Quimera escrita por iago90


Capítulo 9
Capitulo 9 = Passado parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, isso é tudo por hoje. Agora eu tenho que criar o outro capitulo pois se eu postar os que ja estão prontos, a história vai ter um salto grande demais, e eu não quero isso ainda



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Antes que Leona pudesse terminar a frase a cena se fechou e fui novamente puxado para outro local. Minha mente foi mais uma vez esmagada e reorganizada com a brutalidade de um gorila furioso. Ainda de olhos fechados por causa da dor, eu podia sentir o meu redor se mudando e se transformando. Abri os mesmo apenas quando senti a luz e o calor do sol. Pensei que estava de volta no ônibus, mas estava em mais uma memória desbloqueada. Dessa vez eu estava em meu corpo, e não observando a situação em terceira pessoa. Tudo ao meu redor era ruinas. Provavelmente estava em alguma guerra, ou pelo menos em algum local de guerra. Estava de joelhos, em um monte de espadas e corpos. Sangue a mais sangue saiam do mesmo. Eu estava segurando alguém. Era uma mulher. A pele era morena, os cabelos longos e negros. Os olhos possuíam a íris negra, assim como o cabelo, mas estavam arregalados. Vasculhei o seu corpo e vi o motivo da morte. Uma única flecha certeira penetrava o local aonde estava seu coração. O que fazia uma mulher linda como ela em um campo de batalha horrendo como aquele? Foi quando olhei bem a tempo de ver sua mão se abrir, soltando uma espada. Uma morte honrosa? Não. Foi apenas mais uma morte terrível e sem sentindo, nessa guerra sem sentido e estupida, assim como todas as guerras da humanidade. Não demorou para os soldados inimigos me cercarem.

—-Vocês estão acabados, seu exército foi derrotado. E agora, infiéis, como sou misericordioso, vou lhes oferecer pela última vez a minha oferta, aceitem Jesus como o seu salvador e o único e verdadeiro filho de Deus, e eu vos pouparei a vida, ou então morram como hereges que são!—disse o que parecia ser o dito homem de Deus, porco maldito filho da puta desgraçado e infeliz—vamos lá, o que me dizem?

Um dos nossos, se levantou e cambaleou até ele e se jogou aos seus pés—Por favor Padre, poupe minha vida. Eu aceito jesus como meu salvador e lorde, só por favor poupe minha família

O padre colocou a mão em sua cabeça e então sorriu. Ele parecia que iria começar a fazer uma oração pela alma do homem, mas sua ação foi sacar a espada do templário que estava a sua esquerda, provavelmente seu guarda-costas, e arrancar fora a cabeça do pobre soldado. E ele riu. Ele riu enquanto a cabeça do pobre homem, que provavelmente não fora um santo em vida, rolava até seus pés

—-Tolos! A única salvação que vocês podem esperar é a morte! Soldados de Deus, acabem com os inimigos do senhor!

Nesse momento eu gritei. Eu gritei, pois, eu o conhecia. Gritei de raiva de todos que morreram nessa batalha por causa desse homem. Gritei por que Deus abandonou todos nós aqui...ele não é amor. Ele não é nada. Eu gritei, pois, daquele dia em diante, eu declarei guerra contra o Alpha e o Ômega. Daquele dia em diante, eu declarei guerra contra Deus.

—-Você...você deturpa as ordens de Deus

—-Eu?—disse o homem me olhando com desprezo—Ide e anunciai a minha palavra a toda a criatura da terra.

—-ANUNCIAR! E NÃO FORÇAR!

—-Aqueles que não aceitam a palavra de nosso senhor Jesus Cristo, são inimigos da igreja, consequentemente inimigos de Deus!

—-Não! São apenas seus inimigos. Vocês estão deturpando as palavras de Deus e usando para seu belo prazer! Seus malditos filhos de uma...

—-Silencio! Você é um nada perto da grandeza de Deus! Seus aliados morreram! Conheçam a ira de Deus!—gritou ele enquanto ia na minha direção com uma adaga

Eu olhei novamente para o rosto da mulher que estava em meus braços. Eu sabia seu nome...mas não conseguia falar. Parecia errado. Como se eu não quisesse aceitar

—-É tudo culpa sua!!!—gritei enquanto estacas e mais estacas grossas e imensas de sangue emergiam do monte em que eu me encontrava. Eram pilares de puro sangue. Estava olhando para cima, para o céu? Não...eu estava olhando para a cidade prateada, o paraíso. Estava olhando para os olhos de Deus. “Está vendo isso? Isso tudo é culpa sua”. O sol já estava se pondo no horizonte.

“Sozinho em um monte de espadas e corpos,

Ele perdeu pela primeira vez o caminho

E então desceu até a escuridão. Mas na mesma

Ele descobriu que era mais forte. O caminho se fechou

Para outro se abrir. Dos corpos ele forjou sua força

Das espadas ele forjou seu poder

Aço eram os corpos e fogo era o sangue”

Essa voz, eu não sabia da onde vinha, mas esses versos eram esquisitos para dizer o mínimo. Minha mente se dividiu e então se uniu novamente. Foi esmagada e reconstruída. Meus olhos se fecharam enquanto eu abaixava a minha cabeça. Senti o meu redor se desfazer e reconstruir. Senti a força da respiração pesada dos soldados que ainda estavam ali. O medo palpável em suas bocas. As armaduras tremerem perante a imagem aterrorizante que viam. Eu senti seu terror em que saia em lagrimas. Seus pensamentos variavam provavelmente em: “Morrei aqui? ”, “Então é aqui que tudo acaba? ”, “O que é isso? ”, “Deus, me salve ” e etc.

—-Vocês irão pagar pelas vidas que tiraram...irão pagar por profanar a palavra de seu Deus e depois, eu irei pessoalmente matar ele. Irei arrebentar sua garganta e beberei de seu sangue sagrado. Destruirei o paraíso. Pois eu sou aquele que roubou os princípios caóticos do próprio Deus!—falei me levantando largando o corpo da mulher na pilha. Levantando ambos os braços, um para cada lado, os pilares responderam se estendendo e se abrindo.—Sintam a minha ira! –gritei fechando os punhos. Os pilares avançaram para o céu, se desligando do monte de corpos. Já no céu, eles se dividiram milhares de vezes e depois, caíram. Milhares de bilhares de agulhas de sangue. Antes que eles caíssem, eu avancei na direção da padre. Forjando a uma espada de sangue e desviando já de um golpe do templário que estava a minha frente. Parando seu golpe vertical, com a espada, usei a outra livre para agarrar a lateral do seu pescoço e arrancar a armadura de lá. E então, forcei ele a ir para trás empurrando sua espada com força usando a minha e cravei meus dentes em seu pescoço. Não demorou muito para o doce sabor de seu sangue fluir pela minha boca. Ele foi lentamente perdendo a força das pernas e logo estava de joelhos. Depois que acabei de seca-lo totalmente, sua pele ganhou um branco incomum. Meus dentes ainda estavam pontiagudos quando sorri para os que sobraram. O horror em seus olhos era tão lindo.

—-De...de...demônio!!

—-Bem, não apenas isso—falei avançando contra o padre, mas mais uma vez, um templário entrou em minha frente o defendeu usando sua espada. Trocamos alguns golpes até chegarmos a um impasse

—-Desista demônio. Eu luto por Deus

—-Quer mesmo saber o que eu sou paladino?—falei enquanto nossas espadas estavam travadas uma contra a outra.

—-Não me interessa o que você é!—falou ele me empurrando para longe e avançando contra mim. Ele era extremamente lento. A espada devia pesar muito, e junto com a armadura, ele não tinha chance contra mim. E foi o que aconteceu. Finalizei ele rapidamente decapitando o mesmo.

—-Sua armadura não irá protege-lo do que está por vir—falei enquanto apontava pra cima. O tempo foi perfeito e as agulhas choveram do céu. Os gritos daquelas pobres almas, estavam enchendo meu humor de alegria. Quanta morte, quanta dor. Quanta fartura. Mais de mil palhaços no salão

O padre se protegeu debaixo de um escudo, mas não adiantou e logo ele estava morto totalmente perfurado de agulhas de sangue, assim como todo o seu exército.

—-Eu, sou aquele que roubou os poderes caóticos do próprio Deus. Eu sou o osso da minha espada. Eu sou o primeiro e ao mesmo tempo sou o último. Eu sou a Quimera que irá livrar o mundo das garras de Deus.

Olhei para trás e vi que ainda havia alguns soldados vivos. Talvez suas armaduras fossem mais resistentes, talvez tivessem sorte, ou quem sabe Deus tivesse salvo eles. Não me interessava. Todos ali iriam morrer. Empunhando agora duas adagas, avancei contra os que sobraram. Como a foice da morte, avancei.  Passei pelo primeiro dilacerando sua armadura e seu peito, deixando-o como um corpo sem alma. O próximo ousou levantar a espada e o escudo. Corri ainda mais depressa, e entrei com um poderoso chute em seu escudo, fazendo ele cambalear para trás e transformando seu escudo em um trampolim. No ar, dei um mortal com as pernas abertas e quando vi que sua guarda estava aberta, disparei a adagas de minha mão esquerda. Acertei bem em sua traqueia. Sem sequer tocar o chão, me impulsionei para frente criando uma plataforma de sangue em meus pés. Agora eram 4 contra mim. Forjei outra adaga em minha mão esquerda e já perto do grupo, disparei a adaga da minha outra mão, que perfurou com perfeição de um artista a cabeça de um deles. Eles se viraram para olhar o amigo caído, quando eu já estava em cima dos mesmos. Acertei o que estava mais perto com um soco, que depois se seguiu de um poderoso chute, enquanto tocava meus pés no chão. Com um atordoado, os outros dois que sobraram tentaram uma estocada dupla, mas me abaixei e deixei as espadas passarem rente a minha cabeça. E com um sorriso maléfico perfurei o estomago do da direita seguido de um ganho no da esquerda, que largaram suas espadas no ato. Um golpe de misericórdia nos 3 agora me pareceu apropriado. Me virei para o que sobrou do exército. Todos os que haviam sobrevivido, estavam agora de pé e com espadas e escudos em mãos. Sorri. Finalmente, a morte estava retornando ao meu eu. Mas fui tirado de meu transe com um forte golpe que me jogou para 3 metros de distância da onde eu estava. No local onde antes estava meu ser, havia uma pessoa que não aparentava ter mais que 16 anos. A armadura tremia toda em seu corpo. Seus olhos eram uma mistura de extremo pavor com bravura e coragem. E sem pensar muito, ele avançou contra mim. Ao chegar perto, ele tentou uma estocada direta, golpe esse extremamente fácil de desviar. Mas o garoto não estava satisfeito e iniciou uma sequência de golpes contra a minha pessoa. O mais estranho foi que a cada golpe que o mesmo errava, sua velocidade aumentava. Ao ponto de eu ter que me defender de seus golpes. Mas que humano fascinante. Seus olhos agora pareceram ter diluído todo aquele terror, pois eles passavam uma clara sensação de coragem e determinação. Após alguns segundos agora já lutando numa velocidade que beiravam ao limite humano, ele acelerou de novo. Aquilo bastou para confirmar que ele não era humano. Quando ele tentou usar a espada para outro golpe vertical, esperei até o ultimo segundo possível, e desviei para a esquerda. Aquilo tinha me custado uma tira de couro do meu braço, mas agora estava com 1 segundos de abertura de sua guarda e foi exatamente o que eu precisei. Com uma das adagas em mãos perfurei com força a lateral, quebrando algumas costelas no processo. E fazendo o mesmo recuar, soltando a espada no chão. Sem perder tempo, materializei uma lança de sangue usando o meu aparentemente infinito estoque do liquido vermelho que estava no chão e disparei a mesma contra seu ombro. Acerto perfeito. Depois preparei outra e disparei, e outra e mais outra e mais outra. O meu adversário agora com uma lança em cada ombro e em cada coxa caiu de joelhos. Me aproximei do mesmo certo da vitória. Eu não podia estar mais errado. Quando estava na área de ataque das lanças, ele puxou, girou e enfiou em meu peito a lança que antes se encontrava em seu ombro esquerdo com tanta rapidez que eu não pude fazer nada se não fosse urrar de dor. Não satisfeito com o que tinha feito, ele conseguiu se levantar ainda e me fuzilou com o olhar. Olhos esses que agora pendiam em um roxo intenso. Ele andou até mim e agarrou minha perna com um braço que estava crescendo de forma tão intensa que arrebentou a armadura para fora em vários pontos, e me levantou. Seu corpo estava mudando de forma drástica e brutal. Vários barulhos de pinos e fivelas estourando podiam ser ouvidos da armadura enquanto seu corpo aumentava de tamanho e ganhava pelos grandes e negros. No seu rosto que foi onde a mudança aconteceu de forma mais lenta, sua boca se alongava enquanto a cabeça se expandia por completo e depois se encurtava, se remodelando ao formato de um animal. As orelhas mudavam de lugar e o nariz que antes estava quebrado, foi destroçado enquanto sua estrutura óssea se assentava em seu novo corpo. Um lobisomem estava agora arrastando minha cabeça no chão enquanto corria por quase todo o campo de batalha para no final de sua corrida me fazer chocar contra a mesma pilha de corpos onde eu estava antes. Ainda com suas garras em volta do meu pescoço eu podia sentir sua respiração pesada e forte. O cheiro da morte estava agora me rodeando. Mas eu já havia enganado a mesma antes, dessa vez não seria diferente. Estiquei os meus braços para os lados e o sangue ao meu redor se ergueu, fazendo espinhos imensos e com um comando de mão, que o meu adversário não notou, eles o atravessaram com brutalidade, mas o mesmo não pareceu que iria desistir tão fácil assim, pois mesmo com 28 furos em suas costas, ele ainda teve força para apertar meu pescoço com uma fúria em seus olhos e depois me atirar para longe. Ele rugiu. Um som que seria aterrorizante para um humano comum. Mas não para mim. Não para o que eu era. Eu podia sentir meu corpo se regenerando aos poucos. As costelas dilaceradas por completo, o meu rosto que estava em carne viva, meu olho que havia sido destruído na corrida e meu braço esquerdo que estava quebrado em 3 partes. A dor já era minha amiga, mas ela ainda me causava uma perturbação imensa.

Sorri, enquanto meu inimigo se colocava novamente a correr em uma velocidade assombrosa, vindo em uma linha reta contra mim.

—-Eu sou o osso da minha espada. Aço é meu corpo, fogo é o meu sangue! ARMIGER ARSENAL!—gritei enquanto um redemoinho branco me circulava, repelindo o ataque de meu inimigo que recuou no último segundo. Com o passar dos milissegundos, o redemoinho foi parando como se diminuísse a velocidade dando espaço ao que ele realmente era. 13 armas estavam diante de mim. Mas antes que eu pudesse tocar em qualquer uma delas, elas desapareceram. Tsc, mesmo depois de tanto tempo treinando, ainda não conseguia fazer mais do que isso? Então teria que me transformar para acabar com ele. O lobisomem vendo que o redemoinho desaparecera avançou contra mim novamente. Usando o sangue em excesso no chão, criei várias fileiras de espinhos que iam até o meu inimigo, todas falharam em acerta-lo. Por fim ele já estava quase em cima de mim quando se lançou ao ar com os braços arqueados prontos para me fatiar. Esperei até o último momento antes de começar a me transformar e então, levantei um punho enorme de sangue e acertei-o com toda força possível, forçando-o para longe de mim. Ele estava furioso, dava para sentir no ar a sua raiva, mesmo ele estando a metros de distância. Eu comecei a avançar em sua direção enquanto me transformava. Minha pele começou a se descolar e flutuar pelo ar, deixando um rastro por onde eu passava. Fui ganhando massa e mais massa enquanto minha estrutura óssea se modificava. Minha nova pele era de um breu quase igual aos pelos do lobisomem. Duas asas gigantes explodiram em minhas costas enquanto cresciam e se expandiam, o que me causou muita dor, como sempre causava. As asas, que claramente lembravam as de um morcego se esticaram por um momento, mostrando toda a sua vasta imensidão e talvez até superioridade. O meu adversário que já estava investindo contra mim novamente, parou por um momento com perplexidade no olhar, voltando a ficar sobre duas patas.

Nos entreolhamos novamente. Um lobo e um morcego. Um lobisomem e uma Gárgula. E então avançamos um contra o outro, mas antes que eu pudesse ataca-lo, minha mente foi novamente puxada e então regurgitada de volta a realidade. William estava me sacudindo bruscamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem



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