Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 8
Capitulo VII - Atacados


Notas iniciais do capítulo

Olá, bom capitulo ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735452/chapter/8

Capitulo VII
         Atacados

 

 

   Aro estava com as Bruxas na sala dos Tronos quando voltamos ao Castelo. Renata nos encontrou no portão. Ela disse que Aro exigia a presença de Alec lá, depois desapareceu entre as sombras das arvores. Alec segurou firme a minha mão, então corremos para a sala dos Tronos.

   Eu podia sentir o cheiro de Jane lá dentro, e considerando que um falatório alto e nervoso vinha de lá, supus que ela não tinha reagido muito bem a novidade.

   As portas foram abertas.

 Entramos.

  E o que eu vi foi, literalmente, um campo de guerra. De um lado da sala: Jane, que tinha uma expressão bem irritada no rosto. Os olhos vermelhos brilhavam com tamanha intensidade que temi o poder que eles poderiam provocar. Anne, minha filha, estava ao seu lado. Uma mão pousando precavidamente no braço de Jane.

  Do outro lado, as bruxas. A mais velha – mãe de Alec – estava protetoramente na frente da mais nova. A expressão raivosa se espelhava em seu rosto também.

  — Alec, que bom que chegou — Caius falou, parecendo verdadeiramente aliviado — Sua irmã e sua mãe não andam se entendendo. Acho melhor...

— Você não acha nada! — Jane o interrompeu, seu grito machucando meus ouvidos. Alguns guardas menores encolheram-se diante do lampejo de raiva de Jane. Ninguém ousava gritar com Caius.  — Alec. Meu querido e amado irmão Alec — ela virou-se dolorosamente lenta, um sorriso sádico brincando em seus lábios — Você compactuou com isso?

 Alec engoliu em seco.

— Eu não tive escolha. Aro mandou buscá-la...

Ela virou-se para Aro.

— Então, a ideia foi sua? — os olhos de Jane brilharam ainda mais, e eu temi que ela usasse seu dom no mestre.

   Peguei a mão de Alec, e ele entendeu o que eu queria dizer. Soltei sua mão no momento em que uma névoa densa negra começou a sair delas até onde Jane estava. Os olhos dela viraram antes de cair no chão.

  As bruxas soltaram uma exclamação.

— É o meu dom — Alec revirou os olhos para elas. Ele caminhou até onde o corpo da irmã estava pegando-a nos braços — Vou levá-la para descarregar a raiva onde ela não possa matar ninguém. — seus olhos pousaram nas bruxas. — Mestre.

Ele fez uma reverencia e saiu.

 — Eu adoro reencontros — Aro exclamou de seu trono e eu tive que exercer um autocontrole enorme para não bater nele. Ele voltou-se para as Bruxas — Queridas, creio que com toda essa confusão não podemos conversar. Permita-me esclarecer o motivo de tê-las convidado ao meu lar...

— Poupe suas palavras, vampiro — a Bruxa mais velha disse — Sabemos por que estamos aqui. Fiz Alec contar tudo, eu precisava saber no que estava me metendo. 

— Bem, então entendem a gravidade da situação. E peço que considerem aliar-se a nós...

Ela interrompeu Aro com tamanha calma que até eu me assustei.

— Pensaremos no seu caso.

  A cabeça dela estava erguida para Aro, como se ela não se importasse com quem ele era e o que representava. A mais nova tremia nas costas dela.

— Fico feliz com isso. — Aro voltou para seu trono, seus olhos pousando em mim, e em Anne ao meu lado. — Bem, mas acho que vocês ainda não foram apresentadas a elas. — ele apontou para onde eu estava e as duas seguiram a direção de sua mão — Renesmee e Anne. Companheira e filha de Alec.

  Os olhos da Bruxa demoraram-se em Anne, especialmente.

— Filha? — ela perguntou. Anne revirou os olhos antes de assentir. — Você é minha neta?

Ela deu uns passos em direção a Anne, mas a mesma ergueu a mão, indicando que ela parasse.

— Tecnicamente. — respondeu minha filha, bufando

— Certamente, eu adoro reencontros, mas adoro mais ainda encontros. — Aro gargalhou em seu trono, e eu lamentei não ter o dom de Jane.

***

   Duas horas tinham se passado e Alec ainda não tinha voltado de qualquer que fosse o lugar a qual ele levara Jane para “descarregar a raiva”. Anne andava de um lado para o outro na cozinha do castelo, enquanto bebia um copo de suco.

   Eu me vi naquele gesto. Certa vez, na casa dos meus avos, esperando que meus pais voltassem da conversa com Jacob. Ele tinha vindo pedir-me em namoro, e meus pais levaram-no para o chalé.  A lembrança me fez estremecer, e repudiar minha mente por me fazer lembrar essas coisas.

Tudo relacionado à Jacob me repudiava e me deixava nervosa.

  Anne bufou quando o cheiro das bruxas chegou até onde estávamos. Um leve aroma de terra e plantas. Literalmente, eu odiava bruxas. Alec me contara o que a mãe dele fizera com ele e com Jane. E ficar na presença delas era tão ruim para mim quando eu imaginava ser para os gêmeos.

 Elas entraram, sendo acompanhadas por Heidi.

— E, cozinha — Heidi falou, indicando com o braço o lugar arejado e iluminado do castelo. O único, construído depois de minha chegada. Nunca entendi bem o porquê, já que eu passava a maior parte do tempo no Chalé de Alec. — Bem, fim do tour pelo Castelo. — ela olhou para mim, uma suplica silenciosa. Assenti, mesmo odiando a ideia. — Renesmee ficara de olho em vocês.

E saiu correndo pelo Castelo.

   Elas me encararam por longos segundos, antes que eu indicasse a cadeira a minha frente. Hesitantes, elas caminharam e sentaram-se no local indicado. Anne continuava sua tarefa de tentar cavar um buraco no chão da cozinha, andando.

   Fiz o máximo para ignorá-las, minha atenção inteiramente nas panquecas que minha avó Esme tinha me preparado minutos antes de sair para caçar com o resto dos Cullen, na floresta atrás do Castelo. Anne largou o copo de suco na pia e sentou-se a minha direita, a cabeça apoiada no braço.

— O que vocês são? — a voz da mais nova soou baixa e hesitante aos meus ouvidos. Reparei no olhar da mais velha sobre ela. Ela encolheu-se. — Desculpe.

  Sorri levemente para ela. Apesar das atrocidades que ouvi sobre a mãe dela, aquela menina não tinha culpa de nada.

— Somos híbridas. — comecei a explicar, minha voz controlada e calma. Um truque que aprendi com Alec: Não deixe que as pessoas vejam o quão desconfortável você está. Elas usarão isso contra você. Continuei: — Sou filha biológica de um vampiro e uma humana. Tenho sangue correndo em minhas veias, mas também preciso deles para sobreviver. Comida humana — apontei para o prato já vazio a minha frente — Apenas por costume.

A mais velha assentiu, e depois olhou para Anne.

— E você?

Anne revirou os olhos.

— A explicação da minha mãe não é o bastante? — ela bufou, revirando os olhos — Sou uma híbrida um pouco mais complexa. Tenho um pouco de sangue de lobo no meu DNA, um fato que eu não gosto — seus olhos pousaram em mim, sugestivamente — Mas, minha parte vampira é mais ativa. Graças aos Céus.

  As bruxas uniram as sobrancelhas.

— Sangue de lobo? — a mãe de Alec perguntou. — Como?

Anne bateu na testa.

— Sério que essa mulher é mãe do meu pai? Acho que entendi porque tia Jane a odeia. — resmungou e eu me segurei para não rir. — Vamos começar do começo, Okay? Tenho uma herança biológica de um lobo, isso quer dizer que alguém na minha família tem sangue de lobo. É lógica.

— Eu sei disso, menina insolente. — ela retrucou — Quero saber de onde você herdou essa herança. Seu pai não tem nenhum lobo na família.

— Uma criança é feita por pai e mãe, sabia?

As sobrancelhas de Anne ergueram-se em diversão.

— Ela não é minha filha biológica.

  A voz de Alec soou séria e tediosa pela porta. Ele entrou logo em seguida, Jane vinha atrás. Ela parecia mais calma, mas ainda sim com raiva. Muita. Ele caminhou até a minha cadeira, beijando minha testa.

Sua postura ficou rígida logo em seguida.

  Eu tinha total conhecimento do aborrecimento de Alec sobre a paternidade de Anne. Ele odiava que ela tivesse qualquer tipo de ligação com Jacob. O ódio dele por Jacob chegava a ser maior que o meu. Mas isso não o impedia de amar Anne e tê-la como sua.

  Anne era dele.

— Eu apenas a criei. O pai — ele emitiu um rosnado ao pronunciar de pai — biológico dela é um lobo. Um Quileute.

— E por que motivo você cria a filha de outro homem?

— E por que motivo você está me contestando mesmo? Não me lembro de ter lhe dado essa liberdade. — Alec encarou a mãe com raiva. Sua postura ainda era rígida — Ela — Apontou para Anne — É minha filha, biológica ou não. E eu a amo. E nunca deixaria que nada acontecesse com ela. Diferente de você.

Jane caminhou para o lado do irmão.

— Anne faz parte da nossa família, filha de Alec ou não. Julia — sua voz falhou um pouco —, talvez. Você, nunca mais. Nunca mais será parte dessa família.

— Se minha mãe não faz parte, eu também não faço. — Julia falou, em uma súbita criação de coragem.

 — Bom. — Jane falou — A escolha é sua.

Jane as encarou por um momento antes de sair.

— Vocês vão se aliar aos Volturi? — Anne perguntou. 

A mais velha assentiu.

— Sim. Essa ameaça representa perigo para meu povo também. Apesar dos poderes, somos humanos.

Alec assentiu uma única vez, antes de dizer que estava na hora de voltarmos para o Chalé.

  Encontramos uma Sulpicia nervosa perto da recepção. Ela suspirou aliviada quando nos avistou.

— Aconteceu alguma coisa, Senhora? — Alec perguntou, sua mão pousada nas minhas costas.

— Sim, temo que sim — ela falou — Um guarda chegou à sala dos tronos agora pouco. Disse que achou três corpos de guardas Volturi mortos perto da floresta.

Alec enrijeceu o corpo.

— Quais guardas?

Ela assentiu, como se estivesse muito, muito perto de chorar. Se ela pudesse.

— Corin, minha amiga e guarda. Sólon e Peter.

  Anne soltou uma exclamação antes de sair correndo pelo portão. Alec e eu corremos atrás dela. Seguimos seu cheiro até onde os guardas estavam sendo queimados. Anne estava caída perto da pira.

Peter não era o cara que ela estava saindo? , perguntei por pensamento a Alec, que assentiu. Cheguei perto dela, envolvendo-a com meus braços.

— Renesmee — Alec chamou — Olhe.

  Então ergui meu olhar para a parede lateral do Castelo, onde, com sangue – palavras tinham sido escritas. Prendi minha respiração e, então, entendi que já estávamos mortos.

Que Caleb Meliorn já tinha nossas cabeças em uma estaca.

                            Eu só estou começando.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Obscuro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.