POV SASUKE

Logo após a confusão do jogo e de termos levado vários xingos de Tsunade e logo depois ela ter nos parabenizados pelo incrível jogo que fizemos, eu e o resto do time fomos para o vestiário para nos arrumarmos para o resto da exposição. Eu havia tomado um banho e estava pegando minhas roupas no meu armário quando Lee entrou mancando e se sentou em um dos bancos que ficava no corredor entre os armários.

— Você está bem, cara ? – perguntou Iahiko, fazendo o seu papel de bom capitão.

— Estou – respondeu ele, levantando a camiseta e nos mostrando um roxo enorme em sua barriga – Eu só torci a perna e bati a barriga, como vocês podem ver.

—  Quando você vai poder jogar ? –  perguntou Naruto

— No próximo treino eu já estou de volta –  disse ele, sorridente –  não foi nada grave.

—  Você soube que ganhamos o estadual ? –  perguntei

—  Sim –  disse ele, sorrindo –  Tsunade foi me contar lá na enfermaria mesmo, ela parecia feliz. E obrigado por terem me defendido lá no campo.

 – Foi o Neji que começou isso tudo – comentou Naruto – depois que Kakuzo te acertou ele ficou uma fera. Nós só o ajudamos.

—  O Neji ? – perguntou Lee, incrédulo – ele defendeu ? E onde ele está agora ?

— Estou aqui – disse Neji, saindo de um dos chuveiros.

— Neji... – começou Lee.

— Lee, eu não sou muito de pedir desculpas – disse ele, se aproximando de Lee e estendendo sua mão – mas eu sei que fui infantil quando brigamos, e sinto muito por isso. Eu fiquei preocupado quando você foi atingido e gostaria que pudéssemos voltar com a nossa amizade de sempre.

— Claro que sim – respondeu Lee, apertando a mão dele em resposta – e sobre a Tenten, eu nunca quis nada com ela, ela é apaixonada por você Neji, eu jamais faria algo para atrapalhar.

— Eu sei – ele disse – não se preocupe com isso.

— Ok – disse Nagato, rindo – chega de viadagem por hoje.

Nós rimos e terminamos de nos arrumar. Eu fui para meu Stand de apresentação, ficaria em um de política, do clube de debates. Teria que apresentar sobre política para os visitantes, e isso era chato. Eu estava entediado, ninguém visitava o meu Stand, ninguém queria saber sobre política.

— Ei – disse uma voz feminina que eu já conhecia – você poderia me falar sobre política ?

Eu sorri quando vi Sakura me olhando sorrindente. Ela estava usando uma saia rosa e uma blusa branca,  usava uma tiara também branca em seus lindos cabelos rosas. Eu me levantei e a puxei pela mão para perto de meu corpo, e ficamos  colados um ao outro.

—  Eu posso te explicar outra coisa – eu disse, dando um beijo nela que sorriu.

Eu havia percebido que gostava de Sakura. A verdade era que eu sempre estive perto dela, desde que éramos crianças, então não conseguia diferençar se gostava dela apenas como amiga ou como outra coisa. Mas depois de vê-la com Sasori várias vezes e de ter o sentimento de que havia perdido ela, eu havia me decidido. Eu gostava dela, e comecei a reparar mais nela depois disso.

No sábado, quando ficamos para ajudar Kaya, eu pude perceber o quão preocupada com seus amigos e fiel ela era, e isso de algum jeito me deixou ainda mais confusos sobre meus sentimentos para com ela. Eu só conseguira perceber o quanto fui ruim com ela quando já era tarde e quase tive que perdê-la para voltar atrás. Depois de vê-la com Sasori percebi que eu é que deveria estar lá com ela, dizendo o quanto ela era bonita e engraçada, e quase não tive chance de fazer isso. Mas felizmente, por um impulso, num momento de euforia eu havia beijado-a e ela havia correspondido.

— O que você quer de mim, Sasuke ? – perguntou ela, já a noite, quando estávamos no luau dançando uma musica lenta.

— Quero te conhecer melhor – respondi, entrelaçando meus dedos nos dela.

— Você já me conhece desde os sete anos, Sasuke – ela disse rindo – Estou perguntando de verdade.

— Olha Sakura, me desculpe por ter te feito sofrer por tanto tempo, eu achei que fosse tarde quando percebi e fiquei até desesperado, confesso. Depois de te ver com outro cara e de vários xingos que Kaya me deu, eu entendi que gosto de você, e que nós deveríamos tentar alguma coisa.

— Sério ? – perguntou ela, sorrindo e olhando dentro de meus olhos.

— Sério. – respondi, dando um beijo demorado nela.

A verdade era que eu queria fazê-la feliz, sabendo que eu a fizera triste tantas vezes. Ela era uma pessoa maravilhosa, e eu sempre soube, mas fui burro demais e demorei para aceitar meu sentimentos. Eu estava certo de que agora eu queria sossegar, mas não com qualquer uma, eu queria sossegar com Sakura, porque ela era dona dos meus pensamentos desde sempre, e eu percebera que isso não era apenas porque ela era bonita, e sim porque eu sentia algo a mais por ela.

— Af, agora que vocês dois se acertaram e a Hinata e o Naruto estão envoltos em uma bolha de amor – disse Kaya, carrancuda se aproximando – com quem eu vou ficar ? Eu estou sobrando.

 – Ahh Kaya – disse Sakura, rindo – para de ser dramática. Olha lá a Tenten, ela está sozinha.

— Tem razão – ela disse – vou dançar com ela.

E dizendo isso saiu andando em direção a Tenten. Eu e Sakura continuamos conversando sobre várias coisas interessantes. Sakura conseguia me fazer rir, o que era extremamente raro de acontecer, e eu estava me sentindo feliz. Havia uma fogueira, pessoas assando mashmallow e cantando e o céu estava estrelado, e a lua estava brilhando, assim como os olhos de Sakura.

Mas infelizmente, nós tivemos que nos separar quando suas amigas a tiraram de mim com a desculpa de que agora era hora de fofocar. Eu não tive escolha, a não ser me sentar perto da fogueira com meus amigos.

— Droga – disse Naruto, quando me sentei – levaram a Sakura também ?

— Sim – respondi – elas são tão grudentas umas com as outras.

— Verdade – ele concordou.

— Ei – disse Neji se aproximando – onde está Itachi ? Nós deveríamos estar arrumando os intrumentos para nossa apresentação.

— Eu vou procurar ele – disse, me levantando.

Entrei no colégio a procura de Itachi. Ele certamente estaria com alguma garota em alguma canto escuro. Conhecia meu irmão, ele não mudaria fácil. Mas comecei a ficar preocupado quando não o achei em nenhum canto, e fui até o dormitório. Ele estava sentado na cama,de costas para a porta e essa estava entreaberta. Itachi tocava o violão e cantava baixinho, triste.

— Vim para te encontrar, dizer que sinto muito/Você não sabe como é amável/Tinha que te ver, lhe dizer que preciso de você/Dizer que te escolhi/Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas/Oh, vamos voltar para o começo/Correndo em círculos, lançando a moeda/De cara numa ciência à parte/Ninguém disse que seria fácil/É uma pena nos separarmos/Ninguém disse que seria fácil/Mas também não disseram que seria tão difícil/Oh, me leve de volta ao começo/Eu só estava analisando números e figuras/Montando o quebra-cabeças/Questões da ciência e progresso/Não falam tão alto quanto meu coração...

— Essa é mais uma das suas composições ? – perguntei, no momento que ele pausou a musica e respirou pesadamente. Não obtive resposta, ele apenas continuou de costas, remexendo apenas a cabeça, mas não me olhou. – Não sei no que alguém tão frio como você estaria pensando nessas horas... Mas daqui, parece que você está chorando – disse, insistindo. Ele apenas continuou de costas, sem dizer uma palavra. – Essa musica é mais uma das que fez para ela ? – perguntei, adentrando o quarto e me sentando na cama.

— Você viu como ela está bonita com aquele vestido pérola e aquela coroa de flores na cabeça? – perguntou ele, me olhando enquanto dedilhava o violão.

— Vi – eu respondi – você está bem, irmaozão ?

— É, você sabe – ele respondeu, colocando o violão ao seu lado – cansado apenas. Cansado de todas essas garotas que não acrescentam nada para mim, cansado de ter relacionamentos que não significam nada. Ela é a única, Sasuke. Têm sido desde que somos crianças.

— Você está arrependido de não ter sido honesto com ela desde o começo ? – perguntei

— Estou – ele respondeu, sincero – agora sinto que é tarde. A única coisa que me livra do arrependimento são as músicas que escrevo. Ela consegue ser minha inspiração até nos dias em que sinto raiva dela. Se eu tivesse contado a verdade a ela, talvez tudo fosse diferente hoje.

— Você tem que falar com ela – eu disse, tentando ajudá-lo.

— E falar o que ? Ela provavelmente não sente o mesmo – disse ele, respirando fundo – E deve estar morrendo de raiva de mim por eu ter estragado seu relacionamento, pela segunda vez. Você sabe como ela é quando fica brava. As vezes eu tenho vontade de matá-la, por ela ser tão orgulhosa e cabeça dura.

— Você sabe que não adianta ficar remoendo – eu disse

— É, eu sei – ele respondeu – mas o que eu posso fazer ? Talvez não haja outra pessoa que possa me fazer sentir o que ela me faz.

— Você precisa se recompor – eu disse, me levantando – Vamos, Naruto e Neji estão nos esperando para tocarmos.

— Ok – ele disse, também se levantando e me seguindo para fora do quarto.

Quando voltamos para fora do quarto pude ver Itachi olhando de relance para Kaya, que estava sentada a beira da fogueira conversando com suas amigas. Ela olhou para ele de volta, e Itachi desviou o olhar quando percebeu que ela o olhava. E então, voltou com seu humor normal, pegando a guitarra e começando a afiná-la. Era incrível como ele conseguia esconder seus sentimentos.

Sakura veio me dar um beijo antes de eu começar a tocar. Ela me desejou boa sorte e disse que estaria com as amigas me vendo. Ela estava radiante, e eu não queria nunca mais vê-la triste.

...

POV INO

Estávamos em volta da fogueira que Tsunade havia preparado para o nosso Luau. Depois de tudo que havia acontecido naquele dia tudo que eu queria fazer era comer um marshmallow , enquanto ria com minhas amigas e comentava sobre o ocorrido.

—Vocês são doidas – disse Konan – brigando iguais animais com as pessoas. Suas doentes.

— Mas foi engraçado – comentou Hinata, rindo baixinho.

— Aquela desgraçada quebrou minha unha – disse Tenten, olhando sua mão.

— Ei gente – disse Kaya, chegando com Sakura, elas tinham ido comprar chocolate quente.

Eu me senti constrangida com Kaya perto de mim, mesmo sabendo que ela não fazia idéia que eu havia beijado Gaara depois de umas três horas que os dois tinham terminado, eu me sentia envergonhada. Apesar de saber que Kaya não sentia nada por ele, eu achava que devia respeito à ela, e não deveria tê-lo beijado.

Pior ainda era não conseguir encarar Sai nos olhos, eu estava evitando-o e no domingo quase não nos falamos porque eu tinha dever da escola. Hoje também foi um dia em que disse a ele que teria que ficar o dia todo com as líderes de torcida, só para não ter que ficar perto dele, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde, teríamos que ficar juntos.

Naruto, Sasuke, Neji e Itachi estavam se apresentando com a banda e cantavam uma musica linda enquanto algumas pessoas dançavam. Gaara estava do outro lado da fogueira me encarando e bebendo alguma bebida alcoólica que tínhamos contrabandeado para dentro da escola. Eu senti meu rosto corar, pois ele não para de me olhar sem pudor algum.

— Ino ? – disse Sai, colocando a mão em meu ombro – podemos conversar ? – perguntou ele

— Ah, claro – eu disse assustada, e acordando de meu devaneio.

Nós saímos juntos para dentro da escola, Sai me guiou até uma sala vazia, onde a orquestra ensaiava. Ele parou por alguns segundos e ficou me encarando, eu estava ficando constrangida, mesmo assim encarava-o com coragem.

— Você está estranha – ele disse, por fim – fugindo de mim desde o fim de semana. É por que não consegui ir até a praia para nos encontrarmos ?

— Não – eu disse, me sentando em uma mesa – eu estava com as meninas.

—  Mas tinha algum garoto lá ? –  perguntou ele.

—  Tinha –  respondi –  os meus amigos de sempre. Nós fizemos uma fogueira a noite, foi bem legal, você deveria ter ido.

— Então quer dizer que você foi para a praia mesmo sabendo que eu odeio que você saia com garotos ? –  perguntou ele, entre dentes.

— Sim – eu respondi – eles são meus amigos. E todos eles já tem seu romancezinho com alguma das minhas amigas, achei que não tivesse problema.

— Mas tem! – ele falou em um tom alto – Você sabe que odeio que você faça essas coisas!  E até que horas você ficou na praia com seus amigos ? Te liguei a madrugada inteira!

Eu congelei. Eu não queria conversar sobre sábado de madrugada, eu sabia que havia feito coisa errada. Não conseguiria conversar com ele normal, ele certamente suspeitaria de alguma coisa. Fiquei em choque sem conseguir responder.

— Ino ? – ele perguntou, segurando meu braço e me puxando para eu ficar em pé, eu gemi, ele segurava muito apertado.

— Eu estava dormindo, oras – respondi, sem olhá-lo nos olhos – eu voltei para casa meia noite.

— Tem certeza, Ino? – perguntou ele, agora apertando mais ainda. –por que quando liguei para sua mão, as duas da manhã, ela disse que você não estava lá.

— Que ? – perguntei, incrédula – Você ligou para a minha mãe as duas da manhã ?

— Liguei – ele respondeu, agora chegando mais perto de mim – e ela me disse que você não estava lá. Onde estava, Ino ?

— Estava na casa de Temari – eu respondi, o que era verdade.

— MENTIRA – ele gritou, agora apertando meus dois braços. –  Mandei mensagem para todas as suas amigas, e elas me disseram que não estavam com você!

— Sai... – eu disse, começando a chorar. Ele estava sendo tão agressivo, eu não conseguia me defender.

— Me responda, Ino! – ele gritou, agora me empurrando para cima de algumas cadeiras que estavam lá. Eu quase cai, mas consegui me segurar em uma delas e me mantive em pé.

— Eu estava na casa da Temari! Sai, me desculpa.

— Por quê desculpas ? O que você fez ? – ele disse, chegando perto de mim e me jogando no chão. Eu chorava como uma criança.

— Eu beijei outra pessoa – eu disse, protegendo meu rosto com as mãos quando achei que ele fosse me chutar.

— VOCÊ BEIJOU OUTRA PESSOA ? – perguntou ele, me pegando pelo braço e me levantando do chão – QUEM É ELE, INO ?

— Não Sai – eu disse, chorando, enquanto ele me prensava na parede – Por favor, para.

Ele agora estava me enforcando, e eu estava contra a parede, não tinha como escapar dali. Eu chorava e tentava respirar ao mesmo tempo. Eu só conseguia pensar em como escaparia dali, mas não havia um meio. Sai era muito forte.

Nesse momento alguém tirou o Sai com força de cima de mim e eu consegui respirar. Minha cabeça girava e eu estava sentindo uma pressão forte na testa, para onde o sangue tinha ido enquanto ele me enforcava. Depois de me recompor o suficiente eu consegui enxergar duas figuras brigando no chão. Quando cheguei perto pude ver Gaara sentado em cima de Sai e esmurrando a cara dele com força.

— PARA GAARA! – eu pedi, chorando. Mas não tinha força o suficiente para segura-lo – Por favor Gaara.

Nesse momento Kaya, Sakura e Temari chegaram para me ajudar. Elas não falaram nada, apenas tentaram fazê-los parar de brigar. Elas pareciam não entender nada e olhavam para mim com ar de duvida. Nós não tínhamos forças o suficiente para tirarmos Gaara dali. E por sorte, depois de muito tentarmos, Itachi chegou para nos ajudar. E conseguimos finalmente tirar Gaara de cima de Sai, que agora estava sangrando muito.

— Se a Tsunade ver, nós vamos todos expulsos – comentou Sakura, enquanto ajudava Sai se levantar – O que aconteceu aqui ?

— FALE PARA ELES O QUE ACONTECEU, INO – berrou Sai, enquanto limpava o nariz ensangüentado na manga da blusa – DIGA A SUA AMIGA QUE VOCÊ É UMA VADIA, QUE BEIJOU O NAMORADO DELA!

Elas olharam para mim sem entender nada. Eu só conseguia chorar, enquanto Gaara olhava o lado de cima da mão, que estava totalmente roxo e respirava ofegante.

— O que está acontecendo, Ino? – perguntou Kaya, ela tentava parecer calma, mas estava a beira de um colapso.

— Eu e Gaara nos beijamos, Kaya – eu disse, chorando – me desculpe, por favor.  Eu não fiz de propósito.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Chegou perto de mim e olhou as marcas que Sai havia deixado em meu pescoço. Seus olhos encheram de lágrimas, mas ela se manteve firme.

— Quem fez isso em você, Ino ? – perguntou ela, com espanto.

— Fui eu – respondeu Sai com raiva – e deveria ter feito pior, essa vadia beijou seu namorado, Kaya.

— Sai... – ela disse, fria e calma, mas com os dentes cerrados – eu e Gaara terminamos, ele pode beijar quem ele quiser. Agora bater em mulher é crime, e se você abrir a boca sobre o que aconteceu hoje aqui, e isso trazer algum problema para Gaara, eu vou dar um jeito pessoalmente de Tsunade saber que você agrediu fisicamente Ino, deixando até marcas no pescoço dela. Itachi – ela olhou para ele, que observava tudo calado – você pode levar Sai até o banheiro para limpar os machucados, e se certificar de que ele não vai abrir a boca sobre isso para ninguém ?

Itachi assentiu e olhou feio para Sai. Que entendeu que estava errado e o acompanhou para fora da sala. Eu chorava como uma criança e Gaara olhava de mim para Kaya sem entender nada. Eu esperava uma reação diferente, já que Kaya sempre era explosiva em todas as situações, mas hoje, ela estava do meu lado e eu havia acabado de confessar que havia beijado seu ex-namorado.

— Kaya...– eu disse, entre um soluço e outro – me desculpa.

— Você não tem porque se desculpar, Ino – ela disse, chegando perto de mim e me abraçando – Você está bem ? Ele te machucou muito ?

Eu não conseguia nem responder ela, porque eu chorava muito. Temari estava conversando com Gaara, se certificando de que ele estava bem. E Sakura assistia tudo, com os olhos arregalados.

— Você quer dar queixa dele ? – perguntou ela, depois de me abraçar e eu já estar mais calma

— Não, – eu respondi – ele me bateu porque eu o trai, mas eu não quero falar sobre isso para ninguém.

— Se você ficar quieta, Ino – começou Sakura – ele poderá fazer isso com outras garotas.

— Mesmo assim, eu preciso pensar sobre isso – eu disse, limpando as lágrimas.

— Você precisa pensar nisso com calma, Ino – disse Kaya, olhando séria para mim – não pode guardar uma coisa dessas para você.

— Tudo bem – eu respondi – mas resolvemos isso amanhã. Não quero estragar o luau que Tsunade preparou para os alunos.

— Amanhã nós iremos resolver isso então, e não adianta tentar fugir – disse Temari, enquanto tentava ver se Gaara não havia quebrado nenhum osso da mão.

— Ok – eu disse – vamos voltar para a fogueira antes que alguém venha nos procurar.

Nós voltamos para fora da escola, e eu fiquei sentada em um canto sozinha, remoendo aquelas coisas horríveis que havia acontecido comigo. Eu pude ver Sai sentado perto da fogueira, encarando o chão. Seu rosto estava inchado e possivelmente as pessoas pensaram que aquele hematomas eram da briga de mais cedo, assim como pensaram que as marcas no meu pescoço também fossem. Desviei o olhar e vi Gaara vindo em minha direção, ele se sentou ao meu lado.

— Obrigada Gaara – eu disse – se não fosse você, não sei o que poderia ter acontecido.

— Tudo bem, Ino – respondeu ele, me encarando nos olhos e pegando em minha mão.

Percebi que Kaya vinha em minha direção, e ele soltou imediatamente a minha mão quando percebeu também. Me preparei para o pior, era claro que eu estava errada e Kaya não costumava ser calma e compreensiva, como Hinata.

— Obrigada Gaara – ela disse, quando se aproximou – por ter ajudado Ino.

— Tudo bem – ele respondeu

— Kaya – eu disse, sentindo as lagrimas voltarem para meus olhos – me desculpa por tudo, eu não queria que nada disso acontecesse.

— Ino – ela respondeu, pegando em minha mão e me encarando nos olhos – você sabe que nossa amizade vale muito mais que um beijo. E você tem coisas mais sérias para se preocupar. Não se preocupe com uma coisa tão fútil como essa, eu jamais iria te julgar por você ter beijado Gaara. Nós já terminamos nosso namoro, estamos numa boa, não é Gaara.

Ele assentiu. Kaya me abraçou e em seguida saiu em direção a Naruto, que estava muito preocupado com a nossas caras de enterro. Eu e Gaara ficamos um ao lado do outro de mãos dadas sem dizer uma palavra. Eu continuava olhando Sai, e me lembrando dele me apertando contra a parede, e me lembrava de não conseguir respirar. E senti um arrepio na minha espinha.

Um medo percorreu meu corpo, eu me senti desesperada e com medo. Medo de encarar Sai todos os dias no colégio durante o resto do ano, e talvez ano que vem também se ele continuasse em KONOHA. Fechei os olhos e tomei minha decisão. Amanhã de manhã, antes de sermos dispensados, pois não haveria aula, eu falaria com a diretora sobre o que acontecera.

...