Blossoming Heart escrita por Alyssa


Capítulo 11
Controversas


Notas iniciais do capítulo

Cheguei lol ~Quase na virada do mês, mas deu tempo -q

O mês passou rápido só pra mim? Eu planejava postar pelo dia 15, mas simplesmente pulou do pagamento pro fim do mês G_G
Se novembro vai ser assim também, não sei x.x mas já quero o natal ♥

Espero que gostem do capítulo ♥



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Capítulo 10 — Controversas

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13 horas antes

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Pouco tempo depois que chegou a boate, Kikyou notou um ar diferente no local. Entretanto, logo afastou esses pensamentos, afinal estava ali para se divertir. Claro que isso se manteve firme, até mesmo quando viu seus amigos envolvido numa pequena confusão causada por Kagome. Oh não, sabia que isso não era culpa de Kagome, mas ambos os garotos usavam ela como prêmio. Kikyou respirou fundo, e fez de conta que nunca havia os vistos. Logo tudo voltou ao normal e ela pode continuar a se divertir.

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Após isso notou que muitos haviam sumido, inclusive sua irmã e sua prima. Bem, Rin sumiu logo depois que chegaram, mas não estava preocupada com ela, desde que ela havia avisado. Kagome também estava com alguém de confiança, e isto era motivo o suficiente para se deixar levar até altas horas. Ou, pelo menos, era o que planejava fazer, porém cortou seu planos pelo meio. De repente sentiu um estranho sufoco apertar em seu peito. Respirou fundo, e decidiu que era hora de ir embora também.

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Sem vontade alguma de chamar um táxi, Kikyou foi andando boa parte do caminho. Seu bairro era um tanto afastado do centro, mas naquele momento apenas quis espairecer. Seus pensamentos estavam cheios dele. Sem perceber, Kikyou deixou Naraku tomar conta de boa parte de suas emoções. O que no início poderia ser chamado de provocação de criança, cresceu e tornou algo sério. E agora, estava ali sentindo tudo isso sozinha.

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“Talvez eu seja a única balançada aqui.” — Kikyou olhou para o céu ainda nublado. — “Vai chover justo hoje…”

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Em passos calmo, mas vacilantes, Kikyou caminhou pelas ruas desertas do centro. O ar estava cada vez mais agitado, isto, porque a época de chuvas havia chegado. Entretanto, não deixava de ser reconfortante sentir o vento balançar seus fios. Usaria aquela chance para esclarecer seus pensamentos também. Apesar de ter certeza que tudo estava esclarecido em seu coração a muito tempo.

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— Talvez ele tenha medo de se expressar… — Kikyou riu com a ideia. — Não, ele é um adulto sério… Não deve ter medos. — O álcool já havia chegado em cada canto do seu cérebro. — Eu quero vê-lo…

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Kikyou tinha plena certeza que seu desejo era impossível de realizar, mas quem sabe apenas hoje ela tivesse sorte. E os céus realmente estavam do seu lado naquela madrugada. Kikyou parou no meio da faixa ao notar alguém longe. A apenas duas quadras de distância da boate, ela o viu. Claro que encontrá-lo em frente ao posto policial não parecia nada romântico, porém para si já contava.

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— Nara… — Kikyou estava pronta para chamá-lo, mas se conteve ao ver alguém junto dele. — Quem é esse cara com ele?

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A pergunta ficou no ar. Logo Naraku, acompanhando de outro homem, saíram de carro. Kikyou sentia que novamente tinha um mistério desse homem em mãos. Era incrível como os segredos ficavam em volta dele tão facilmente, e ela, não havia resposta alguma para isso.

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Atualmente

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Rin ainda se encontrava no hotel desesperada, isto é, sem memória alguma do que aconteceu horas atrás. Sua cabeça latejava cada vez que tentava lembrar de um mínimo detalhe. Decidida a resolver tudo rapidamente, optou por um banho relaxante, pois assim ajudaria a esfriar sua cabeça. Respirou fundo, e se pôs a pensar por alguns segundos. Lembrou exatamente o local que estava. Era um hotel, um hotel muito chique para si.

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— Ok. Primeiro o banho. — Rin levantou a cabeça decidida. Saía com vontade da cama quando seu pé direito, ainda enrolado na colcha, lhe puxou de volta. — Droga… — De cara no chão, Rin decidiu que primeiro descobriria como não fazer se quebrar toda.

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Rin tomava um banho calmo, mas, ao mesmo tempo, rápido. Não gostaria de ficar mais tempo naquele lugar. Sua mente estava totalmente em branco e isso era motivo o suficiente para sair dali logo. Se enxugou o mais rápido que pôde, deixando seus fios semi úmidos. Seu plano era secá-lo com o vento, apesar de lembrar o quão maravilhoso ele ficava desse jeito. Por hoje seria o único jeito.

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Pegou sua bolsa em cima da mesa e saiu correndo. Talvez se ela tivesse um pouco mais de calma, pudesse ter visto o papel que caiu no chão. Desceu pelo elevador mesmo, que por sorte estava vazio naquela hora. Realmente não saberia como se comportar caso pessoas do mesmo andar que o seu lhe visse. Assim que o elevador voltou a abrir, saiu devagar.

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“Praticamente vazio…” — Rin respirou fundo e mirou a saída. — “Tão pertinho de sair daqui.” — Deu o primeiro passo. — “Oh, não. Eu preciso entregar a chave na recepção.” — Apertou o cartão firme. — “Então, passar vergonha ou ir pra cadeia por furto?” — Não que tivesse alguma escolha, mas já que tudo estava uma confusão, não faria mal algum.

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Rin caminhou derrotada até o balcão da recepção. Apesar de querer correr dali com tudo, se lembrou de sua idade que contava na identidade. A mental não era o caso no momento. Infelizmente deveria arcar com todas as consequências agora. Mirou o recepcionista todo sorridente e simpático, enquanto este consultava em seu computador. A morena sentiu vontade de se jogar no chão e quem sabe acordar logo em seguida, vendo que era só um sonho.

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— Tudo certo, senhorita. — Ele voltou a sorrir para Rin.

— Tem certeza? — Rin olhou confusa. — Eu não lembro de ter paga algo antecipado… — Ou melhor, Rin não lembrava de nada.

— Sim, senhorita. — Sorriu. — Todas as despesas foram pagam pelo senhor… Sesshoumaru Takahashi.

— Ah… “Ele!” — Rin sentiu seu rosto corar. — Oh, obrigada por tudo então.

— Nós do Hotel The Celestine Ginza que agradecemos por sua escolha. — Reverenciou de leve. — Por favor, volte sempre.

— Hm, obrigada. — Rin já fugia aos poucos. — “Não volto mesmo!”

— Chamei um táxi para a senhorita.

— Gentileza sua. — Rin agradeceu novamente e saiu. — “Quero minha casa.”

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~*~

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Quantas horas haviam se passado desde que Rin voltou para casa. Não gostaria de chamar atenção de sua avó ou das primas. Passou quieta por todos os corredores, talvez porque seus pensamentos estivessem tão distantes, que nem mesmo ela poderia responder. A madrugada ainda era um perfeito borrão em sua cabeça, entretanto, Rin não se preocupava mais tanto com isso. De fato, a única preocupação que tinha era como encararia Sesshoumaru na faculdade.

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“Me pergunto se é tarde demais para pedir uma transferência?!” — Rin suspirou. — “Como se algo assim fosse mesmo possível.”

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Deitada em sua cama, ela encarava o teto pensativa. Estranhamente ainda não conseguia se lembrar de nada do que supostamente havia acontecido. Rin que não era boba, pesquisou algumas coisas na internet. Olhando alguns relatos, descobriu que era normal esquecer boa parte das coisas que fez, enquanto bêbado. Porém, com o tempo as lembranças voltariam. Novamente, Rin suspirou, algo estava errado, afinal ela ainda não lembrava de nada.

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— Será que… — Rin parou no meio da frase ao ouvir um batido na porta. — Hm, a essa hora?

— Rin! — A voz de sua prima chamou do outro lado.

— Pode entrar, Kagome. — Murmurou, sentando-se na cama.

— Também não consegue dormir? — Kagome se sentou ao lado da prima.

— Hm, sim. — Rin suspirou. — Parece que a minha mente não me deixa refletir hoje.

— Talvez eu entenda um pouco disso. — Kagome sorriu. — Minha mente tem estado ligada deste jeito desde a festa.

— Oh. — Rin por alguns segundo ficou pensativa. — Ouvi dizer que aconteceu uma briga… Por você.

 Eh?! — Kagome ficou corada. — Não é bem por causa disso a briga… Quer dizer, eu acredito que não.

— Você está muito vermelha pra tentar se defender. — Rin sorriu maliciosamente. — De qual deles você gosta?

 Que? — Kagome ficou de cara. Quem era essa na sua frente.

— O que foi? — Rin perguntou ao notar o semblante espantando da prima. — Se não quer contar, tudo bem.

— Não é isso. — Kagome falou rapidamente. — É que não achei que estivesse interessada em romance…

— Eu não estou! — Rin cortou. — No caso, me sinto curiosa sobre a vida amorosa das pessoas… Apenas isso!

— Claro. — Kagome semicerrou seus olhos. — Ok, vamos falar de romance então. Igual aos tempos de colegial.

— É sério isso? — Rin não se conteve. — Eu lembro que nessa época você sempre tentava me arrastar para a festa dos pijamas.

— A noite da confissão, quando todas revelavam de quem gostava. — Kagome lembrança com um sorriso nostálgico. — Era tão mais simples o amor.

— Talvez porque não fosse amor mesmo… — Rin murmurou perdida.

— Hm? — Kagome pensou por alguns segundos. — Se lembrou de alguma coisa daquela época?

— Daquela época? — Rin voltou a si.

— Sim, de antes da tra… Do acontecimento na família. — Kagome se cortou ao perceber que tipo de palavra diria. — Você voltou pra casa tão feliz naquele verão.

— Ah, aquele verão… — Rin encarou seu colo. — Eu não me recordo de muitas coisas ainda. Algumas aparece como um borrão… Principalmente a cara das pessoas.

— Eu te entendo. — Kagome fez um cafuné na prima. — Tudo ao seu tempo.

— Não me trate como criança! — Rin despenteou o cabelo de Kagome.

— Ei! — Kagome riu com o ataque. — Se continuar eu vou te atacar também.

— Parei, parei. — Rin se rendeu com as mãos para o alto. — Deixa os meus preciosos fios fora disso.

 Argh, parece a Kikyou falando já. — Kagome atacou o travesseiro em Rin.

— Depois de morar tanto tempo com ela não posso fazer nada. — Atacou o travesseiro de volta.

— Isso é verdade. — Kagome deu de ombros.

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Kagome segurou o travesseiro contra si e suspirou. Rin apenas observou sua prima em silêncio. Conhecia bem Kagome e sabia que algo a atormentava. Ela sempre foi o raio de luz da família, a menina sorridente dos Higurashi. E agora, simplesmente vê-la com um rosto tão abatido era algo que lhe doía. Outra certeza que Rin tinha é, Kagome não era de correr para o seu quarto do nada. Algo a perturbava mesmo.

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— Quer conversar a sério? — Rin quebrou o silêncio. — Eu consigo ver que não está bem.

— Você só tem cara de inocente mesmo. — Kagome sorriu relaxada. — No fim é mais afiada que qualquer um aqui.

— Eu me preocupo com as pessoas que gosto. — Rin respondeu séria. — Você é a minha família, um bem precioso. Não posso simplesmente fazer de conta que não percebo.

— Você está cada vez mais forte, Rin. — Kagome piscou. — Obrigada por se preocupar comigo. Você sabe que sempre estarei aqui por ti.

— Eu sei. — Rin segurou as mãos de Kagome firme. — Eu também sempre estarei aqui por você.

— Obrigada! — Kagome apertou a mão dela. — Talvez esteja na hora de me abrir sobre isso.

— Serei toda ouvidos agora. — Rin se ajeitou sobre a cama. — Então, não se segure mais.

— Sabe, no início achei que fosse apenas um passatempo entre amigos. — Kagome sentia-se confusa, mas de alguma maneira precisava por esses sentimentos em palavras. — Eu sempre considerei alguns amigos como algo precioso na minha vida. E pra falar a verdade, eles ainda são.

— Mas no meio disso algo a tormenta? — Rin estava disposta a entender.

— Sim, eu não consigo mais encarar alguns deles como amigos apenas. — Kagome suspirou. — Não é simplesmente dizer que gostou... Ou de repente me apaixonei.

— Você acha que isso pode magoar profundamente alguém? — Por alguma razão Rin sentiu algo estalar.

— Magoar… — Kagome se perdeu em pensamentos.

— Você por acaso tem medo de gostar de alguém? — Rin não queria nomes, apesar de já saber a confusão.

— Talvez isso esteja me impedindo de seguir adiante. — Kagome suspirou pesadamente.

— Você precisa ser sincera então, certo? — Rin murmurou. — Você deveria deixar mais claro o que sente.

— Eu deveria fazer isso logo. — Kagome concorda. — E você, por favor, faça o mesmo. — Kagome abraçou a prima.

— Como? — Rin ficou petrificada.

— Não adianta se fazer de desentendida agora, mestra do romance. — Kagome ficou de pé. — Assim como você me conhece bem, eu também te conheço. — Piscou para ela.

 Ei, Kagome! — Rin tentou chamá-la, mas a mesma correu do seu quarto.

“Ela só estava pegando no meu pé, certo?” — Rin voltou a deitar. — “Eu devo gostar...dele, mas…” — De repente os problemas do momento voltaram a sua mente. — De jeito nenhum, eu não gosto dele! A minha pureza, devolva!

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Segunda-feira

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Bloco A

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Kagome novamente acordou cedo naquela manhã. Seu amado professor mais uma vez passou uma pesquisa extra aos alunos. Claro, que ela havia cochilado só um pouquinho na aula dele. Tudo bem, havia sido a aula toda, o que permitiu que ela passasse a noite passada em claro, tentando responder com a maturidade que lhe faltava no momento. Se não fosse por Yuka lhe lembrar por mensagens, estaria em apuros novamente. Ao menos sua conversa com Rin havia lhe ajudado a se concentrar melhor.

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— Um peso a menos. — Kagome sentiu determinação crescendo em si.

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Kagome caminhava confiante pelo corredor do bloco, entretanto quando foi pensar no que faria com sua vida amorosa, ou algo assim, se esbarrou com alguém. Ela poderia se chamar de azarada ou sortuda, afinal o apelido de poste lhe batia muito bem desde que entrou ali. Contudo, dessa vez não era nada do tipo. Não quando havia percebido com quem havia se esbarrado naquela manhã.

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 Você… — Kagome encarou aqueles olhos verdes.

— Oh, se não é a bonequinha da festa. — Hayato alargou o sorriso. — Quem diria que iríamos para a mesma faculdade.

— Oh, claro. — Kagome de repente se sentiu desconfortável.

— Então o InuYasha realmente está nesta aqui… — Hayato murmura mais para si, apesar de Kagome ouvir bem.

— Bem, eu realmente tenho que ir. — Kagome tentava se esquivar.

— Espera, acabamos de nos reencontrar. — Hayato segura de leve o braço dela.

“O que esse idiota está fazendo aqui?” — Kikyou vinha andando pelo corredor quando viu Kagome e o tal estranho. — “Espera, é o da festa mesmo.” — Estava pronta para arrastar Kagome, quando ele passou por si.

— Hayato! — Naraku chegou rapidamente. — Você precisa assinar uns documentos com a secretária.

— Claro, já havia perdido a noção do tempo só de reencontrá-la. — Piscou para Kagome.

— Acho melhor ir logo e não estressá-la. — Kagome lembrou as vezes que viu Yura, a secretária, estressada.

— Nos vemos depois! — Saiu em passos leves.

— Espero que não… — Kagome sussurrou incomodada.

— Volte para o seu bloco logo. — Dizendo isso, Naraku saiu também.

— Como quiser…cunhadinho. — Sussurrou a última parte, apesar de torcer para que ele ouvisse.

“Interessante.” — Kikyou observava. — “Em outras ocasiões ele nem se incomodava com coisas assim… Ele ajudou a Kagome ou o tal Hayato?” — Kikyou que não ficaria com a dúvida na cabeça, seguiu Naraku espontaneamente.

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~*~

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Já não tinha mais como continuar a se esconder. Todavia, Sango estava evitando Miroku desde a noite dos dois no carro. Na manhã seguinte refletiu sobre seus sentimentos e percebeu que afrouxou. Ela havia convencido a si mesma que iria se focar na justiça pelo seu pai, no entanto, Miroku apareceu na sua vida e mexeu com tudo. Aos poucos sentia que estava perdendo o maior foco da sua vida.

Oh, não. Isso não poderia acontecer.

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Aos poucos, lutou com esse sentimento que tentava cada vez mais surgir em seu coração. Sango sabia que não era impossível se apaixonar, mas não queria algo assim agora. Não antes de limpar o nome de sua família de uma vez por todas. Séria em suas escolhas, decidiu desistir de seus sentimentos por ora.

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Miroku observava de longe a ar congelado em torno de Sango. Ela estava friamente o ignorando. Apesar de tentar compreendê-la um pouco, ainda havia um longo caminho até seu coração. Porém, ele não desistiria tão fácil, não depois daquela noite. Ela poderia tentar lhe afastar, mas sabia que os sentimentos entre eles seria mais forte que isso. Dessa vez ela não iria pará-lo.

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— Sango. — Miroku se aproximou da carteira onde ela estava.

 Hm. — Sango suspirou, baixando o olhar.

— Espero estar errado, mas por acaso você ignorou as minhas chamadas ontem? — Puxou a cadeira ao lado e sentou-se.

— Que chamadas? — Era involuntário. Ela havia respondido ele.

— Eu te liguei várias vezes ontem. — Ele tinha sua resposta, mas queria pressioná-la um pouco.

— Meu celular estragou… — Virou seu rosto para o outro lado.

— Oh, entendo. — Miroku pegou seu celular e discou para o dela. — Vamos ver. — Logo um som baixo começou a vir da bolsa de Sango.

— O que?! — Sango segurou sua bolsa rapidamente.

— Oh, acho que ele voltou a funcionar. — Sorriu travesso para ela.

— Miroku, por favor. — Sango se virou para ele séria. — Me deixe em paz.

— Não quero. — Miroku deu de ombros. — Você sabe como eu me sinto… E eu sei que você sente o mesmo. — Ele lhe olhava diretamente nos olhos. — Não vou deixar você ir facilmente.

— Por que está fazendo isso? — Sango respirou fundo. — Eu refleti… Isso não pode continuar. — As palavras vinham rápidas e embaralhadas. — É a decisão mais sábia. Vamos parar por aqui!

— Eu não vou parar. — Ele estava totalmente sério sobre seus sentimentos. — Eu já lhe disse como me sinto. Eu te amo, Sango!

— Mas e quanto mim? — Sango largou sua bolsa, ficando de pé. — E como eu me sinto? Você realmente parou para pensar nos meus sentimentos?

— Sango. — Miroku ficou de pé também. — Eu penso mais nos seus sentimentos do que nos meus.

— Não é o que parece. — Deu meia volta. Precisava de um ar fresco.

— Do que tem medo, Sango? — Miroku a segurou de leve pela mão. — Eu sei que você sente algo forte por mim também, mas está tentando fugir disso.

— Eu não estou com medo… Eu só não acho que seja algo certo no momento. — Sango tentou ir, mas o enlaço em sua mão a segurou.

— Seja lá o que for, vamos resolver juntos. — Miroku a virou para si. — Não leve tudo sozinha desse jeito. — Delicadamente levantou o rosto dela. — Eu quero ver aquele brilho em seus olhos novamente.

— Miroku… — Sango sentia um nó forma em sua garganta.

— De agora em diante, vamos enfrentar tudo junto, ok? — Miroku não precisava de muito naquele momento, apenas tê-la em seus braços era o suficiente. — Eu sinto que algo assombra o seu coração.

— Como você? — Sango congelou. — O que exatamente você sabe?

— Esse olhar perdido… Totalmente vazio. — Miroku a abraçou firme. — Caminhando desesperadamente em direção ao abismo…

— Miroku… Você… — Sango sentia o abraço apertá-la cada vez mais, porém, ainda era muito gentil.

— Eu já vi tantas vezes esse olhar no passado… Não quero mais ver ninguém se perdendo.

— Onde você…? — Sango sentia que ele tremia de leve.

 Eu via... — Miroku sussurrou por fim. — Em mim!

“Mi… Miroku…” — Sango então o abraçou também.

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~*~

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Kikyou seguia Naraku pelos corredores desde o incidente com Kagome. Há dias ela desejava conversar com ele, entretanto, o mesmo não era fácil na queda. Ela tinha muitas dúvidas e questões na cabeça. Porém, sua maior dúvida no momento eram seus sentimentos. Kikyou estava eufórica para entender o que sentia. Claro que ela não esperava que ele fosse lhe explicar o que era, mas talvez ele pudesse ajudar de algum jeito.

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Naraku sabia que ela lhe seguia a algum tempo, afinal nem disfarçar ela tentava. De início acreditou que apenas estavam na mesma direção, porém descartou isso ao vê-la entrar no bloco antigo também. A princípio ele apenas encarou como uma teimosia de adolescente, mas ultimamente havia passado dos limites. Isso teria que parar ou ele teria problemas com o reitor.

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— Naraku, espera. — Kikyou o puxou pela mão ao vê-lo apertar o passo.

— É professor Naraku para você, senhorita Kikyou. — Naraku soltou sua mão rapidamente. — Acredito que saiba que esse local não é mais de uso livre.

— Eu sei, mas preciso falar com você, professor. — Kikyou revirou os olhos ao dizer a última palavra.

— Não sou seu professor em classe, acredito que não há nada para conversarmos. — Apesar das palavras serem diretas, sua voz permanecia calma.

— Se continuar desse jeito as pessoas não vão querer ficar perto de você. — Kikyou sentia prazer em alfineta-lo.

— Eu gostaria que isso acontecesse, mas parece que está sendo ao contrário com algumas pessoas. — Naraku cruzou os braços entediado. — Sua aula começará em breve. — Se virou para ir.

— Eu sei, mas não vai levar mais que cinco minutos da sua atenção. — Kikyou voltou a segurar a mão dele.

— Cinco minutos é o que você precisa para chegar em sala a tempo, senhorita. — Se virou novamente para ela.

— Entendo, mas…

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Kikyou havia sido cortada no meio da fala, pois Naraku a puxou do nada. Atrás deles havia a porta destrancada de uma antiga sala de aula. Sem explicações, simplesmente a puxou junto consigo. Confusa, Kikyou permaneceu em silêncio tentando processar o que acontecia. Foi então que conseguiu ouvir algumas vozes no corredor. Ao passarem perto da sala onde estavam, conseguiu identificar duas vozes. Pelo jeito como conversavam presumiu que fosse um casal desobedecendo as regras.

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— Essas crianças não aprendem. — Naraku suspirou. — Uma chamada em notas deve resolver por ora.

— Deixa eles aproveitarem um pouco. — Kikyou murmurou simplesmente. — Somos jovens só uma vez. — Continuava a falar normalmente, esquecendo o quão próximos estavam.

— Ótima ideia, senhorita Kikyou. — Naraku se dava conta da proximidade. — Que tal você aproveitar a sua juventude e me deixar em paz.

— Não tão rápido. — Kikyou o segurou. — Eu… Eu quero saber mais sobre você.

— Não há nada de interessante sobre mim. — Ele tentava se esquivar novamente. — Você deveria ir e conversar sobre moda com suas amigas…

— Eu te vi naquela noite. — Kikyou disse rapidamente. — Com aquele homem… Ele é estudando aqui, certo?

— Você deve estar se confundindo. — Naraku resmunga. — Há muitas pessoas parecidas por aí.

— Hayato, não é? — Kikyou cruzou os braços séria. — Ele fez uma bela bagunça na boate.

— Você viu a cena, então. — Naraku olhou a hora em seu relógio de pulso. — Ele é sobrinho do meu cunhado. — Disse por fim.

— Seu cunhado… — Kikyou estava confusa. — Você tem uma irmã?

— Eu tinha. — Murmurou de qualquer jeito. — Agora volte para sua sala.

— Espera! — Kikyou o segurou novamente. — Professor… Não. — Respirou fundo. — Naraku...  Eu estou apaixonada por você.

Naraku se virou rapidamente para Kikyou ao ouvir tais palavras. O espanto em seu semblante era notável.

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~*~

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Próximo ao pátio principal, estava Rin sentado num banco qualquer. Sua expressão era um tanto deprimente para os que passavam por ela. Talvez fossem pelas enormes olheiras ou a cara de abatida, o fato era, ela tinha medo que fossem lhe confundir com um panda a qualquer hora. Nem com maquiagem havia conseguir disfarçar a cara de enterro.

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Entretanto, Rin sabia muito bem de quem era a culpa de tudo isso. Oh sim, a lembrança um tanto constrangedora que teve noite passada era a principal razão. Após sua conversa com Kagome, um lapso interessante de memória voltou, quer dizer, um tanto vergonhosa. Quando decidiu parar de se incomodar com algo pequeno como isso, um fragmento de memória lhe brindou. E claro, isto só reforçou que sim, tem que lembrar de tudo agora.

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Rin suspirou ao lembrar claramente da cena daquela madrugada. Mesmo que ainda estivesse um pouco borrado, a cena era clara demais. Ela realmente havia pulado em Sesshoumaru como uma leoa. Se não fosse por apenas isso, ainda se lembrava de tentar até mesmo arrancar a camisa dele. Oh céus, ele deveria pensar que ela era uma desesperada. Não conseguia se decidir se tinha medo ou curiosidade em se lembrar do resto.

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“Eu preciso de respostas…. Respostas….” — Rin encarou o céu azul. — “Qualquer sinal serve, senhor!”

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Baixou a cabeça desanimada. No momento nem os céus poderiam lhe ajudar. Era o fim de tudo, ela não sabia mais o que fazer. Foi quando ouviu uma voz conhecida de longe. Ao levantar a cabeça pôde vê-lo. Ali estava o motivo da sua falta de sono, com nome e sobrenome. Sesshoumaru, acompanhado de InuYasha andava pelo pátio despreocupado. Ela quase infartando e ele ali, calmo como se passeasse entre seus súditos fiéis.

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— Sesshoumaru… — Rin ficou de pé no mesmo instante.

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Devagar ela caminhou em direção à ele. Seus passos eram determinados e corajosos. Decidida a dar um ponto final nessa história, ela iria atacá-lo de frente e obter a resposta que tanto a perseguia.

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— Sesshoumaru! — Rin parou a poucos metros do mesmo.

— Rin? — InuYasha a olhava confuso. — Você está bem?

— Devolva… — Rin lhe encarou séria. — Devolva ela!

— Hã? — InuYasha olhava entre Rin e Sesshoumaru. — O que ela está dizendo?

— Você bebeu, por acaso? — Sesshoumaru prometeu ser sério até o fim, no entanto, Rin tinha um poder estranho.

 ...a minha pureza! — Rin apontou o dedo para ele. — Devolva a minha pureza!

— O que?! — InuYasha pulou no lugar. Ele e o resto dos olhares.

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Sesshoumaru notou os olhares confusos para cima deles. É claro que um bando de curiosos nessa idade não sacariam a confusão tão fácil. Ou deveria dizer que estava admirado pela coragem dela... Ou seria burrice?!

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Não querendo aumentar o espetáculo, pegou Rin pela mão e a levou para longe dali. Seriam segundos até todos voltarem ao que estavam fazendo. Uma cena dessa logo de manhã não era mais novidade por ali. Sesshoumaru tinha plena consciência da confusa semanal que estourava por aqueles corredores, porém de longe essa era a mais estranha.

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— Você não tinha uma maneira melhor de me dar bom dia? — Sesshoumaru começou a falar assim que estavam num lugar mais calmo.

— Você não me deu muitas escolhas. — Rin estava corada, sim, agora ela havia despertado. — Eu quero respostas sérias.

— Se você me pegar a aposta, quem sabe eu te responda. — Sesshoumaru deu de ombros.

— A-Aposta? — Rin gaguejou. — “É verdade, antes de começarmos a beber… O que eu apostei?”

— Você facilmente perdeu, assim como presumi. — Sesshoumaru murmurou. — Devo dizer que você é perigosa quando fica bêbada também. — Ele suspirou. — Ah, eu gostava tanto daquela camisa…

 Eu realmente sinto muito. — Rin falou rapidamente. — Eu te darei outra igual.

— Não vendem essa marca aqui. — Sesshoumaru pensou por alguns segundos. — No entanto, você pode me pagar de outro jeito. — Piscou para ela.

— Que?! — Rin pulou no lugar. — O que realmente aconteceu naquela noite?

— Oh, você não lembra? — Sesshoumaru pareceu estar incomodando por alguns segundos. — Talvez isso te ajude a lembrar. — Chegou próximo a ela, o suficiente para lhe intimidar.

— E-Eu vou pagar a aposta. — Rin se afastou corada. — “Entretanto, nem lembro do que se trata.”

— É claro que você vai pagar essa aposta, minha cara. — Sesshoumaru sorriu malicioso. — Ou esse vídeo um tanto interessante irá circular pela faculdade em segundos.

— Um tanto interessante!? — Rin repetiu confusa. — Que vídeo é esse?

— A verdade sobre aquele dia... Eu gravei tudo. — Seu sorriso alargou. — É melhor cumprir com a sua parte da aposta.

— Eh!? — Rin colocou a mão sobre a boca chocada. — “Agora mesmo eu fui chantageada por ele!?”

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Continua...


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Notas finais do capítulo

É, mais um vez eu termino um capítulo com dúvidas u_u
E agora, ein. O que tem nesse tal vídeo... Acredita que nem eu sei 0:
Com sorte tudo pode ser revelado no próximo u_u Quer dizer, se a Rin cumprir a parte dela certinho e.e

Obrigada por lerem ♥
Até a próxima -w-



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