Entre Dois Mundos escrita por VeraCurva


Capítulo 13
Capítulo 13 - O Amigo de Páscoa Secreto




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Mais uma semana se havia passado entre aulas, provas práticas e trabalhos.

As três alunas e os três rapazes tinham-se juntado nessa 6ª feira à noite, como já era habitual, na Casa do Fauno para entre chás, hidromel, tostas e bolo de Guiness no característico ambiente acolhedor do pub, conviverem um pouco falando do decorrer da semana e combinarem algumas caçadas entre os irmãos Wnchester e Bella, ajustando os pormenores necessários. Sentados na mesa do costume, a mesa corrida que se encontrava num dos cantos da sala junto da janela, comiam e bebiam conversando animadamente.

Entre todos aqueles temas, e por estarem a uma semana da Páscoa, Amélia havia-se lembrado de  uma ideia que julgava divertida para realizá-la entre os seis na noite do jantar de comemoração daquela quadra do ano que Sam já havia planeado e combinado entre todos. Apesar da Páscoa ser comemorada a um domingo, os seis amigos iriam realizar o jantar comemorativo na Sexta-feira que precedia essa data, apanhando assim o fim de semana nos dias seguintes, não tendo de se preocupar demasiado com as horas tardias do convívio dado que não teriam de ser erguer cedo na manhã seguinte para aulas.

Amélia tentava captar a atenção dos amigos, mas estes estavam demasiado embrenhados nas suas animadas conversas.  Por diversas vezes que fizera o esforço para que a ouvissem entre um simples “Alô pessoal, posso falar?”, bem como tossidelas, gargarejos e outros demais, mas sem sucesso. Começava a ficar impaciente. Uma das suas pernas por debaixo da mesa já termia da ansiedade que começava a sentir, de se querer fazer ouvir e todos a ignorarem. Enchia a boca de batatas fritas trincando-as com tanta força que o barulho destas a estalarem faziam-se ouvir na mesas vizinhas, de modo que os clientes desviavam os seus olhares para a jovem que, apercebendo-se da observação que recebia, limitava-se a responder num jeito ligeiramente ríspido.

— Nunca viram? Qué que foi, tenho fome,  já não se pode comer?

Perante a brusca resposta por parte da feiticeira as pessoas retomavam as suas posições nas cadeiras.

Amélia começava a ficar visivelmente enervada pelo facto de captar a atenção de todos naquele pub excepto dos colegas. Tendo a sua paciência parecido ter sido toda consumida,erguesse num pulo batendo de seguida com ambas as mãos violentamente na mesa.

— Mas será que vocês podem fazer a porra do favor de me ouvirem???? - Amélia gritara histericamente com ar chateado olhando para os amigos.

Com todo aquele espectáculo conseguira, não só silenciar os 5 colegas, bem como todos os presentes naquela sala, incluindo os funcionários. Na sua mesa ficou tudo estupefacto e imóvel, alguns de boca aberta com as tostas e garfadas de bolo a meio caminho, outros de boca cheia sem engolirem o que continham no interior e ainda outros com os seus lábios encostados às canecas à laia de quem fazia beicinho por terem intenções de desfrutar das suas bebidas.

Amélia recuperando a postura senta-se lenta e cuidadosamente, colocando um ar importante no rosto. Parecia que finalmente agora todos iriam ouvir o que tinha para lhes dizer.

— Bem agora que, FINALMENTE, consegui fazer com que me oiçam, peço-vos que o façam com atenção …- todos a observavam e escutavam sem pronunciar uma única palavra ou realizarem qualquer movimento - Como sabem estamos a cerca de uma semana do nosso jantar de Páscoa e lembrei-me que poderíamos animar um pouco as coisas por lá.

— E a tua ideia é…? - Inquiria-a Charlotte.

— Tive a pesquisar na internet e vi algo que os não-magos costumam fazer na época natalícia, achei-lhe bastante piada, e pensei que poderíamos adaptá-la a esta festividade, visto que nela também costumam oferecer lembranças como por exemplo amêndoas, ovos de chocolate, bombons, etc. Acho que devíamos experimentar, era giro.

— Oh não, lá vamos nós again… - Bella revirava os olhos.

— Qué que disseste Bellinha? - Questiona-a Amélia

— Eu?...Eu disse “bora lá a isso”... - Bella tentava disfarçar para evitar outro histerismo por parte da colega.

— Então é assim, vamos realizar o Amigo Secreto.

— A sério que sim? Só podes tar a brincar comigo… Eu não me meto nessas paneleirices… - Dean refilava olhando amuado para as mesas em redor.

— Vá lá Dean, até é engraçado, não perdemos nada em participar… -Sam tentava convencer o irmão a aderir à iniciativa de Amélia.

— Não sei para que te esforças Sam, ele é sempre um cortes… Deve ser para fugir à falta de imaginação que tem…- Bella provocava o caçador.

— A quem é que tás a chamar de cortes? Esta gaja tem mesmo a mania, é o que é… Bota lá o meu nome aí nessa merda que eu hei-de mostrar a uma certa pessoa quem é que tem falta de imaginação.

Bella ria-se da reacção do rapaz, mas parecia não se dar por satisfeita.

— Ui, ficas tão sexy quando te enervas...Psst, psst, tás “nerveux”?  - Bella olhava-o num jeito provocador e de gozo.

— Vê lá se queres que o nerveux te faça calar a boca… - Ameaçava Dean olhando de esguelha para Bella que se encontrava sentada na cabeceira da mesa entre o rapaz e Amélia.

Bella rira-se de tal forma inesperada face ao aviso do rapaz, que cuspia “gafanhotos” da tosta que tentava saborear.

— Já que achas assim tanta piada...

E dizendo isto Dean lança-se à jovem agarrando-lhe no queixo com uma das mãos espetando-lhe um valente e inesperado beijo nos lábios. Os restantes tentavam conter o riso olhando disfarçadamente para o casal, mas achavam por bem não comentar ou meterem-se no meio para não gerar confusão. Os olhos de Charlotte brilhavam de alegria ao vê-los naquela situação.

Bella arregalava os olhos por ter sido completamente apanhada desprevenida naquele gesto e responde com uma forte pisadela num dos pés do rapaz, fazendo este desprender-se dela, queixando-se ligeiramente.

— Autch… Não precisas de ser tão bruta … Parece um bisonte.

— Bisonte é a tua prima!! Mas tu tás-te a passar ou quê????

— Eu disse que te fazia calar a boca, só não referi como… Vais dizer que não gostaste?

— Vai gozar com o Camões, ok?!

— Até ia, mas o pobre coitado já está morto, não ia ter piada nenhuma. - Dean sorria como que gozando com a feiticeira.

Bella opta por ignorá-lo durante uns momentos, enquanto esfregava um dos pulsos e costas da mão nos lábios, como que numa tentativa de limpar o beijo recebido. Faz sinal com a cabeça para que Amélia prosseguisse com o seu discurso.

— Bem como vos estava a tentar dizer, pensei que seria interessante realizarmos o Amigo Secreto.

— O Amigo quem? - Questionou Castiel que ainda não havia percebido do que se tratava aquele jogo.

— Secreto… Amigo Secreto. Eu explico-te Cas - ajeitava-se no banco entre um sorriso de entusiasmo - Então, colocamos os nossos nomes todos num papelinho, dobramo-los bem, colocamos dentro de um saquinho, por exemplo, agitamos bem para eles se embaralharem e de seguida cada um de nós retira um dos papéis de dentro do saco, sem espreitar, e confere para si próprio o nome que lhe foi sorteado. Não podem contar a ninguém a pessoa que vos calhou no papel.

— Então e depois o que fazemos com isso? Damos o papel no jantar à pessoa, é? - Castiel continuavam confuso com o objectivo de tudo aquilo.

Bella e Sam riam-se, pois eram dos poucos familiarizados com aquela forma de troca de presentes e deliciavam-se a ver a reacção e percepção dos restantes face àquela brincadeira.

— Não Castiel, é claro que não. - Esclarecia-o Amélia - Segundo o que li, o que cada um tem de fazer depois é comprar um presente para a pessoa correspondente ao nome que lhes saíu, para oferecer no jantar.

— Ah… Afinal não parece assim tão difícil - constatava Castiel aliviado.

— Claro que não, desde quando é difícil comprar uma prenda para alguém?... Isso é tão fofooooo- Amélia agarrava-se às suas próprias bochechas apertando-as delicadamente e abanicando-as em gesto de ternura.

— Atão e agora onde vamos desencantar o raio dos papéis e da caneta? Eu não posso usar magia aqui… Bem poder até posso, mas não me atrevo que não quero cá chatices com o padrinho, e muito menos trabalhos extra.- Perguntava-lhe Charlotte que se mantivera até aquele momento calada sem a princípio demonstrar interesse na actividade, saboreando o bolo e o chá.

— Tens sempre aqui estes guardanapos para remediar - Indicava-lhe Sam estendendo o expositor com um maço deles no seu interior.

— Oh Samy, és tão prestável - Sorria-lhe Amélia timidamente fazendo-lhe olhinhos. - Mas não é preciso querido, eu vim precavida com tudo. Já tenho o nome de cada um de nós nos papelinhos, os mesmo já estão dobrados e dentro do saco onde será feito o sorteio. Basta agora cada um de nós colocar a mão lá dentro…

— Tens noção que isso soou bastante mal agora, não tens Amélia? - Interrompia-a Dean.

— Soaria mal se todos tivessem uma mente badalhoca como a tua, menino Dean. - Repreendia-a a jovem.

— BA-DUM- TSSSH. - Murmurava Bella , mas Dean havia-a ouvido e entendido a sua intenção.

— Vê lá se queres que te cale novamente. - Alertava o rapaz

Bella sem lhe dar resposta faz novamente sinal à colega para que concluísse a explicação.

— Como eu estava a tentar explicar, agora só falta cada um de nós retirar um papelinho para sabermos a quem temos de comprar a lembrancinha. - Retirando o saco rosa choque da sua mala abanica-o ligeiramente - Vá começamos por aquela ponta - indicava o fundo da mesa  junto da janela onde se encontravam Sam e Charlotte frente a frente. - Vá começa tu Samyzinho. - sorria-lhe ela mais uma vez num jeito de namoriscar.

O rapaz olha-a com algum receio enquanto coloca a sua larga mão dentro do pequeno saco retirando um pequenino papel.


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