A Lenda dos Dragões escrita por Hakiny
— Onde vamos exatamente?
Karin se dirigia a Nicholas.
— Ao cartório da cidade.
Nicholas respondeu com rispidez.
— Por que você está vestido como uma velha?
A princesa perguntava mais uma vez.
— Você faz perguntas demais… E além disso, é mais do que claro que sou uma jovem e bela donzela!
O garoto apertava o passo.
— Ele está sendo procurado.
Jean respondeu a Karin.
— Pela polícia?
— Quem dera…
Jean suspirou.
Os três garotos caminharam por alguns minutos até chegarem em seu destino. Um prédio grande com letreiros que formavam: “Cartório”.
Nicholas cumprimentou um guarda que estava na porta e entrou sem ser reconhecido, Karin e Jean também entraram tranquilamente.
— Qual o plano?
Jean se aproximava de Nicholas.
— É um cartório isso aqui! Essa é a cidade mais próxima do oriente, se dragões saíram de lá para o ocidente, eles com certeza passaram por aqui e com sorte, acabaram ficando!
Nicholas sorriu confiante.
— Em que posso ajudar?
Uma atendente analisava de cima a baixo o trio que acabara de se aproximar.
— Olá querida!
Nicholas dizia com uma voz extremamente aguda — Eu e o meu marido estamos trabalhando como acompanhantes dessa jovem garota asiática. Ela é uma embaixadora do outro continente e veio dar boas vindas aos seus companheiros de nação.
— Marido…
Jean resmungava com um tom quase inaudível.
A atendente apontou para a imensidão de prateleiras com certo desinteresse.
— Vamos demorar uma vida para conseguir tirar informação de tudo isso…
Karin pensava alto.
— Querida…
Nicholas se aproximava mais da mulher — Acredito que a senhora consegue ser mais específica.
O pirata completou enquanto deslizava algumas moedas de ouro pelo balcão na direção da mulher.
A atendente deu um pequeno sorriso, agarrou as moedas e se dirigiu até as prateleiras.
— As pessoas no ocidente trocam educação por dinheiro?
Karin dizia com certa decepção.
— No ocidente se trocam até as mães por dinheiro.
Jean dava de ombros.
A mulher vasculhou algumas coisas e em questão de segundos encontrou uma caixa empoeirada, a ergueu e entregou para Nicholas.
O pirata agradeceu e junto com os outros, se sentou em uma mesa.
— Meng Hu?
Jean erguia uma folha de papel envelhecida.
— Não.
Karin dizia enquanto procurava no meio dos papéis.
— Você tem nomes?
Nicholas se dirigia a Karin.
— Sim! São sete no total: Kiri, Shion, Zaru, Jhung, Hao, Hina e Chang.
A garota citava.
— Tirem Kiri e Shion da lista, são meus antepassados.
Os dois garotos acenaram positivamente com a cabeça e voltaram a procurar.
— Tang Miau?
Nicholas dizia com incredulidade — Miau? Sério isso?
— Pare de menosprezar nossa cultura!
Karin se irritava. Jean apenas ria de toda a situação.
— Não é menosprezo… zombaria talvez…
Nicholas falhava em sua defesa.
— Huang Hao?
Jean interrompeu a discussão dos garotos.
— Sim!
Karin dizia com animação — Será que ele ainda está vivo?
Nicholas se aproximava do lobo.
— Levando em consideração que esse documento tem mais de 100 anos… acho pouco provável.
Jean dizia com certo sarcasmo.
— Isso é impossível!
Karin pegava o papel da mão de Jean com brutalidade — Provavelmente é a pessoa errada…
— Ou não. Kiri e Shion foram meus bisavós, Karin. Eu nem cheguei a conhecê-los!
Nicholas explicava.
— Não…
Karin deixava os papéis na mesa e se dirigia para fora do local.
— Karin espera!
Jean corria ao encontro da garota.
— O que há com você?
O lobo conseguiu alcançar a princesa.
— Isso deve fazer uns 20 ou 25 anos… não 100…
A princesa estava completamente fora de si.
— Como assim?
Jean estava confuso.
— Meu pai me contou… sobre a guerra… ele estava com eles…
— Ou ele é só um velho idiota querendo parecer mais legal pra filhinha… Imagino que deve ser difícil sujar a imagem do seu pai herói, mas temos coisas mais importantes para nós preocuparmos!
Nick se aproximava dos dois. Karin permaneceu calada.
— Huang Hao…
Nicholas tocava o queixo pensativo.
— É o Dragão de Fogo.
Karin dizia em voz baixa, os olhos de Nicholas se arregalaram.
— Jean, o que mais diz esses documentos?
— Aqui diz que ele e sua esposa compraram algumas terras aqui perto, talvez devêssemos começar a procurar por lá! Aqui no ocidente terras são muito difíceis de conseguir, mesmo depois de 100 anos, é natural que as famílias permaneçam no local.
Jean explicava.
— Então vamos para lá agora mesmo!
Nicholas dizia com firmeza.
— Precisamos buscar o Chow.
A voz de Karin fez Nicholas revirar os olhos.
— Me explique o porquê de não seguirmos a missão sem o titã nervoso?
— Porque eu comecei isso com ele, ele é muito útil e principalmente... confiável!
Karin torcia o nariz.
— Útil?
Nick perguntava com ironia.
— Se não quer ajudar, vamos sem você! Não é como se você fosse indispensável.
Karin bateu o pé. Ela estava claramente blefando, depois da luta entre Nicholas e Chow ela finalmente começou a entender a dimensão dos poderes de um dragão completo. Eles não sabiam se Hao ou seu possível descendente eram amigos ou inimigos, o pirata era sim, um item indispensável para aquela missão.
— Pedindo de forma tão carinhosa, como eu poderia recusar?
Nicholas ajeitava o seu decote.
— Ótimo.
A garota caminhou à frente.
— Está indo pelo lado errado…
Nicholas dizia com certo desdém.
— Eu já sabia.
Karin dava meia volta. Nicholas não continha suas risadas enquanto seguia pelo caminho que a garota havia ido inicialmente.
— Karin, você estava indo na direção correta.
Jean alcançava a garota e a guiava novamente para a direção oposta.
— Miserável…
A garota resmungava.
— Pensando melhor, eu vou ficar!
O pirata cessava seus passos.
— Por que?
Jean também havia parado.
— Não terminamos de ver os documentos, apenas saímos de lá quando a princesa teve um ataque.
— Então vamos ficar com você!
O lobo respondia enquanto segurava o braço de Karin que se recusou a parar inicialmente.
— Não há necessidade, estimado canino. Além do mais, é melhor que vocês conversem com o titã nervoso sem que eu esteja por perto. Esclareçam a situação para que não aconteça mais um incidente como o anterior.
Jean acenou positivamente com a cabeça, se despediu de Nicholas e seguiu com Karin de volta para a hospedaria.
Nicholas esperou perder os dois de vista e seguiu um caminho diferente da entrada do cartório. Ele andou alguns minutos pela cidade até chegar a uma taverna próxima a um porto.
— Como foi a investigação?
Nicholas já havia entrado no estabelecimento e se sentado à mesa com um homem.
— Não houve retorno, senhor.
O homem dizia com certo receio.
— Como não houve retorno?
O capitão arqueava uma das sobrancelhas.
— Contratamos três espiões e apenas um voltou! Eles eram realmente bons...
O homem pigarreou — e caros.
Nicholas retirou algumas moedas do bolso, franziu as sobrancelhas e as deslizou pela mesa na direção do subordinado.
— Me diga o que aconteceu exatamente!
— O espião que voltou estava muito ferido e completamente louco. Disse coisas estranhas sobre mortos vivos e panteras que devoravam almas. Pobre coitado, parece que viveu o inferno.
O subordinado virava um gole de bebida.
— O que mais ele disse?
— Capitão, está mesmo interessado nos delírios de um homem traumatizado?
— Eu paguei por informações e as quero, pouco me importa o quão absurdas pareçam.
O pirata se recostava na velha cadeira. O homem demonstrou certa estranheza, mas não questionou e prosseguiu com a história.
— Ele disse que assim que desembarcaram no continente, foram atacados pelas “panteras devoradoras de alma” e um dos companheiros acabou morrendo. Depois de conseguirem despistar os monstros chegaram até o tal castelo, mas foram surpreendidos pelo companheiro que havia ficado para trás.
— O morto?
— Foi o que eu disse, doidinho de pedra.
O homem dava de ombros. Nicholas respirou fundo e se levantou.
— Obrigada pelo trabalho. Se precisar de novo de seus serviços, o contatarei.
— As suas ordens senhor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Divulguem a lenda! o/
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Ajudem os dragões a rodarem o mundo!