Nas Margens do Lago - Dramione - 1ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 19
As páginas que não viraram cinzas - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo e...
BOA LEITURA A TODOS!!!



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Ela tinha a consciência de que qualquer atitude que ela tomasse, poderia ser prejudicial para o seu pai, pois como a sua mãe mesmo tinha lhe tido, era extremamente proibido crianças assistirem as audiências, pior ainda, invadir uma. Enquanto estava sentada no banco ao lado de Astória e Blás, ela só pensava no que poderiam estar fazendo pelo seu pai, pois sabia, que a sua mãe não poderia interferir em qualquer coisa que estivesse acontecendo lá dentro.

Ao ouvir a voz de um homem pedindo para que Pansy Parkinson entrasse, sentiu o seu coração quase sair pela boca. Que diabos essa mulher está fazendo aqui? – Pensou. Algo estava muito errado. Mesmo que o medo estivesse a dominando, Mia sentou no banco tentando se acalmar, ela tinha uma carta na manga.

— Tio Blás! – Chamou Blasio e o mesmo a encarou no mesmo instante. – Preciso te contar uma coisa...

— O que foi, Mia? – Perguntou preocupado.                                                                                                   

 - Eu não sei quais são as intenções da Parkinson, mas acredito que não sejam boas. Por isso, me promete que vai ajudar o meu pai? – Blasio ficou apreensivo. Por mais que ele quisesse, ele não sabia como ajudar Draco ainda mais naquela situação. – Não tem ninguém por ele e infelizmente, eu e a minha mãe não podemos fazer nada... – Blasio suspirou – Eu encontrei o diário. – Disse o tirando de dentro da capa do uniforme. – Blasio e Astória arregalaram os olhos. Estavam incrédulos pelo que estava vendo.

— Como o encontrou, Mia? Onde ele estava? – Blasio estava muito nervoso, mas ao mesmo tempo feliz. Aquele diário era a salvação de Draco.

— Por ter ido até Azkaban, fiquei de detenção ajudando o Filch nos afazeres da escola. Mas ontem ele me obrigou a limpar a sala dele antes de ir dormir. Encontrei o diário dentro de uma gaveta emperrada na mesa dele. Eu não acreditei quando o vi. – Disse abraçando o diário. – Eu não cheguei a ler tudo, mais pelo mesmo que vi, meu pai sofreu e está sofrendo uma injustiça, ele não pode ser condenado. Por favor... – Parou o que estava dizendo, quando escutou o seu pai gritar. Então levantou correndo para entender o que estava acontecendo...

— Isso é tão verdade. – Escutou Pansy dizer - Que envenenou o Weasley.

—  Mas como? Isso é um absurdo! – Escutou a voz do homem que tinha pedido para que Pansy entrasse.

—  Nunca nos demos bem, com Potter, o Weasley e a Granger. Tínhamos os nossos desentendimentos, mas no caso, Draco se aproveitou da ocasião para se vingar do Weasley. Ele sempre teve inveja dele por ser amigo de Harry Potter e por sua condição financeira. Draco nunca perdia a oportunidade de provava-lo por conta isso. – Ouviu Pansy dizer com toda a segurança que tinha.

— É mentira, é mentira tio Blás – Defendeu Mia, encarando Blasio com o olha de desespero. – Ela está mentindo. Ele não tinha a intenção de prejudicar o tio Rony, ele estava desesperado para tentar salvar a vovó – Disse com voz de choro.

— Fica calma, Mia... – Disse de uma forma tranquila, mesmo que estivesse extremamente nervoso. Ele não estava acreditando que Pansy poderia tomar aquele tipo de atitude. – Me de o diário – Mia o entregou. – se eles estão ouvindo as mentiras de Pansy, então terão que ouvir as minhas verdades. – Ao ouvirem o homem questionar quais a garantia de que Draco, não iria fazer algum mal se saísse de Azkaban, Blasio não pensou duas vezes, ao invadir a audiência.  Aquela era a sua oportunidade de vencer os seus medos e fazer algo que deveria ter feito a muito tempo... Lutar pelo seu melhor amigo.

~*~

Mia prestava a atenção a cada voz que era pronunciada, seja de quem fosse.  Apesar do medo estivesse gritando dentro de si, ela estava feliz, pois tinha esperanças que a segunda chance de seu pai, finalmente estivesse ali, tão perto dele. Sentiu ódio de Pansy, quando a mesma se referiu a ela como filhote de sangue-ruim, como queria azara-la.

O sentimento de ódio foi substituído ao escutar Blasio falando sobre arrependimento e principalmente sobre ela. Então, fez uma promessa em silencio. Prometeu que estaria do lado de seu pai naquele momento tão decisivo em sua vida. Mostraria a ele que ele tinha uma família que o amava e que ele não estava mais sozinho. Respirou fundo ao ouvir a voz da mulher perguntando de quem ele se referia, então, num ato de extrema coragem, entrou naquela sala, não dando nem tempo de Astória interferir.

— Amélia Granger Malfoy – Disse firme. Agora estava feito. O que aconteceria a partir dali ninguém poderia imaginar, mas independentemente do que fosse, ela estaria com ele, como sempre sonhou em estar.

Olhou atentamente cada rosto desconhecido presente naquela sala, mas não aguentou segurar a emoção, quando colocou os olhos sobre seu pai, que se encontrava sentado numa cadeira no centro daquela enorme sala de audiências. Ele também chorava. O seu lado racional a deixou naquele momento, a fazendo sair correndo para ir ao encontro dele. Ela queria o abraçar, queria faze-lo acreditar que existia esperança, queria olhar nos olhos dele, tão cinzas quanto o seus e dizer o quando o amava, o quanto tinha esperado por esse dia. O dia em que finalmente o teria em sua vida.

Enquanto corria em direção a ele, tudo a sua volta parecia estar em câmera lenta. Ao mesmo tempo que ele estava tão perto, ele parecia muito distante. Estava quase o alcançando, faltava pouco, mas foi impedida por um homem que surgiu na sua frente, a segurando para que ela não chegasse perto do prisioneiro. Esse homem era Miller. Faltava tão pouco.

— ME SOLTA...NÃOO! PAAAAI! – Gritava Mia desesperada sendo levada para longe de Draco. Ela fazia de tudo para se soltar do homem que a segurava.

— SOLTE A MINHA FILHA AGORAA! – Exigiu Draco com todo o ódio que sentia naquele momento. Por estar algemado, ele estava impossibilitado de ajuda-la.

— Vai fazer o que Malfoy? – Perguntou Miller com raiva do rumo que as coisas estavam tomando, não era para estar acontecendo nada daquilo.  – Não pode fazer nada...

— Ele não, mas eu posso! – disse Hermione indo em direção a Miller, com os olhos transbordando de raiva. – Solte a minha filha agora, ou eu não respondo por mim! – Ela iria ser uma voz ativa naquela audiência, não iria mais aguentar calada, aquela situação. Era com a família dela que estava mexendo. Draco sabia da coragem de Hermione, e sabia que ela não demoraria para se manifestar. Sentiu tanto orgulho dela. Desejava tanto em tê-las em seus braços. Sua mulher e sua filha. Sua família. Sim, eles seriam uma família.

— A senhorita sabe muito bem que não é permitido crianças numa audiência. Essa menina não deveria estar aqui.... – Hermione interrompeu.

— Não me venha dizer o que eu sei ou deixo de saber. O senhor não tem o direito de me fazer acusações, sendo que desde o começo, era nítido que queria que Malfoy continuasse em Azkaban, mesmo existindo todo o tipo de evidencia para que a condenação fosse reavaliada. – Miller engoliu seco, mas ainda não tinha soltado Mia. – Solte a minha filha e se retire dessa audiência, levando Parkinson. Respeitei a sua decisão de não me intrometer, mas não vou permitir que uma injustiça aconteça, independente de que caso estamos lidando. – Ninguém se manifestou. Miller passou os olhos por cada pessoa esperando que alguém dissesse algo, mas nada aconteceu. Soltou Mia lentamente e encarou Parkinson que o olhava com raiva. Tudo tinha dado errado. Saiu da sala com Pansy indo logo atrás batendo o salto com força no chão frio. Hermione suspirou.  Mia não se moveu, por mais que quisesse de qualquer jeito ir até o seu pai.

— Mãe...  Disse Mia, mas Hermione a interrompeu.

— Preciso que se retire... – disse com uma voz cansada.

— Por favor, mãe.... Eles precisam me ouvir... eles precisam – Mia estava prestes a chorar – Eles não podem condenar o meu pai, ele não é uma pessoa ruim como pensam. - Hermione ia pedir para ela sair, mas não deu tempo, pois Dara se manifestou.

— Eu quero ouvir o que ela tem a dizer, Ministra! – Levantou se destacando de todos. - Miller nos convenceu a trazer a senhorita Parkinson, dizendo que iria lhe comunicar sobre a presença de testemunhas para essa audiência, mas pelo jeito ele não o fez. Por mais que não consiga confiar em Malfoy, há muitas coisas que podem me provar ao contrário e estou disposta a ouvir. – Mia a encarou espantada, respirou fundo e começou a falar. Disse as palavras mais sinceras, mas não vinda de sua mente e sim, do coração.

— Eu entendo a preocupação de todos vocês em relação ao meu pai. Entendo também, que não queiram acreditar no que eu tenho a dizer, afinal, sou apenas uma criança, mas acreditem, o meu pai não é esse monstro que todos vocês acreditam que ele seja. Ele esta tão machucado, quando todos aqui já foram um dia, durante aquela guerra. Uma vez, eu ouvir dizer que Somos como lagos. Alguns menores e outros maiores, mas que independente do tamanho da nossa alma, podemos possuir o que há de mais belo nas profundezas de nossos corações, mas que nem todos tem o interesse de mergulhar para conhecer.... Por favor, não vejam o meu pai como aquela pessoa que fez coisas ruins, o comensal da morte, mas o vejam como alguém que teve que passar pelas experiências mais sórdidas e passou 13 anos em Azkaban, acreditando que ninguém mais se importava com ele. – Todos naquela audiência ficaram perplexos e sentidos. Mia continuou – A vida toda eu sonhei com o dia em que teria meus pais juntos – Draco chorava mais ainda e Hermione colocou a mão na boca para conter a vontade de chorar, mas estava complicado -  Não tirem isso de mim. Não destruam a minha família como a Parkinson estava tentando fazer até agora, ou como o meu pai teve que fazer um dia. Mas diferente dele, vocês estão tendo a oportunidade de escolher. A oportunidade que ele não teve. Leiam o diário, por favor, e vão ver que ele foi tão injustiçado quanto imaginam. – Ninguém tinha o que dizer, diante das palavras tão sinceras de uma garotinha com o uniforme da Grifinória. Hermione chegou bem perto da filha e disse baixinho.

— Estou tão orgulhosa de você – Secou as lagrimas discretamente – Eu prometo que farei eles lerem o diário e não vou desistir do seu pai... Mas porque não me entregou antes? – perguntou curiosa.

— Você disse que não podia se manifestar, então acreditei que não faria diferença. Quando vi que Parkinson estava aqui, eu fiquei com medo e me arrependi de não ter te entregado, mas então o tio Blás chegou. Contei a ele que tinha o encontrado. Ele era a nossa única chance. – Draco olhava as duas tão fixamente que seus olhos brilhavam. Ficou impressionado com a semelhança que a filha tinha consigo. Por algumas vezes, Hermione tinha dito isso ele, mas ele percebeu que Mia, tinha muito da mãe também. Os cabelos cacheados e cheios, o jeito de olhar curioso, o bico que ela fazia quando ficava brava e a ruga na testa. Draco nunca revelou a ninguém, mas achava Hermione linda ao enrugar a testa quando o encarava nervosa. A mesma ruga que ela fez, ao enfrentar Miller.

— Eu entendo... E não se preocupe, farei o possível para ajuda-lo. Como você mesmo me disse uma vez, ainda seremos uma família – Hermione sorriu para a filha, enquanto Mia deixava uma lagrima escapar, devido a emoção.

Antes de ser condenado, Draco acreditava que não iria para Azkaban, pois seu pai tinha lhe ensinado a vida toda, que nada de ruim aconteceria com ele. Mas então, ele foi sim, condenado, e precisou passar 13 anos longe no mundo para dar valor as pequenas coisas. Ali, na sua frente, estavam as pessoas que passariam ser as mais importantes em sua vida. As pessoas que estavam lutando para lhe dar uma vida, a qual foi tirada com tanta brutalidade. Draco chorava de felicidade, uma felicidade que transbordava em si. Felicidade essa, que ele iria fazer durar o quando pudesse, ao ser ver livre. Ele faria de tudo para ser o melhor para a sua tão sonhada família.

— Ministra? – Chamou Maggie. Hermione a olhou. – Primeiramente gostaria de lhe pedir desculpas em nome de toda a corte pelo ocorrido. Não imaginávamos a proporção que as coisas tomariam, mas espero que a senhora entenda a nossa posiçao que vinhamos tomando até entao, não é simples acreditar em Malfoy depois de tudo o que houve, e principalmente depois de tantos anos em que ele esteve preso. No entanto, gostaria que a senhorita tomasse a frente da audiência como tem que ser. – Meggie sorriu – Por favor, gostaria que a senhorita lesse o diário do senhor Malfoy. Ninguém tem mais direito a isso do que a senhora. -  Hermione deu um leve sorriso, pegando a na mão de Mia para tira-la da audiência. Por mais que ela tenha feito algo com ótimas intenções, a regra era clara, crianças não podiam permanecer ali.

— Preciso que você espere la fora agora filha. – Mia olhou para o pai, enquanto Hermione a guiava até a porta da sala. Infelizmente mais uma regra não podia ser quebrada, seja quem fosse, não era permitido se aproximar de um prisioneiro.

Ao voltar para a sala, Hermione pegou o diário da mão de Maggie e o encarou por alguns segundos. As respostas que ela tanto buscava estavam naquele diário com marca de queimado. Assim que se posicionou em seu lugar, abriu a primeira pagina, respirou fundo e com uma voz segura leu...

— 1º de Julho de 1997...


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Notas finais do capítulo

Os capítulos seguintes se passarão em 1997, pois quero mostrar para vocês o que aconteceu naquela época. O que Draco sentia, foi obrigado a passar e principalmente o que ele escrevia no diário.
Espero que vocês tenham gostado do capitulo e que eu tenha atingido as expectativas de vocês!!!!
Não esqueçam de comentar, porque sabem que eu amo ver a opinião de todos!!!! (=