Canary Cry escrita por ladyenoire


Capítulo 4
A Caçadora


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Estava pensando se você poderia me treinar. – ele me entregou um pano para colocar o nariz e abaixou o capuz enquanto sentava de frente para mim.

— Você sabe alguma coisa de luta, não sabe?

— O que eu sei se resume à defesa pessoal. – o Arqueiro pareceu pensar.

— Posso te ensinar alguma coisa, mas se você se machucar enquanto estiver treinando ou quando estiver nas ruas, eu...

— Não vai ser sua responsabilidade, eu sei. Aliás, porque decidiu dar uma de “Robin Hood” por aí? – ele deu uma risada.

— O motivo é pessoal. Digamos que não suporto injustiças. Mas e você, passarinho? – decidi ignorar o fato de ele ter me chamado de “passarinho”.

— Eu também não suporto injustiças. E infelizmente as coisas em Star City não são mais resolvidas dentro da lei, então quando ganhei meus poderes, vi que precisava fazer algo.

— Como assim “ganhou” seus poderes? Você é um daqueles meta-humanos? – assenti – Central City tem sofrido com eles. Mas eu os entendo, porque trabalhar do lado da lei se você tem o poder de ter muito mais? – ele se aproximou - Então eu te pergunto, porque escolheu usar seus poderes a favor da lei? – o Arqueiro escorou seus braços na mesa onde eu estava sentada, um em cada lado do meu corpo e me encarava sério.

— É pessoal. – falei simples. E de fato era. Meu pai é um policial e esse senso de justiça já nasceu em mim. Não mudaria de lado nem que me pagassem a maior fortuna possível.

O Arqueiro Verde deu uma risada e se afastou.

— Gostei de você, passarinho.

— É Canário. – corrigi séria.

— Uh, já notei que é durona. Parece que teremos muito trabalho então.

***

Eu estava saindo de um café quando quase fui atacada dois caras, porém o Arqueiro Verde me salvou. O estranho é que o ataque foi durante o dia e nunca tinha visto ele durante o dia.

Tive medo que ele tivesse descoberto que eu era a Canário Negro, porém lembrei que ele já sabia da minha existência quando foi me entregar os arquivos do caso que acabei de assumir.

— Filha, o que houve? – meu pai chegou depois de um tempo com os demais policiais.

— Eu não sei eles me atacaram, mas aí o...

— Capuz? – disse ao ver as flechas verdes nos homens.

— É Arqueiro Verde, pai. – corrigi.

— Arqueiro, Arqueiro Verde, Capuz, Flecha Verde, Robin Hood, que seja! Esse cara está dando dor de cabeça não importa como ele se autodenomine.

— Mas ele me salvou!

— Laurel, ele é um vigilante. Não um herói.

***

Entrei no esconderijo do Arqueiro e o avistei treinando a mira, atirando em bolas de tênis em movimento.

— Estou aqui. – falei chamando a atenção dele.

— Você é bem pontual. – sorri de canto. Ele acertou duas flechas na mesma bola de tênis, uma atrás da outra e virou-se para mim. – Tem interesse em usar um arco ou algum outro instrumento?

— Não. Apenas a voz. – foi a vez dele de rir.

— Então vamos lá.

O treinamento com ele era difícil, já que o mesmo parecia ter receio de me machucar. Por um lado era bom, mas o lado ruim é que eu precisava aprender e com o Arqueiro Verde me poupando eu não iria conseguir.

Um alarme soou de um dos computadores, nos interrompendo.

— O que foi isso? – perguntei ao levantar do chão.

— Significa que tem um crime em andamento. – explicou e foi até os computadores – Henry, o que está acontecendo?

— Com quem você está falando? – olhei para os lados sem enxergar ninguém.

— Um amigo que me ajuda nesse tipo de coisa. – apontou para um comunicador na orelha.

— Ah sim.

— Caçadora? Que diabos de nome é esse? Tá bom! Já estou indo. – ele colocou o casaco verde, mais flechas na aljava e montou na moto.

— Ei! Me espera! – falei pegando a jaqueta preta e o seguindo.

— Você fica aqui. Ainda não tem experiência pra enfrentar alguém como a Caçadora. Henry disse que ela é perigosa. – cruzei os braços e o encarei com descrença.

— Eu vou ir com você. – me aproximei.

— Tá, você que sabe. – ele levantou as mãos em sinal de rendição – Sobe aí! – lancei um olhar sugestivo, deixando o loiro confuso, porém logo pareceu entender – Ah não, você não acha que vai... Não! Definitivamente não vai pilotar a minha moto!

***

— Henry, ela ainda está no local? Certo, obrigado! Ela está perseguindo um carro na quarta avenida!

— Entendido. Segura firme! – falei acelerando a moto.

— Calma, você vai nos matar! – disse ele e segurou firme ao redor da minha cintura.

— Você acha que não sei pilotar uma moto? – ri e me concentrei na estrada. – Alvo avistado! – alertei ao ver uma moto arroxada seguindo um carro preto.

— Vamos tentar pegar um atalho e parar na frente deles, assim podemos atirar.

— Como assim?

— Confie em mim, eu tenho um plano. – assenti – Só precisamos achar um atalho. Conhece as ruas de Star City?

— Como a palma da minha mão. – entrei em alguns caminhos para seguir o plano do Arqueiro Verde, sorte minha que conhecia as ruas da cidade. Logo estávamos correndo na direção do carro e da Caçadora. – Estamos nos aproximando, qual é o seu plano?

— Você para e eu atiro minha flecha especial!

— E vai funcionar.

— Acredito que sim. – balancei a cabeça mas decidi confiar no Arqueiro. Rapidamente meu pai me veio à cabeça. Imaginei o que ele pensaria se me visse na situação que estou agora. Provavelmente me mataria por estar me arriscando desse jeito, mas tinha que admitir, essa adrenalina toda é maravilhosa!

Estávamos mais próximos e eu freei a moto, parando de lado para eles e logo o Arqueiro atirou a flecha no chão, porém não aconteceu nada.

— Acho que sua flecha falh... – antes que eu terminasse uma grande explosão me interrompeu. A rua não foi danificada, mas o carro parou por conta da fumaça e consequentemente a Caçadora também.

— O que ia dizer? – ele riu e nós descemos da moto – Não enxergo nada! Uma ajuda pra limpar essa fumaça seria bem legal da sua parte.

— Deixa comigo! – usei o grito da Canário fazendo a fumaça se dissipar mais rápido. – É o advogado do Frank Bertinelli. – a Caçadora tinha ele na mira mas o Arqueiro Verde atirou uma flecha nela, fazendo com que ela desviasse a besta para cima e errasse o alvo.

— Seu idiota! – ela berrou, enquanto isso o homem rastejava para fora do carro, tentando fugir e eu rapidamente fui atrás.

— Canário Negro! – ouvi o Arqueiro me chamando, porém quando olhei para frente só vi a Caçadora vindo na minha direção e logo senti uma dor forte no queixo. Ela tinha me socado.

— Ele é meu! – a morena segurou o homem pela gola do paletó, porém ainda no chão eu bati minha perna nas dela, o que a fez cair e em seguida usei o grito da Canário para mantê-la no chão e dar tempo do Arqueiro Verde chegar até nós. – Eu andei lendo sobre você, verdinho! Sei que gosta de abater vilões, mas eu não sou a vilã aqui. Aquele homem é! – apontou pra o advogado – Por isso ele precisa ser eliminado! – a Caçadora pegou a besta do chão mas o Arqueiro atirou uma flecha prendendo sua roupa no chão, impedindo que ela mexesse a mão.

— Se ele realmente é o homem que você diz ser, prove ao invés de mata-lo. Porque se não, só você sairá como vilã da história. – falei.

— Prefiro ser temida do que ser respeitada.

— Ou seja, prefere a prisão do que a justiça. Típico! – falei. Ela me encarou brava, porém antes que dissesse algo, ouvimos sirenes se aproximando.

— A polícia, vamos cair fora! – o Arqueiro me puxou pela cintura e logo subimos na moto. – Pensei que me deixaria dirigir, agora.

— Vai sonhando! – ri e acelerei assim que ele subiu.

— Você até que foi durona com a Caçadora, passarinho. – ele brincou enquanto íamos de moto até o esconderijo.

— É, estou me virando.

***

— Com todo respeito, senhorita Lance, mas isso não prova nada.

— São transações bancárias feitas por uma empresa fantasma para a conta do assassino de aluguel Thomas Monaghan, mais conhecido como Hitman. E o curioso é que também existem investimentos do seu cliente para essa empresa fantasma.

— Isso soa mais como uma especulação do que uma afirmação. – o homem me desafiou.

— Na verdade é uma afirmação sim, senhor Martin. – peguei os papéis com os registros das transações e entreguei ao advogado e uma cópia para o juiz.

— Como conseguiu isso?

— A procedência não é exigida. – disse o juiz e eu sorri confiante, deixando Frank Bertinelli e seu advogado vermelhos de raiva.

— Meritíssimo, será que podemos fazer uma pausa? – o homem perguntou e o juiz cedeu, logo fui para uma das salinhas do tribunal, peguei um copo d’água e sentei na poltrona confortável. Aquele julgamento estava sendo cansativo, porém com as provas que o Arqueiro Verde conseguiu, se tornou mais fácil. No entanto eu precisava achar um jeito de contornar a situação e ferrar de vez com Frank Bertinelli.

— Tem um tempinho? – virei na direção da porta e me deparei com uma pessoa que não imaginaria ver tão cedo.

— Oliver?


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Notas finais do capítulo

Gente, vou esclarecer uma coisa sobre a fic: Acontecimentos que envolvem o Arqueiro Verde só serão retratados na fanfic quando a Canário Negro estiver envolvida, e ainda não serão bem esclarecidos, porque o foco é totalmente (e somente) na Laurel, embora o Arqueiro seja um personagem importante!
Espero que tenham gostado ♥ Kittykisses xx



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