Quimera escrita por iago90


Capítulo 7
Capitulo 7 = Zenith




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 4 se foram, agora faltavam só 6. Um que estava a minha esquerda estava se preparando para usar uma granada, digo estava pois ele teria conseguido se não fosse minha adaga perfurando seu crânio e fazendo seu corpo cair como um saco de merda. Olhei para o resto deles. 5 ainda. Tsc, fácil demais. Pulei para cima e fazendo plataformas atrás de plataformas fazendo uma espécie de escada de sangue, subi até uma altura razoável e me lancei ao ar. A nuvem me envolveu e defendeu-me de qualquer bala que mirava meu corpo. Girando em torno de mim mesmo como uma broca sem controle, concentrei a nuvem em meus braços e então, a soltei com uma pressão esmagadora que fez exatamente isso com dois dos 5. Seus corpos foram esmagados ouso dizer a níveis atômicos. Mas com a nuvem, Zenith também se foi.  Só 3 sobravam.

Os que ficaram descarregaram os fuzis na minha direção. Movi a nuvem de sangue para a minha frente e endureci a mesma. As balas batiam, mas nenhum sequer deu menção a quebrar minha barreira improvisada

—-Agora que vocês já acabaram de perder o tempo de vocês—disse sorrindo. Era aquela sensação de novo—Morram logo de uma vez!—desfiz a barreira e fiz a mesma retornar ao estado de nuvem, e então aquilo tomou uma forma animal...algo como...um lobo. Era um lobo gigante totalmente vermelho.  Aquilo tinha sido uma ação involuntária. Eu nunca teria pensado nisso antes.

Os bandidos recarregaram e dispararam mais um pouco antes de tentarem fugir. Eu subi em cima do lobo e avancei atrás dos mesmos. Estiquei o meu braço, e um tentáculo, ou braço...pseudo-braço (palavra essa que William me ensinou) se levantou das laterais do lobo. E assim segurei um deles. O cara ficou terrivelmente assustado. Sem parar de me mover na direção de seu colega, arremessei ele de volta para a floresta sem nem mirar. Só o joguei para trás e foda-se. Faltava dois, e eu só precisava de um. O último que peguei, ou melhor, que o lobo pegou, quase o matou com uma mordida ou pelo menos machucou bastante o indivíduo. Soltando ele no chão, fomos na direção do último. Ele quase conseguiu. Estava quase chegando na favela quando eu o agarrei com um dos braços de sangue e o puxei para perto. Ele gritou e gritou e gritou. Não que eu fosse solta-lo ou mata-lo...pelo menos não ainda. Precisava saber aonde estava Regis e Will

—-Oh meu Deus, Oh meu Deus—falou ele já chorando—Desculpe cara, foi o Carlos que mandou a gente fazer isso mano, não eu. Por favor cara, pelo amor de Cristo—Olha só, o o gordão negro tinha nome, interessante. Hunf, são pessoas como ele que sujam a imagem da minha etnia (outra palavra ensinada por Will).

—-Onde está William—minha voz estava grave. Extremamente grave

—-Como assim mano?

—-NÃO OUSE ME CHAMAR DE MANO! RESPONDA MINHA PERGUNTA OU VOU DEVORA-LO—Não iria comer uma pessoa. Nem fudendo, mas precisava assusta-lo. E acho que um lobo totalmente vermelho com olhos negros olhando para ele iria dar conta do recado

—-Eu não sei quem é ele cara

—-O homem que você e os seus comparsas sequestraram para me trazer até aqui!

—-Ah sim...ele e o garoto estão na favela.

—-Leve-me até la—falei jogando o mesmo no chão. Saltei de cima do lobo e o mesmo me encarou por alguns instantes como se dissesse: “ É isso? Sem nem um biscoitinho ou então uma carninha? Aff” e logo depois se desfez em uma enorme poça de sangue. Agora no chão vi que ele parecia ter 26 anos. O rosto era magro assim como praticamente todo o seu corpo. O cabelo baixo e arrumado de forma bagunçada, as bermuda meio antiga e uma camisa de cor amarela, chinelos no dedo. Esse era as roupas do homem que eu provavelmente iria matar. Me perguntei se ele tinha família, ou coisa parecida. Se tinha filhos, ou então se tinha alguem. Sua altura era de 1,78m, mas alto q eu apesar de que agora, com ele andando na minha frente, eu parecia estar mais alto. Descemos a favela e cortamos por alguns ruas e vielas até uma casa de apenas um andar

—-Eles estão aqui.—falou o homem

—-Diga, qual seu nome?—minha voz tinha já voltado ao normal

—-Wallace

—-Wallace...saquei.

Me dirigi a casa, ou devo chamar de casebre. Sim, eu sei que eu sou um mendigo, mas pelo amor de Deus! Era um cubo de quase 10m².  N tinha nenhuma pintura ou acabamento, deixando os tijolos a mostra junto com várias marcas de tiro. O local ficava em lugar mais isolado da favela, já indo de volta para a mata, mas por outro caminho. Wallace abriu a porta com a chave e la dentro estava apenas Will

—-O que vocês vão fazer comigo? Eu não fiz nada, eu não matei eles por favor não me matem—eu não havia entendido sobre o que Will estava falando até olhar ao meu redor. A janela que estava na parede em que o mesmo se encontrava preso por correntes estava quebrada, como se uma bola de canhão tivesse passado por ela. Sua roupa estava toda vermelha e seu rosto tinha listras de sangue também. Por toda a sala havia corpos mutilados. Abertos como uma folha de papel rasgada em milhares de pedaços. Braços e pernas separadas do corpo com tamanha brutalidade que os parte dos ossos estavam para fora. O que diabos tinha acontecido ali? E o mais importante, por que eu não estava vomitando meu estomago todo como Wallace estava fazendo?

—-Will?

—-Alex? É você?

—-Sim meu amigo

—-Graças a Deus. Alex, foi horrível. Os gritos cara...os gritos foram a pior parte

—-Calma Will—mas que pedido mais estupido. O cara tinha presenciado...ou pior ainda, ouvido pessoas sendo dilaceradas na sua frente e ele não pode fazer nada—Eu vou tirar você dessas correntes Okay?

—-Okay Okay, tira logo isso

Fiz uma pequena faca usando o sangue que estava no chão e cortei fora as correntes. As laminas de sangue conseguiam cortar qualquer coisa... me pergunto qual seria a configuração molecular delas. Obvio que tinha sangue, mas para terem tamanho poder de corte, precisão e rigidez?

Will despencou no chão e tirou a venda dos olhos antes que eu pudesse falar para ele não o fazer.

—-Eu...eu já vi coisas ruins no campo da biologia...mas isso...isso é doentio—falou William segurando o vomito—deixe-me sair daqui, estou morrendo de fome

Guiei Will para a saída onde ele despencou na rua de terra. Onde que quer que estivéssemos na Rocinha, ali nem a prefeitura ousava subir ali. Wallace tinha acabado de sair também da casa.

—-O que...o que é você?—disse ele, mas ignorei, tinha coisas mais importantes para me importar

—-Will, cadê o Reginaldo?

—-Eu não sei...ele estava comigo dentro da sala mas então...

—-Mas então o que professor? Pense

—-Eu não sei ta? Porra Alex! Eles começaram a gritar e gritar e então eu senti o sangue...voando contras as minhas roupas...porra cara. Eu não sei onde esta aquele filho da puta do Reginaldo.

—-Isso é ótimo...agora temos que encontrar ele

—-HEY! O que é você!?—gritou Wallace

—-Eu deixei você me dirigir a palavra humano?—as palavras saíram da minha boca novamente de forma automática. Alguma coisa tinha sido liberada quando eu ativei meus poderes. Algum canto da minha cabeça estava se libertando. Eu podia sentir minha mente se reorganizando. Aqueles movimentos na floresta, era como se eu tivesse algum tipo de treinamento especial. E depois tinha aquele lobo. Eu nunca tinha feito nada vivo usando a dobra de sangue. Cassete eu nem sabia que isso era possível até hoje.

—-Por favor não me mate, por favor

Vê-lo implorando no chão me fez sentir péssimo. Ele era só um homem no final das contas.

—-Will, vamos sair daqui. Encontramos Regis depois

—-Ta...mas você sabe como chegamos daqui até lá embaixo?

—-Eu não, mas nosso amigo Wallace sabe, não é mesmo Wallace?

—-Sim sim—disse ele já se levantando

—-Otimo. Agora William, siga-me. Você também Wallace.

Voltei para a floresta e para aonde estavam os corpos. Ao ve-los William vomitou de novo e me perguntou se eu tinha feito. Meu silencio serviu como resposta.

—-O que viemos fazer aqui?

—-Não é obvio? Precisamos de roupas novas—falei já tirando a bermuda de um deles

—-Você ta doido é? Não vou usar roupa de gente morte.

—-Ah não? Bem, você quem sabe então—falei já colocando uma camisa preta que tinha o símbolo do Batman no peito—E então? Como estou?

—-Bem, se o Batman fosse negro, ele com certeza não seria você

—-Nossa, como você é engraçado professor

William depois de um tempo, e também depois de olhar para os farrapos que ele usava a muito tempo, decidiu aceitar minha ideia. Dobrei o sangue que estava nas roupas para fora e elas ficaram limpinhas, tirando algumas manchas de sujeira, mas estavam perfeitas para mim.

—-Wallace, agora nos leve até a base desse morro

—-Ta beleza

Descendo a favela, eu vi que algumas casas, eram enormes. Do tipo, realmente enormes. Outras eram pintadas de cores extravagantes como uma que eu vi de cor verde-limão, ou azul turquesa, ou até mesmo laranja com desenhos azuis nas paredes. As ruas eram quase todas asfaltadas, apesar de algumas terem buracos. Quando saímos finalmente da favela, as coisas que eu vi ainda estavam me perturbando um pouco. Mais até do que eu matando aqueles caras. Vocês realmente não têm ideia do quanto de crianças que eu vi usando maconha ou então com armas na mão me olhando torto. Ou então adultos mesmo se drogando. Wallace parecia não notar, mas aquilo me chocou. E olha que nesse tempo em que eu estou na rua, eu vi coisas bem ruins, mas ver um garoto de aparentemente 10 anos puxando um gatilho para outro que não deveria ter mais 9 anos foi a gota d’agua. Eu virei o rosto. Não consegui ver o resultado. Só de imaginar os miolos daquela criança voando foi o suficiente para fazer meu estomago revirar.

—-Agora, vamos achar o Reginaldo—falei com William—E você Wallace, se cuide. E lembre-se, eu estarei observando. Então cuidado com o que faz


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