Canary Cry escrita por ladyenoire
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura!!!
— Estava pensando se você poderia me treinar. – ele me entregou um pano para colocar o nariz e abaixou o capuz enquanto sentava de frente para mim.
— Você sabe alguma coisa de luta, não sabe?
— O que eu sei se resume à defesa pessoal. – o Arqueiro pareceu pensar.
— Posso te ensinar alguma coisa, mas se você se machucar enquanto estiver treinando ou quando estiver nas ruas, eu...
— Não vai ser sua responsabilidade, eu sei. Aliás, porque decidiu dar uma de “Robin Hood” por aí? – ele deu uma risada.
— O motivo é pessoal. Digamos que não suporto injustiças. Mas e você, passarinho? – decidi ignorar o fato de ele ter me chamado de “passarinho”.
— Eu também não suporto injustiças. E infelizmente as coisas em Star City não são mais resolvidas dentro da lei, então quando ganhei meus poderes, vi que precisava fazer algo.
— Como assim “ganhou” seus poderes? Você é um daqueles meta-humanos? – assenti – Central City tem sofrido com eles. Mas eu os entendo, porque trabalhar do lado da lei se você tem o poder de ter muito mais? – ele se aproximou - Então eu te pergunto, porque escolheu usar seus poderes a favor da lei? – o Arqueiro escorou seus braços na mesa onde eu estava sentada, um em cada lado do meu corpo e me encarava sério.
— É pessoal. – falei simples. E de fato era. Meu pai é um policial e esse senso de justiça já nasceu em mim. Não mudaria de lado nem que me pagassem a maior fortuna possível.
O Arqueiro Verde deu uma risada e se afastou.
— Gostei de você, passarinho.
— É Canário. – corrigi séria.
— Uh, já notei que é durona. Parece que teremos muito trabalho então.
***
Eu estava saindo de um café quando quase fui atacada dois caras, porém o Arqueiro Verde me salvou. O estranho é que o ataque foi durante o dia e nunca tinha visto ele durante o dia.
Tive medo que ele tivesse descoberto que eu era a Canário Negro, porém lembrei que ele já sabia da minha existência quando foi me entregar os arquivos do caso que acabei de assumir.
— Filha, o que houve? – meu pai chegou depois de um tempo com os demais policiais.
— Eu não sei eles me atacaram, mas aí o...
— Capuz? – disse ao ver as flechas verdes nos homens.
— É Arqueiro Verde, pai. – corrigi.
— Arqueiro, Arqueiro Verde, Capuz, Flecha Verde, Robin Hood, que seja! Esse cara está dando dor de cabeça não importa como ele se autodenomine.
— Mas ele me salvou!
— Laurel, ele é um vigilante. Não um herói.
***
Entrei no esconderijo do Arqueiro e o avistei treinando a mira, atirando em bolas de tênis em movimento.
— Estou aqui. – falei chamando a atenção dele.
— Você é bem pontual. – sorri de canto. Ele acertou duas flechas na mesma bola de tênis, uma atrás da outra e virou-se para mim. – Tem interesse em usar um arco ou algum outro instrumento?
— Não. Apenas a voz. – foi a vez dele de rir.
— Então vamos lá.
O treinamento com ele era difícil, já que o mesmo parecia ter receio de me machucar. Por um lado era bom, mas o lado ruim é que eu precisava aprender e com o Arqueiro Verde me poupando eu não iria conseguir.
Um alarme soou de um dos computadores, nos interrompendo.
— O que foi isso? – perguntei ao levantar do chão.
— Significa que tem um crime em andamento. – explicou e foi até os computadores – Henry, o que está acontecendo?
— Com quem você está falando? – olhei para os lados sem enxergar ninguém.
— Um amigo que me ajuda nesse tipo de coisa. – apontou para um comunicador na orelha.
— Ah sim.
— Caçadora? Que diabos de nome é esse? Tá bom! Já estou indo. – ele colocou o casaco verde, mais flechas na aljava e montou na moto.
— Ei! Me espera! – falei pegando a jaqueta preta e o seguindo.
— Você fica aqui. Ainda não tem experiência pra enfrentar alguém como a Caçadora. Henry disse que ela é perigosa. – cruzei os braços e o encarei com descrença.
— Eu vou ir com você. – me aproximei.
— Tá, você que sabe. – ele levantou as mãos em sinal de rendição – Sobe aí! – lancei um olhar sugestivo, deixando o loiro confuso, porém logo pareceu entender – Ah não, você não acha que vai... Não! Definitivamente não vai pilotar a minha moto!
***
— Henry, ela ainda está no local? Certo, obrigado! Ela está perseguindo um carro na quarta avenida!
— Entendido. Segura firme! – falei acelerando a moto.
— Calma, você vai nos matar! – disse ele e segurou firme ao redor da minha cintura.
— Você acha que não sei pilotar uma moto? – ri e me concentrei na estrada. – Alvo avistado! – alertei ao ver uma moto arroxada seguindo um carro preto.
— Vamos tentar pegar um atalho e parar na frente deles, assim podemos atirar.
— Como assim?
— Confie em mim, eu tenho um plano. – assenti – Só precisamos achar um atalho. Conhece as ruas de Star City?
— Como a palma da minha mão. – entrei em alguns caminhos para seguir o plano do Arqueiro Verde, sorte minha que conhecia as ruas da cidade. Logo estávamos correndo na direção do carro e da Caçadora. – Estamos nos aproximando, qual é o seu plano?
— Você para e eu atiro minha flecha especial!
— E vai funcionar.
— Acredito que sim. – balancei a cabeça mas decidi confiar no Arqueiro. Rapidamente meu pai me veio à cabeça. Imaginei o que ele pensaria se me visse na situação que estou agora. Provavelmente me mataria por estar me arriscando desse jeito, mas tinha que admitir, essa adrenalina toda é maravilhosa!
Estávamos mais próximos e eu freei a moto, parando de lado para eles e logo o Arqueiro atirou a flecha no chão, porém não aconteceu nada.
— Acho que sua flecha falh... – antes que eu terminasse uma grande explosão me interrompeu. A rua não foi danificada, mas o carro parou por conta da fumaça e consequentemente a Caçadora também.
— O que ia dizer? – ele riu e nós descemos da moto – Não enxergo nada! Uma ajuda pra limpar essa fumaça seria bem legal da sua parte.
— Deixa comigo! – usei o grito da Canário fazendo a fumaça se dissipar mais rápido. – É o advogado do Frank Bertinelli. – a Caçadora tinha ele na mira mas o Arqueiro Verde atirou uma flecha nela, fazendo com que ela desviasse a besta para cima e errasse o alvo.
— Seu idiota! – ela berrou, enquanto isso o homem rastejava para fora do carro, tentando fugir e eu rapidamente fui atrás.
— Canário Negro! – ouvi o Arqueiro me chamando, porém quando olhei para frente só vi a Caçadora vindo na minha direção e logo senti uma dor forte no queixo. Ela tinha me socado.
— Ele é meu! – a morena segurou o homem pela gola do paletó, porém ainda no chão eu bati minha perna nas dela, o que a fez cair e em seguida usei o grito da Canário para mantê-la no chão e dar tempo do Arqueiro Verde chegar até nós. – Eu andei lendo sobre você, verdinho! Sei que gosta de abater vilões, mas eu não sou a vilã aqui. Aquele homem é! – apontou pra o advogado – Por isso ele precisa ser eliminado! – a Caçadora pegou a besta do chão mas o Arqueiro atirou uma flecha prendendo sua roupa no chão, impedindo que ela mexesse a mão.
— Se ele realmente é o homem que você diz ser, prove ao invés de mata-lo. Porque se não, só você sairá como vilã da história. – falei.
— Prefiro ser temida do que ser respeitada.
— Ou seja, prefere a prisão do que a justiça. Típico! – falei. Ela me encarou brava, porém antes que dissesse algo, ouvimos sirenes se aproximando.
— A polícia, vamos cair fora! – o Arqueiro me puxou pela cintura e logo subimos na moto. – Pensei que me deixaria dirigir, agora.
— Vai sonhando! – ri e acelerei assim que ele subiu.
— Você até que foi durona com a Caçadora, passarinho. – ele brincou enquanto íamos de moto até o esconderijo.
— É, estou me virando.
***
— Com todo respeito, senhorita Lance, mas isso não prova nada.
— São transações bancárias feitas por uma empresa fantasma para a conta do assassino de aluguel Thomas Monaghan, mais conhecido como Hitman. E o curioso é que também existem investimentos do seu cliente para essa empresa fantasma.
— Isso soa mais como uma especulação do que uma afirmação. – o homem me desafiou.
— Na verdade é uma afirmação sim, senhor Martin. – peguei os papéis com os registros das transações e entreguei ao advogado e uma cópia para o juiz.
— Como conseguiu isso?
— A procedência não é exigida. – disse o juiz e eu sorri confiante, deixando Frank Bertinelli e seu advogado vermelhos de raiva.
— Meritíssimo, será que podemos fazer uma pausa? – o homem perguntou e o juiz cedeu, logo fui para uma das salinhas do tribunal, peguei um copo d’água e sentei na poltrona confortável. Aquele julgamento estava sendo cansativo, porém com as provas que o Arqueiro Verde conseguiu, se tornou mais fácil. No entanto eu precisava achar um jeito de contornar a situação e ferrar de vez com Frank Bertinelli.
— Tem um tempinho? – virei na direção da porta e me deparei com uma pessoa que não imaginaria ver tão cedo.
— Oliver?
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Gente, vou esclarecer uma coisa sobre a fic: Acontecimentos que envolvem o Arqueiro Verde só serão retratados na fanfic quando a Canário Negro estiver envolvida, e ainda não serão bem esclarecidos, porque o foco é totalmente (e somente) na Laurel, embora o Arqueiro seja um personagem importante!
Espero que tenham gostado ♥ Kittykisses xx