que deixou a mãe dela grávida, você entende bem disso não é Joseph? — retruco. Ele permanece estático durante um tempo se levanta e se encaminha em direção a porta.

— Eu posso não ter sido um pai para você ou pro Derek. Talvez eu nunca seja, mas eu sou para Lacey. Eu a levei no primeiro dia de escola e também a aplaudi quando recebeu o diploma. Eu posso ter feito muita merda na minha vida, mas eu fui um pai para ela, eu sou o pai dela!

— Nossa que bom para ela, sabe quem me levou no meu primeiro dia de escola? Uma babá que eu nem me lembro o nome e sabe quem foi a minha formatura do colégio? Ninguém! Eu aprendi boa parte das coisas sozinho porque o meu pai nunca estava lá, nenhum deles… Então não venha para cima de mim com discurso de moralidade ou falta de respeito. Porque você não teve nenhum dos dois quando escolheu o caminho mais fácil e se livrou dos seus filhos! Foi por isso que se casou com uma mãe solteira? Adotar a Lacey aliviou sua culpa foi?

— Você jogar isso na minha cara só serve para provar que eu to muito certo em não estar feliz por esse casinho de vocês. Mas não é porque eu acho que é ridículo por serem praticamente irmãos, é porque do pouco que eu conheço você Noah, já percebi que você é muito bom em magoar todo mundo que se preocupa e se importa com você. E eu odiaria ver a minha garotinha tendo que ouvir as coisas que você fala quando alguém te enfrenta ou não diz amém para tudo que você quer. Eu perdi a conta de quantas vezes ouvi você falar da sua mãe adotiva, de como ela é arrogante, controladora e senhora da verdade, já pensou que talvez vocês brigam tanto porque são iguaizinhos? — ele fala abrindo a porta.

— Foi você que veio até a minha casa, cobrar algo que eu não te devo. Eu amo a Lacey e eu não vou desistir dela.

— Eu sei que não vai, mas diferente de você Lacey consegue me escutar sem levar tudo na ponta da faca, eu não vim aqui te atacar, Noah. Sou só um pai que quer proteger sua garotinha, você devia entender isso. — Ele fala voltando o olhar para Emma que brinca com alguns blocos de montar sob um tapetinho colorido.

Passo a noite me revirando de um lado pro outro na cama, às três da manhã ainda não consegui pregar os olhos, levanto e pego o computador. Entro no facebook da Carol e fico olhando nossas fotos antigas, em quase todas elas estamos sorrindo, felizes. Mas nem sempre era assim, perdi as contas de quantas vezes brigavamos e discutimos. As vezes por besteira de qualquer casal, outras nem tanto. Chego até uma foto da ultima vez que estivemos na Flórida, na casa do pai dela. Tom nunca achou que eu fosse um cara bom para Carol, ele aceitou nosso relacionamento, mas nunca apoiou e nem fazia qualquer esforço para disfarçar seu desgosto. Eu queria acreditar que nunca ninguém seria bom o suficiente para filhinha dele, afinal, nem o perfeitinho do Alec Macallister foi aos olhos dele, mas talvez ele, assim como Joseph agora tivessem percebido o quão quebrado eu sou. E o quanto isso pode machucar as pessoas, o quanto eu posso machucar as pessoas.
Eu sempre fui muito feliz com a Carol, mas será que ela era comigo? Por Deus, vivíamos no mesmo teto e nunca percebi que  a deixava tão mal a ponto dela ir procurar a minha mãe para buscar apoio e conselhos. Talvez eu seja mesmo um garoto mimado e egoísta como Alec me falou naquela noite antes do baile de formatura.  Mesmo sabendo disso ele deixou o caminho livre para mim e para Carol, eu faria o mesmo no lugar dele?  

Não, nem pensar! Eu provavelmente teria dito a Carol que ela era doida em deixar um cara bacana como eu, para ficar com um garoto babaca cheio de tendências autodestrutivas.  Era o que eu era na época e é o que eu tento não ser todos os dias. Mas mesmo assim, continuo sendo um moleque mimado e egoísta.

Fui assim quando fiz a Carol deixar a família para ficar comigo no Canadá, quando disse para ela que não estava pronto para ser pai, quando passei a gravidez inteira reclamando por não ser mais o centro da vida dela, quando desejei morrer junto com ela, deixando para trás o que ela mais amou na vida,  mesmo sem nunca ter segurado em seus braços. Olho para Emma no lado da cama, dormindo tranquila e afago os seus cabelos.

No dia seguinte convido Lacey para jantar, a julgar que ela estava completamente normal. Joseph não havia contado nada sobre nossa discussão. Fico tentado a deixar o assunto para lá, mas sabia que hora ou outra ela ia acabar sabendo e com certeza ia virar uma fera de três cabeças se eu escondesse aquilo dela por muito tempo. Combinamos de nos encontrar no restaurante, deixo Emma com a babá e chego alguns minutos antes.

Quando Lacey aparece, ela está linda num vestido preto, cabelos ondulados presos na lateral. Faço as vezes de um bom cavalheiro e puxo a cadeira para ela sentar que já me defere um olhar desconfiado.

— Esse restaurante é bem caro — Ela diz.

— Uma vez por ano podemos nos dar o luxo de pagar uma fortuna para comer lesmas — respondo pegando o menu.

— Okay, eles têm rã também — fala olhando o cardápio — E que diabo é um fuagrá?

— Fígado gordo de ganso, minha mãe adora — respondo.

— Eles devem alimentar o bicho com pepitas de ouro pelo preço.

— Na Verdade eles prendem o ganso e alimentam ele até que ele exploda de tanto comer.

— Que crueldade! Nate entraria em colapso se soubesse que comi algo assim…  Eu vou querer dois! — Ela diz com um sorriso maléfico.

— É nessas horas que eu fico feliz de não ter crescido com irmãos.

— É divertido, ter alguém com quem brincar, assistir tv, colocar a culpa, fazer chorar dizendo que foi encontrado na lata do lixo, essas coisas sabe?—  Ela diz e eu dou um sorriso amarelo. — Está tudo bem?

— Joseph foi na minha casa ontem, ele sabe sobre a gente. Não contei, ele descobriu sozinho.

— Isso explica porque ele tava mudo essa manhã… Foi tão ruim assim?

— Bom… Foi. Eu acho que para variar eu estou longe de ser o que ele acha que você merece e eu levaria isso na boa, se ele não fosse o meu pai é claro. Eu sou tão ruim assim?

— Não, ele adora você. Só é difícil para ele, somos filhos dele porra.

— Não, ele acha que eu vou te machucar e ele ta certo, eu sempre faço isso com as pessoas. Sam e o Derek sao meus únicos amigos. O Derek só me atura porque eu sou irmão dele e o Sam porque eu sou o único que não tem pavor do filho dele.  Eu vivo falando o que me vem a cabeça e eu digo que é porque eu sou sincero, mas eu só não quero que as pessoas se aproximem, porque eu sei que cedo ou tarde elas vão embora… Até a Carolina se foi… Minha mãe disse que ela teve muitas vezes a ponto de ir, ela só era boa demais para me deixar sozinho. Talvez Deus tenha levado ela para se livrar de mim… Porque ela não teria coragem de fazer isso…

— Nossa. Foi muito ruim então… E é impressão minha ou você me trouxe num restaurante chique para me dispensar?

— Eu gosto de você, mas eu pensei muito essa noite e eu acho que o Joseph tem razão. Eu vivi a minha vida toda criticando os meus pais e eu amava demais a Carolina, mas eu fui egoísta com ela e talvez eu também esteja sendo com a Emma. Com a minha mãe… E com você… Eu fiz essa reserva a alguns dias, queria que a gente tivesse uma noite especial. Ontem eu..  Ia pedir para ficar em Roma depois que seus pais decidissem voltar pros Usa e para morar comigo e com a Emma. E se você dissesse que não, eu acabaria ficando chateado e dizendo que você não gosta o suficiente da gente. Você ia acabar cedendo porque… Eu sei que você gosta da gente e é claro, gosta muito do nosso “sexo comportado” — Falo e ela ri balançando a cabeça.

— Tá bom eu não to entendendo nada  — ela fala desnorteada — Mas eu espero que isso não seja um fora educado. E se você me dissesse para morar com você e tentasse me chantagear porque eu disse não, eu faria um chaveiro com os seus testículos. — ela fala seriamente.

— Ai… isso é doloroso e embora eu ache minhas bolas até bonitinhas prefiro elas no lugar onde estão… Mas eu só não quero acabar te machucando como eu acredito que machuquei a Carol. Porque eu amo você.

— Eu vou me odiar por falar isso, mas eu acho que eu amo você, porque eu sei que vou me machucar e não me importo, mas não é porque é você. É porque quando a gente gosta de alguém se arrisca a se machucar, mas de alguma forma sabe que mesmo que se machuque, vai acabar valendo a pena. E eu não conheci a Carolina, mas tenho certeza de que se ela ficou tanto tempo com você, foi porque ela viu mais razões para ficar do que para ir embora.

— É sério?

— É claro, uma garota tem que amar demais para aguentar um cara que deixa mais cabelo no ralo do banheiro que ela — ela fala revirando os olhos — agora que tal a gente sair daqui e ir comer uma pizza?

— Você é perfeita, a gente vai acabar casando sabia?

— Quem sabe?

— E quem sabe… ah tem mais uma coisa…

— Diga.

— Você sabe o que é borboleta paraguaia? — Ela ri, se aproxima e sussurra no meu ouvido.

— Filho da mãe! Sam fez parecer que era algo mirabolante, passei a semana pensando nisso… Estou decepcionado… — Digo e ouço meu telefone tocar, pego meu celular e vejo o nome Amber na tela. Que diabos ela queria agora?

— Não vai atender? — Questiona Lacey me olhando.

— Pode me dar um minuto?

— Claro,  vou no banheiro tirar essa calcinha redutora de barriga, afinal se vamos a uma pizzaria preciso de espaço!

— Como se tivesse barriga para reduzir, é tipo garota de cabelo liso fazendo chapinha. — Retruco levantando e me distanciando um pouco.

— Alô? Amber?

— Oi Noah, desculpa te ligar eu nem sei que horas são ai… mas eu precisava falar com você...

— Na verdade, eu também queria te ligar, eu fui meio, totalmente idiota com você. Quer dizer, eu falei aquelas coisas sem pensar, me desculpa eu fui um tremendo babaca.

— Tudo bem, seu pai tinha acabado de morrer, você tava chateado com a sua mãe, eu entendo.

— Que bom, de qualquer forma espero que me desculpe por aquilo. Ta tudo bem com você?

— Na verdade não, Noah… Eu nem sei como te dizer,  eu nem ia te ligar, mas bom eu não tô conseguindo passar por isso sozinha… Eu tô grávida…


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Notas finais do capítulo

Que bomba né não?