Nas Margens do Lago - Dramione - 1ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 20
Rosas vermelhas (As paginas do Diário)


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal como estão??? Espero que bem (=

Como disse no capitulo anterior, a partir de agora a historia se passara em Julho de 1997, apos de morte de Dumbledore e de Narcisa.

Espero que gostem e BOA LEITURA!!!



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Draco acordou se sentindo exausto devido às horas de choro até dormir. Sentia tanta raiva do mundo, principalmente dele mesmo. Pensou até que talvez, ele deveria ter feito algo contra Voldemort, nem que fosse para ele ter morrido também, pelo menos assim estaria com a sua mãe.

Ao abrir os olhos inchados, foi obrigado a fecha-los novamente devido a intensa claridade que entrava pela janela. Havia se esquecido de fechar, pois estava tão fora da sua realidade que nem se preocupou com esse pequeno detalhe. Não fazia ideia de que horas eram. Afinal nada mais importava para ele. Saiu da cama com muita dificuldade, quase que travando uma batalha interna. Ele queria mesmo é que se esquecessem da sua existência, queria apenas ficar naquele quarto, dormindo, até não pode mais.

A cada segundo que se passava entre levantar e olhar tudo ao redor, ele sentia o desespero lhe atingir. A imagem da sua mãe morta na noite anterior estava tão fresta na sua mente, que ele sentia medo de ter que descer as escadas e se deparar com o corpo dela ainda estendido no chão frio. Não era desse jeito que ele queria ter a ultima lembrança.

Chorou novamente por ter sido incapaz de salva-la, incapaz ao menos de dizer três curtas palavras, que nunca pode dizer, por se achar frio demais. Achar que não deveria demostrar sentimentos, por acreditar que era algo de gente fraca. E mais uma vez, ele é traído pelas próprias crenças, pois como a sua mãe mesmo tinha lhe dito uma vez, não era errado ter sentimentos, mas passou tempo demais tentando ser o que não era. Tentando ser como o seu pai.

Entre uma lembrança e outra, ele sentia a raiva lhe consumir de uma forma descontrolada, precisava tira-la de dentro de si de alguma maneira, então sem ao menos perceber, pegou o primeiro objeto que tinha encontrado e o atirou na parede. Cada coisa que ia de encontro a ela, seu quarto estava sendo destruído, ficando cada vez mais semelhante ao seu mundo interior. Destruído.

— Draco? – Chamou Snape entrando no quarto e se assustando com o que acontecia. – Precisamos conversar...

— EU NÃO QUERO CONVERSAR... VAI EMBORA!! – Gritou. Snape não moveu um musculo e nem se abalou com os gritos do garoto, mas ele lamentava em vê-lo naquele estado.

— Eu não vou a lugar algum e você precisa me ouvir... – Disse calmamente.

— JÁ DISSE QUE NÃO QUERO OUVIR, ME DEIXA SOZINHO!!! – Draco o encarou com raiva. Snape ignorou o pedido de Draco e foi entrando no quarto.

— O Lord esta lá embaixo querendo conversar com você – Draco ia retrucar, mas Snape foi mais rápido – Não o desafie Draco, vista a sua mascara e desça. – Quando estava prestes a sair do quarto, Snape virou para ele – Eu sei a dor que é de perder alguém, mas acredite, mostrar para o mundo o quando somos inabaláveis, se torna muito mais reconfortante com o tempo, porque conseguimos encobrir a nossa dor para nós mesmos... E não se preocupe, ela não esta mais lá.

~*~

Olá, Draco, como vai? – Perguntou Voldemort de uma maneira cínica.

— O que quer? – Perguntou travando o maxilar. Estava sendo insuportável estar naquela sala e na frente dele.

— Olha como fala comigo, eu sou o seu superior... Não me faça perder a paciência Draco... – Disse Voldemort o encarando nos olhos. – Como se diz? – Draco suspirou.

— Em que posso lhe servir, Milorde? – Disse fazendo uma pequena reverencia, nunca foi tão cínico na vida.

— Bom garoto... Acredito que eu tenha exigido demais de você na missão anterior, por isso vou fazer um pedido mais simples, de acordo com a sua capacidade... – Draco sentir o sangue ferver e a raiva ficar cada vez mais gritante dentro de si. – Quero que volte para Hogwarts amanhã e fique por lá... De olho no trio. Snape me comunicou que todos os alunos permanecerão lá para o funeral do velho, ou seja, até amanhã no final do dia.

— Eu não vou voltar pra la!!! – Disse de maneira firme. Voldemort com raiva avançou para cima de Draco e segurou o seu rosto para que o mesmo lhe encarasse.

— Como te disse ontem, não ouse me desafiar ou fazer algo contra mim, não irei ser tão compreensivo... – Falou com uma voz fria.

— Me mata de uma vez, se é isso que quer, Milorde – Draco cuspiu a ultima palavra. Ao terminar a frase, foi que Draco se deu conta da loucura que estava fazendo. Estava enfrentando Voldemort. O mesmo pegou a sua varinha para tortura Draco, mas Snape interferiu.

— Ele irá Milorde – Disse de forma firme – Draco só esta assim, pelo que aconteceu com Narcisa, o senhor sabe o quando ela era importante para ele. Ele não ira lhe desafiar, ele não tem coragem. – Voldemort desviou a varinha da direção de Draco, enquanto refletia.

— Decidi que depois do funeral você ira voltar para cá, porque vamos começar o seu treinamento de uma forma mais intensa. Não vou permitir que cometa erros ou falhe novamente. Eu mesmo irei te treinar e você se tornara um Comensal digno do meu exercito e dessa marca que carrega, já que o seu pai não soube fazer o trabalho direito. – Riu – Então já sabe, venha para cá amanhã e não ouse me desafiar novamente – Ao terminar, saiu da mansão. Draco suspirou, mas não conteve a raiva que sentiu ao encarar Snape.

— QUE PORRA DE BRINCADEIRA É ESSA?... ACHEI QUE ESTAVA ME AJUDANDO! – Encarou Snape.

— E eu estou. – Disse simplesmente, não se deixando abalar pela fúria de Draco.

— ESTA? NÃO É O QUE ESTA PARECENDO. EU QUERO MAIS É QUE VOLDEMORT VÁ PARA O INFERNO.

— Se não percebeu, ele quase te torturou por ter o enfrentado... Eu sei que esta passando por um momento difícil, mas com o tempo você vai entender... Amanhã você ira voltar para Hogwarts e fará o que o Lorde lhe pediu...- suspirou - Mas por enquanto, tem algo mais importante a se pensar... Tem que se despedir da sua mãe. – Snape disse de forma calma, notando o esforço de Draco para não chorar.

— Onde ela esta? – Perguntou Draco olhando para onde Narcisa estava.

— Os curandeiros do St. Mungus vieram busca-la durante a madrugada. Ela já deve ter chago no cemitério. Já cuidei de tudo. Melhor irmos.

~*~

Situado numa região mais afastada de Wiltshire, o cemitério local, mais parecia como um grande parque. Não tinha aquelas grandes e exageradas lapides, que deixava tudo ainda mais deprimente. Ao contrario disso, as lapides era apenas pequenas placas fincadas no chão, quase imperceptível ao primeiro olhar. Por ser verão, a paisagem conseguia trazer um pouco de calor e conforto para as famílias, que assim como Draco e Snape, estavam ali para dizer adeus a alguém importante.

Enquanto seguiam até um local exclusivo da família Malfoy, uma pequena capela mais afastada do grande campo, Draco fazia a sua cabeça trabalhar. Como tinha vontade de destruir tudo que era relacionado a Voldemort e ao lado das trevas. Como queria largar aquilo tudo e virar as costas para o que havia aprendido com o seu pai. Passar por cima das crenças da própria família, das pessoas que sempre foram a sua prioridade e tentar recomeçar. Não sabia exatamente como fazer o que estava gritando dentro da sua mente e coração. Pensou em mil possibilidades enquanto andava pelo gramado, mas nenhuma parecia coerente. Entre um pensamento e outro, olhou para Snape tentando captar qualquer sinal de que ele estava realmente ali, porque se importava.

Ali do seu lado, estava o seu professor, o diretor de sua casa e alguém que lhe conhecia desde sempre. O viu crescer e de certa forma sempre o protegeu. No entanto, estava tentando processar, o que exatamente estava acontecendo em relação à Snape. Não conseguia distinguir em suas feições, o que poderia ser as suas intenções. Ele estava mesmo do seu lado, depois de tudo o que tinha acontecido? Ate que ponto o seu nome o influenciava a estar do seu lado? Draco precisava ter a total certeza de que podia confiar nele, até porque, ele não tinha mais ninguém para contar. 

Voltou a realidade quando se deparou com a entrada da capela. Era um lugar relativamente grande, onde continham os túmulos de cada membro da sua família durante gerações. Tudo era em mármore creme. As grandes janelas permitiam que o sol entrasse naquela manhã, fazendo o mármore creme, ficar quase branco. Sentiu a garganta e os olhos queimarem, quando se deparou com o caixão de sua mãe. Ele estava fechado, e assim permaneceria, pois Draco não queria vê-la novamente, não daquele jeito. Ficou olhando aquele caixão por um longo período. Ali parecia que nada mais valia a pena, nada mais para ele importava. Nome, dinheiro, poder, família, crenças, sangue. Ali diante da realidade mais dolorosa que ele poderia imaginar, tudo o que ele tinha se tornado, acreditando ser o certo, entrou em questionamento mais uma vez.

— Posso esperar lá fora se quiser. – Disse Snape de uma forma gentil. Draco negou com a cabeça. Então apenas permaneceu em silencio, esperando alguma reação dele, mas ela não aparecia. Aquilo estava começando a deixa-lo preocupado. Sabia que Draco era de extravasar a raiva quando sentia, por isso naquele momento, ele desejava muito que Draco tivesse alguma reação. Foi então decidiu se pronunciar para ver se o menino reagia. – Não precisa ser forte agora, Draco...- Draco levantou o olhar para Snape, e eles estavam vermelhos. Não estava sabendo dizer se aquele olhar era de raiva ou não, mas nem deu tempo de pensar, pois Draco tinha avançado contra ele. A sorte é que Snape foi mais rápido e o segurou firme para que nenhum dos dois se machucassem. Draco tentou se soltar, mas foi em vão, porque toda a força que tinha, foi canalizada nas lagrimas que não paravam de cair. – Pode chorar Draco, você tem todo o direito de se sentir assim. – Com aquelas palavras Draco desmanchou todo o seu orgulho e chorou mais ainda. Chorou de raiva, de culpa, de medo e de saudades.

Saudades da sua mãe, que nunca mais veria. Saudades do tempo que ficou para trás e do que poderia viver.

— Deveria ter deixado ele me matar – Disse com a pouca voz que tinha por conta do choro.

— Ele não ia te matar...

— Eu não quero mais fazer parte disso, mas não tenho escolha, não é?

— Às vezes precisamos fazer sacrificios para um bem maior... Estar do lado do Lord, sera o seu...

— E o que mais eu tenho que perder, para eu ver alguma vantagem nisso?

— O que eu quero que entenda... – Suspirou – É que não é algo simples se virar contra o lord... O que acha que ele vai fazer? Simplismente estender a mão para voce e agradecer pelo tempo em que o apoiou? E tudo vai acabar bem? Não Draco, não é assim que funciona.

— Eu não me importo se ele me matar... – Draco se importava. Ele podia esconder o medo da morte por tras do orgulho e da postura fria, mas ela estava ali, impregnada dentro dele.

— Você se importa sim. Pode estar com raiva e ferido agora, mas se importa... Tem que ser forte, Draco...

— Eu ja estou cansado de ser forte...

— Me fale novamente, o porquê não quer que ninguém saiba como ela morreu?

— Porque eu não quero que as pessoas se lembrem dela com pena e sim pela pessoa forte que ela sempre foi...

— Exatamente... Como acha que as pessoas vão se lembrar de você quando descobrirem que Voldemort te assassinou, por trai-lo?... – Draco não respondeu – Voce sempre teve raiva do Potter, por ele sempre estar em evidencia por qualquer coisa que ele faça. Você sempre quis ser reconhecido por alguma coisa, mas a grande diferença entre voce e ele, é que ele não tem medo de enfrentar os obstáculos que aparecem. – Draco deixou cair uma lagrima – Use toda a dor que você esta sentindo, por tudo que passou e enfrente o Lord de cabeça erguida. Prove que a sua mãe não morreu em vão nas mãos dele. – Depois de alguns minutos, Snape notou que Draco parecia mais calmo e foi o soltando devagar. Observou cada movimento dele, não queria ser pego de surpresa de novo. Draco se afastou e foi até o caixão. Ainda chorava, mas não tanto como antes.

— Eu vou vinga-la Snape e encontrar um jeito de preserva a memoria e a dignidade dela. Ela não merecia ter passado por aquilo. – Pegou as rosas vermelhas, uma foto em família que tinha levado e coloco-as em cima do caixão. As rosas vermelhas eram as preferidas dela e a foto, era dele pequeno com os pais, Draco não se lembrava de ter os visto sorrirem daquela maneira.

~*~

Assim que pôs os pés em casa, voltou para o quarto, o encontrando totalmente destruído. Nesse momento, ele não sabia exatamente o que sentia. Tudo parecia tão confuso que ele sentia uma necessidade de colocar para fora, desabafar de alguma maneira, mas não quebrando o que ainda restava daquele lugar. Uma lembrança passou pela sua mente e foi ai que ele percebeu o que deveria fazer...

Vou te dar um conselho... Quando se sentir triste ou sozinho, quero que escreva, quero que coloque tudo o que sente para fora, por meio das palavras. Acredite meu bem, elas podem se tornar as suas melhores amigas.”

No fundo da gaveta de sua escrivaninha, encontrou um caderno verde com capa de couro e folhas amareladas, não se lembrava exatamente do porque tinha ganhado esse caderno de seu pai uma vez, mas agora ele teria alguma utilidade.

Ao se sentar na escrivaninha, ficou encarando aquela primeira pagina, com a pena em mãos, não tinha ideia de como começar ou do que colocar. Aquilo estava sendo uma tarefa tão difícil, pois sempre foi acostumado a ter todos os sentimentos enterrados dentro de si. Imagens de sua mãe passavam pela sua cabeça. Imagens dela com ele quando ainda era criança, quando ela o acompanhava e buscava na estação, quando lhe dava um sorriso ao lhe dar boa noite ou bom dia quando estava de férias em casa. Ele estava sentindo tanta falta dela. Foi então que decidiu escrever de uma forma que ele pudesse senti-la mais perto de si, escrever em forma de cartas, cartas para sua mãe.

“ 01 de Julho de 1997

Acho que finalmente, vou seguir o conselho que me deu há um tempo, o conselho de escrever quando eu me sentisse sozinho e com medo, porque é exatamente assim, que eu estou me sentindo agora. Quem diria que eu, Draco Malfoy estaria desabafando com um papel e algumas palavras? Mas acho que agora terá que ser assim, não é? Pois não confio em mais ninguém, como confiava em você.

Encontrei esse caderno no fundo da gaveta da minha escrivaninha e estou sentindo que a partir de agora, eu só terei ele como companhia, porque ninguém mais será capaz de tirar de mim, todo o vazio que estou sentindo por não ter mais você em minha vida. Você sabe que eu nunca fui bom em expressar sentimento, por isso acho que escrever, pode ser que me ajude. Mais uma vez, você estava certa.

Perdoe-me mãe, me perdoa por não ter conseguido te proteger da melhor forma possivel, eu juro que tentei, eu fiz de tudo para cumprir a missão, mas eu falhei e o preço por isso, foi te perder. Perder a pessoa mais importante na minha vida. Nunca vou consegui esquecer a imagem de você sofrendo e sendo morta nas mãos do Voldemort.

Ninguém nunca vai saber o que foi que aconteceu nessa casa. Irei proteger a sua memoria e a sua dignidade, pois você não merecia ter passado por aquilo. Sabe mãe, embora eu nunca tenha de dito, mas eu sempre te admirei muito, sempre admirei a mulher maravilhosa que você era. Eu sempre tive muito orgulho da senhora, e ainda tenho, sempre vou ter. 

Amanhã terei que voltar para Hogwarts, por ordens do mestre, eu não queria, mas ele quase me torturou quando o enfrentei. A essa altura todos devem estar morrendo de ódio de mim, por ter permitido a invasão em Hogwarts e quase ter matado Dumbledore. E agora, Voldemort inventou de querer me treinar. Ele diz que vai me tornar um comensal digno de seu exercito e que não vai permitir que eu falhe novamente. Estou com medo mãe.

Espero que tenha gostado das rosas vermelhas que deixei para você, hoje ao me despedir. Lembro que sempre foram as suas favoritas. Acho que agora sim, a ficha caiu, você realmente nunca mais vai voltar. Apesar de tudo eu queria muito que o meu pai estivesse comigo ali, para nos despedirmos juntos, mas voce sabe, ele não pode. Junto com as rosas, eu deixei uma foto nossa junto com o papai, eu era bem pequeno, mas parecia que estavamos tão felizes. Não me lembro de muitas fotos em familia, então achei aquela especial.

Eu te amo

Draco Malfoy ”

Ao terminar de escrever, Draco releu e não conteve as lagrimas que caiam sobre aquela pagina preenchida. Estava com tanto medo e se sentindo sozinho diante aquela situação tão infernal, que fez uma promessa em silencio. Prometeu que escreveria para a sua mãe todos os dias. 


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Notas finais do capítulo

Quero apenas observar que não irei postar dia apos dia. Embora Draco escrevesse todos os dias, não era todo dia que acontecia algo de grande importância. No próximos capítulos de As paginas do Diário, você irão entender de uma forma mais clara tanto os sentimento de Draco, quando de Hermione na época da escola.

Espero não decepciona-los!!!!

beijão a todos

ps: os capitulos vão ter capas, mas estou as criando aos poucos kkk



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