Quimera escrita por iago90


Capítulo 4
Capitulo 4 = Roubando Comida




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06/06/2014

Eram 21:56 horas da noite. Iriamos começar o roubo daqui a pouco e não podia negar que estava nervoso e ansioso. Nunca tínhamos feito nada desse tamanho e isso com certeza nos deixou preocupados com a possibilidade de dar algo errado.

—-Pronto, vão para as suas posições. Assim que eu fizer o sinal, começamos

—-Okay

Eu ainda não sabia como 3 mendigos iriam conseguir roubar um bar, mas Reginaldo era de fato um bom orador, pois convencer William a participar mais uma vez de seus planos não foi uma tarefa fácil.

E assim que os sinos da catedral badalaram 10 vezes, sabíamos que era a hora. Foi até esquisito conseguir ouvir eles mesmo estando tão longe e tão no meio do barulho. Passei pelo bar seguindo a rua Alcino Guanabara, enquanto William vinha em minha direção e Reginaldo vinha um pouco atrás de mim. Dei uma rápida olhada para o bar, e para a minha surpresa, lá estava a mesma mulher que tinha rido do Reginaldo ontem. Aquela cretina ia se ver comigo.

Já estava quase que no limite do bar quando pude ouvir William e Reginaldo brigando. Até agora o plano estava dando certo. As atenções de todos no bar foram para aqueles dois enquanto rolavam no chão e se jogavam nas mesas dos clientes. Tinha que agir rápido, então sem perder tempo, fiz um corte na minha mão usando minha boa e velha faca e o liquido vermelho não tardou a descer. Dobrando o mesmo fazendo que que ele ficasse suspenso no ar em forma de várias bolhas fui inserindo na comida. A princípio foi difícil, mas o meu tempo já estava acabando, a briga já estava acabando, o dono do bar já tinha ido separar a mesma. 7 pratos de files com fritas, um prato com arroz e uma picanha na brasa. É, Papai Noel chegou mais cedo esse ano. E de brinde, deixei o prato daquela vaca de cabeça pra baixo. Bem, acho que isso vai ensinar a ela a ter mais respeito pelos outros. Dei meia volta e sai de lá. Plano quase concluído. Agora era fazer a plataforma e subir até o topo de algum prédio sem ser visto. Procurei um beco e não demorei muito para fazer a plataforma e levitar até o topo. Mas assim que cheguei...

—-Opa, picanha, filé Mion, batata frita, hoje eu janto como um rei

—-Bem, sinto muito, mas você está no meu prédio

A voz vinha de trás de mim. Aquela voz gelou minha coluna por inteiro. Quem diabos poderia estar ali em cima? E em uma hora como essa? Mais importante, como chegou até aqui!?

—-Então...Você ainda não me disse seu nome...qual seria seu nome?—perguntou a voz. Feminina. Suave, mas ao mesmo tempo perigosa. Eu ainda não tinha me virado. Larguei o saco no chão e o fechei com um nó. –Vamos, já são...22:12, não tenho a noite toda—Cacete! Já era tudo isso!? Eu só tinha até 22:30 para encontrar com os outros

—-Me...me desculpe, eu já vou indo

—-Pra que a pressa? Vamos nos divertir um pouco—Ela disse. Estaria ela bêbada? E mesmo que estivesse, ainda não explica como ela subiu até ali em cima

Finalmente tomei coragem e me virei e o que eu vi me deixou ainda mais gelado

—-Você...

—-Sim, euzinha—Seu rosto...era a mesma executiva que tinha zombado do Reginaldo—Vamos lá Alex, não me diga que não está estupefato pela minha beleza—de fato, ela era linda. Extremamente Linda. Seus cabelos eram cheios e iam até um pouco abaixo dos ombros. Seu rosto era dócil, mas os olhos eram claramente felinos e agressivos, como se fossem os olhos de uma leoa enquanto observa sua presa que não pode fazer nada a não ser aceitar sua morte. Sua pele branca era clara e o cabelo castanho avermelhado

—-O que você quer?

—-Não esta meio obvio? Vejamos...você é um vampiro e eu sou uma caçadora de vampiros. E eu adoro ver você implorando por piedade—disse ela emendando em uma risada de leve. Aquela mulher era louca. Vampiros?! O que diabos ela estava falando?

—-Olha, você não está falando coisa com coisa, então eu vou

—-Vai aonde?!—disse ela tirando uma arma de cor prateada da cintura e disparando ela na minha direção. Naquele momento, eu me movi de forma automática, como seu eu já tivesse enfrentado aquela situação antes. Um filete de sangue meu voou da minha mão direita e se expandiu na minha frente enquanto eu estendia meu braço para frente com a mão aberta. O escudo lentamente deixava de ser uma figura desforme e grande para se tornar um escudo côncavo vermelho-escarlate. A mulher descarregou a sua arma, mas nenhuma bala parecia atravessar o escudo—Olha só...alguém conhece as artes das dobras de sangue...ou deveria chamar de Hemokinisses? Ah quem se importa!? Você vai estar morto logo mesmo—disse ela sacando uma segunda arma. Outra pistola, e disparou. O escudo seguiu firme segurando as balas as mantendo presas no mesmo. Olhei para ela sem entender. Ainda estava me movendo no instinto, quando vi ela puxando uma granada e arremessando a mesma contra o escudo. Desfiz o mesmo me joguei contra o chão, para longe da granada, que se provou ser de mentira, enquanto ela, a ameaça real, não. Aproveitando-se desse pequeno momento de vantagem, ela avançou em minha direção agora com uma nas mãos pronta para o abate. E foi o que ela fez, ela se lançou para o chão em minha direção, mas usando o sangue meu que estava no chão fiz com que o mesmo se levantasse e se cristalizasse em volta de sua mão por competo, imobilizando seu braço direito junto com a faca, forçando ela a ficar de 4.

—-Olha só, que cadela mais bonitinha.—falei zombando da cara dela. Mas espera aí, isso não era eu, o que diabos ta acontecendo?—Ai caramba você ta legal?—Ela parecia estar com bastante dor no braço cristalizado

—-Seu vampiro filho da puta eu vou te matar!—gritou ela sacando uma das pistolas e apontando para o meu rosto. Tudo que ela tinha que fazer era puxar o gatilho e eu estava morto. Estava perto demais para desviar ou fazer qualquer coisa. Mas sua raiva foi cortada por seu grito de dor. Meu sangue estava apertando sua mão e furando a mesma. Eu conseguia sentir.

Eu tratei logo de desfazer o que quer que eu tivesse feito com seu braço. Ela estava exausta por causa da dor.

—-Você esta bem?—disse me aproximando dela

—-Você é um idiota sabia?—disse ela ainda com a cabeça para baixo respirando de forma ofegante. E então, como uma explosão, ela se virou e se jogou em minha direção, o braço que estava congelado no meu sangue estava ainda com a faca e ela não encontrou resistência alguma quando acertou minha pele. Meu peito ardeu em dor, tentei gritar, mas ela foi mais rápida e enfiou a faca em minha garganta, cortando minhas cordas vocais. Ela então se levantou e olhou para mim. Minha visão estava turva, não sentia mais minhas pernas, nem os meus braços ou sequer qualquer parte do meu corpo. Ela pegou um celular e discou algum número, mas sua voz estava abafada em meus ouvidos. Nada iria mudar o fato que ali eu iria morrer. Então por que dos meus poderes? Por que eu tinha aquela habilidade fenomenal? Para nada? Ela terminou de falar no telefone, pegou uma caixa de fósforos do bolso, acendeu um e com um pedaço de pano da minha roupa que ela pegou para si, tacou fogo em mim

—-Foi um prazer matar você, Lockheart

“Espera. Aquele nome...” minha mente explodiu. Por pouco segundos, mas os segundos suficientes, esse nome ecoou em minha cabeça e flashes de memórias das quais eu não me lembrava de ter vivido surgiram. Eu, em cima de um cavalo, indo na direção de um exército. E depois era eu de novo, só que eu estava...voando? E lutando contra um tipo de monstro? A próxima era apenas eu em pilha imensa de corpos e espadas, com direito a rios de sangue saindo do monte assim como órgãos e mais órgãos. Aquele era eu? Eu então era de fato um vampiro? Ou fui...e por que eu não me lembro de nada disso!!! “Não...não posso morrer agora. Preciso saber quem eu sou. Levanta Alex. Temos um trabalho para fazer” pensei comigo mesmo. A dor era intensa, mas eu precisava superar ela ou iria morrer ali mesmo. Minha visão foi a primeira a voltar. Aquela mulher estava já se preparando para descer do telhado. Logo em seguida, minha garganta começou a se fechar. Acho que fiz algum barulho pois ela parou de descer a escada de incêndio, das quais eu nem sabia que existiam ali, e se virou para mim

—-Ainda não morreu!?—gritou ela em indignação. Se virou em minha direção e sacou ambas as pistolas e descarregou o pente. As balas perfuraram meu corpo em chamas e mais uma vez eu tombei, dessa vez com a cara virada para o chão. Ela estava recarregando as armas quando eu me levantei por completo. O flashback das minhas memórias não possuía ela neles, mas possuíam poderes e habilidades de luta... isso seria divertido.

Ela levantou ambas as pistolas e disparou. Usando minha dobra de sangue, sem saber ainda como, acelerei meu corpo ao ponto de conseguir fazer eu me mover mais rápido, fazendo desviar daquelas balas extremamente fácil. Quando dei por mim estava na sua frente com minhas mãos segurando seus pulsos, abrindo sua guarda a força enquanto via seu rosto se transformar de certeza de vitória para algo como uma mistura de medo e pavor. Ela estava a minha mercê. “Eu poderia quebrar seus pulsos e depois seu pescoço. Ou poderia simplesmente matá-la...sim, isso será perfeito! Pera, não! Esses pensamentos não são meus! ” Gritei em minha mente, enquanto a mulher grunhia de dor em minha frente, agora de joelhos

—-Agora me escute bem—falei olhando diretamente em seus olhos—Se você vier atrás de mim de novo, eu não serei tão misericordioso. Esta avisada, agora suma da minha frente!—gritei enquanto jogava a mesma para o lado soltando seus pulsos com força. Acho que quebrei eles...era estranho, mas um sorriso se formou em minha boca só de imaginar essa possibilidade. Balançando minha cabeça para afastar esses novos pensamentos esquisitos de minha mente, peguei o saco que estava com a comida, agora provavelmente fria e desci do telhado usando as plataformas de sangue. Estranhamente, depois do meu flashback, eu consegui fazer as plataformas com muito mais facilidade que antes. Não olhei para trás, imaginando que agora que estava com os dois pulsos quebrados, a dor a faria recuar. Assim eu esperava.

...

—-Porra Alex! Já são quase 23h! Onde você estava!?!—gritou Reginaldo ao me ver mas logo que viu minha camisa com vários buracos de bala e ensanguentada—PORRA! VOCÊ JÁ NÃO TEM UMA CAMISA DIREITA E AINDA FURA ESSA!? O QUE ACONTECEU MANO!??—gritou ele indo em minha direção, William tirou o saco da minha mão enquanto caia no chão sem força. Aquela mulher me fez ir além dos meus limites atuais e pelo visto, meu corpo não gostou muito de ter que regenerar tecidos e mais tecidos em tão pouco tempo. Achei que isso era biologicamente impossível...

—-O que aconteceu?—perguntou William já comendo um pedaço de filé mignon cortado que ele e tirou de dentro do saco—aqueles tiros...foram contra você?

—-Poha não acredito que você ta comendo agora cara!?—falou Reginaldo indignado—Deixa pra mim também!

—-Oi? Amigo de vocês dois esta no chão!—gritei

—-Comida primeiro, amigos depois—disse Reginaldo rindo enquanto me ajudava a sentar me encostando em uma parede.—Agora me fala. Que porra aconteceu com você Alex?


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