Kidnapped - Sequestrada escrita por Amanda Katherine


Capítulo 35
Ely, o traidor




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 As semanas após eu descobrir que estava grávida passaram rápido. Mantinha sempre meus exames em dia. Ficava pensando se Justin de algum modo já soubesse sobre minha gravidez, se ele me vigiava mesmo de longe. E o por quê de ainda não me procurar para conversar. Segundo meu médico, eu estava de cinco semanas, mas eu sentia que era muito mais que isso, era como se meu bebê estivesse desde sempre comigo.  
                    Ryan me disse para não procurar por Justin até que ele mesmo viesse até mim, mas eu não poderia chegar até eles nem se quisesse. Eles estavam em Los Angeles e eu em Nova York, de volta na casa da minha mãe. Não sabia nem se ainda estavam em L.A, não sabia se estavam bem ou não. Eu não sabia de nada. E meu desespero era cada vez mais perceptível. 
                    Depois de todo o escândalo recente sobre meu sequestro, os jornalistas ainda me perseguiam tentando ter uma entrevista comigo, o que me fez decidir não revelar minha gravidez. Seria um escândalo em cima de um escândalo. Iriam perguntar sobre o pai da criança e isso nem eu saberia responder. 
                         Troquei meu guarda roupa e no lugar de roupas coladas, enchi de moletons, e o que me ajudou foi a época de frio  que estava em Nova York. Eu não queria passar pelo stress de meu filho que nem ainda nasceu receber algum tipo de apelido maldoso. 
                     Minha barriguinha já estava um pouco perceptível para alguém magra como eu. Procurava sempre usar roupas mais largas dentro de casa, eu tinha que contar para minha mãe, mas não estava preparada. 
                       Passaram-se semanas e eu e as meninas estávamos retomando nossa amizade. Pedi para me acompanharem até a casa de meu pai, o clima estava entranho e não queria passar por isso sozinha. 
                         A esposa de meu pai nos atendeu e pela primeira vez, não vi deboche em seu olhar, apenas preocupação. 


— Entrem. - disse ela sem graça. - Seu pai está no escritório com um cliente, daqui a pouco estará aqui. Ele pediu para não ser incomodado. 


                  Apenas assenti e me sentei no sofá. Passaram-se meia hora e nada do meu pai sair daquela sala. A empregada veio e nos ofereceu suco e algo para comer, eu estava sem fome mas acompanhei as meninas até a cozinha. Peguei um copo d'água e ouvi vozes na sala. Me direcionei até lá e vi Ely. O que ele estava fazendo ali? Imediatamente me escondi atrás do pilar. 


— Foi um prazer fazer negócios com você, senhor Kendrick. - apertou a mão de meu pai. 
— O prazer foi meu! Agradeço por toda ajuda para encontrar minha filha.


                       Senti meu corpo congelar e tudo rodar. Hanna estava atrás de mim e perguntou o que houve. Eu estava atônita e não consegui responder. Eu não poderia contar para ninguém o que ouvi. O Ely que fazia negócios com Justin era o mesmo que fez todo esse inferno acontecer. Ele não poderia me ver. Ele não poderia saber que eu sabia de tudo. 
                        Me dirigi o mais rápido que pude de volta à cozinha e depositei o copo na bancada com certa força. 


— O que houve? - perguntou Courtney com um pedaço de torrada na boca e com os olhos arregalados. 
— Nada, preciso usar o banheiro. - disse e corri para o andar de cima. Meu coração parecia querer sair fora do corpo. 


                 Entrei num banheiro daquele extenso corredor e joguei agua no rosto. Eu não poderia estar vendo coisas. Era ele. E eu tinha que avisar Justin! Mas como? 
                         Ouço batidas na porta e a abro, eram as meninas. 


— Foi só uma tontura, nada demais. - falei.
— Fiquei preocupada, achei que estava passando mal. - Babi tocou meu ombro. 
— Estou bem, desculpe. 


                       De volta para o andar de baixo, naquele extenso corredor cheio de portas, onde habia vários quadros e pinturas, um em especial chamou minha atenção. Um que nunca vi ali antes. 


" - É um quadro qualquer, Alessa! 
— Mas me fala como ele é, para ser tão importante assim, Jus. 
— Argh! - bufou. - Ele tem uma moça com uma capa preta na cabeça, com os olhos vermelhos e em volta dela é tudo em azul. Eu não sei por quê este quadro importa para aquele Muçulmano, analisamos tudo e não achamos nada. Nem sequer um diamante. Absolutamente nada."


                      Passei a mão pelo quadro enquanto lembrava e meu corpo já tremia. 


— Alessa o que foi? - perguntou Hanna.
— Nada, vamos embora! 


                      Desci as escadas e corri para a porta principal, onde ouvi meu pai gritar meu nome, mas não dei ouvidos e entrei no carro. As meninas entraram em seguida, me bombardeando de perguntas. 


— Por favor, não falem comigo! Eu preciso pensar. - falei ríspida enquanto balançava a perna freneticamente. 


                         Chegando em casa, corri para meu quarto e comecei a arrumar minhas coisas, eu iria imediatamente para Los Angeles! 


— Alessa, o que você está fazendo? - Courtney me olhava incrédula, assim como as outras. 
— Não se envolvam nisso, vai ser melhor para vocês. Para ficarem seguras. 
— Alessa... - Babi foi interrompida. 
— Alessa, o que está fazendo?! - minha mãe entrou no meu quarto, puxando minha mala para longe de mim. 
— Mãe eu... mãe eu preciso fazer isso, por favor!
— Fazer isso o que? Você não pode sair de casa! Está em tratamento. 
— Eu não quero esse tratamento. Vocês não querem me ajudar, só querem saber onde ele está, e nem eu mesma sei. Eu preciso contar para ele. 
— Contar o que? 
— Ela viu alguém na casa do tio e ficou assim. - Hanna, a fofoqueira falou. 
— Não, não é isso. - falei rápido, engolindo seco. Eu não poderia colocar a vida de Justin em perigo. - É que... é que eu estou grávida. - falei chorando. 
— Alessa, filha, o que está dizendo? - minha mãe sentou na cama atordoada. 
— Mãe, eu preciso ir para Los Angeles encontra-lo. 
— Aquele criminoso não chegará mais um centímetro perto de você, nem que para isso eu precise interna-la. 
— O que? 
— Está claro sua abstinência por ele. Se insistir nisso, lhe enviarei ao psiquiatra e internarei você! Quanto a essa gravidez, eu conversarei com seu pai. 
— Mãe, não! Você não pode fazer isso! - chorei. 
— Eu não vou te perder de novo. Não para ele! Se tentar sair desta casa, eu acionarei todas as polícias de Nova Iorque e você será internada! - saiu batendo a porta. 


                     Me joguei no chão derrotada. Uma coisa que eu não poderia subestimar era a influência da minha mãe. Eu estava perdida e sem saber como chegar a Justin. Eu só sabia chorar. 


— Less... - Courtney se abaixou no chão e me abraçou. 
— Court... Eu o amo e ele está correndo perigo, por favor, me ajuda. 
— Alessa, eu não posso fazer isso se não tenho certeza se ele te tratava bem e se você não está passando por uma síndrome. 
— Ele me tratava da malhor maneira possível devido às circuntâncias. Mas ele me amava. Por favor, acredita em mim. 
— O que você precisa fazer agora é descansar, senão fará mal ao bebê. 
— Eu não quero dormir, eu quero Justin. 
— Você quer fazer mal ao bebê antes mesmo de Justin saber a existência dele? - balancei a cabeça para que não. - Então tome esse calmante natural e descanse um pouco, quando você acordar, conversamos e se você me converncer, eu te ajudo, ok?
— Tá bom... - indaguei soluçando e tomando o comprimido. 


                     Me deitei na cama nos braços de Courtney e em meio à pensamentos de como chegarei a Justin, adormeci. 


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