Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 39
Come As You Are


Notas iniciais do capítulo

Atendendo a pedidos, Datherine! ♥



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POV Katherine

~ New York City – 4 anos antes ~

Finalmente a semana de provas passou e consigo respirar. Minha chefe também não tá me dando moleza. Não que eu esteja reclamando, na verdade, eu tô adorando meu trabalho. Tenho aprendido tanto nesses seis meses, logo vou poder escrever minha coluna, tenho certeza.

— Hey, querida. Como andam as coisas? - Liv aparece no setor, me trazendo café. Eu adoro quando ela aparece contanto as novidades e fofocas das celebridades.

— Eu não tenho e você?

— Hoje o mundo está meio chato, parece que esse friozinho que chega espantou as pessoas da rua. Mas, me fala, e o bonitão, a quantas anda essa enrolação?

— Ah, eu não sei... Ele não parece o tipo que se interessaria por uma menina do interior.

— Ué, como assim, ele não pareceu interessado?

— Bom, sim. - respondo, tentando colocar o pensamento em ordem. Eu simplesmente não creio que aquele cara lindo possa querer algo de verdade comigo. - Eu, realmente, acho que serei apenas mais um conquista, sabe?!

— Hum... Eu já disse o que penso disso.

— Eu sei. - respondo fazendo bico – mas não sei ser assim, pra mim, as coisas são sérias. Eu tive um namorado a vida inteira.

— Você ainda é uma garota, tem uma vida toda pela frente! - ela diz, me dando um leve cascudo. Eu rio.

— Por isso mesmo. Eu sou uma garota romântica, que sonha com o príncipe encantado. Eu não quero uma noite, eu quero o pra sempre! - ela se convence e volta pro setor dela resmungando.

— Eu acho que você ainda vai se arrepender, viu?! - ela acena de longe e sorrio.

— Se arrepender de quê? - Uma cabeça brota do outro lado da aba e tomo um susto.

— Ah, nada. - respondo, sorrindo.

— Vem cá, vai no Happy Hour hoje?

— Eu tô tão cansada, Klaus. Queria ir pra casa dormir. A semana foi tensa.

— Você parece uma velha, Katerina. Sua amiga vai?

— Hum... você não quer saber se eu vou, você está interessado em saber dela, seu canalha! Eu achando que era meu amigo! - debocho, fingindo mágoa.

— Eu sou seu amigo, mas, né... - ele ri, sem vergonha.

— Ela não disse nada. Acho que não. Acabou de sair daqui.

— Eu sei, eu vi.

— Por que então não perguntou direto pra ela, seu inútil?! - sim, é assim que a gente se trata. Intimidade é uma merda.

— Porque eu quero que pareça casual, oras. A gente trabalha junto, não quero que fique um clima pesado quando eu parar de sair com ela.

— Porra, você sequer começou e já tá pensando no fim?!? Qual o problema com vocês homens? Eu quero esbarrar em alguém que acredite no pra sempre.

— Você é uma iludida! - ele diz, bufando – sabe uma coisa? Eu acho que você faria o par perfeito com um amigo idiota que eu tenho. Não tem muito tempo que ele tomou um pé na bunda da namorada, que ele achou que seria pra sempre, e já tá apaixonado por outra guria que esnoba ele há semanas. Vou armar de vocês se conhecerem.

— Qual o problema em se apaixonar?

— O amor dói! Só isso. E, eu não vou te contar de novo minha história triste.

— Olha só, não é porque uma garota te iludiu que todas são iguais, tá?! O meu namoro foi incrível, a gente só terminou porque não tem como manter um relacionamento com 5 horas de fuso horário. E um dia, eu quero encontrar alguém que olhe pra mim como meu pai ainda olha pra minha mãe. Eu sei que é possível, e eu acredito nisso.

— Kath, isso acontece uma vez em um milhão, esquece isso! E aquele cara que fica te ligando, sempre? Qual o problema dele?

— Já disse. Ele quer algo casual e eu não tô afim disso. Agora chega, preciso terminar isso, vai, volta lá pra suas relações internacionais e me deixa em paz, sai peste! - espanto ele, como se abanasse um mosquito, mas a gente se ama, juro.

Klaus foi meu primeiro amigo em NYC. Esbarrei com ele dentro da Biblioteca na primeira semana de aula. Ele era meu veterano, um ano a frente. Nos tornamos amigos logo que começamos a falar do curso. Ele namorava uma moça, chamada Camille, que partiu o coração dele quando o traiu com o melhor amigo.

A história foi bem feia, ele descobriu pegando os dois juntos quando ele disse que ia viajar a trabalho. Ele já trabalhava aqui na revista, mas, o diretor mudou a pauta e a viagem foi cancelada. Ele chegou em casa e pegou ambos na cama.

Foi quando nossa amizade acabou se estreitando. A gente se fala frequentemente, desde então, e foi ele que me arrumou o estágio. Meu melhor amigo. Ele e Liv são as pessoas mais legais da cidade. Seria uma pena se Klaus decidisse transar com ela, ambos brigassem e eu ficasse no meio disso, sem poder escolher.

* * *

Meu pesadelo se materializou. Liv e Klaus juntos. Curiosamente, parecem felizes. Aparentemente, ambos estão apenas se curtindo, e apesar de estar apavorada com a ideia, estou gostando de vê-los juntos.

A única coisa ruim é que cismaram que tenho que conhecer o tal amigo do Klaus. Ele falou dele pra ela, que não para de me encher mais também. Eu odeio encontro às escuras, mas, tô quase aceitando só pra pararem de me pentelhar.

Enquanto isso, o tal advogado continua me ligando. Até que ele não é chato. Tem sido um bom amigo, na verdade. Ás vezes, saímos pra bater papo, ele já me levou a alguns lugares legais em Manhattan, e não tenta nada, o que eu acho bem cavalheiro da parte dele, mas, não me convenço. Acho que é só parte do plano pra eu baixar a guarda.

Eu realmente não acredito em tanta boa intenção. Qualquer lugar que a gente vá, tem alguma mulher com pinta de modelo cumprimentando ele. Só de pernas, elas devem ter meu tamanho. E as peles perfeitas, e cabelos impecáveis, fora as roupas, maravilhosas de gente endinheirada.

Eu, pobre universitária, com um salário ínfimo de estagiária, vivendo com a ajuda do pai, não consigo nem comprar uma bolsa decente, quando mais vestidos de grife. Ele, obviamente, rico, sempre com ternos caros de corte perfeito, certeza que está esperando eu cair na rede pra me dispensar em seguida.

* * *

Semanas se passaram e Klaus continua falando do tal amigo apaixonado que precisa me conhecer pra desistir da moça que vive enrolando ele. Ele fala com carinho do rapaz. Amigos de infância, cresceram juntos.

— Ele começou a trabalhar cedo, sonhador, quer mudar o mundo. - ele disse com tanta admiração que me convenci.

— Tá bom, pentelho. Marca esse jantar. Não aguento mais você falando dele.

— Quando ele te conhecer, nunca mais vai falar da outra, tenho certeza!

— Como você pode saber disso? - pergunto, incrédula.

— Porque são dois bobocas sonhadores. E eu vou ser padrinho do casamento!

— Hum, achei que você não acreditava nessas coisas. - não consigo evitar a chacota.

— E não acredito, mas, vocês sim. E quero estar presente no momento, ué.

Os dias passaram e não conseguimos conciliar as agendas pro tal encontro. Liv e Klaus fizeram alguns plantões intercalados, e me dei conta que é por isso que estão se dando bem, mal se veem, e quando se encontram, estão com saudades. Achei interessante a dinâmica.

Finalmente marcamos, e já está na primavera, o calorzinho do verão já se mostra sutil durante a noite. Decido usar um vestido soltinho, que comporte o calor. Ainda não faço ideia de onde vamos. Liv ficou de passar aqui pra irmos juntas.

Estou bem nervosa, não sei como esse amigo é, aliás, Klaus não me disse nem o nome dele. É totalmente surpresa. Chegamos no restaurante, os dois já estão na mesa. Klaus nos avista e se levanta. O rapaz se levanta junto e se vira. A minha surpresa se dá quando percebo que o amigo misterioso apaixonado é exatamente a mesma pessoa que vem me cortejando há meses.

Ele me olha um pouco decepcionado. E eu tento segurar minha risada.

— Oi. - digo, quando Klaus nos apresenta. Liv ri, sem cerimônia.

— Por que você tá rindo? - ele pergunta pra ela, enquanto me sento.

— Este é o bonitão que ela está enrolando. - ela responde. Klaus olha incrédulo de Damon pra mim. E eu ainda tento segurar minha risada.

— Vocês tão de sacanagem?!?! - ele pergunta rindo. - Por que você tá enrolando ele, peste?

— Eu não tô enrolando ninguém. Eu disse que seríamos amigos, e somos. - respondo, séria.

Damon ajeita o guardanapo no colo e pede a carta de vinhos. Klaus ainda quer detalhes, e sobra pra mim, explicar a confusão.

— Eu não sei o que dizer. Foi você quem armou isso. - respondo, me redimindo de qualquer responsabilidade.

— Vocês preferem tinto ou branco? - Damon pergunta, claramente querendo terminar o assunto.

— Sério? É assim que você prefere fazer? - Klaus pergunta, indignado.

— Você quer que eu diga o quê, cara? Que passou meses dizendo que eu precisava conhecer alguém que eu já conheço e obviamente não quer nada comigo? Pelo menos eu vou aproveitar meu jantar. Já que estamos em boa companhia, eu prefiro falar de outra coisa.

Gosto da resposta. Não tem nada o que dizer sobre essa coincidência. O que ele não sabe é que neste momento, eu sei que ele não é nenhum pouco como eu pensava. E já consigo olhar diferente pra ele. O jantar foi extremamente agradável e divertido. Eu gosto da companhia dele e nunca recusei um convite. Apenas, as investidas por algo mais, não que ele as fizesse, mas eu evitava assim mesmo.

Na saída, Klaus passa o braço nos ombros de Liv falando algo ao seu ouvido. Ela ri e concorda. Ambos se despedem de nós e fazem sinal pra um táxi, vão embora juntos, sorridentes.

— Bom, apesar da situação constrangedora, foi bom te ver de novo. - digo, sincera, acenando pra outro táxi.

— Você me surpreendeu. - ele disse, sorrindo.

— Eu? Por quê? - fico confusa e abaixo o braço, curiosa.

— Bom... ele falou dessa amiga, que sonha com o príncipe encantado e o relacionamento perfeito dos pais. E eu nunca imaginei que fosse você.

— Por que não? Eu não pareço alguém que acredita em romance?

— Não. Você me recusa veementemente. Eu já estava certo que estava insistindo em algo que não era pra ser. Já estava sem saber o que fazer pra te conquistar, gastei toda minha imaginação. - sorrio, sem graça - Te levei aos locais mais românticos que conheço e nunca vi seu olho brilhar.

— Eu... bom, eu achei que você não era esse cara que Klaus falou. Me desculpe. Não achei que você queria nada além de me levar pra cama.

— Nossa! - ele diz, assustado. - Eu dei a entender isso? Me desculpe, eu jamais tive a intenção de fazer você pensar assim... - interrompo.

— Não, não. Eu... sei lá, eu pensei. Você não... Não, você nunca deu a entender, eu que te julguei mal mesmo. Me desculpe. - digo, envergonhada.

— Então... Vamos começar de novo. Damon Salvatore, muito prazer. - ele estica a mão. Sorrio e retribuo o gesto.

— Encantada, Katherine Gilbert.

~ New York City – dias atuais ~

— Baby, eu acho que não vou pro escritório hoje, não tô me sentindo bem. Te atrapalho se trabalhar em casa?

— Não, amor, claro que não. O que você tem? - me preocupo, Damon não é de querer ficar em casa.

— Não sei, acordei indisposto. Uma dor de cabeça, eu acho.

— Hum... Toma uma aspirina, vou preparar algo pra você comer.

— Não precisa, baby. A gente acabou de tomar café. - ele me abraça e me dá um beijo na testa. Ainda assim, estou preocupada, e verifico se está com febre.

Ele pega uma garrafa de água e se enfia no escritório. A casa está uma bagunça, com várias pastas de catálogos espalhadas pela sala. A exposição vai ser em duas semanas e eu estou enlouquecida com isso.

Elena se levanta quase em seguida e pula uma pilha de provas de tecidos no caminho da cozinha.

— Eu não vejo a hora dessa exposição sair. - digo, sorrindo. Ela ri de volta e cata alguma coisa pra comer. - Hoje tem jogo?

— Sim. Hoje é fora da escola, e tô meio nervosa.

— Você curtiu mesmo isso de torcida, né?! Não achei que ia durar.

— Nem eu. - ela ri e me contagia.

— E você, como está? Tenho te achado tristinha. Ainda é por causa daquele desgraçado?

— Não, não. Eu nem tenho visto ele no colégio, na verdade. Acho que a ameaça do Stefan deu certo, é que...

— Você e Stefan se desentenderam, por causa do ciúme da Rebekah, é isso? - me adianto. Ela pensa que me engana, mas, eu conheço bem minha caçula.

— Eu nem sei porque ainda tento, não consigo te esconder nada, né?! - ela diz, sorrindo e sacudo a cabeça, negando. - Foi por causa daquelas coisas que eu fiz pra ela, ele ficou chateado comigo. E tem me evitado.

Sinto um pesar na frase dela e me aborreço. Eu sabia que isso ia dar errado e a abraço.

— Docinho, isso passa. Stefan é um menino de ouro, ele vai ter perdoar.

— Tomara. - ela diz, bastante chateada e me preocupa um pouco. - Ei, quando a gente vai começar a planejar esse casamento, hein?! Acho que já está em tempo, não? - eu me sinto meio perdida com essa afirmação. Eu estava muito animada, antes. Depois da morte dos meus pais, não sinto muita vontade de fazer festa. É estranho e não sei explicar.

— Tô focada nessa exposição, agora, assim que passar, começo a ver tudo, juro. - respondo, sorrindo.

— Tá bem, então. Eu vou ler um pouco até o almoço.

Assinto e ela volta pro quarto. Meu coração se aperta em vê-la assim logo agora que estava tudo indo bem. Não vou deixar isso assim não. Essa semana eu vou acabar com isso. Vou chamar Stefan pra jantar e eles serão obrigados a se entender, assim como da primeira vez.

O dia passa rápido. Estou tão entretida com minhas planilhas de planejamento que nem noto a hora passando. Elena sai pro jogo e dou uma pausa pra conversar com Damon sobre essa briga. Ele largou o trabalho e assiste TV. Chego de mansinho e me aconchego perto dele.

— O que você quer? - ele pergunta, rindo.

— Como assim, eu preciso de motivo pra ficar com meu noivo?

— Eu te conheço, Katherine Isobel Gilbert!

— Ah, tá bem! Eu odeio quando você fala meu nome do meio. Elena e Stefan estão brigados de novo, ele te falou alguma coisa?

— Não, nada. Por que isso agora?

Reviro os olhos, eu não queria contar, mas, preciso. Faço um resumo breve das travessuras de Elena e Rebekah. Ele fica meio inconformado em não ter contado antes, contudo, consigo contornar.

— Coisa de adolescente, baby. Não quis me meter. Só que parece que Stefan não gostou muito, e imagino que Rebekah tenha parte de culpa nisso. Ela consegue influenciar tanto ele. - digo, revirando os olhos.

— Meu irmão também não é esse idiota, Kath. Ele ficou no meio disso, deve ter se cansado, ainda mais agora que sabe que não precisa mais ter que aturar os fricotes dela, posso apostar que terminou e tá dando um tempo dessas briguinhas.

— Hum... será? Ele não vem mais aqui, não conversa mais contigo. A gente nem sabe se ele tá bem.

— Ele tá, eu falei com ele esses dias, tá aprendendo a dirigir. Por falar nisso, eu tenho que providenciar autoescola pra Elena também.

— Você não me disse nada disso. - faço bico, chateada. Ele vira a cabeça, debochando.

— Você não tem me ouvido muito esses dias, com essa exposição.

— Desculpe. - sinto a alfinetada e me agarro no pescoço dele, enchendo de beijos. - Logo acaba, prometo.

Volto pras minhas coisas, tentando colocar um pouco de ordem na bagunça, e novamente não percebo o tempo passar até Elena chegar do jogo. Ela chega contando que ganharam e parece mais feliz do que quando saiu, fico curiosa e acabo perguntando de Stefan.

— Foi pra casa, nem vi saindo.

— Hum... Você vai sair hoje, com aquele menino, como é mesmo o nome?

— Joe. Acho que sim.

— Vocês estão namorando? - pergunto interessada, ele tem aparecido mais do que o normal.

— Não, ele é só meu amigo. Mas, é divertido, eu gosto de sair com ele. Vou ligar pra Bonnie, contar do jogo. - ela sai da sala, com um sorriso largo e minha mente trabalha pensando no que aconteceu de diferente pra essa mudança de humor.

O telefone de casa toca, estridente. Tento alcançar, mas, estou ilhada com as provas de tecidos e os catálogos. Elena atende. Percebo seu olhar assustado e fico nervosa.

— O que foi? - pergunto agoniada, jogando tudo pra um canto.

— É o motorista do Stefan, está indo pro hospital.

— O que aconteceu com ele? Damon! - grito antes da resposta. Ele sai do escritório correndo e nervoso.

— O que foi?

— Stefan! - digo e Elena me corta.

— Não. Ele não. Seu pai, teve um ataque cardíaco. Estão indo pro hospital agora.


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