Atro Cataclisma escrita por EvellySouza, NatyKatarynna


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Segue mais um capítulo.



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Quatorze pessoas ao todo.

Ele tinha toda essa gente com ele. Observo um a um conforme vão se alocando no espaço que ele propôs que conversássemos.

Quatro mulheres, dois adolescentes, uma criança e sete homens, incluindo o general e a filha. Estamos claramente em desvantagem.

— Todos aqui sabem que precisamos de munição e mais armamento. – o general começa. – E como seca no nordeste, esses urubus pousaram bem à nossa porta. – ele solta uma gargalhada irônica, e alguns dos homens o acompanham. As mulheres continuavam sem expressão, apenas caladas acuadas no canto da sala. — Porém, essa senhora que se diz capitã do exército, nos propõe um acordo, então pela honra militar, irei lhe conceder a oportunidade de expor sua proposta para só então, decidirmos o que faremos com eles. — ele então me olha e diz: — Vá, você tem 2 minutos.

Escolho cuidadosamente as palavras que saem em seguida:

— Primeiro, quero dize à vocês que apesar do ocorrido estou feliz por encontra-los. Nossa espécie a cada dia está mais escassa, então saber que ainda há muitos de nós por aí, é um alívio. — observo os olhos que me encaram, e por exceção das quatro mulheres e um dos adolescentes, todos estão em completo desdém, porém continuo: — Eu e minha equipe estamos em uma missão na busca de algo que nos ajude a controlar esse caos...

 — Ah sim! Como se fosse possível. — um dos adolescentes me interrompe rindo. Outros o acompanham na risada.

— Um minuto, capitã. – o general pronuncia a última palavra com sarcasmo.

— O que proponho é o seguinte, nós temos um acampamento a alguns dias daqui. General, posso delegar um dos meus para levar os civis para lá, mande um dos seus para acompanhar se assim preferir. E o senhor e os outros juntam-se a mim e a minha equipe, para nos ajudar a completar a nossa missão.

Silêncio.

Os homens, incluindo os dois adolescentes olham para o general, enquanto as mulheres se entreolham.

— Pra mim parece bom. – o general se pronuncia. — Alguém discorda?

A maioria parecia discordar, mas em questão de segundos vários “para mim também” e “por mim tudo bem” são ouvidos.

Não me convencem.

— Já que todos estão de acordo, vamos lá capitã. – ele diz em tom de superioridade.

Peço para que tenente Dylan vá na frente, enquanto o general organiza seu pessoal para sair do prédio.

Mantenho sempre uma proximidade deles para me certificar do que estão comentando a respeito. As mulheres em sua maioria estão caladas, uma hora ou outra sussurram entre si. Alguns dos homens balançam a cabeça em desaprovação enquanto o general não está olhando e sussurram uns com os outros.

— Capitã, gostaria de ter uma conversa com meus homens a sois antes de sairmos.

— Ok.
Não tenho muito o que dizer, mas essa conversa não me agrada nem um pouco.
Todos os homens o acompanham para outro cômodo. Tranquilamente vou me afastando do meio da sala em direção ao lado esquerdo, buscando chegar mais próximo da porta do cômodo na tentativa de ouvir o que era falado, porém só era possível escutar burburinhos.

Minha atenção estava tão focada no outro cômodo que nem percebo quando uma das mulheres se aproxima de mim.

— Você está realmente falando sério? – ela me olha com desconfiança.  — Falo... sobre nos levar para o acampamento...?

— Se seu o general concordar, sim. – o olhar de desconfiança que outrora ela lançava sobre mim, se transforma em um olhar de esperança. – Lá temos como cuidar de todos vocês, tem comida, segurança e abrigo.

— Ele não deveria decidir por nós, sabe? – o olhar dela já não está fixo em mim, ela observa além da janela. – Quando o encontramos ele nos encheu de esperança, assim como você, mas.... – ela para de falar ao ouvir que a conversa no outro cômodo havia acabado. — Não confie nele, menina.

Ela sai de perto apressadamente e se junta novamente as outras mulheres, ao tempo em que o general entra no cômodo novamente.

— Vamos lá, Capitã? – iria responder, porém ele continua. – As mulheres ficarão aqui juntamente com os jovens e as crianças. Iremos lá conhecer seu pessoal e acertarmos tudo, depois retornamos.

Seu olhar era cínico, assim como o de seus homens.

— Vamos lá, general!

Ele faz sinal para que eu vá na frente mostrando o caminho. Tomo a frente, ele e todos os outros me seguem para fora do prédio. Tento me manter mais próximo do general possível, pois seus homens andam em volta dele como as peças de xadrez protegendo o rei.

— General não tem abertura nesse muro, teremos que pular.

Ele olha para o grupo de homens atrás dele e pergunta:

— Temos problema com isso, homens?

— Senhor, meu tornozelo ainda está machucado. Não acho que serei de grande ajuda. – diz um dos homens que não consigo identificar.

— É apenas uma conversa Lucas, não precisamos da tua ajuda. – ele o corrige rapidamente.

— Sim, senhor.  – ele responde. — Vamos lá pra dentro, precisamos nos aprontarmos caso seja decidido que iremos. – ele fala aos que ficam e todos se direcionam para uma escada que provavelmente daria um terceiro andar do prédio.

O general nos convida a prosseguir, e caminhamos em direção a uma outra saída que ele nos aponta, havia uma saída de emergência na lateral esquerda do prédio que daria direto para uma escada a passagem por cima do muro foi mais tranquila já que da escada para o muro era um pulo de aproximadamente 75cm. Tenente Dylan e Marcus continuavam na minha reta guarda como um fieis escudeiros. Seguimos em silêncio de lá para aonde minha tropa estava acampada.

Eu já havia decidido o que faria, mas as probabilidades de erro eram imensas e eu não estava confiando muito no meu senso de julgamento.

Quando chegamos, soldada Milena é a primeira a nos avistar e já forma posição de combate, aceno pra ela descansar, mas lanço um olhar posteriormente para que fique alerta. Ela acena de volta em sinal de que havia entendido.

—  Então quer dizer que sua tal equipe que vai mudar o mundo é composta por duas pessoas? – ele ironiza e gargalha a seguir.

 Cabo Gabriel e logo atrás dele Joseph aparece um pouco cambaleante.

— Esse é o general Armando Coelho, ele tem conduzido e liderado algumas pessoas. Informei a ele que seriamos de grande valia já temos um acampamento que poderá oferecer segurança a essas pessoas. – digo, e em um pausa rápida escolho bem minhas palavras para que todos intendam o que se passa pela minha cabeça. —  E ele fez questão de vir nos conhecer, apesar de termos começado com o pé esquerdo, ou melhor com uma faca na garganta. – sorrio levemente ao proferir essas últimas palavras.

—  Não é para tanto, capitã. São águas passadas... – ele ironiza, e num movimento rápido sem tempo para qualquer resposta ele me puxa para sua frente, com uma das mãos segura meu braço e com a outra passada em volta do meu pescoço o metal gélido da faca sinto apertar minha garganta. — É, talvez nem tanto.

Soldada Milena e tenente Dylan de prontidão sacam a pistola e apontam para ele ao mesmo tempo que os homens dele apontam para cada um dos meus, cabo Gabriel e Joseph estão desarmados e observam a situação atenção.

— Ótima demonstração de suas habilidades, agora abaixem suas armas pra eu não ter que matar ela. – ele sorri ironicamente ao falar olhando diretamente para o tenente Dylan que apontava a arma diretamente para a cabeça dele, e que estava apenas um metro de onde estávamos.

Dylan joga a arma ao chão assim e levanta as mãos em rendição assim como Marcus.

Soldada Milena ainda continuava com a arma apontada pra ele.

— Qualquer um dos meus homens poderia te matar agora, moça. Mas em sinal de boa fé, irei pedir novamente para você jogar sua arma no chão, ou iremos matar as duas. – ele diz apertando a faca na minha garganta.

Olho para Joseph pedindo uma intervenção e ele se pronuncia:

— Milena, por favor. Vamos fazer o que ele solicita. Jogue sua arma no chão.

Ela contrariante joga a arma ao chão e levanta as mãos em rendição dando um passo para trás.

— O que você quer? – ele pergunta ao general.

— Precisamos de todas as armas e comida que vocês têm. Já comecem a separar, estaremos aqui fora aguardando.

— Certo, nós faremos, mas libere ela. – Joseph fala e dá dois passos à frente.

Isso o assusta, e ele profere uma ordem apontando a faca pra ele.

Nesse momento percebo minha chance, movo meu cotovelo com toda força pra trás que acerta em cheio seu estômago o que leva ele a inconscientemente colocar a mão que segurava meu braço em cima da parte atingida, num movimento rapidamente calculado pego a faca que já não estava tão segura em sua mão e enterro em seu pescoço, o jato de sangue jorra me atingindo enquanto ele cai ao chão agonizando.

 O tempo parece ficar em câmera lenta por milésimos de segundos até que dois outros sons altos me tiram do transe. Olho para trás e Joseph está ao chão, convulsionando e Gabriel ao chão, morto.


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Notas finais do capítulo

E agora?



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