Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 14
Meu doce Veneno


Notas iniciais do capítulo

Bom dia seus lindos e lindas, gostaria de dedicar esse cap a tres leitoras que comentaram no capítulo anterior e me deixaram muito feliz:
Hilnara, Igo Milena e Lady Rosário.
Também gostaria de comunicar que essa história também esta disponível no wattpad.
No mais! Boa leitura!



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Meu doce veneno

 Andamos pelos corredores, já escuros do museu e com ajuda das lanternas do celulares nos adentramos a área da cultura indiana. Lacey fala sobre os costumes e os deuses da índia, enquanto faz eu tirar fotos dela com a estátuas, do período em que o sexo era considerado ritual sagrado e cultuado em forma de deuses com órgãos sexuais enormes.  

Ela era o oposto de Carolina, falava alto, era extrovertida, e tinha um certo dom para maliciar qualquer coisa. E apesar do meu relacionamento com a Carol ter sido baseado na frase “os opostos se atraem”, já não tinha muita certeza dessa afirmação, pois Lacey se parecia muito comigo, psicologicamente falando, e a essa altura eu estava me sentindo, realmente atraído por ela.

Quando chegamos a parte de cultura egípcia vejo os olhos dela se iluminarem e como uma criança numa loja de doces, ela saiu saltitando por entre as fileiras, recheadas de artefatos antigos.

— Olha só, esse é Akhenaton. Sabe dizer algo sobre ele? - Ela questiona parada a frente de uma estatueta, com aquela cara de quem vai me dar uma aula de história.

— Ele foi um faraó e tinha uma cabeça grande? - Falo constatando ao observar a estatueta.

— Ele instaurou o monoteísmo no Egito, ou seja, foi o primeiro chato a enfiar sua crença goela abaixo nos outros. - Ela diz ainda admirando a estatueta e continua. _ Também foi o pai de Tutankhamon.

— Interessante. Tutankhamon, aquele da maldição do faraó?

— Esse mesmo e sabia que o Egito tinha um festival dedicado a cerveja e o sexo? - Ela diz com um sorriso malicioso.

— Sério? Isso parece divertido. - Falo me aproximando.

— Na verdade era um festival para acalmar Sekhmet, uma deusa muito brava. Então para que ela não derramasse sua fúria sobre os egípcios, eles precisavam ficar bêbados e quando se junta pessoas embriagadas seminuas, bom você sabe o que acontece.

— Você fez sua lição de casa. - Falo impressionado.

— Eu tenho pais malucos que me arrastam para todo o lugar. - Ela diz, e eu chego mais perto, levando meu rosto perto dela com um sorriso. E ela me dá um olê se desviando dos meus lábios.

— Não se anima não, já falei que você tem muita bagagem para mim. E a regra da minha família é, nunca leve o que não puder carregar. - Ela fala me arrancando um riso.

— Isso é preconceito sabia? Não tem medo de eu fazer um texto no facebook, reclamando sobre a solidão dos pais solteiros? E como as mulheres nos tratam como cidadãos de segunda classe?

— MiMi MiMiMii. E sobre aquele dia, eu não costumo levar caras que eu mal conheço para casa, geralmente eu faço eles pegarem um jantar antes, aí compensa se forem péssimos na cama,  mas eu tava bêbada e chateada.

— Não parecia chateada. - Digo iluminando o rosto dela com o celular e ela faz o mesmo, ofuscando meus olhos.

— Meu namorado, veio me encontrar em Roma, só para me dar um fora. Acredite eu estava chateada.

— Ele deve ser um idiota. - Falo com um sorriso.

— Está uma noite linda e já ouvi falar que o telhado desse lugar, tem uma das vistas mais bonitas da cidade.

— Você quer mesmo nos meter em encrenca né?  - Pergunto.

— Tou me esforçando para isso. - Ela fala me olhando profundamente.  E embora meu eu racional dissesse para voltar para aquela festa chata, o adolescente rebelde dentro de mim a seguiu pelas escadas de serviço até o terraço e realmente era uma das coisas mais bonitas que eu vi.

— Uauu que vista. - Digo admirando a incrível cidade que era um mix de passado e presente, iluminada por um céu estrelado e uma lua que parecia muito maior daquele ponto. Olho para Lacey e ela se senta no beiral do prédio.

— São uns quatro andares se cair. - Digo, nunca fui muito fã de altura.

— Não pretendo cair. - Ela responde voltando o olhar para mim, seus cabelos esvoaçam - se com o vento, ela era realmente linda.  _ Senta aí.

— Não obrigado, eu tenho uma filha para criar esqueceu? - Digo me aproximando.

— Senta vai. - Ela fala, e um pouco receoso, me sento ao lado dela sentindo um frio na barriga. _ Sabe eu fingi mais cedo, quando parecia não lembrar do seu nome. Seria difícil esquecer um cara como você.

— Hum, revelações.

— Não se anime, você acabou com meu ego. Geralmente quando você manda um cara embora, principalmente depois de ter ficado pelada na frente dele, ele insiste para ficar. Você nem pestanejou. - Ela fala com certa decepção.

— Minha mãe é bem feminista e dona de uma empresa. Então se ela me ensinou alguma coisa foi, saber ouvir um não e não ser processado por assédio.  E fui eu que tive a ideia de ir embora. - Falo com certo orgulho.

— Você mente muito mal, tava mesmo pensando na falecida e ficou com medo de não corresponder às minhas expectativas não foi? -  Ela fala balançando os pés no ar e eu olho para baixo e tenho uma leve vertigem.

— Talvez, ficamos juntos muito tempo, ainda sinto muito a falta dela. - Falo voltando o olhar pras estrelas sentindo um pouco de culpa pelo fato de estar tão bem naquele momento ao lado de Lacey.

— Também sinto a falta daquele idiota, ele sabia cozinhar e era bom de cama, o que mais uma garota poderia querer? - Ela diz visivelmente chateada.

— Porque terminaram? - Pergunto.

— Ele não queria uma namorada que tá sempre viajando, o engraçado é que, essa ia ser a última viagem com os meus pais. Eu ia ficar com ele, me aquietar. Ela diz com um certo pesar, mexendo no pequeno cordão de ouro que impunha no pescoço.

— Devia ter contado para ele. Quem sabe ele não tivesse repensado.

— Ele já estava em outra. Acho melhor a gente sair daqui, ela fala ouvindo um barulho num alçapão de acesso.  Levantamos rapidamente e corremos para as escadas, antes de fechar a porta, ouvimos o guarda gritar.

— Ih fudeu. - Ela diz me pegando pela mão saltando para trás e me fazendo correr. No corredor damos de cara com outros dois guardas e ela me puxa para outro lado, retirando os sapatos de salto e os segurando nas mãos.

— Corre, Vem.- Ela fala dobrando em outra curva e me puxando para dentro de um armário. Ela coloca a mão sobre meus lábios, com nossos corpos quase colados devido ao pouco espaço, disputado com rodos e vassouras. Ouço o barulho dos guardas passando rapidamente, enquanto meu peito dispara e meu sangue ferve numa adrenalina que não sentia a algum tempo.

— Você é maluca. - Sussurro. E ela sorri.

— Droga, você é um gato. - Ela fala sem rodeios.

— Eu tenho os meus encantos. Pena que eu tenho muita bagagem. - Digo e me  afasto.

— Humm. Talvez eu possa abrir uma exceção.

— Hum, eu gosto de exceções. Digo  tão perto que posso ouvir  sua respiração. Sinto os lábios carnudos da morena roçarem aos meus e a enredo num beijo ansioso. As mãos dela deslizaram pelo meu pescoço em direção a nuca, colando ainda mais nossos lábios. Assim como uma das minhas vai parar entre seus cabelos e a outra em sua cintura, apertando forte contra meus quadris a fazendo arfar. Eu exploro cada canto da boca dela e ela coloca as mãos por baixo do meu sobretudo, fazendo eu livrar dele logo em seguida.

Voltamos a nos beijar e dessa vez eu a levanto pela cintura a colocando sobre a prateleira do pequeno armário, sem querer faço com que ela bata a cabeça na prateleira de cima.

— Ai.. - Ela exclama levando a mão na cabeça.

— Desculpa. - Olho com minha cara de mancada.

Lacey me puxa contra seu corpo, enredando as pernas na minha cintura, sinto meu corpo morno contrastar com a pele quente dela. As mãos dela vão para minha cintura e desenrolam minha camiseta pelos meus peitos e braços, ela sorri e eu a encaro.

Havia uma química louca entre nossos olhares, desde a pista de dança.

— Sabe que estamos num closet, com guardas nos procurando não é? - Falo com um riso que não consigo despregar das bochechas.

— Eu nunca fiz isso e é muito sexy, to me sentindo num episódio de NCIS. - Ela fala mordendo os lábios e volta a me beijar, dessa vez descendo pelo meu pescoço.

— Se formos pegos o Derek vai me matar, falo levando as mãos por baixo do vestido dela enquanto sinto seus dedos finos nos botões do meu jeans. - Ela para e me olha com estranheza.

— Derek? Que Derek? - Questiona com um semblante assustado.

— Derek Morgan, um dos organizadores do evento. Se o irmão dele for pego nu dentro de um armário, ele vai surtar. - Falo enterrando meu rosto no pescoço dela e sinto um empurrão que me joga contra a porta e uma cara de espanto.

— Como pode você pode ser irmao do Derek Morgan… Não disse que seu nome era Johnson? - Ela fala gaguejante.

—  É uma longa história, mas somos gêmeos. Não estou entendendo, claramente você não conhece o Derek, porque se conhecesse, teria percebido a nossa semelhança, então porque ficou tão encomodada?

— Oh! My god...Eu… tenho que ir. - Ela diz me empurrando pro lado.

— Que? Qual é Lacey? Me fala, eu falei o nome do Derek e parece que você viu um fantasma? Que foi? Algum problema com meu irmão?

— Nada é que pensei que você era um cara comum, não um desses riquinhos metidos a besta. Eu tenho que ir, os meus pais eles devem estar preocupados. - Ela fala desamassando o vestido e arrumando os cabelos.

— Vai me dar seu telefone dessa vez, pelo menos?

— Não. Nos vemos lá no salão. - Ela diz abrindo a porta e saindo.

Eu solto o ar dos pulmões e penso.

“ Parece que os Morgan tem haters. Por favor Lacey, não seja uma daqueles malucos dos grupos anti-refugiados”

Me visto e retorno pro salão de festas, nenhum sinal da Lacey. Aquele meu alerta que antes da Carol, não existia, soava me dizendo que estava bem encrencado. Volto a minha mesa ainda vasculhando pela morena de vestido azul, mas tudo que encontro, enquanto Derek e Vick sobem ao palco, é Thomas com cara de quem não estava gostando.

“ Será que Lacey conhecia Thomas?

Será que ela estava na festa participando de algum plano maluco dele?

Okay é meio coisa de novela mexicana, mas agora fazia mais sentido do que ela ser uma agente de um grupo anti-refugiados, querendo boicotar o evento”  - Penso.

Levanto e vou pro lado de Thomas e enquanto Derek fala, sobre a DMAA ASSOCIADOS, e o empenho da empresa em construir um mundo mais unificado, me posto ao lado de Thomas. E sorrio triunfante.

— Bonito casal não acha? - Falo e ouço a respiração profunda dele. _ Se tentar fazer alguma coisa contra meu irmão. Eu acabo com você. - Digo tentando parecer intimidador e ele me olha com cinismo e volta a mirar o palco.  

Me afasto e volto a minha mesa, alguns minutos depois Vick retorna sozinha, pela cara de incômodo dela, já devia ter percebido a presença da criatura maligna.

— Onde você se meteu? - Ela fala me interrogando.

— Tava por aí e o Derek?

— Conversando e sendo gentil com gente chata.

— A cara dele.  - Digo.

— Eu preciso de ar fresco. - Fala Vick se afastando e Giulia fica ali na mesa com cara fechada.

— Ah prazer eu sou o Noah.

— Já me falaram.

— É que nunca fomos apresentados, formalmente.

— Hum legal. - Ela fala olhando pros lados.

— E o que você faz da vida? - Pergunto tentando puxar assunto.

— Sou assistente de um editor de moda.

— Hum deve ser por isso que se veste assim… elegante. Você e a Vick se conhecem a muito tempo?

— Não na verdade faz pouco tempo, mas já somos bem íntimas.

— Interessante, será que pode me dizer se ela ainda ta na onda daquele tal de Thomas?

— Porque não pergunta isso para ela, não estão ficando amiguinhos?

— Bom eu ja perguntei, mas pessoas mentem pros seus amiguinhos.

—Se não acredita nela, que ultimamente anda te colocando num pedestal simplesmente por fazer o básico, porque acreditaria em mim? - Ela diz com um tom desafiador.  

— Fazer o básico? Eu to criando minha filha sozinho e isso não é fácil. - Me defendo.

— E o que você quer uma medalha? Por criar seu próprio esperma? Ah por favor, mulheres fazem isso desde o começo dos tempos e as pessoas nunca acharam que elas estavam fazendo mais que a obrigação. - Fala Giulia secamente.

— Nossa, você é agressiva enh… E eu nunca pedi uma medalha por criar minha filha, talvez eu mereça uma de pai mais gato ou estiloso, mas isso é outro assunto… - Falo tentando não ser desagradável.

— Você é muito convencido. - Ela diz se levantando.

— Você não é das mais simpáticas também. - Falo e ela me olha com desdém e sai caminhando.

Pego uma taça de champagne e decidi procurar um pouco mais por Lacey, quando chego na varanda enorme, de longe avistei Vick que parecia discutir com Alicia, antes que eu chegasse perto o suficiente para entender a situação. Victoria avança sobre Alicia acertando- lhe dois tapas no rosto,  e está  revida, puxando Vick pelos cabelos. Eu corro na direção das duas que agora se estapeiam uma a outra, e também levo umas bofetadas enquanto tento separar as duas leoas enfurecidas. Thomas chega e ajuda puxando Alicia pela cintura e eu afasto vick que continua a tentar avançar sobre a outra totalmente descontrolada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, a misteriosa Lacey parece estar abalando as estruturas do papai de plantão, nao acham? Será que isso será bom ou ruim? Deixem suas opnioes e vejo vocês no próximo cap!