A Lenda dos Dragões escrita por Hakiny


Capítulo 9
O Cartório




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— Onde vamos exatamente?

Karin se dirigia a Nicholas.

— Ao cartório da cidade.

Nicholas respondeu com rispidez.

— Por que você está vestido como uma velha?

A princesa perguntava mais uma vez.

— Você faz perguntas demais… E além disso, é mais do que claro que sou uma jovem e bela donzela!

O garoto apertava o passo.

— Ele está sendo procurado.

Jean respondeu a Karin.

— Pela polícia?

— Quem dera…

Jean suspirou.

Os três garotos caminharam por alguns minutos até chegarem em seu destino. Um prédio grande com letreiros que formavam: “Cartório”.

Nicholas cumprimentou um guarda que estava na porta e entrou sem ser reconhecido, Karin e Jean também entraram tranquilamente.

— Qual o plano?

Jean se aproximava de Nicholas.

— É um cartório isso aqui! Essa é a cidade mais próxima do oriente, se dragões saíram de lá para o ocidente, eles com certeza passaram por aqui e com sorte, acabaram ficando!

Nicholas sorriu confiante.

— Em que posso ajudar?

Uma atendente analisava de cima a baixo o trio que acabara de se aproximar.

— Olá querida!

Nicholas dizia com uma voz extremamente aguda — Eu e o meu marido estamos trabalhando como acompanhantes dessa jovem garota asiática. Ela é uma embaixadora do outro continente e veio dar boas vindas aos seus companheiros de nação.

— Marido…

Jean resmungava com um tom quase inaudível.

A atendente apontou para a imensidão de prateleiras com certo desinteresse.

— Vamos demorar uma vida para conseguir tirar informação de tudo isso…

Karin pensava alto.

— Querida…

Nicholas se aproximava mais da mulher — Acredito que a senhora consegue ser mais específica.

O pirata completou enquanto deslizava algumas moedas de ouro pelo balcão na direção da mulher.

A atendente deu um pequeno sorriso, agarrou as moedas e se dirigiu até as prateleiras.

— As pessoas no ocidente trocam educação por dinheiro?

Karin dizia com certa decepção.

— No ocidente se trocam até as mães por dinheiro.

Jean dava de ombros.

A mulher vasculhou algumas coisas e em questão de segundos encontrou uma caixa empoeirada, a ergueu e entregou para Nicholas.

O pirata agradeceu e junto com os outros, se sentou em uma mesa.

— Meng Hu?

Jean erguia uma folha de papel envelhecida.

— Não.

Karin dizia enquanto procurava no meio dos papéis.

— Você tem nomes?

Nicholas se dirigia a Karin.

— Sim! São sete no total: Kiri, Shion, Zaru, Jhung, Hao, Hina e Chang.

A garota citava.

— Tirem Kiri e Shion da lista, são meus antepassados.

Os dois garotos acenaram positivamente com a cabeça e voltaram a procurar.

— Tang Miau?

Nicholas dizia com incredulidade — Miau? Sério isso?

— Pare de menosprezar nossa cultura!

Karin se irritava. Jean apenas ria de toda a situação.

— Não é menosprezo… zombaria talvez…

Nicholas falhava em sua defesa.

— Huang Hao?

Jean interrompeu a discussão dos garotos.

— Sim!

Karin dizia com animação — Será que ele ainda está vivo?

Nicholas se aproximava do lobo.

— Levando em consideração que esse documento tem mais de 100 anos… acho pouco provável.

Jean dizia com certo sarcasmo.

— Isso é impossível!

Karin pegava o papel da mão de Jean com brutalidade — Provavelmente é a pessoa errada…

— Ou não. Kiri e Shion foram meus bisavós, Karin. Eu nem cheguei a conhecê-los!

Nicholas explicava.

— Não…

Karin deixava os papéis na mesa e se dirigia para fora do local.

— Karin espera!

Jean corria ao encontro da garota.

— O que há com você?

O lobo conseguiu alcançar a princesa.

— Isso deve fazer uns 20 ou 25 anos… não 100…

A princesa estava completamente fora de si.

— Como assim?

Jean estava confuso.

— Meu pai me contou… sobre a guerra… ele estava com eles…

— Ou ele é só um velho idiota querendo parecer mais legal pra filhinha… Imagino que deve ser difícil sujar a imagem do seu pai herói, mas temos coisas mais importantes para nós preocuparmos!

Nick se aproximava dos dois. Karin permaneceu calada.

— Huang Hao…

Nicholas tocava o queixo pensativo.

— É o Dragão de Fogo.

Karin dizia em voz baixa, os olhos de Nicholas se arregalaram.

— Jean, o que mais diz esses documentos?

— Aqui diz que ele e sua esposa compraram algumas terras aqui perto, talvez devêssemos começar a procurar por lá! Aqui no ocidente terras são muito difíceis de conseguir, mesmo depois de 100 anos, é natural que as famílias permaneçam no local.

Jean explicava.

— Então vamos para lá agora mesmo!

Nicholas dizia com firmeza.

— Precisamos buscar o Chow.

A voz de Karin fez Nicholas revirar os olhos.

— Me explique o porquê de não seguirmos a missão sem o titã nervoso?

— Porque eu comecei isso com ele, ele é muito útil e principalmente... confiável!

Karin torcia o nariz.

— Útil?

Nick perguntava com ironia.

— Se não quer ajudar, vamos sem você! Não é como se você fosse indispensável.

Karin bateu o pé. Ela estava claramente blefando, depois da luta entre Nicholas e Chow ela finalmente começou a entender a dimensão dos poderes de um dragão completo. Eles não sabiam se Hao ou seu possível descendente eram amigos ou inimigos, o pirata era sim, um item indispensável para aquela missão.

— Pedindo de forma tão carinhosa, como eu poderia recusar?

Nicholas ajeitava o seu decote.

— Ótimo.

A garota caminhou à frente.

— Está indo pelo lado errado…

Nicholas dizia com certo desdém.

— Eu já sabia.

Karin dava meia volta. Nicholas não continha suas risadas enquanto seguia pelo caminho que a garota havia ido inicialmente.

— Karin, você estava indo na direção correta.

Jean alcançava a garota e a guiava novamente para a direção oposta.

— Miserável…

A garota resmungava.

— Pensando melhor, eu vou ficar!

O pirata cessava seus passos.

— Por que?

Jean também havia parado.

— Não terminamos de ver os documentos, apenas saímos de lá quando a princesa teve um ataque.

— Então vamos ficar com você!

O lobo respondia enquanto segurava o braço de Karin que se recusou a parar inicialmente.

— Não há necessidade, estimado canino. Além do mais, é melhor que vocês conversem com o titã nervoso sem que eu esteja por perto. Esclareçam a situação para que não aconteça mais um incidente como o anterior.

 

Jean acenou positivamente com a cabeça, se despediu de Nicholas e seguiu com Karin de volta para a hospedaria.

Nicholas esperou perder os dois de vista e seguiu um caminho diferente da entrada do cartório. Ele andou alguns minutos pela cidade até chegar a uma taverna próxima a um porto.

— Como foi a investigação?

Nicholas já havia entrado no estabelecimento e se sentado à mesa com um homem.

— Não houve retorno, senhor.

O homem dizia com certo receio.

— Como não houve retorno?

O capitão arqueava uma das sobrancelhas.

— Contratamos três espiões e apenas um voltou! Eles eram realmente bons...

O homem pigarreou — e caros.

Nicholas retirou algumas moedas do bolso, franziu as sobrancelhas e as deslizou pela mesa na direção do subordinado.

— Me diga o que aconteceu exatamente!

— O espião que voltou estava muito ferido e completamente louco. Disse coisas estranhas sobre mortos vivos e panteras que devoravam almas. Pobre coitado, parece que viveu o inferno.

O subordinado virava um gole de bebida.

— O que mais ele disse?

— Capitão, está mesmo interessado nos delírios de um homem traumatizado?

— Eu paguei por informações e as quero, pouco me importa o quão absurdas pareçam.

O pirata se recostava na velha cadeira. O homem demonstrou certa estranheza, mas não questionou e prosseguiu com a história.

— Ele disse que assim que desembarcaram no continente, foram atacados pelas “panteras devoradoras de alma” e um dos companheiros acabou morrendo. Depois de conseguirem despistar os monstros chegaram até o tal castelo, mas foram surpreendidos pelo companheiro que havia ficado para trás.

— O morto?

— Foi o que eu disse, doidinho de pedra.

O homem dava de ombros. Nicholas respirou fundo e se levantou.

— Obrigada pelo trabalho. Se precisar de novo de seus serviços, o contatarei.

— As suas ordens senhor.


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Notas finais do capítulo

Divulguem a lenda! o/
Se você gosta da história, que tal mostrar para alguém?
Ajudem os dragões a rodarem o mundo!



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